Capítulo 564: Uma Comunicação Rápida e Apressada

Nas profundezas da Mansão de Alice, na beira deste jardim bizarro, entre as sombras dos arbustos exuberantes e das pequenas árvores, um tentáculo sinuoso e bizarro, como se coberto por finas escamas metálicas, movia-se e se contorcia!

O som de farfalhar veio novamente de outra direção. Com o canto do olho, ele viu outro tentáculo de cor escura, um membro semelhante ao de um molusco, passando pela fresta entre os arbustos, balançando os galhos, roçando o solo áspero, emitindo um som baixo.

O som baixo de farfalhar soava quase como um chamado.

Duncan instantaneamente expandiu sua percepção, observando cuidadosamente qualquer movimento no jardim, e ao mesmo tempo, fixou a direção onde um dos tentáculos acabara de desaparecer, e caminhou naquela direção.

Atrás dele, a seus pés, chamas espirituais verde-espectrais começaram a se espalhar com seus passos, deixando um rastro de chamas etéreas. Essas chamas se espalharam silenciosamente pelas frestas do chão, infiltrando-se pouco a pouco nas profundezas do jardim.

Esta era a “Mansão de Alice”, muito provavelmente uma parte crucial da “alma” de Alice. Duncan, é claro, não atearia fogo a um lugar como este levianamente, mas agora que uma coisa bizarra apareceu nas profundezas do jardim, ele também tinha que se preparar — se realmente houvesse algo perigoso que invadiu este jardim, ele teria que encontrar uma maneira de eliminar o invasor sem destruir o corpo principal da mansão.

Com pensamentos alertas girando em sua mente, Duncan já havia seguido o som de farfalhar e gradualmente se afastado da “boneca adormecida”, chegando a uma área na borda do jardim da mansão. Depois de passar por alguns arbustos e algumas pequenas árvores desconhecidas, ele notou que a luz ao redor havia escurecido. A luz do “sol de rabisco” no céu não parecia se estender até tão longe — entre a sombra das plantas, a penumbra era como o crepúsculo.

E, nesta “luz” crepuscular, ele viu uma moita de plantas à sua frente balançar de repente. Em seguida, um tentáculo se ergueu lentamente de lá, balançando suavemente diante de seus olhos.

Sem se esconder, sem fazer mistério, este tentáculo parecia ter convidado Duncan deliberadamente, e agora se mostrava abertamente.

Duncan olhou espantado para este “membro” bizarro e inexplicável —

O tentáculo era de cor escura, sua superfície com uma estrutura fina como escamas metálicas. Entre as protuberâncias ásperas e complexas, podiam-se ver vagamente padrões de um azul-claro. Esse tipo de padrão lhe dava uma sensação muito familiar, como se…

Abaixo de Geada, no mar profundo, o tipo de padrão característico na superfície daquele tentáculo de deus antigo.

‘O membro do Senhor das Profundezas?!’

O coração de Duncan deu um salto. Ele de repente percebeu a origem dessa sensação de familiaridade e, no instante em que sua mente associou o “Senhor das Profundezas”, o tentáculo que balançava cegamente no ar também tremeu de repente, como se uma consciência remota e vasta finalmente se conectasse a este membro —

Ele se curvou na direção de Duncan, acompanhado por um zumbido estranho e baixo. A ponta do tentáculo se abriu lentamente, e um “globo ocular” semelhante a um cristal irregular, brilhando com uma luz azul-gelo, se revelou de dentro, “olhando” nos olhos de Duncan.

“Olá, Usurpador do Fogo, tenho algo a lhe dizer.”

Uma voz baixa e turva, sem qualquer traço de emoção ou gênero, soou de repente, como se diretamente em sua mente.

Duncan ficou chocado instantaneamente, franzindo a testa e olhando para o tentáculo à sua frente: “Senhor das Profundezas? Rei Rastejante? LH-01?”

“Todos eles, mas agora, por favor, me ouça”, o tentáculo tremeu, parecendo já estar suportando uma carga muito além de seu limiar. A voz que ele transmitia também se tornou rapidamente baixa e distorcida, e ele acelerou o ritmo de sua fala. “Minhas oportunidades de me comunicar com você são extremamente limitadas. Agora, transmitirei apenas as informações necessárias. Quer você entenda ou não, lembre-se agora:

“A vida útil projetada de #%￥# é de apenas oito mil anos, e agora está operando em sobrecarga. Não recebemos o sinal de fora de &*%￥ dentro do prazo…

“Esta é a última reinicialização do ciclo. ￥*(￥# não se regenerará após este ciclo.

“Preserve os fragmentos caídos de ￥#&**, se tudo for irreversível, use-os para prolongar a vida das cidades-nó o máximo possível. Mantenha-se vivo. A sobrevivência é a primeira diretriz.

“Não sabemos o que você pode fazer, mas você despertou no fim do ciclo. Isso deve ter um significado.

“Acreditamos firmemente que você, e nós, não estamos sozinhos.

“As informações necessárias acima foram transmitidas — se houver uma oportunidade, espero poder… me comunicar… com você pessoalmente em uma situação mais estável…”

O tremor do tentáculo diminuiu rapidamente. As finas escamas de textura metálica já começavam a ser cobertas por uma palidez decadente. Duncan podia até sentir claramente a voz em sua mente se afastando e enfraquecendo rapidamente — embora não entendesse o princípio e o processo específicos, era óbvio que o deus antigo conhecido como “Senhor das Profundezas” estava explorando alguma brecha ou usando alguma força externa para estabelecer contato à força com ele, e agora essa conexão extremamente limitada estava prestes a ser interrompida.

Duncan nem sequer teve tempo de ficar curioso, de ponderar sobre as informações que a outra parte lhe despejara. Com um julgamento racional, ele optou por memorizá-las à força e rapidamente. Só depois que a outra parte terminou de falar é que ele teve tempo de pensar sobre o que acabara de ouvir.

Ele primeiro notou os vários “ruídos” — quando este deus antigo falava com ele, várias informações muito cruciais, que deveriam ser substantivos importantes, se transformaram em sons agudos e caóticos em seus ouvidos.

Era como se o “significado” naquelas sílabas tivesse sido filtrado por algo, ou como se o significado representado por aquelas sílabas excedesse o limite que esta comunicação poderia suportar, a ponto de não poder ser transmitido a seus ouvidos.

Mas agora, obviamente, não era o momento de perguntar detalhadamente sobre aqueles “ruídos”.

O sussurro do deus antigo estava prestes a desaparecer. A conexão que ele havia estabelecido com dificuldade só tinha um último fio. Duncan levantou a cabeça e viu que a superfície daquele tentáculo já estava coberta de rachaduras. Talvez só pudesse durar mais alguns segundos.

Ele completou seu pensamento em um instante e aproveitou este último momento para perguntar: “Se eu quiser te encontrar, como chego às Profundezas Abissais?”

Ir às Profundezas Abissais, comunicar-se pessoalmente com a outra parte, era sem dúvida o meio mais simples e eficaz de resolver todas as dúvidas.

Aquele tentáculo de deus antigo já estava se enrijecendo lentamente. Fragmentos descoloridos caíam como poeira. A vontade poderosa e indescritível se retirava gradualmente deste frágil portador. Mas, antes que a conexão com o mundo real fosse completamente cortada, Ele ainda se agarrou a este último elo com todas as suas forças e projetou um sussurro baixo na mente de Duncan —

“Eu não sei.”

Duncan: “…?”

Ele finalmente percebeu como as pessoas ao seu redor se sentiam quando ficavam com o cérebro travado por uma de suas frases.

Ele realmente não esperava que o Senhor das Profundezas lhe desse essa resposta!

No entanto, ele só ficou atordoado por um instante, e então ouviu outro sussurro etéreo e baixo em sua mente —

“Tente pegar alguns aniquiladores…”

“Hã?” Duncan não reagiu de imediato. “Eles não são seus seguidores?”

No entanto, nenhuma voz respondeu à sua pergunta — o sussurro que o deus antigo lhe transmitia finalmente foi completamente interrompido. Com um som de rachaduras, o “tentáculo” que suportou poder demais finalmente se desintegrou completamente. Ele se transformou em poeira e fragmentos que caíram no chão, e depois subiu como uma fumaça verde e se dissipou.

Os sons de farfalhar que cercavam a borda do jardim da mansão também cessaram completamente ao mesmo tempo, e a sensação de penumbra anormal entre as sombras das árvores também se desvaneceu.

Duncan continuou a ficar em silêncio em frente aos arbustos por um tempo. Só depois de alguns minutos ele balançou a cabeça, franzindo a testa, e despertou de sua profunda reflexão.

Tudo o que acabara de acontecer ainda parecia um sonho. O deus antigo conhecido como “Senhor das Profundezas” apareceu assim, diretamente diante dele, despejou um monte de coisas rapidamente e depois partiu rapidamente. Algo assim, sem mencionar em Porto Brisa, provavelmente seria explosivo em todo o Mar Infinito.

No entanto, ao seu redor… não parecia tão explosivo?

Duncan se virou e olhou para o “jardim da mansão” exuberante sob a luz do céu não muito longe, e para a boneca de cabelos prateados dormindo silenciosamente na clareira ensolarada no centro do jardim.

A Anomalia 099, nascida da capacidade de “cópia” do Senhor das Profundezas, e a “Mansão de Alice”, intimamente ligada a Alice. No final, toda esta “mansão” já tinha inúmeras conexões com aquele “deus antigo” nas águas abissais, e era até muito provável que fosse um portador que aquele deus antigo criara intencionalmente para transmitir informações para o exterior.

Portanto, nas profundezas deste jardim da mansão, ver a projeção do poder do Senhor das Profundezas não parecia ser algo inimaginável.

Duncan estava pensando em outras coisas —

A atitude do Senhor das Profundezas, ou melhor, seu “estado”, parecia ser diferente do esperado. Ele ainda mantinha a razão, apenas parecia estar em algum tipo de estado extremamente restrito. Sua atitude era amigável, e não como o mundo imaginava, com apenas uma pura tendência destrutiva.

Mas esses “desvios” não tinham muito significado para Duncan. Afinal, poucas pessoas neste mundo realmente tiveram contato com aqueles chamados “deuses antigos”. As informações obtidas por imaginação não eram confiáveis. Além disso, os “deuses antigos” vistos por diferentes indivíduos muito provavelmente também apresentariam posturas diferentes. O vizinho gentil e inofensivo aos seus olhos, para uma pessoa comum, seria mais ou menos indescritível — depois de se adaptar a este mundo por tanto tempo, Duncan tinha um pouco de autoconsciência a esse respeito.

O mais importante eram as “informações” que aquele deus antigo lhe dissera.

Duncan relembrou repetidamente em sua mente aquelas palavras que pareciam conter uma enorme quantidade de informações —

Algo, com uma vida útil projetada de apenas oito mil anos, e agora já estava operando em sobrecarga.

O “nós” na boca do Senhor das Profundezas parecia estar sempre esperando por um sinal de algum lugar, mas até agora não recebera essa resposta.

A outra parte também mencionou a reinicialização do ciclo… o que isso significava?

E o fato de ele, o “Usurpador do Fogo”, ter despertado no “fim do ciclo”, o que isso significava?

E preservar os fragmentos caídos, prolongar a vida das cidades-nó…

Em profunda reflexão, a expressão de Duncan gradualmente se tornou solene.