Índice de Capítulo

    Hora da Recomendação, leiam Fagulha das Estrelas. O autor, P.R.R Assunção, tem me ajudado com algumas coisas, então deem uma força a ele ^^ (comentem também lá, comentários ajudam muito)

    Talvez passe a usar mais esse espaço para recomendar outras obras (novels ou outras coisas que eu achar interessante ^^)

    As palavras de Vanna deixaram todos em um estado de espanto.

    Isso até mesmo quebrou muitas das suposições que Duncan acabara de formular sobre o “Sonho do Inominado”.

    Vanna não tinha sequer entrado naquela “floresta” — ela nem mesmo viu floresta alguma, mas esteve presa em um deserto o tempo todo… Que lugar era aquele deserto?!

    Após um momento de silêncio causado pelo choque, Duncan falou de repente: “Havia algum sinal de atividade humana no deserto? Algum terreno estranho ou algo que tenha lhe chamado a atenção ou causado uma forte impressão?”

    “Havia muitas rochas gigantes de aparência estranha, altas e retorcidas, como se algo em movimento tivesse se solidificado de repente. À distância, era possível ver uma cadeia de sombras, mas não consegui determinar se eram praias de pedra ou um complexo de edifícios — estava muito longe”, disse Vanna, relembrando sua experiência do “outro lado do sonho” e narrando os detalhes que viu. “Além disso, o mais notável era uma fenda vermelha tênue no céu, de uma escala imensa.”

    “Fenda vermelha?” A expressão nos olhos de Duncan mudou instantaneamente, e ele se tornou mais alerta. “Como era exatamente? E além da fenda vermelha? O que mais você viu no céu?”

    “Ainda me lembro da aparência dela…” disse Vanna, levantando-se e pegando papel e caneta da mesinha de centro. Ela rapidamente começou a esboçar no papel. “A cor era um vermelho escuro, com bordas indistintas, como se estivesse envolta em nuvens e névoa. O interior brilhava levemente, e havia detalhes sombrios e indistintos dentro…”

    Os olhos de todos se concentraram na ponta da caneta de Vanna. Duncan também não pôde deixar de se inclinar para a frente, observando a “fenda” que ela desenhava no papel, composta por muitas linhas caóticas. À medida que essas linhas correspondiam gradualmente à “luz vermelha” em sua memória, sua expressão se tornava cada vez mais séria.

    Um momento depois, Vanna parou e empurrou o papel para a frente: “É mais ou menos isso. Minhas habilidades de desenho são limitadas, fiz o meu melhor. Fora essa fenda, não vi mais nada no céu.”

    “Nada mais?” Duncan ficou surpreso com a resposta e perguntou instintivamente: “E o sol? Como era o sol?”

    Para ele, essa pergunta era essencial — se Vanna tivesse visto o sol naquele “deserto”, a “forma” daquele sol seria de suma importância!

    No entanto, Vanna balançou a cabeça novamente: “Não havia sol. Embora parecesse ser dia e o céu estivesse banhado por uma luz além da vermelha, eu não vi o sol.”

    Todos se entreolharam, e até Duncan ficou um pouco atordoado por um momento, até que a voz de Vanna soou novamente, despertando a todos: “Isso é tudo o que tenho de informação do meu lado.”

    Finalmente, os olhares de todos se concentraram em Duncan.

    Nina piscou curiosamente: “Tio Duncan, e o que você viu?”

    “…Alice e eu vimos os bairros do mundo real distorcidos e transformados pela anomalia”, disse Duncan lentamente, após uma pausa para refletir. “Árvores imponentes e inúmeras vinhas cobriam as ruas, como se tivessem se espalhado da floresta do ‘Sonho do Inominado’ para a realidade. Mas não vimos nenhuma cena relacionada ao ‘deserto’. E na parte mais profunda do bairro alterado, encontramos uma videira excepcionalmente enorme…”

    Uma pessoa a mais significava uma perspectiva a mais. Duncan não escondeu o que viu ao tentar “sondar” aquela videira — o bizarro Banido navegando na névoa escura, o familiar, porém estranho, Cabeça de Bode a bordo, a carta náutica alterada e as muitas informações reveladas pelo Cabeça de Bode em um estado de quase sonambulismo.

    Quando ele terminou de falar, o silêncio na sala era ainda maior do que quando Vanna havia terminado.

    “Isso… é muito mais inacreditável do que o deserto que eu vi…”, Vanna não pôde deixar de resmungar.

    Ao lado, Cão também murmurou com uma voz abafada: “Como esperado… do Capitão…”

    Duncan olhou para o Cão de Caça Abissal, sem se importar com seu comentário, e acrescentou: “Aquele ‘Cabeça de Bode’ mencionou Silantis no final, e isso me deixou muito intrigado.”

    “Se não me engano… esse é o nome da ‘Árvore do Mundo’ nas antigas lendas dos elfos”, Vanna assentiu levemente. “Também é chamada de Árvore da Vida, a Árvore Gigante da Origem, e foi a primeira vida criada no mundo pelo grande deus demônio dos elfos, ‘Sasroka’…”

    Todos na sala mergulharam em seus próprios pensamentos. Até mesmo Alice, que geralmente não conseguia acompanhar o ritmo, mostrava um esforço para pensar. Após um breve silêncio, Lucretia finalmente levantou a cabeça. Ela olhou para Duncan, com uma pitada de hesitação em sua expressão: “Pai, sobre o atual ‘Imediato’ do Banido… parece que você nunca me contou em detalhes sobre sua origem. Aquele Cabeça de Bode é…”

    “Ele veio do Subespaço, é tudo o que posso te dizer por enquanto”, disse Duncan, mudando de assunto em seguida. “Mas desta vez… talvez eu precise ir até ele para confirmar algumas coisas.”

    Agora, todas as pistas estavam finalmente sobre a mesa. Todos que haviam sido dispersos pela realidade e pelo sonho na noite anterior haviam reunido suas respectivas informações diante de Duncan.

    Depois de organizar seus pensamentos, Duncan soltou um suspiro leve, pondo de lado as questões confusas em sua mente por um momento e olhando para cada pessoa na sala de estar.

    “Agora, podemos confirmar algumas coisas:

    “Primeiro, a escala do Sonho do Inominado está se expandindo e sua influência está aumentando, a ponto de poder interferir no mundo real. Ainda não podemos determinar a causa dessa mudança, mas provavelmente está relacionada à aproximação da chamada ‘Quarta Longa Noite’ e às mudanças no sol.

    “Segundo, as pessoas comuns na cidade-estado parecem completamente inconscientes da influência do Sonho do Inominado. Quando a transformação anômala ocorre, as pessoas dentro da área de influência do sonho desaparecem, e quando o sonho termina, elas retornam ao mundo real e mantêm suas vidas diárias. Não podemos determinar para onde elas vão durante o sonho, nem se esse fenômeno se limita aos ‘elfos’ — há muitos comerciantes e aventureiros de outras raças em Porto Brisa. Em seguida, precisamos encontrar uma maneira de confirmar a situação dessas pessoas na noite passada.

    “Terceiro, quando a transformação anômola acontece, somos dispersos para lugares diferentes — seja permanecendo no mundo real, entrando na grande floresta do sonho ou em um misterioso ‘deserto’. Ainda não se pode determinar se essa ‘dispersão’ é aleatória ou segue um padrão.

    “Quarto, os Aniquiladores e os Cultistas do Sol, bem como os Pregadores do Fim que lhes fornecem informações por trás, esses cultistas obviamente sabem mais…”

    Ele resumiu e organizou as informações conhecidas, uma por uma, e finalmente levantou a cabeça, olhando para os outros: “Algo a acrescentar?”

    “Não consigo pensar em mais nada por enquanto”, Lucretia balançou a cabeça. “O que me preocupa agora é se essa ‘transformação anômala’ da noite passada ocorrerá novamente e, em caso afirmativo, como devemos lidar com isso.”

    “Provavelmente ocorrerá”, suspirou Morris. “A influência do Sonho do Inominado está claramente se fortalecendo, e as transformações anômalas que ele causa só aumentarão. Mas, olhando pelo lado bom, quanto mais ele se manifesta, mais oportunidades temos de descobrir seus padrões. Temos muitas conjecturas que não podemos confirmar agora, e muitas dessas questões serão respondidas se uma segunda transformação anômala em grande escala ocorrer.”

    Ouvindo a análise do velho erudito, Duncan concordou com a cabeça: “Isso não é otimismo cego. Realmente precisamos deduzir os padrões do Sonho do Inominado a partir de mais transformações anômalas.”

    “Mas o Sonho do Inominado nos dispersará e cortará nossa conexão com o Capitão”, acrescentou Vanna ao lado. “Isso é um grande problema.”

    “Sobre isso, já tenho uma ideia geral”, disse Duncan, pensativo, lembrando-se da experiência da noite anterior, especialmente das informações vagas que percebeu após estabelecer contato com a videira gigante e embarcar naquele bizarro “Banido”. “Se o Sonho do Inominado se expandir novamente, devo ter a chance de verificar essa ideia.”

    Shirley olhou para Duncan, depois para os outros ao redor: “Então… e agora? O que vamos fazer em seguida?”

    “Não sabemos quando o Sonho do Inominado mudará novamente”, disse Duncan, seu olhar pousando em Lucretia. “Agora precisamos determinar se outros lugares da cidade-estado também foram afetados na noite passada. A maneira mais rápida é contatar o governador de Porto Brisa.”

    “Deixe comigo”, disse Lucretia imediatamente. “Vou procurar Salar Maier mais tarde para ver se ele percebeu algo na noite passada.”

    Duncan assentiu e depois olhou para Morris e Vanna: “Também precisamos investigar os bairros próximos para ver se, além dos elfos, outros residentes de raças diferentes que vivem ao redor da Rua da Coroa foram afetados pelo sonho, para ver se tiveram alguma experiência especial na noite passada.”

    “Entendido”, Vanna assentiu prontamente. “Sou muito boa nisso.”

    Morris também concordou com a cabeça: “Conheço alguns velhos amigos na Academia da Verdade que podem ajudar a facilitar a investigação.”

    O olhar de Duncan finalmente se voltou para Nina e Shirley.

    “Vocês duas fiquem em casa por enquanto”, disse Duncan após um breve pensamento. “Não preciso que façam nada por enquanto, mas se encontrarmos pistas sobre os Cultistas do Sol ou os Aniquiladores, talvez precise da ajuda de vocês.”

    Nina pareceu um pouco desapontada, mas ainda assim concordou obedientemente: “Oh…”

    Shirley, ao lado, perguntou com curiosidade: “E você?”

    “Preciso voltar ao navio”, disse Duncan, levantando-se do sofá. “Vou agora mesmo.”

    Alice levantou-se instintivamente: “Então eu também vou!”

    Duncan parou e olhou para a boneca com uma expressão intrigada: “Por que você vai junto?”

    Alice pensou por um momento, olhou para as outras pessoas na sala, coçou a cabeça e disse com uma confiança inabalável: “Eu também não sei!”

    Duncan: “…”

    Após um breve momento sem palavras, ele de repente sorriu e suspirou.

    “Tudo bem, se você quer vir, venha. De qualquer forma, não fico tranquilo em deixá-la na cidade.”

    Alice ficou instantaneamente feliz: “Hehe…”

    Momentos depois, todos começaram a agir conforme o plano.

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