Índice de Capítulo

    Hora da Recomendação, leiam Fagulha das Estrelas. O autor, P.R.R Assunção, tem me ajudado com algumas coisas, então deem uma força a ele ^^ (comentem também lá, comentários ajudam muito)

    Talvez passe a usar mais esse espaço para recomendar outras obras (novels ou outras coisas que eu achar interessante ^^)

    Conforme o plano original, Vanna continuou a caminhar em direção à silhueta nebulosa à distância, viajando por este vento e areia que pareciam intermináveis.

    “…Ainda não sei por que só eu fui ‘enviada’ para este deserto bizarro, mas é óbvio que este lugar não corresponde em nada à ‘floresta’ descrita por Nina ou pela senhorita Lucretia. Agora estou tentando caminhar em direção àquele ‘círculo de pedras’ que parece ser uma ruína de cidade. Até agora, não encontrei nenhum vestígio de atividade de civilização aqui…”

    A voz de Duncan ecoou nas profundezas da mente de Vanna: “…Preste atenção a qualquer fenômeno que desafie o bom senso ou a mudanças súbitas no ambiente. A ‘erosão’ que Shirley mencionou também pode aparecer ao seu redor. Tenha muito cuidado.”

    “Entendido, Capitão”, Vanna assentiu levemente, ergueu a cabeça para o horizonte em meio ao vento e caminhou mais fundo na areia e no vento. “Vou continuar avançando.”


    “Rabi não gosta deste lugar… Rabi gosta de lugares movimentados com muitas pessoas… Este lugar não é nada como o tipo de ‘sonho’ que Rabi conhece, não dá para ver uma pessoa sequer…”

    A voz tagarela de Rabi vinha de seu lado. O enorme coelho de pelúcia caminhava desajeitadamente por entre um monte de arbustos e folhas secas, reclamando sem parar desde o início.

    Mas Lucretia não deu a menor atenção ao coelho. Ela apenas caminhou na frente e parou na beira de uma clareira, observando cautelosamente o ambiente ao redor.

    Depois de entrar neste “sonho” pela segunda vez, ela não viu a jovem elfa que se autodenominava “Shireen”, nem encontrou os vários vestígios que deixara na floresta antes.

    Por toda parte, havia árvores imponentes que pareciam iguais, e não havia marcos ou trilhas de referência na floresta. Embora relutasse em admitir… Lucretia sabia que já estava perdida nesta selva sem fim.

    “…Rabi”, Lucretia virou-se de repente, olhando para o coelho de pelúcia que se esforçava para passar por um arbusto não muito longe. “Consegue sentir outras entidades mentais?”

    Rabi parou instantaneamente sua ladainha de reclamações, correu alguns passos para o lado de sua senhora e fez um gesto de escutar os sons ao redor. As duas longas orelhas feitas de tiras de pano pendiam dos lados de sua cabeça, e as bordas das tiras assumiram silenciosamente uma textura nebulosa.

    Momentos depois, o coelho balançou a cabeça: “Não, Rabi não ouviu outros sons de pensamento.”

    “Hmm.” Lucretia assentiu e, em seguida, olhou novamente para o ambiente ao redor, tentando determinar uma direção para seguir.

    Nesse momento, um pequeno reflexo de luz que brilhou em seu campo de visão atraiu a atenção da “bruxa”.

    Lucretia olhou imediatamente na direção de onde o reflexo veio — era uma árvore imponente a mais de dez metros de distância. Ao pé da árvore, entre um monte de galhos e folhas secas, parecia haver algo.

    Sua figura se transformou de repente em uma pilha de papeis coloridos que giravam e voavam, chegando em um piscar de olhos sob a árvore e se solidificando novamente.

    Olhando para o objeto um tanto familiar à sua frente, Lucretia arregalou ligeiramente os olhos: “Isto é…”

    Uma arma de cabo longo de estilo estranho, que parecia uma combinação de lança e machado, jazia silenciosamente entre as folhas caídas, como um símbolo mudo e congelado.

    Diferente de sua memória, o cabo da arma agora estava quebrado, como se tivesse sido completamente destruído após um impacto violento. A lâmina do machado estava coberta de marcas serrilhadas, como se tivesse passado por uma longa e brutal batalha. Muitas marcas de cor escura ainda permaneciam na lâmina danificada.

    Parecia ter se quebrado há muito, muito tempo — após uma batalha esquecida e há muito terminada.

    Lucretia observou silenciosamente o machado de cabo longo quebrado no chão, seu olhar fixo cheio de pensamentos. Os passos do coelho Rabi vieram de trás e, depois de olhar curiosamente para sua senhora, o coelho de pelúcia finalmente não pôde deixar de perguntar: “Senhora, o que é isso?”

    Lucretia não respondeu a Rabi, apenas se curvou com cautela e, após uma breve hesitação, estendeu a mão em direção ao machado de cabo longo quebrado.

    Seus dedos tocaram o metal frio, e uma sensação que parecia cruzar o ilusório e o real subitamente percorreu a ponta de seus dedos. Mas antes que ela pudesse confirmar cuidadosamente essa sensação momentânea, um ruído agudo e sibilante interrompeu abruptamente sua ação!

    No segundo seguinte, um assobio ensurdecedor veio de todas as direções, como se toda a floresta estivesse queimando e desmoronando em uma explosão. A terra tremeu, ondas de calor subiram, o céu foi envolto por uma luz caótica e ilusória, e inúmeros gritos de guerra, choros, rugidos e um lamento furioso que parecia vir da própria floresta invadiram a percepção de Lucretia.

    A “Bruxa do Mar” ergueu a cabeça de repente. Ela viu toda a floresta ao seu redor começar a queimar. As árvores imponentes tombavam e fluíam como se estivessem derretendo nas chamas. A terra distante começou a se erguer como se estivesse sendo enrolada por uma força invisível e maciça. Com fraturas aterrorizantes e o surgimento de magma, toda a terra se curvava gradualmente em direção ao céu. E sombras enormes e incompreensíveis para a inteligência humana, juntamente com luzes caóticas, desciam constantemente do céu, como se todo o céu estivesse queimando na luz e caindo sobre o mundo inteiro!

    Nesta “queda do céu” de abalar a alma, uma luz vermelho-escura apareceu, como uma ferida encharcada de sangue. A luz sinistra se espalhou pelas nuvens, substituindo quase instantaneamente toda a luz do céu. Fendas aterrorizantes começaram a tocar a terra, a tocar as árvores imponentes, a tocar o horizonte curvado para cima à distância. O mundo se despedaçou gradualmente neste “toque” mortal, e inúmeras coisas escuras e aterrorizantes surgiram em massa.

    Elas saíram da floresta, da luz vermelha do céu, das fendas do mundo. Um segundo antes, pareciam apenas animais fugindo em pânico do incêndio na floresta; no segundo seguinte, transformaram-se em sombras disformes e indescritíveis. As rochas ganharam vida, a floresta se contorceu, e tudo se transformou em algo incompreensível para a inteligência humana. Criaturas disformes e aterrorizantes correram de todas as direções. Alguém rugiu por perto, como se estivesse lutando bravamente contra os monstros que se aproximavam, mas ao olhar na direção do som, só se via monstros devorando monstros, sombras engolindo sombras.

    Lucretia levantou-se abruptamente. Embora a mudança chocante e incompreensível à sua frente a tenha deixado um pouco perdida, ela instintivamente assumiu uma postura de combate. No entanto, no segundo seguinte, todas essas transformações anômalas aterrorizantes desapareceram subitamente de sua visão.

    Ela já havia soltado o machado de cabo longo quebrado. Com a perda de contato, todas as cenas aterrorizantes da mudança também desapareceram como uma ilusão.

    A floresta voltou ao seu estado original. Tudo o que acontecera parecia um sonho bizarro e passageiro.

    Lucretia demorou um pouco para se recuperar. Alguns segundos depois, ela de repente voltou a si e olhou instintivamente para o pé da árvore gigante.

    O machado de cabo longo quebrado havia desaparecido. No local, restava apenas um monte de galhos e folhas secas sem nenhum vestígio.

    Lucretia franziu lentamente as sobrancelhas, sua mente ainda relembrando instintivamente a cena que acabara de ver. E nesse momento, um som de passos apareceu de repente por perto, interrompendo instantaneamente seus pensamentos.

    Ela ergueu a cabeça imediatamente, olhando na direção de onde vinham os passos.

    A jovem elfa chamada “Shireen” estava ali, sem que se soubesse quando. Ela ainda usava a mesma armadura leve de um estilo de cidade-estado desconhecido, segurando em sua mão aquele machado de batalha de cabo longo de formato estranho.

    Lucretia virou-se abruptamente para o coelho Rabi, mas viu que Rabi também se virou para olhá-la. Embora tivesse apenas olhos de botão e uma boca pintada de forma abstrata, seus movimentos revelavam um pedido de desculpas e surpresa evidentes.

    Rabi não havia percebido a aproximação de “Shireen” — isso significava que essa entidade mental havia aparecido de repente por perto.

    “Shireen?” Lucretia se acalmou, sinalizou para Rabi não se mover arbitrariamente e virou-se para a jovem elfa, cumprimentando-a hesitantemente.

    A jovem elfa chamada Shireen sorriu levemente. Ela olhou para Lucretia, sua expressão como se as duas nunca tivessem se separado.

    Ela assentiu: “Já descansamos por um bom tempo, é hora de continuar a jornada. Ainda estamos longe da Muralha do Silêncio.”

    Enquanto falava, ela olhou para o coelho Rabi, que estava parado obedientemente no lugar.

    O rosto de Shireen não mostrava nenhuma estranheza. Ela disse a Lucretia com naturalidade: “Esta é sua amiga? Traga-a, vamos juntas.”


    Vanna não sabia há quanto tempo estava viajando por este deserto sem fim. A paisagem monótona e infinita e o vento e a areia incessantes ao seu redor pareciam interferir em seu senso de tempo. Ela até sentia que já estava andando neste deserto há um século, ou mesmo desde o dia em que o mundo nasceu.

    Claro, ela sabia muito bem que tudo isso era uma ilusão causada por sua impaciência, um teste à sua força de vontade por este lugar de ambiente hostil.

    Felizmente, a oração à deusa ainda era eficaz, o que a ajudava a firmar sua fé. A conexão com o capitão aliviava a inquietação em seu coração e, ao mesmo tempo, lhe dava a oportunidade de estabilizar sua mente.

    A espada de gelo em sua mão emitia um frescor sutil, trazendo uma sensação de segurança e, ao mesmo tempo, dissipando o calor escaldante que este deserto lhe impunha.

    Outra rajada de vento e areia se aproximou, e Vanna sentiu a mudança na direção do vento. Ela ergueu a grande espada para se proteger e virou a cabeça para evitar a poeira.

    Mas, nesse momento, uma aura estranha apareceu de repente em sua percepção, fazendo com que os movimentos de Vanna parassem abruptamente.

    No segundo seguinte, a inquisidora experiente em batalhas tensionou instantaneamente todos os músculos de seu corpo. Ela ergueu a grande espada ao seu lado, assumindo uma postura de alerta, e olhou para uma certa direção no vento e na areia.

    O vento caótico cessou sem que se soubesse quando. Na poeira que se acalmava gradualmente, uma figura particularmente alta emergiu lentamente da névoa de poeira, tornando-se cada vez mais clara.

    Era um… gigante.

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