Capítulo 61: Navegação Instável
Sob o enigmático manto da noite, Duncan se viu vagando pelos complexos corredores do navio. Embora parecesse ter andado por uma eternidade, um rápido olhar para o céu continuamente escuro indicava que apenas algumas horas haviam se passado. Essas horas, embora breves, deixaram uma impressão profunda e inesquecível nele.
Uma pergunta persistente assombrava seus pensamentos: Que mistérios estavam escondidos por trás das portas fechadas espalhadas pelo navio?
Acompanhado por Alice, sua animada companheira boneca, Duncan seguiu em direção à cabine do capitão. Seus passos ecoavam ominosamente contra o silêncio do navio, criando um contraste marcante. Alice, perdida em seus pensamentos sobre maravilhas culinárias, contrastava fortemente com a mente de Duncan, que vagava, cativado pelos artefatos peculiares que adornavam o convés do navio.
Quando se aproximaram da cabine do capitão, Duncan experimentou uma sensação estranha de déjà vu. O layout lembrava o dos níveis inferiores do navio — um longo corredor que parecia se estender até o infinito. Isso despertou uma suspeita em Duncan de que a cabine do capitão poderia conter compartimentos secretos, talvez outra sala oculta ou um passageiro disfarçado.
Duncan refletiu sobre a misteriosa estátua de cabeça de bode na mesa de navegação. Ela poderia esconder o conhecimento de um caminho secreto? Estaria ciente de onde esse caminho poderia levar? Deveria questioná-la diretamente?
Enquanto Duncan alcançava a maçaneta da porta, a voz entusiástica de Alice interrompeu seus pensamentos, enquanto ela se dirigia à cabeça de bode de madeira: “Sr. Cabeça de Bode! O porão é fascinante! O capitão me levou lá e vi uma porta intrigante na cabine inferior em ruínas!”
Essa informação despertou ainda mais o interesse de Duncan, tocando diretamente o mistério que ele estava contemplando.
Fingindo ser o capitão fantasma, Duncan mascarou sua surpresa e continuou a arrumar suas coisas, ouvindo a conversa de longe.
“Senhorita Alice, você está prestes a descobrir algo de outro mundo! Este navio, conhecido como o Banido, possui a capacidade sobrenatural de navegar por múltiplas dimensões simultaneamente, o que nos protege”, revelou o Cabeça de Bode.
As suspeitas de Duncan foram confirmadas — o navio tinha a capacidade de atravessar várias dimensões, além da nossa realidade conhecida.
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Essa revelação trouxe um novo desafio: a curiosidade insaciável de Alice poderia levá-la a investigar ainda mais, mas suas interações com Duncan eram frequentemente tensas, o que a fazia preferir discutir suas dúvidas com a mais acessível cabeça de bode. A presença de Duncan poderia complicar as coisas, possivelmente expondo seu disfarce caso não conseguisse responder de forma convincente às perguntas de Alice.
Duncan rapidamente formulou uma estratégia. Mantendo uma postura de distanciamento casual, declarou: “Acho que vou deixar vocês dois continuarem essa discussão fascinante. Estou com vontade de dar uma volta. Sr. Cabeça de Bode, já que Alice agora é uma membro crucial da nossa tripulação, fique à vontade para revelar qualquer informação não sensível para ela.”
O rosto de Alice se iluminou de antecipação, e a cabeça de bode de madeira assentiu: “Como desejar, Capitão. Como seu leal primeiro imediato, vou garantir que nossa nova tripulante se sinta bem-vinda.”
Com seu papel convincente, Duncan abriu a porta e saiu. Já sozinho, ele reativou sua ligação telepática com o Banido, permitindo-lhe escutar discretamente a conversa em andamento. Sua astuta dissimulação estava em ação, posicionando-o estrategicamente para descobrir os segredos do navio sem se envolver diretamente.
Focando na conexão telepática, os sentidos de Duncan se aguçaram. Ele viu claramente Alice confortavelmente sentada em um banquinho, profundamente imersa na conversa com a cabeça de bode animada.
Curiosamente, Alice parecia ter deixado de lado seu comportamento normalmente cauteloso, até mesmo esquecendo de lembrá-lo de sua promessa de preparar um lanche para a noite — um pequeno descuido para Duncan em meio aos mistérios emergentes.
Enquanto isso, Ai, a pomba perceptiva que o acompanhava, estava empoleirada no topo do mastro mais alto, observando vigilante os arredores. Suas habilidades de observação aguçadas a tornavam uma sentinela valiosa e alerta, pronta para avisá-los sobre qualquer perigo oculto.
“A porta parecia bastante imponente, e o capitão me advertiu rigorosamente para não me aproximar muito dela”, começou Alice, omitindo deliberadamente um detalhe peculiar sobre uma lâmpada invertida enquanto relatava sua experiência com a enigmática porta.
“Aquela porta é estritamente proibida, não apenas para você, mas para mim também”, esclareceu Cabeça de Bode, percebendo a reação surpresa de Alice. “Não fique tão surpresa. Sim, eu posso não ter uma forma física para manipular objetos, mas quando eu digo ‘tocar’, quero dizer qualquer tipo de interação — manipular, controlar, supervisionar. Você entende? Esta porta é proibida de todas as formas imagináveis… você não mexeu com ela, mexeu?”
Alice estremeceu ligeiramente quando o tom do Cabeça de Bode se tornou sério. Após uma breve pausa, ela perguntou nervosamente: “O que… o que exatamente está atrás dessa porta?”
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Duncan, ouvindo atentamente, sentiu sua curiosidade intensificar-se. Cabeça de Bode manteve sua aura enigmática, deixando o silêncio persistir por um minuto inteiro antes de insistir: “Você tem certeza absoluta de que não mexeu com ela?”
“Eu não toquei nela!” Alice respondeu apressadamente, sua voz trêmula, “Mas… o capitão se inclinou e espiou lá dentro. Havia uma fenda estreita, então ele… ele enfiou a espada nela…”
Mal Alice terminou sua declaração, Duncan sentiu um tremor significativo através do navio, acompanhado por um uivo assustador do vento contra as velas. As tábuas de madeira rangiam sob a pressão, e as cordas do mastro emitiam sons ameaçadores. Ficou claro que essas perturbações estavam ligadas ao Cabeça de Bode, o navegador do navio!
“Você quer dizer que havia uma pequena abertura na porta? Uma fenda estreita?!” O alarme do Cabeça de Bode era palpável, e seu espanto era claro, sem necessidade de poderes psíquicos para discernir.
“S-Sim”, gaguejou Alice, assustada com sua urgência repentina, “a porta não estava completamente fechada… havia uma fenda estreita, do tamanho de um dedo ao longo de sua borda…”
“E depois que o capitão explorou a fenda, o que aconteceu? Ele enfiou a espada… o comportamento dele mudou? Ele parecia estar sob algum tipo de feitiço?” Cabeça de Bode perguntou, visivelmente ansioso.
“Não”, Alice respondeu com confiança, “a expressão do capitão permaneceu séria enquanto ele retirava a espada. Depois, ele me escoltou de volta aqui, visivelmente pensativo. Seu humor perturbado me levou a oferecer para cozinhar para ele. Eu estava prestes a ir para a cozinha…”
“Esqueça a cozinha por agora! Você percebe o que pode estar escondido atrás dessa porta?”
“Umm… O que exatamente está atrás dessa porta?” Alice ecoou, sua voz trêmula de medo. O sempre calmo Cabeça de Bode agora exibia grande preocupação, o que deixou Alice cada vez mais ansiosa.
“Atrás daquela porta está o reino do subespaço…”
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Duncan, que estava caminhando casualmente pelo convés, parou abruptamente.
O reino do subespaço está atrás daquela porta?
Seus pensamentos foram lançados no caos, lutando com uma revelação profunda.
Seria possível que o nível mais baixo do navio se estendesse para os limites do subespaço? As sugestões do Cabeça de Bode indicavam que navegar pelo subespaço era repleto de perigos. Isso significava que a fenda na porta era uma anomalia perigosa? Que a porta deveria permanecer perfeitamente selada o tempo todo? Ou talvez… Uma força invisível do além estava tentando forçar a porta a abrir…
Naquele momento, Duncan não havia pensado muito sobre isso. Mas agora, ao recordar a resistência inexplicada que sentiu na porta, uma realização sinistra surgiu.
Seria possível… Quando ele tentou fechar a porta mais cedo, uma força misteriosa do reino do subespaço resistiu, impedindo-o de fechá-la completamente?
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