Hora da Recomendação, leiam Fagulha das Estrelas. O autor, P.R.R Assunção, tem me ajudado com algumas coisas, então deem uma força a ele ^^ (comentem também lá, comentários ajudam muito)
Talvez passe a usar mais esse espaço para recomendar outras obras (novels ou outras coisas que eu achar interessante ^^)
Capítulo 621: “A Reunião”
A luz do sol ao redor de Nina finalmente começou a se dissipar. Incerta, ela se aproximou de Taran-El, parecendo ainda estar confirmando se o erudito elfo havia realmente “despertado” de seu estado de torpor fantasmagórico. Depois de examiná-lo de cima a baixo várias vezes, ela finalmente arriscou:
“Senhor El, o senhor realmente despertou?”
Taran-El, no entanto, não lhe deu atenção. Ele apenas franziu a testa, com uma expressão descontente.
Isso fez Nina suspeitar por um momento que a explosão da bola de fogo de antes talvez tivesse sido um pouco forte demais, e que os ouvidos do grande erudito ainda não tivessem se recuperado.
Contudo, alguns segundos depois, Taran-El subitamente reagiu. Ele gesticulou apressadamente para Nina e correu para o lado, curvando-se e começando a ter ânsias de vômito violentas.
Nina se assustou e, sem saber o que fazer, só pôde se aproximar para dar tapinhas nas costas do grande erudito. Apenas quando ele finalmente melhorou um pouco, ela falou, com uma mistura de nervosismo e constrangimento:
“Desculpe, acho que a explosão o deixou atordoado…”
“Não… não é por isso”, disse Taran-El, ofegante e acenando com a mão. A expressão de preocupação de Nina pareceu quase fazê-lo engasgar novamente. Depois de quase meio minuto recuperando o fôlego, o erudito elfo finalmente se endireitou e explicou com uma expressão amarga: “Deve ser por causa do remédio.”
Nina ficou perplexa.
“Remédio? Que remédio?”
“O remédio para me permitir “despertar” neste sonho”, disse Taran-El, recuperando o fôlego enquanto batia no peito com o punho. “Só eu despertei? Vocês viram mais alguém?”
Morris se aproximava naquele momento e, ao ouvir as palavras dele, franziu a testa instintivamente.
“Mais alguém? O que está acontecendo, afinal?”
Taran-El olhou para Morris e, em seguida, varreu com o olhar o ambiente estranho e bizarro ao redor, ainda visivelmente atordoado, mas começou a explicar com seriedade:
“O Guardião dos Segredos da Verdade, o honorável Tad Riel, organizou uma pequena equipe. Eu atuei como consultor. Nós nos reunimos antes do início do sonho e bebemos a poção ‘Corvo de Sangue’…”
“Poção Corvo de Sangue?!” exclamou Morris, chocado, olhando para ele com incredulidade. “Vocês não acham que foram um pouco imprudentes?”
Nina, no entanto, não entendia do que eles estavam falando e não pôde deixar de perguntar:
“Senhor Morris, o que foi? O que é a poção Corvo de Sangue?”
“É uma poção mágica, extraída de vários fungos venenosos, muito perigosa”, explicou Morris. “Ela age diretamente no espírito de uma pessoa. Após um efeito retardado, pode levar a um estado de morte aparente, separando o espírito da carne e deslocando a percepção. É usada como auxílio para interpretar ‘conhecimentos’ extremamente perigosos. Quem bebe a poção pode evitar a fase de contaminação ou maldição letal durante o sono da morte aparente. Mas, como a própria poção é excessivamente perigosa, a Academia da Verdade só permite sua produção e consumo após uma rigorosa revisão acadêmica, com preparativos de segurança detalhados e a confirmação da sua necessidade.”
Enquanto explicava, o velho erudito não pôde deixar de olhar para Taran-El novamente.
“Tenho que dizer mais uma vez… vocês não acham que foram um pouco imprudentes?”
“Mas foi extremamente eficaz. Minha conjectura foi validada. Contanto que se crie à força um “deslocamento espiritual” relativamente forte, podemos despertar no Sonho do Inominado, assim como uma máquina perfuradora ejeta automaticamente as fitas de papel que não atendem ao padrão”, disse Taran-El, abrindo as mãos. “Claro, outra possibilidade era sermos “ejetados” diretamente do Sonho do Inominado de volta ao mundo real. Mas, pelo que parece… o poder deste sonho é maior do que imaginávamos. Mesmo uma morte aparente no plano espiritual só nos permite recuperar a consciência dentro do sonho. Para escapar deste sonho, talvez precisemos de outros métodos de estímulo…”
Ao dizer isso, ele fez uma pausa deliberada, com uma expressão de orgulho no rosto.
“Um cenário de aplicação avançada do ‘Método da Morte Súbita’. A ideia foi minha.”
Morris olhou, boquiaberto, para aquele grande erudito tão renomado quanto ele, e demorou um bom tempo para conseguir dizer alguma coisa:
“… Como o honorável Guardião dos Segredos da Verdade concordou com um plano desses?”
“Ele realmente achou que havia falhas no meu plano”, disse Taran-El, dando de ombros. “Mas eu lhe disse que, embora a situação fosse grave, a prudência deveria vir em primeiro lugar. Então, ele finalmente concordou em começar com um plano mais conservador…”
Morris: “…?”
Ele sempre se considerou bastante radical em sua jornada de pesquisa acadêmica, mas só agora percebia que, em Porto Brisa, essa cidade-estado élfica perto da fronteira, esse grupo de elfos que lidava com “campos de vanguarda” o dia todo era ainda mais impressionante.
“Não faça essa cara, Morris. Na verdade, eu sei com o que você está preocupado. Estamos fazendo algo muito perigoso, e isso não se encaixa no código de conduta de um ‘erudito’”, Taran-El notou a mudança na expressão de Morris e finalmente desfez o sorriso, seu semblante tornando-se sério. “Mas talvez não tenhamos muitas opções.
“Você provavelmente já recebeu a notícia de que uma condição chamada ‘doença do sono’ está se espalhando por outras cidades-estado. Isso está obviamente relacionado ao desenvolvimento do Sonho do Inominado. E, do lado de fora do meu laboratório, uma grande árvore que brotou do sonho para o mundo real está cobrindo meu telhado e varanda com sua copa…
“Então, é hora de correr alguns riscos, porque este mundo não parece que vai nos dar tempo para nos prepararmos para tudo.”
Morris não disse mais nada.
Taran-El, por sua vez, observou novamente o ambiente ao redor. Um momento depois, ele balançou a cabeça.
“Parece que minha primeira tarefa aqui é encontrar os outros.”
“A boa notícia é que todos vocês devem estar dentro do alcance destas ruínas. A má notícia é que o alcance destas ruínas é surpreendentemente grande”, suspirou Morris. “Agora, deixe-me contar a primeira lição para se mover neste sonho: como é a sua primeira vez ‘entrando no sonho’, mesmo que você e seus companheiros estivessem no mesmo quarto no mundo real, após entrar, vocês serão separados aleatoriamente.”
Taran-El olhou para Morris e para Nina, que estava obedientemente parada atrás dele.
Ele não viu os outros seguidores do Capitão Duncan.
Mas era evidente que esses “seguidores do Banido”, que já haviam agido no Sonho do Inominado várias vezes, haviam acumulado muita experiência sobre este vasto sonho.
“Preciso de mais orientação”, disse Taran-El, olhando seriamente para os dois à sua frente.
“O que foi aquilo?!”
Na floresta do lado de fora da Muralha do Silêncio, um Aniquilador de manto negro ergueu a cabeça para o céu, observando, perplexo, a forte luz se dissipar gradualmente. Ele permaneceu assim por um longo tempo, até que por fim deixou escapar um murmúrio.
No entanto, o irmão que agia em conjunto com ele também não soube responder à pergunta — o outro Aniquilador também olhava, atônito, na mesma direção, sem conseguir emitir som por um longo tempo.
Momentos antes, uma enorme bola de fogo havia se erguido das profundezas da floresta. Definitivamente não era algo que deveria aparecer no Sonho do Inominado — ela brilhou sobre a floresta quase como um segundo sol, rasgando todas as nuvens. A luz intensa parecia capaz de penetrar no tempo e no espaço e, no brilho e no impacto da explosão, toda a floresta teve um momento de “agitação”.
As plantas cresceram descontroladamente, a terra tremeu e rugidos inexplicáveis surgiram do nada no ar.
Era tão assustador quanto a erupção de um “fenômeno de erosão”.
Mas esse fenômeno anômalo e aterrorizante durou apenas alguns segundos. Antes que a floresta pudesse sofrer alguma mudança drástica e irreversível, a bola de fogo desapareceu tão subitamente quanto apareceu.
Deixou para trás apenas dois Aniquiladores que, um minuto antes, estavam seriamente montando um “sinete” e agora se entreolhavam na floresta.
Depois de um tempo indeterminado, o cultista que havia exclamado primeiro quebrou o silêncio novamente:
“Aquilo não parecia ser o despertar de Silantis… não é como o que aquele bando de pregadores descreveu.”
“Então pode ser alguma força externa…” disse o outro, baixando a voz sem perceber. “Uma bola de fogo gigante… será que é aquele bando de seguidores do Sol fazendo alguma coisa?”
“Não deveria. O Santo está de olho em cada movimento daqueles seguidores do Sol. Eles não deveriam fazer nada tão fora da linha de repente… e, além do mais, mesmo que eles finalmente decidam romper os laços, não seriam tão impacientes a ponto de fazer isso agora, certo? O ‘momento final’ ainda não chegou.”
Os dois Aniquiladores cochichavam, apreensivos. Depois de um tempo, eles finalmente pensaram em uma mesma possibilidade.
“Não pode ser…” um deles começou, com um tom hesitante e inseguro. “Não pode ser um seguidor ‘Dele’ de novo, pode?”
“‘Dele’?”
“Você sabe de quem estou falando.”
“…Está brincando?” A voz do outro Aniquilador de repente ficou mais tensa. “Esse tipo de comoção… esse tipo de comoção…”
Ele conteve a respiração por um longo tempo antes de finalmente soltar a segunda metade da frase:
“…Que tipo de monstro seria capaz de criar uma comoção dessas? Nós não vamos mesmo ter que lutar contra algo assim, vamos?”
Mesmo sendo cultistas que seguiam o Abismo, ao enfrentar um poder tão incompreensível, eles pareceram finalmente sentir um pingo de medo.
Mas, nesse momento, o som de passos veio de repente da direção da floresta, interrompendo a conversa entre os dois cultistas.
Como pássaros assustados com o som de um arco, os dois se viraram bruscamente na direção do som, mas soltaram um suspiro de alívio ao ver a figura que apareceu diante deles.
Eram seus irmãos.
Eram Dumont, Richard e os outros que haviam se espalhado por diferentes partes da floresta para colocar as marcas.
“Vocês viram aquela bola de fogo gigante que apareceu no céu agora há pouco?” um dos dois não pôde deixar de perguntar. “Será que é um seguidor daquele capitão fantasma?”
“Nós vimos. Foi realmente impressionante”, Dumont assentiu. Sua voz era a mesma de sempre, com uma calma que inspirava confiança nos que o rodeavam. “Mas não se preocupem, não vamos nos deparar com essa força. De agora em diante, todos nós estaremos seguros.”
Os dois Aniquiladores se entreolharam instintivamente.
“Estamos nos preparando para recuar?” um deles perguntou a Dumont. “Parece que todo mundo se reuniu.”
“Sim, todos se reuniram.” Dumont sorriu, caminhando lentamente para a frente, liderando todos com ele. “Só faltavam vocês.”
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