Índice de Capítulo

    Hora da Recomendação, leiam Fagulha das Estrelas. O autor, P.R.R Assunção, tem me ajudado com algumas coisas, então deem uma força a ele ^^ (comentem também lá, comentários ajudam muito)

    Talvez passe a usar mais esse espaço para recomendar outras obras (novels ou outras coisas que eu achar interessante ^^)

    Havia inúmeros fios, emergindo da superfície do mar como cabelos emaranhados, flutuando e subindo no ar como se não tivessem peso — e ainda estavam aumentando, cada vez mais.

    Alice arregalou os olhos, observando a cena com perplexidade e espanto. Em seguida, um brilho de fogo verde-espectral passou por seus olhos. Os olhos de Duncan brilhavam com a mesma chama e, assim, os “fios” que apenas a boneca podia ver também se apresentaram diante de Duncan.

    “São… as pessoas de Porto Brisa?” Alice ficou atônita por um tempo e finalmente quebrou o silêncio, murmurando. “As pessoas desapareceram, mas os fios ainda estão todos aqui?”

    Duncan não falou, apenas olhou com uma expressão séria para os fios finos e densos que flutuavam no ar. Embora não pudesse confirmar com um olhar, ele podia sentir vagamente que havia “fios” demais. Mesmo calculando que uma pessoa pudesse estender cinco fios, o número que eles representavam excedia em muito a população élfica de Porto Brisa. Era como se… os fios da alma de todos os elfos do mundo estivessem reunidos aqui.

    A enorme quantidade fazia com que esses fios contínuos parecessem difusos. Eles flutuavam suavemente no vento, sem forma definida, como uma névoa persistente que pairava sobre as águas de Porto Brisa, trazendo uma beleza… onírica.

    E uma estranheza de arrepiar.

    Alice já havia se recuperado do susto inicial. Ela observava curiosamente o emaranhado de fios na superfície do mar, parecendo um gato que vê inúmeros novelos de lã, com uma expressão de impaciência contida e hesitação. Ela ainda se lembrava do que o capitão costumava dizer, então recolheu cuidadosamente as mãos, esforçando-se para não tocar em nenhum dos fios ao redor, mas seus olhos não paravam de se mover, querendo pegar, mas sem ousar.

    Isso, é claro, não escapou aos olhos de Duncan.

    “Capitão, eu só vou tocar um pouquinho, não vou pegar… quero ver o ‘estado’ deles…” notando o olhar de Duncan, Alice disse com cautela, e estendeu a mão fazendo um pequeno gesto para mostrar que seu “toque de leve” era realmente “de leve”.

    Duncan assentiu silenciosamente, enquanto observava atentamente os movimentos da mão da boneca.

    Ele, é claro, confiava em Alice, mas não confiava muito em sua confiabilidade.

    A boneca obteve permissão e imediatamente mostrou uma expressão feliz. Em seguida, estendeu a mão com cuidado e tocou o fio invisível mais próximo.

    No segundo seguinte, ela soltou uma exclamação baixa e soltou rapidamente o fio.

    Duncan perguntou imediatamente sobre a situação:

    “O que foi?”

    “… Coisa estranha”, Alice olhou para o fio, um pouco atordoada, e murmurou, confusa.

    Duncan franziu a testa ao ouvir.

    “Coisa estranha?”

    “Não sei o que é, mas é diferente dos “fios” que toquei antes”, disse Alice, hesitante, parecendo se esforçar para transformar o que sentia em palavras. “Senti uma coisa… muito, muito grande, escondida na outra ponta do fio, mas essa coisa é difusa e parece estar mudando constantemente…”

    Enquanto falava, ela ergueu a mão e apontou para o lugar mais profundo daquele emaranhado de fios semelhante a uma névoa de gaze.

    “Parece estar escondido lá dentro, mas também não consigo ver.”

    Duncan franziu a testa e olhou para aquela “névoa branca” difusa. Ele não viu a “coisa estranha” que Alice descreveu, mas sabia o que era aquela “coisa estranha”.

    Silantis já havia começado a condensar gradualmente uma entidade mental na consciência racial dos elfos.

    Após uma breve hesitação, ele também estendeu a mão em direção a um fio difuso em seu campo de visão e o tocou com cautela.

    Ele não sentiu nada, mas isso não era surpreendente.

    Afinal, sua capacidade de “ver” os fios invisíveis neste momento era apenas “emprestada” de Alice através da conexão do fogo, e seu uso, é claro, não seria tão fácil.

    “Cabeça de Bode”, após uma breve hesitação, Duncan chamou em sua mente. “Você consegue sentir alguma coisa?”

    “Não”, a voz do Cabeça de Bode soou imediatamente, com um tom de desamparo e pânico. “Desculpe, Capitão, eu…”

    “Não se preocupe, não é sua culpa.”

    Duncan interrompeu as palavras do Cabeça de Bode e, ao mesmo tempo, caminhou até a borda do convés e estendeu a mão para fora do navio.

    Um fogo espiritual verde-espectral se condensou em sua mão e depois caiu no mar como água. A chama se espalhou silenciosamente pela superfície do mar e fluiu em direção aos fios invisíveis flutuantes.

    No entanto, no segundo seguinte, a chama atravessou cada fio invisível, e Duncan não sentiu nenhum “retorno”, como se… aqueles fios estivessem em uma dimensão completamente imperturbável.

    Duncan franziu a testa ao ver a cena, mas não ficou muito surpreso, apenas murmurou para si mesmo, pensativo:

    “… Parece que não é tão fácil.”

    Nesse momento, o som de uma sirene de navio melodiosa vinda do mar distante interrompeu seus pensamentos.

    Duncan olhou imediatamente na direção do som.

    Ele viu uma silhueta imponente emergir na superfície do mar distante, acompanhada pelo som da sirene, como se uma cortina tivesse sido subitamente aberta entre o céu e o mar. Aquela massa colossal, que parecia ter um quarto do tamanho de uma cidade-estado, simplesmente “surgiu” do nada e se moveu em sua direção, diminuindo a velocidade.

    Então, ele gradualmente viu a aparência daquela massa colossal: suas bordas eram íngremes como penhascos, altas muralhas brancas cercavam sua base, e edifícios de alturas variadas estavam localizados em um terreno elevado dentro das muralhas, entre os quais se podiam ver campanários, pináculos e edifícios altos. Aqueles edifícios com paredes externas brancas e telhados azuis não tinham muita atmosfera religiosa, mas sim lembravam a famosa universidade no centro da cidade-estado de Porto Brisa — os dois eram vagamente semelhantes em estilo.

    E ao redor daquela massa colossal, Duncan viu as silhuetas de outros navios — todos eles eram navios de guerra de ponta e avançados, mas na frente da enorme arca, suas figuras pareciam particularmente insignificantes. Duncan quase os ignorou no início.

    Nesse momento, nuvens de névoa branca subiram do topo daquela enorme “cidade móvel”. Os edifícios da academia em suas costas expeliram um fluxo de vapor de grande escala e, em seguida, o som melodioso da sirene atravessou o mar distante e chegou aos ouvidos de Duncan mais uma vez.

    A segunda sirene era algum tipo de sinal, com um leve toque de amizade.

    Duncan já havia percebido o que era.

    Era a “Arca de Peregrinação” da Academia da Verdade e sua frota de escolta!

    Ele já havia visto a Arca de Peregrinação da Igreja do Mar Profundo e ficou profundamente impressionado com aquela enorme “cidade móvel”. Ele sabia que as quatro igrejas dos deuses tinham suas próprias arcas gigantes, e que o tamanho de todas as arcas era semelhante. A massa colossal que apareceu no mar distante era comparável em tamanho à “Nau-Arca da Catedral” que ele vira em Pland, e o estilo dos edifícios em sua parte superior revelava a quem pertencia.

    “Capitão!!” a voz do Cabeça de Bode soou de repente em sua mente, interrompendo os pensamentos de Duncan. A voz deste imediato carregava uma surpresa óbvia e um toque de nervosismo. “É a Arca de Peregrinação da igreja!”

    ‘Eu vi”, Duncan respondeu calmamente. “Por que você está tão em pânico?”

    “É a Arca de Peregrinação da igreja!” O Cabeça de Bode obviamente não entendia por que o capitão ainda podia estar tão calmo. “Aquela coisa não é fácil de lidar. Aquela coisa realmente tem a proteção direta de um deus…”

    “Por que eu deveria lidar com ela?” Duncan respondeu casualmente. “Não estou em guerra com a Igreja dos Quatro Deuses.”

    A voz do Cabeça de Bode ainda soava muito em pânico.

    “Mas Porto Brisa desapareceu! Uma cidade-estado tão grande, agora desapareceu!”

    Duncan ficou perplexo.

    “Não fui eu que fiz isso.”

    Cabeça de Bode:

    “…”

    O pobre imediato pareceu de repente ficar preso na lógica e não soube como continuar a falar, apenas transmitiu uma confusão de pensamentos sem sentido. Duncan, por sua vez, não lhe deu atenção, apenas se virou e caminhou em direção à ponte de comando no convés da popa, assumindo pessoalmente o controle do Banido.

    O enorme navio fantasma “ganhou vida” instantaneamente. As velas espirituais se encheram rapidamente do nada e, em seguida, este enorme navio de guerra à vela virou com uma agilidade inacreditável e navegou diretamente em direção à “Arca de Peregrinação” que parecia uma pequena cidade-estado no mar distante.

    Duncan não hesitou nem um pouco.

    O Cabeça de Bode, no entanto, ficou assustado com a ação sem hesitação do capitão.

    “Capitão?”

    “Vou cumprimentá-los e trocar informações. Eles obviamente não estão apenas de passagem. Deve ter sido o sinal de socorro de Porto Brisa que atraiu a Arca de Peregrinação da Academia da Verdade”, disse Duncan casualmente, enquanto controlava o avanço do Banido. “Eu sei com o que você está nervoso. No último século, o Banido teve algumas experiências desagradáveis com as Quatro Grandes Igrejas, mas você precisa ver as coisas com uma perspectiva de desenvolvimento.”

    “Já tivemos muitos contatos com várias cidades-estado e igrejas. Pessoalmente, acho que essa comunicação ativa e positiva tem sido muito eficaz. Lembra-se do que Lucretia mencionou antes? A Igreja dos Quatro Deuses emitiu um comunicado às cidades-estado, ordenando que cada cidade e cada catedral cooperassem ativamente com as ações da Frota do Banido. Isso mostra que eles já perceberam o zelo do Banido em proteger o mundo civilizado…”

    O Cabeça de Bode ficou atordoado com as palavras de Duncan, mas reagiu rapidamente e lembrou, não sem preocupação:

    “E se… e se não for o caso? Nós não tivemos contato direto com a Arca de Peregrinação da Academia da Verdade, e agora a situação de Porto Brisa é esta. As intenções daquela frota são desconhecidas. Se nos aproximarmos assim, e se houver um mal-entendido…”

    Duncan não falou, apenas sorriu e balançou a cabeça.

    O fogo espiritual queimava em seu corpo, tornando seu corpo etéreo e transparente como se fosse feito de luz. O Banido navegava através da “névoa” tecida por inúmeros “fios”, em direção à Arca da Academia distante. E sob a superfície do mar com suas ondas suaves, estava o reflexo difuso e ilusório do Banido. Aquele reflexo estava sendo gradualmente envolvido por chamas verdes-espectrais, e fios de chama fluíam como água nas ondas que quebravam, tingindo gradualmente toda a área do mar com um brilho de fogo verde-espectral.

    “Se não houver mal-entendido, então não haverá mal-entendido. Se houver um mal-entendido, então não será um mal-entendido. Então, em suma, não haverá mal-entendido.”

    Caso queira me apoiar de alguma forma, considere fazer uma doação

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (3 votos)

    Nota