Hora da Recomendação, leiam Fagulha das Estrelas. O autor, P.R.R Assunção, tem me ajudado com algumas coisas, então deem uma força a ele ^^ (comentem também lá, comentários ajudam muito)
Talvez passe a usar mais esse espaço para recomendar outras obras (novels ou outras coisas que eu achar interessante ^^)
Capítulo 673: Elas Estão se "Comunicando"
Para Porto Brisa, que acabara de despertar de um pesadelo, a visita coletiva das quatro Arcas de Peregrinação parecia outro sonho bizarro e peculiar. As coisas aconteceram de forma tão abrupta que até os eruditos da Academia da Verdade e o Governador pareciam ter recebido a notícia apenas quando as arcas estavam prestes a chegar. O resultado foi que, mesmo quando a Catedral da Tempestade da Igreja do Mar Profundo surgiu no horizonte, os cidadãos do Porto Brisa ainda sentiam uma sensação de irrealidade.
As naus-catedrais dos Quatro Deuses realmente tinham vindo.
Além da Arca da Academia, que estava ancorada ao lado de Porto Brisa desde o incidente do “Sonho do Inominado”, a primeira a chegar foi o santuário da Deusa da Tempestade, Gomona. A Catedral da Tempestade chegou na manhã daquele dia. Quando o glorioso disco de luz do Fenômeno 001 perfurou o céu, este imenso templo de peregrinação emergiu de uma névoa densa no horizonte. Ela e sua frota de escolta se aproximaram pelo oeste da Cidade-Estado e atracaram na costa quando o sino da manhã soou pela terceira vez.
Depois dela, chegou a nau-catedral dos Portadores da Chama. O “Templo dos Portadores da Chama” surgiu no mar acompanhado pelo brilho ascendente do Fenômeno 001, como se a luz do sol ardente tivesse caído no mundo mortal. Ele navegou para fora de uma ilusão de luz solar semelhante a uma chama e atracou entre a Catedral da Tempestade e a Arca da Academia.
A nau-catedral do Deus da Morte, Bartok, foi a última a chegar. O “Santuário da Morte” apareceu em meio a uma névoa escura e densa, ao som de sinos solenes e graves. Sua sombra colossal cresceu e se fortaleceu na névoa, como um cemitério gigante emergindo do reino dos mortos para o mundo dos vivos. Ele e seus dois navios irmãos de escolta — o “Repouso” e o “Insepulto” — atracaram ao lado da Catedral da Tempestade.
As quatro imensas Arcas-Catedrais, cada uma do tamanho de uma pequena cidade-estado, praticamente “cercaram” Porto Brisa. Se não tivessem deixado parte de seus navios de escolta em alto-mar, suas frotas de comboio poderiam ter enchido quase toda a linha costeira do porto. Se alguém olhasse de cima com miopia e astigmatismo, poderia até confundir o Porto Brisa e as Arcas de Peregrinação ao lado, vendo-os como uma única ilha gigante em forma de cruz.
Pela manhã, a prefeitura da cidade emitiu ordens temporárias de bloqueio do porto e proibição de navegação costeira. A Academia da Verdade anunciou que as quatro grandes igrejas realizariam uma “reunião especial a portas fechadas” em Porto Brisa.
Depois disso, cidadãos curiosos se reuniram perto dos portos, disputando os melhores lugares para vislumbrar a magnificência das naus-catedrais. Afinal, as Arcas-Catedrais passavam a maior parte do tempo navegando por rotas secretas no Mar Infinito, e era raro para uma pessoa comum vê-las. Desta vez, não apenas apareceram na Cidade-Estado, mas as quatro arcas surgiram juntas. Nem mesmo um elfo de vida longa veria tal cena muitas vezes em sua vida.
Na academia da Cidade-Estado, na costa oeste, na torre mais alta, Duncan estava na varanda, observando a direção da linha costeira.
Como não tinha nada para fazer, ele ficou ali, observando as naus-catedrais de cada igreja aparecerem uma a uma. A cena era bastante espetacular.
“Vocês e suas Arcas-Catedrais realmente têm muitos truques na manga”, ele comentou casualmente.
“Para mover uma ‘embarcação’ tão massiva rapidamente pelo mar, apenas a força das máquinas a vapor não é suficiente”, disse Tad Riel, que estava ao lado de Duncan na varanda da torre, sentindo o vento. Ele explicou: “Cada Arca-Catedral é tanto um navio quanto um ‘item transcendental’. Aquelas catedrais e academias enormes não são apenas decoração; elas canalizam o poder dos deuses para a dimensão real, conferindo às arcas características incríveis, como viajar rapidamente em tempestades, atravessar névoa e chamas, ou ficar invisível aos olhos mortais, acalmando as tempestades no mar…”
Duncan virou a cabeça, um pouco curioso. “E a Arca da Academia da Verdade, em que tipo de ‘milagre’ ela se baseia para navegar rapidamente?”
“… Engenharia excepcional. Construímos duzentos e sessenta grupos de motores. A força bruta resolve.”
Duncan ficou confuso. “…?”
“Fazer as máquinas funcionarem, as teorias se concretizarem e os paradoxos se efetivarem, isso por si só é parte do ‘milagre’ de Lahm”, disse Tad Riel, rindo ao notar a expressão sutil no rosto de Duncan. “Os mesmos grupos de motores não funcionariam em outras naus-catedrais. O fato de não explodirem no local já seria um sinal de sua excelente manufatura.”
“… Os ‘milagres’ dos deuses são realmente incríveis.”
Duncan balançou a cabeça com uma expressão peculiar. Depois de um murmúrio baixo, ele desviou o olhar para a linha costeira distante.
Ele já tinha visto a Catedral da Tempestade da Igreja do Mar Profundo e a Arca da Academia da Academia da Verdade, mas era a primeira vez que via o “Santuário da Morte” do Deus da Morte e o “Templo dos Portadores da Chama” da Chama Eterna. Assim como as outras duas naus-catedrais, estas duas Arcas de Peregrinação também eram muito distintas.
O Templo dos Portadores da Chama tinha uma aparência antiga e solene. A enorme base da arca era coberta por um aglomerado de edifícios de pedra cinza-claro, de alturas variadas. Esses edifícios, de aparência austera e misteriosa, eram completamente diferentes do estilo arquitetônico comum das cidades-estado contemporâneas, parecendo mais “templos antigos” recriados diretamente de pinturas históricas. A estrutura mais proeminente era uma enorme plataforma no centro do complexo arquitetônico — colunas de pedra solenes cercavam a plataforma, em cujo topo ardia uma chama intensa. No centro das chamas, podia-se ver um “pilar gigante” de formato estranho, muito semelhante ao “cajado” que Vanna recebeu de Tarukin. Era, evidentemente, o “Pilar das Eras” venerado pelos Portadores da Chama.
O “Santuário da Morte” era muito mais sombrio. Edifícios góticos, predominantemente pretos, eram a “paisagem” mais comum naquela arca. Sua instalação principal era um templo escuro como uma grande pirâmide, localizado em um terreno elevado no centro da arca, cercado por altas torres e emitindo uma atmosfera lúgubre, como a de um túmulo. À primeira vista, Duncan entendeu por que muitas pessoas simplesmente chamavam a Arca de Peregrinação do Deus da Morte de “A Grande Necrópole”. A semelhança era notável.
E acima de cada uma das arcas, Duncan via projeções etéreas, como espíritos, flutuando no ar, invisíveis a olho nu.
Ele ergueu a cabeça, observando com o rosto sério aqueles “espíritos flutuando sobre o mundo mortal”.
Membros fantasmagóricos, semelhantes a tentáculos de fumaça e névoa, emanavam daquelas projeções espirituais, flutuando silenciosamente sobre toda Porto Brisa, como almas caóticas. Elas não interferiam umas com as outras, mas ocasionalmente alguns “tentáculos” fantasmagóricos se estendiam de seu “corpo principal” para tocar os tentáculos estendidos de outras arcas.
Duncan notou esse “contato”. Ele sentiu instintivamente que esses toques apressados… não pareciam ser uma coincidência, mas algo intencional.
Ele até sentiu que o toque de alguns tentáculos fantasmagóricos parecia… um high-five.
Alguns dos “espíritos” que emanavam da direção do porto flutuaram até perto da torre da academia, pairando ao redor da varanda.
Duncan hesitou por um momento, olhou para Tad Riel, que não parecia estar prestando atenção, e então esfregou os dedos discretamente.
Uma chama espiritual etérea surgiu no ar e tocou suavemente os “espíritos da arca” que vagavam no ar, invisíveis aos olhos mortais. Com uma percepção cautelosa, ele tocou os… “pensamentos” que fluíam entre aqueles “espíritos”.
Ruídos estranhos e baixos ecoaram na mente de Duncan. Em seguida, dentro daqueles ruídos estranhos, surgiram informações que podiam ser compreendidas. Ele ouviu sussurros não humanos vibrando no tempo e no espaço… Elas estavam se “comunicando”!
A vibração penetrou em sua consciência:
“… Tempo bom, hein.”
“É, mais ou menos. Este lugar é muito quente.”
“Melhor que o norte. Meus tentáculos congelaram e ficaram duros…”
“Seus tentáculos não caíram todos há muito tempo?”
“Membro fantasma.”
“Sobre o que eles vão conversar hoje?”
“Como eu vou saber? Acabei de acordar.”
“… Hã? Eu também acabei de acordar. Sobre o que eles vão conversar hoje, afinal?”
“…Não pergunte. Todos acabamos de acordar.”
Duncan ficou perplexo. “…?”
Tad Riel finalmente notou a expressão subitamente estranha no rosto de Duncan, e mais ainda, a chama etérea que cintilou brevemente no ar. O Guardião dos Segredos da Verdade ficou tenso de repente. “Aconteceu alguma coisa?”
Teria sido melhor se ele não tivesse perguntado. Com a pergunta, a expressão no rosto de Duncan ficou ainda mais estranha.
Mas antes que o Guardião dos Segredos da Verdade ficasse tão nervoso a ponto de ter outro problema gastrointestinal, Duncan finalmente conseguiu controlar sua expressão quase descontrolada, enquanto reprimia à força a sensação extremamente bizarra em sua mente. Ele manteve a calma o máximo possível e olhou para Tad Riel. “… As arcas conversam entre si?”
“As arcas? Conversam?” Tad Riel ficou surpreso. “O que isso quer dizer?”
A expressão no rosto do guardião não parecia falsa. Duncan percebeu imediatamente que isso provavelmente era outro “segredo” especial conhecido apenas pelo núcleo. Pensando que nem mesmo Vanna conhecia muitos dos segredos da Catedral da Tempestade, ele balançou a mão. “Se você não sabe, então não é nada.”
Tad Riel instintivamente quis perguntar mais alguma coisa, mas no instante antes de abrir a boca, um sinal de alerta surgiu em seu coração.
Ele fechou a boca sabiamente.
Duncan, oportunamente, mudou de assunto: “As quatro arcas dos deuses já se reuniram. Onde exatamente será a assembleia? Dentro da cidade de Porto Brisa?”
Tad Riel balançou a cabeça e explicou pacientemente: “Porto Brisa não é adequada para realizar a assembleia. Por um lado, tal reunião pode afetar as pessoas comuns na Cidade-Estado. Por outro, a reunião foi convocada de repente, e a cidade não fez preparativos. Além disso, há considerações de sigilo.
“A informação que recebi é para aguardar ordens. Como o assunto que vamos discutir aponta diretamente para a Grande Aniquilação e envolve as fundações do mundo, até mesmo uma palavra dita casualmente por alguém na assembleia pode desencadear consequências imprevisíveis. Mesmo Suas Santidades os Papas devem considerar cuidadosamente o local da reunião.
“Eles estão em suas respectivas arcas, comunicando-se com a vontade divina através de ecos psíquicos, buscando revelação. O local final da assembleia provavelmente será escolhido entre as quatro arcas.”
Duncan deu de ombros com indiferença. “Tudo bem, então esperarei pacientemente. Espero que não demore muito.”
Tad Riel assentiu. No entanto, no segundo seguinte, o Guardião dos Segredos da Verdade de repente franziu a testa — ele pareceu ouvir uma voz vinda de longe, e sua expressão tornou-se instantaneamente estranha.
“O que foi?”, perguntou Duncan, curioso ao notar a mudança.
Tad Riel ficou em silêncio por alguns segundos, com uma expressão de desorientação. “… Na Quinta Arca…”
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