Índice de Capítulo

    Hora da Recomendação, leiam Fagulha das Estrelas. O autor, P.R.R Assunção, tem me ajudado com algumas coisas, então deem uma força a ele ^^ (comentem também lá, comentários ajudam muito)

    Talvez passe a usar mais esse espaço para recomendar outras obras (novels ou outras coisas que eu achar interessante ^^)

    A figura de cabelos negros e curtos, vestindo um manto branco, passou por ele. O breve olhar no momento do cruzamento pareceu apenas uma ilusão de Duncan. Ele viu o outro se dirigir às profundezas do Fenômeno 004, atravessar uma parede e desaparecer silenciosamente de sua vista.

    ‘Observadores do Apocalipse… Equipe de Exploração do Fim…’

    Esses nomes, que inevitavelmente geravam todo tipo de associações, finalmente fizeram Duncan incapaz de conter sua curiosidade. Ele se virou para o alto guia ao seu lado: “Qual é a missão dessas pessoas?”

    “Entrar no fluxo do tempo, confirmar se o abrigo está funcionando de acordo com o projeto original do criador dentro do período de tempo conhecido, e confirmar o carimbo de data/hora do colapso do sistema.”

    O Guardião da Tumba disse calmamente, enquanto continuava a guiar Duncan para as profundezas desta “Tumba do Rei Sem Nome”.

    E a resposta deste “Guardião da Tumba” já havia provocado uma onda de choque no coração de Duncan.

    ‘Observadores que viajam no fluxo do tempo, uma equipe de exploração que rastreia o apocalipse… são realmente eles?!’

    Duncan ergueu a cabeça abruptamente, seu olhar varrendo as paredes e colunas de estilo antigo do corredor ao redor. Logo, ele pensou em outra coisa: “Que lugar é este, afinal?”

    Assim que fez a pergunta, ele a achou um tanto estranha, pois parecia óbvia. Mas, por alguma razão, ele sentiu que o guardião à sua frente entenderia sua intenção.

    Os passos do guardião pararam por um instante quase imperceptível.

    “Este é o primeiro posto de observação de Creta — e será o último”, uma voz grave e calma chegou aos ouvidos de Duncan. “Há muito, muito tempo, havia mil e duzentos postos de observação deste tipo, e nós controlávamos diretamente dez deles.”

    Duncan ficou surpreso por um momento. De repente, ele se lembrou de um texto que lera certa vez:

    “… Para evitar repetir os erros do Rei dos Sonhos e do Rei dos Gigantes Pálidos, Ele dividiu aquele projeto, fazendo com que o mundo mortal não tivesse mais reinos, e que os reinos se transformassem em mil e duzentas cidades, e ordenou que aquele clã governasse as dez cidades iniciais, dando-lhes o nome de ‘Creta’…”

    As características estilísticas do Fenômeno 004 foram explicadas. Era, de fato, uma ruína deixada pelo antigo Reino de Creta. Esta ruína funcionou continuamente por dez mil anos, e mesmo depois de se tornar um “Fenômeno”, continuou a operar!

    Ao mesmo tempo, o que estava registrado no Livro da Blasfêmia foi confirmado mais uma vez. As “mil e duzentas cidades” mencionadas no livro existiram de fato, mas não se referiam a mil e duzentas cidades-estado, e sim a mil e duzentos “postos de observação do apocalipse”!

    Pessoas conhecidas como a “Equipe de Exploração do Fim” partiram daqui, entrando no fluxo do tempo para monitorar o funcionamento do “abrigo” e determinar a “fronteira do tempo” em que o abrigo atingiria seu limite…

    Um vislumbre de uma paisagem ampla apareceu de repente no canto de seu olho. Duncan despertou de seus pensamentos, erguendo a cabeça e olhando para a frente com alguma surpresa.

    Em algum momento, ele, sob a liderança do “Guardião da Tumba”, já havia atravessado a passagem que parecia não ter fim. Depois de passar por uma porta alta, a cena diante de seus olhos se abriu de repente. Não apenas se abriu, mas já não parecia estar dentro de um “edifício”!

    Ele viu uma praça, uma praça sob um céu amarelado, que parecia grande o suficiente para acomodar dezenas de milhares de pessoas.

    A porta da passagem onde Duncan estava ficava em um lugar alto, com uma rampa de pedra inclinada que levava à borda da praça. A praça era coberta por enormes e planas lajes de pedra cinza-esbranquiçadas, e uma ampla avenida a atravessava. Ele também viu pilares solenes com um leve brilho metálico de ambos os lados da estrada. O topo dos pilares parecia ter tido uma estrutura mais complexa, mas já havia se desgastado e desmoronado com a longa erosão do tempo. Em toda a praça, podiam-se ver várias estruturas enormes em colapso, que pareciam ter sido muitas portas e pilares. E a única coisa intacta à vista era o enorme trono na praça.

    O trono escuro se erguia no centro da praça, seu encosto alto, como se olhasse para tudo ao redor. Uma luz caótica, como a do crepúsculo, envolvia o céu sobre a praça. Sob esta luz amarelada, as ruínas em colapso pareciam envoltas em uma… solidão quase eterna.

    Por alguma razão, uma sensação de desolação surgiu no coração de Duncan. Parecia que as ruínas em colapso e empoeiradas à sua frente traziam uma atmosfera pesada, que o comoveu.

    O Guardião da Tumba, vestindo um manto branco, já havia passado por Duncan. Ele subiu a rampa inclinada e caminhou silenciosamente em direção à praça em ruínas.

    Duncan hesitou por um momento e o seguiu em silêncio.

    Eles desceram a rampa e chegaram à ampla avenida que atravessava toda a praça, caminhando lentamente entre duas fileiras de altos e solenes pilares de pedra. O olhar de Duncan ocasionalmente varria os arredores, observando as ruínas que outrora foram gloriosas e imponentes, mas que agora estavam em colapso e dilapidadas.

    Ocasionalmente, visões do passado apareciam diante de seus olhos. Ele via pessoas vestindo mantos brancos ou túnicas cinzas curtas aparecerem do lado de fora dos pilares. Elas caminhavam apressadamente pela praça, ou se dirigiam às grandes portas abandonadas nas bordas, ou se reuniam em certos lugares para conversar, como se discutissem algo.

    Ele podia imaginar como este lugar já fora movimentado e importante. Na era da gênese, quando o “Rei Rastejante” ainda ajustava o projeto do novo mundo, quando o antigo Reino de Creta ainda atuava como “assistente” do criador na construção deste mundo, eles se reuniam aqui, trabalhando arduamente para estabelecer o abrigo, planejando a prosperidade da civilização para os próximos dez mil anos.

    Naquela época, a Grande Aniquilação acabara de terminar, as ruínas contínuas causadas pela grande colisão de mundos ainda flutuavam no mundo mortal, e a ordem de todas as coisas era efêmera; naquela época, as reuniões dos reis aconteciam repetidamente, as duas primeiras longas noites já haviam fracassado, mas a Terceira Longa Noite já mostrava um vislumbre de esperança; naquela época, as tropas conhecidas como a “Equipe de Exploração do Fim” atravessaram a cortina do tempo, como uma força de vanguarda para inspecionar as fronteiras do abrigo — as fronteiras na dimensão do tempo; naquela época, o Mar Infinito talvez tivesse acabado de se formar, as cidades-estado ainda não haviam sido estabelecidas, o “Sol” ainda não havia nascido, os primeiros “humanos” ainda dormiam no banco de dados do Rei Rastejante, e na longa noite, apenas as luzes do antigo Reino de Creta iluminavam brevemente este mundo caótico…

    Naquela época, este lugar ainda não se tornara o Fenômeno 004. Havia mil cento e noventa e nove outros postos de observação como este, espalhados pelas cinzas da Grande Aniquilação, esperando o momento em que o novo mundo se abrisse.

    Agora, tudo já havia se dissipado com o vento.

    Restavam apenas estas ruínas desoladas e em colapso, flutuando nesta fenda fora do mundo real, provocando os pensamentos e as infinitas conjecturas no coração de Duncan.

    O alto guardião da tumba caminhava lentamente na frente de Duncan, como se passeasse pelo corredor do tempo. Quando outra equipe de exploração do fim passou entre os pilares de pedra, ele quebrou o silêncio de repente: “Faz muito tempo que eles não enviam notícias.”

    “… Eles enlouqueceram”, disse Duncan em voz baixa.

    “Oh.”

    O Guardião da Tumba assentiu e continuou a caminhar lentamente para a frente.

    Depois de um tempo, ele falou, como se para si mesmo: “No início, eles enviavam muitas informações. No primeiro ciclo de contato após a partida, eles enviaram notícias da era das cidades-estado. Depois, da ascensão e queda da aliança do mar distante na escuridão.”

    “Eles mencionaram o desaparecimento do Reino de Creta e, com alegria, o aparecimento do ‘Sol’. As informações que eles enviaram continham muitas coisas inconcebíveis, que não pareciam ter sido projetadas, mas nos cálculos subsequentes do criador, o aparecimento daquelas coisas parecia ser inevitável…”

    O guardião parou, ergueu a cabeça e olhou para o enorme e escuro trono no centro da praça. Depois de um longo silêncio, ele balançou a cabeça levemente.

    “Depois, as notícias deles foram se tornando cada vez mais raras, e às vezes… apareciam alguns conteúdos que não conseguíamos entender. Parecia que eles haviam mergulhado muito fundo no fluxo do tempo, ou ido muito longe, o que já ultrapassava nosso plano inicial…”

    “Muitas vezes, as notícias que eles enviavam eram contraditórias e fora de ordem, e essa situação se tornou cada vez mais frequente na fase final. O cálculo do criador julgou isso como um fenômeno normal, porque o abrigo é um modelo finito. Ele se centra aqui, como uma luz iluminando o deserto, e o tempo é a distância que a luz se estende. Quanto mais distante, mais a escuridão indefinida controla tudo… Na fronteira do tempo, se eles não conseguissem encontrar outra luz, isso significaria que realmente não havia nada a relatar…”

    O guardião ficou em silêncio. Depois de um tempo desconhecido, ele falou novamente em voz baixa, como se para si mesmo: “Faz muito tempo que eles não enviam notícias…”

    Duncan não disse nada.

    Ele já havia chegado diante do trono negro, que parecia ter sido feito para um gigante. Ele ergueu lentamente o olhar para a figura no trono.

    Um corpo sem cabeça estava sentado silenciosamente no trono, e inúmeros cabos e tubos gigantescos, como vasos sanguíneos e nervos que se estendiam de dentro do corpo, estavam entrelaçados, conectando todo o corpo, conectando as inúmeras interfaces e soquetes no trono. Algumas das interfaces ainda piscavam com uma luz fraca, e uma espécie de fluxo luminoso, que parecia ter vida, fluía em alguns tubos, entrando e saindo continuamente do corpo.

    No instante em que viu o corpo sem cabeça no trono, o olhar de Duncan mudou ligeiramente. Ele se lembrou abruptamente de uma cena que Tad Riel lhe descrevera, que vira no Subespaço. Mas, mais do que essa lembrança, o que o surpreendeu, e até mesmo o deixou um tanto sem saber o que fazer, foi uma certa… familiaridade que emanava do corpo.

    Ele ergueu a cabeça, chocado, e encarou o corpo no trono por quase um minuto antes de não resistir a perguntar: “No Subespaço, há um corpo sem cabeça sentado em um trono escuro…”

    “Essa é a sombra dele”, disse o Guardião da Tumba em voz baixa. “O criador levou seu corpo, mas só conseguiu levar uma parte. Ele foi despedaçado, mas não apenas seu corpo foi dividido. Sua memória, alma, sombra, pensamento, passado e futuro… todos foram pulverizados na Segunda Longa Noite. O criador trouxe este corpo para cá, e a sombra permaneceu onde ele morreu originalmente.”

    Duncan se virou abruptamente, olhando nos olhos do Guardião da Tumba. Ele sentiu que a familiaridade que o corpo no trono lhe trazia estava se tornando cada vez mais forte, o que finalmente o fez perguntar: “Quem, afinal, está no trono?”

    “Sasroka — o criador o usou como protótipo para criar o primeiro ‘Creta’ (create).”

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