Índice de Capítulo

    Hora da Recomendação, leiam Fagulha das Estrelas. O autor, P.R.R Assunção, tem me ajudado com algumas coisas, então deem uma força a ele ^^ (comentem também lá, comentários ajudam muito)

    Talvez passe a usar mais esse espaço para recomendar outras obras (novels ou outras coisas que eu achar interessante ^^)

    No convés do Banido, Vanna aproximou-se rapidamente de Duncan: “O Maré enviou uma comunicação. Um grande número de ‘objetos humanoides’ também flutuou até eles e colidiu com o casco. Os ‘objetos humanoides’ após a colisão permanecem flutuando perto deles, como se puxados por uma corrente marítima invisível…”

    “O comandante do Inquieto, Orlando, também enviou uma comunicação”, a figura de Agatha também emergiu da sombra ao lado de Duncan. “O navio deles está cercado por objetos humanoides flutuantes… e algo está se reunindo sob a água, batendo no casco do fundo. O som das batidas pode ser ouvido em quase todo o convés inferior…”

    Ela fez uma pausa, como se ouvisse um som vindo de longe, e acrescentou: “A comandante do Réquiem, Polegini, disse que ouviu um sussurro perto da casa de máquinas, que poderia ter vindo de debaixo d’água. Havia uma voz, que falou em sua mente:

    “‘Vocês se tornarão eles, como nós.'”

    Ouvindo estas informações das outras naus capitânias da frota conjunta, Duncan franziu a testa ligeiramente. Ele prestou atenção especial às notícias vindas do Réquiem: “É contaminação mental?”

    “Ainda não se pode ter certeza. A Bispa Polegini está passando por uma calibração mental na capela. Pelo que parece, ela pode realmente ter ouvido algum ‘eco’ que paira nesta área marítima.”

    “Há algum relato de danos aos navios?” Duncan pensou por um momento e perguntou em seguida.

    “No momento, não”, Vanna balançou a cabeça e disse. “Todas as colisões foram causadas apenas por aqueles ‘objetos humanoides’ flutuando com a corrente e batendo nos cascos. Elas não representam uma ameaça física para os couraçados… no entanto, alguns navios relataram que seus motores a vapor e Máquinas Diferenciais estão emitindo ruídos anormais, parecendo ter sofrido uma leve contaminação. Mas, no geral, o nível de contaminação permanece baixo e, após a realização dos rituais de apaziguamento, todos se recuperaram.”

    Duncan assentiu com uma expressão séria e não falou por um momento, apenas olhando para a superfície do mar ao longe.

    Aquelas figuras humanas escuras, como troncos de árvores no mar, continuavam a flutuar da direção da “linha de fronteira de seis milhas náuticas” envolta em névoa, como inúmeros afogados entrando no alcance da frota conjunta. Aparentemente sem vida, mas como se impulsionadas por uma força invisível, flutuavam em direção a cada navio, colidindo continuamente com os cascos, batendo no fundo dos navios.

    Esses sons perturbadores estavam criando pressão mental em cada navio.

    Mas, para a elite da igreja, que passara por um treinamento rigoroso, esse nível de pressão mental não deveria ser um problema — então Duncan não se preocupou muito.

    Após uma breve reflexão, ele ordenou que toda a frota se movesse lentamente para a frente novamente.

    “Já estamos muito perto da fronteira de seis milhas náuticas”, Lucretia não pôde deixar de lembrar seu pai. “Ainda vamos continuar avançando? Na região da fronteira, os métodos de navegação convencionais já não são tão precisos. Precisamos deixar alguma margem de segurança… caso contrário, cruzaremos a fronteira acidentalmente.”

    “Nós não vamos ‘cruzar a fronteira'”, Duncan olhou para Lucretia, enquanto parte de sua atenção estava focada em sentir todo o navio. “Fique tranquila, Lucy, eu tenho a ‘carta náutica’ mais precisa do mundo. Ela pode marcar a posição e a distância de navegação do Banido no Mar Infinito em tempo real. Se ainda não virmos o ‘santuário’ a seis milhas náuticas, eu pararei.”

    Lucretia abriu a boca, como se quisesse dizer algo mais, mas, ao notar o sorriso confiante e gentil de Duncan, ela engoliu as palavras que queria dizer.

    Duncan, por sua vez, voltou parte de seu “olhar” para a cabine do capitão.

    Ele podia “ver” claramente que a “carta náutica” sobre a mesa do camarote estava “funcionando” como de costume, mudando lentamente com a navegação do Banido.

    A névoa na carta náutica se dissipava lentamente, e a trajetória de navegação do Banido refletia-se claramente na borda da carta. O navio navegava muito lentamente, e o que se apresentava na carta era um deslocamento mínimo, quase imperceptível a olho nu. Mas, para Duncan, que podia controlar com precisão o estado de todo o navio, mesmo as mudanças na carta que eram imperceptíveis a olho nu não escapavam à sua percepção.

    E na superfície do mar ao redor do Banido, mais objetos humanoides continuavam a flutuar de longe, e o número parecia ter aumentado um pouco.

    De repente, Duncan percebeu que algo parecia ter aparecido na borda da carta náutica.

    Na névoa, uma “marca de navegação” não registrada apareceu no pergaminho.

    No instante em que percebeu a mudança na carta náutica, ele ergueu a cabeça e olhou na direção que a proa do Banido apontava.

    Nas profundezas da névoa, a silhueta tênue de uma terra estava emergindo gradualmente.

    Exatamente na linha de fronteira de seis milhas náuticas!

    “É terra!” Nina correu para a plataforma de popa e, enquanto arregalava os olhos para a sombra que se tornava cada vez mais clara na névoa, gritou alegremente. “Terra apareceu!”

    Sim, terra apareceu, e a terra que apareceu nesta direção era, sem dúvida, o alvo da frota conjunta desta vez — o ninho que os Aniquiladores chamavam de “Santuário”.

    Logo, os vários navios de guerra da igreja que seguiam o Banido também observaram o contorno da terra. Ao perceberem que o “Santuário” estava localizado no ponto crítico de seis milhas náuticas, todos ficaram tensos instantaneamente.

    Na popa de cada navio de guerra da igreja, grandes nuvens de vapor branco foram liberadas da capela do navio, e óleo sagrado foi injetado nos braseiros. Os marinheiros, enquanto recitavam silenciosamente os nomes de suas respectivas divindades, corriam para seus postos de artilharia. Os sacerdotes, vestindo túnicas, subiram ao convés e começaram a aspergir água benta nos canhões, acender incenso e abençoar as balas de canhão com orações.

    E, ao mesmo tempo, objetos humanoides escuros continuavam a flutuar da superfície do mar na direção do “Santuário”, e objetos flutuantes ainda batiam nos cascos dos navios de vez em quando. O som perturbador de “tum, tum” nunca parara, batendo no fundo de cada navio, como se batesse no coração de todos.

    Com uma nuvem de confetes coloridos passando, Lucretia chegou ao posto de observação no topo do mastro. Ela observou a “ilha” que aparecera ao longe através da névoa de baixa visibilidade e, depois de um tempo, voltou ao convés, ao lado de Duncan.

    “Dá para ver algumas luzes na ilha, mas nenhum sinal de atividade. Uma aura de morte paira sobre esta área, sinto que algo não está certo.”

    Ouvindo o relatório de Lucretia, Duncan apenas assentiu levemente e, em seguida, acenou para o lado.

    A pomba branca e gorda desceu voando imediatamente do mastro próximo, pousando com um “baque” no ombro de Duncan.

    Duncan se virou com uma expressão um tanto sutil e olhou para a pomba em seu ombro: “… Você deveria pensar em emagrecer.”

    Ai inclinou a cabeça e enfatizou sua posição em voz alta: “Me dá 50! Me dá 50!”

    “… Deixa pra lá”, Duncan suspirou, sem mais dar atenção à tagarelice da pomba, e deu-lhe uma ordem mentalmente.

    No segundo seguinte, chamas furiosas surgiram subitamente no corpo de Ai, transformando-o em uma pomba de ossos esqueléticos, que voou diretamente para o céu.

    A pomba de ossos, envolta em chamas, passou pela névoa como um meteoro invertido, aproximando-se da ilha negra e indistinta de uma altitude elevada.

    Duncan, que permanecera no convés do Banido, semicerrou os olhos.

    Com a visão compartilhada pelas chamas, uma perspectiva aérea, um tanto abstrata e distorcida, mas com detalhes vagamente discerníveis, começou a se formar em sua mente.

    Ai se aproximava rapidamente da costa da ilha. Da visão transmitida, Duncan viu a borda da ilha, que parecia ter sido rasgada por algo, irregular e assustadora. Ele também viu um porto secreto, estreito e escondido, que seria difícil de encontrar se não fosse observado do ar. E, mais para o interior da ilha, ainda era possível discernir estradas e alguns edifícios de alturas variadas, e muitas coisas estranhas e pontiagudas, como estalagmites, estavam distribuídas pela ilha. A escala parecia grande, mas não era possível distinguir o que eram exatamente.

    Como Lucretia relatara, não havia sinais de atividade na ilha.

    Uma enorme frota conjunta, um farol de chamas ardendo na névoa, um pássaro gigante e estranho envolto em chamas sobrevoando o porto de perto — se tudo isso junto não conseguisse provocar uma reação dos Aniquiladores entrincheirados na ilha, só havia uma possibilidade.

    “Parece que não há ninguém na ilha — pelo menos, não se veem pessoas vivas.”

    Duncan disse, virando-se para Lucretia ao seu lado, enquanto mantinha a visão compartilhada com Ai.

    As pessoas no convés se entreolharam.

    “Não há pessoas vivas na ilha…” Vanna arregalou os olhos, virando-se para olhar na direção da ilha. “Fugiram todos? Ou morreram? Ou…”

    Ela parou de repente, seu olhar passando pelo convés com uma estranheza, e finalmente pousou no “esboço humanoide” que ainda estava deitado silenciosamente no convés, guardado pela boneca Luni.

    “… Notifiquem o pessoal do Mar Profundo e da Morte, precisamos nos aproximar daquela ilha, todos sigam. Não se percam na névoa.”

    Sob a ordem de Duncan, toda a frota começou a se aproximar lentamente daquela ilha negra, irregular e com uma aura perturbadora.

    A ilha ao longe tornava-se cada vez mais clara e, à medida que a distância diminuía, apresentava cada vez mais detalhes que pareciam deslocados.

    “A borda dela parece um fragmento arrancado de um todo muito maior”, Duncan descreveu aos outros a cena vista da perspectiva de Ai. “Estamos nos aproximando de sua costa oeste. Aqui está cheio de estruturas rochosas, mas entre os penhascos, há uma hidrovia escondida que leva a um porto interno — o terreno lá parece plano.”

    “É grande o suficiente para um navio como o Banido entrar?” Nina perguntou curiosamente ao lado.

    “Deve ser, mas não pretendo entrar assim — e os outros navios também não”, disse Duncan, pensativo. “Ainda não sabemos os detalhes da ilha. Minha ideia é que a frota pare em frente àquela ‘garganta’ e, em seguida, organize um grupo para desembarcar em pequenos botes. Depois de ter uma ideia geral do ponto de desembarque, enviaremos mais pessoas para a costa.”

    Os outros assentiram.

    E, nesse momento, Duncan pareceu sentir algo e ergueu a cabeça de repente, olhando para a frente.

    Ele viu que o grande navio, que servira de “tocha de fogo espiritual” durante todo o caminho, capturado dos cultistas, estava acelerando lentamente.

    Sua velocidade aumentava cada vez mais, como se de repente tivesse se libertado de suas rédeas, e, sem receber ordens de Duncan, avançou diretamente em direção à “Ilha Santuário”.

    Parecia ter perdido o peso, leve como uma rajada de vento.

    Em um piscar de olhos, já havia cruzado a superfície do mar enevoada e chegado diante do penhasco com inúmeras rochas gigantescas e irregulares na borda da ilha.

    E então, colidiu sem hesitação.

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