Índice de Capítulo

    Hora da Recomendação, leiam Fagulha das Estrelas. O autor, P.R.R Assunção, tem me ajudado com algumas coisas, então deem uma força a ele ^^ (comentem também lá, comentários ajudam muito)

    Talvez passe a usar mais esse espaço para recomendar outras obras (novels ou outras coisas que eu achar interessante ^^)

    Aquela voz etérea e ilusória desapareceu em um instante, como se nunca tivesse existido.

    Alice piscou no “túnel” escuro, um pouco confusa com o que acabara de ouvir. Ela suspeitou que tinha escutado errado, mas…

    O capitão havia dito que, em lugares bizarros como este, qualquer coisa que ouvisse ou visse deveria ser relatada imediatamente, mesmo que fosse uma alucinação visual ou auditiva.

    Então, ela imediatamente apertou com força o braço de Duncan: “Capitão, eu ouvi uma voz agora mesmo!”

    “Uma voz?”, Duncan se virou instantaneamente, fitando os olhos da boneca na escuridão. “Que voz?”

    Alice imediatamente contou ao capitão o que tinha ouvido — incluindo o ruído curto e irreconhecível, e o estranho “nome” LH-03, “Líder do Horizonte Três”.

    No túnel escuro e infinito, os olhos de Duncan se arregalaram lentamente. Ele olhou para a boneca à sua frente com um olhar excepcionalmente estranho e espantado, e então um traço de compreensão surgiu em seus olhos.

    Então era isso… Era isso?!

    Com uma enxurrada de pensamentos confusos e suposições surpreendentes inundando sua mente, ele instantaneamente compreendeu muitas coisas — e, quase ao mesmo tempo, percebeu que no canto de seu olho apareceram luzes e sombras densas e magníficas.

    Duncan, atônito, virou-se bruscamente na direção em que as luzes e sombras surgiram.

    No segundo seguinte, ele viu o “céu estrelado” localizado no firmamento das Profundezas Abissais —

    Uma luz estelar magnífica apareceu no final do “túnel”. Era uma paisagem grandiosa tecida por milhares de estrelas, nuvens de formação estelar e nuvens de alta radiação. Um rio de estrelas atravessava a escuridão sem fim, e corpos celestes gigantescos em violenta explosão foram rasgados em uma névoa luminosa que se espalhava entre as galáxias. Tudo isso era como uma cortina infinitamente suntuosa e brilhante, que se lançou na visão de Duncan e Alice com um ímpeto avassalador!

    Os olhos de Duncan se arregalaram instantaneamente.

    Este era o “céu estrelado” que os capitães que navegavam no Mar Infinito conheciam bem. Era o cenário de estrelas localizado entre o Plano Espiritual e as Profundezas Abissais, mas que, em circunstâncias normais, só podia ser observado através de uma complexa Lente do Plano Espiritual, “olhando de cima”. Os marinheiros do mundo mortal só podiam lançar um olhar cauteloso através de lentes espessas e camadas de proteção, mas aqui, a aparência mais autêntica e todos os detalhes deste céu estrelado se refletiam em seus olhos.

    Duncan e Alice aceleraram sua “queda” em direção àquele céu estrelado estático. Puxados por uma força invisível, eles estavam entrando rapidamente na “camada do firmamento” acima das Profundezas Abissais.

    Eles caíram naquela “luz estelar” e começaram a passar rapidamente entre os corpos celestes estáticos.

    Após um momento de hesitação, Duncan tentou estender a mão para aquela luz estelar desconhecida.

    Uma estrela laranja-amarelada brilhante passou por sua palma, como uma ilusão — ele notou que pontos de luz estelar também surgiram em sua palma ao mesmo tempo, mas os dois claramente não interferiam um no outro.

    Então, ele de repente notou que Alice ao seu lado estava anormalmente quieta — em circunstâncias normais, a boneca já deveria estar tagarelando ao ver um céu estrelado tão magnífico.

    No entanto, Alice apenas arregalou os olhos e olhou ao redor, como se toda a sua atenção tivesse sido capturada por algo. Aquela luz estelar esplêndida e brilhante se refletia em suas pupilas roxo-escuras, saltando com um brilho vibrante. Depois de um bom tempo, a boneca de repente levantou a mão, apontou para uma certa direção e murmurou para si mesma, como se estivesse sonhando: “Coordenadas desalinhadas.”

    Duncan franziu a testa: “O que você disse?”

    Alice, no entanto, parecia não ter ouvido a voz do capitão. Ela continuou a observar a luz estelar ao redor e, em seguida, levantou a mão para apontar em outra direção: “Coordenadas desalinhadas.”

    “Coordenadas desalinhadas.” “Coordenadas desalinhadas.” “Coordenadas desalinhadas…”

    Alice falava rapidamente, seus olhos varrendo constantemente a luz estelar, como se estivesse se esforçando para encontrar algum tipo de “referência” que pudesse ajudá-la a encontrar a direção. E justo quando Duncan estava prestes a “despertá-la” à força, ela parou de repente, como se tivesse acordado de um sonho confuso, e se virou para Duncan, atordoada: “… Relatório, sistema de navegação com defeito.”

    Ela parou, parecendo um pouco mais lúcida do que antes. Bateu na própria cabeça e depois coçou o cabelo, confusa: “Ah… Capitão, agora mesmo, um monte de coisas estranhas apareceram de repente na minha cabeça…”

    Duncan agarrou o braço de Alice, e fios de luz de fogo percorreram a ponta de seus dedos. Ao mesmo tempo, ele suavizou a voz e perguntou baixinho: “O que você viu?”

    “Estrelas… Havia linhas entre as estrelas, e números e símbolos”, o olhar de Alice ainda tinha um traço de confusão. Ela respondia à pergunta do capitão, mas uma parte de sua mente parecia ainda estar processando outras coisas. “Eu deveria encontrar um caminho, desviar daquelas armadilhas gravitacionais em colapso… mas as coordenadas estão desalinhadas, nós… não temos uma rota segura…”

    Ela ergueu a cabeça, confusa, e olhou para o “céu estrelado” ao redor. Aquelas estrelas em estado de estase pareciam registrar uma viagem distante. No passado remoto, em um universo que já pereceu, houve uma cena assim, e ela já viajou por aqui, guiando os últimos refugiados a encontrar um caminho para escapar… mas escapar… escapar do quê?

    Uma luz vermelho-escura em constante expansão surgiu em sua mente.

    O universo inteiro está em desvio para o vermelho… as estrelas estão se desintegrando, o espaço físico está em colapso… a estrutura da matéria está se desfazendo… o sistema de servomecanismo está emitindo um guincho de colapso iminente…

    A nave está prestes a se desintegrar, a cabine de navegação já está em chamas… Ativando backup de desastre.

    Alice arregalou os olhos. As informações caóticas e barulhentas em sua mente pareceram ser apagadas por uma força poderosa em um instante. Ela balançou a cabeça e, enquanto as articulações de seu pescoço se afrouxavam ligeiramente, ela esqueceu as coisas confusas que estavam em sua cabeça momentos antes.

    Uma chama quente queimava silenciosamente ao seu lado. A força vinda da chama gradualmente estabilizou sua mente. Ela se virou e viu o capitão parado ao seu lado, lançando-lhe um olhar preocupado: “Alice, não pense em coisas estranhas por enquanto.”

    Alice pensou um pouco e balançou a cabeça, confusa: “Capitão, agora mesmo eu pareci ter visto alguma coisa… mas esqueci!”

    “… Eu sei, mas não tem problema, esqueça se esqueceu”, disse Duncan em voz baixa, dando um tapinha no braço de Alice. “Vamos encontrar as respostas agora mesmo.”

    “… Oh.” Alice assentiu, meio que entendendo.

    Duncan não disse mais nada, apenas manteve as chamas com cautela para proteger a mente de Alice, enquanto lançava um olhar sério para as profundezas deste rio de estrelas.

    Uma série de informações surgiu em sua mente e finalmente começou a se conectar—

    Havia um “instantâneo holográfico” de estrelas estáticas aqui, que, ao longo dos tempos, flutuou na camada do “firmamento” das Profundezas Abissais, fornecendo “navegação” para os navegadores de todo o mundo;

    O mestre das Profundezas Abissais, o Senhor das Profundezas, era chamado de Líder do Horizonte Um, número de série LH-01;

    Alice, ao entrar naquele “portão negro”, ouviu brevemente uma voz que a chamou de LH-03, Líder do Horizonte Três;

    O Deus da Sabedoria, Lahm, cujo nome verdadeiro era LH-02, Líder do Horizonte Dois, e sua imagem nas escrituras dava a Duncan a sensação de ser um grande servidor com inúmeras luzes piscando em sua superfície;

    Dez mil anos atrás, uma nave espacial chamada Nova Esperança caiu nesta “ruína do mundo”. Parecia ter tentado escapar do apocalipse de seu universo natal, mas na fase final da viagem, sofreu uma desintegração, dividindo-se em três partes…

    Três partes, correspondendo exatamente a três “unidades centrais” modulares…

    Duncan exalou suavemente, deixando os pensamentos tempestuosos em sua mente se acalmarem gradualmente, e olhou de soslaio para a boneca que o seguia obedientemente.

    Agora… ele finalmente sabia o que a cópia do Senhor das Profundezas havia inserido na carcaça desta boneca, nas profundezas do mar de Geada.

    A luz estelar à frente estava gradualmente chegando ao fim. Nas profundezas da camada do firmamento, havia inúmeras ilhas flutuantes despedaçadas flutuando no espaço escuro e caótico.

    As Profundezas Abissais.

    Um membro de osso negro com inúmeros espinhos ferozes desceu do céu, cravando firmemente uma massa de carne disforme que corria descontroladamente pela terra, expandindo-se e contraindo-se, contra as pedras.

    Aquela massa, conhecida como “Demônio do Medo”, soltou uma série de guinchos agudos e aterrorizantes, mas, por mais que se debatesse, não conseguia se libertar do membro de osso. Quase em um piscar de olhos, ela murchou rapidamente como um balão furado. Inúmeras nuvens de fumaça turva evaporaram de sua superfície, e a parte restante se transformou em uma “lama” viscosa e fluida, que foi rapidamente absorvida pelo membro de osso.

    O imponente membro de osso se curvou para cima. No centro de doze membros simétricos, um Demônio Abissal de grande porte, que mantinha parte da forma de uma mulher humana, erguia lentamente a cabeça.

    Shirley varreu com um olhar calmo os numerosos destroços nesta terra desolada — Cães de Caça Abissais despedaçados, Aves da Morte se debatendo e pulando no chão, Águas-vivas de fumaça e Demônios do Medo derretendo-se gradualmente em lama, e aquele crânio negro flutuando torto no céu, com a luz vermelha em suas órbitas piscando.

    Mais demônios abissais se reuniam mais longe, parecendo um tanto hesitantes.

    Demônios abissais não têm coração, mas mesmo demônios sem coração, quando a ameaça atinge um certo nível, têm algum instinto de autopreservação — pelo menos, o propósito de se reunirem aqui não era para servir de alimento para um demônio mais forte.

    Shirley movia seus doze longos membros, como se estivesse andando no chão com asas curvas de osso. Ela caminhou lentamente em direção ao fim da planície desolada. De vez em quando, um demônio gravemente ferido, por não conseguir desviar a tempo, era perfurado por suas “pernas longas”, transformando-se em alimento absorvido pelos membros.

    No início, ela ainda se sentia enojada com isso, e ainda tentava escolher o chão limpo, evitando ao máximo “comer” essa lama nauseante.

    Mas agora ela não se importava mais tanto.

    “Shirley… relaxe…”

    Ela apenas resmungava baixinho, passando por entre inúmeros demônios gravemente feridos, em direção a uma direção que ela considerava correta.

    O crânio negro e esfarrapado voou para o lado com um medo quase palpável, desviando do caminho deste “invasor bizarro”.

    No entanto, o olhar de Shirley não permaneceu neste crânio por um segundo sequer.

    Ela apenas resmungava, continuando a andar lentamente para a frente: “… Não tenha medo.”

    Os demônios na planície, aterrorizados, abriram caminho.

    Caso queira me apoiar de alguma forma, considere fazer uma doação

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (1 votos)

    Nota