Índice de Capítulo

    Hora da Recomendação, leiam Fagulha das Estrelas. O autor, P.R.R Assunção, tem me ajudado com algumas coisas, então deem uma força a ele ^^ (comentem também lá, comentários ajudam muito)

    Talvez passe a usar mais esse espaço para recomendar outras obras (novels ou outras coisas que eu achar interessante ^^)

    Duncan tinha confiança em sua memória — ele se lembrava perfeitamente da aparência da pedra que Cão havia jogado fora, e agora, ele também tinha certeza de que a pedra na mão de Alice era a mesma.

    O próprio Cão logo percebeu o que havia acontecido. Ele olhou, atônito, para a pedra na mão da boneca: “… Que coincidência? Caiu na sua mão?!”

    “Não”, Alice balançou a cabeça imediatamente, com uma expressão de quem achava óbvio. “Eu a peguei de volta.”

    “Você… a pegou de volta?” Shirley ficou com uma expressão de quem tinha visto um fantasma, seus olhos fixos na boneca. “Como você a pegou de volta? De acordo com o que Cão disse, essa coisa não deveria ter caído em algum lugar aleatório das Profundezas Abissais?”

    Alice começou a pensar, parecendo ponderar sobre como explicar a Shirley este processo que nem ela mesma conseguia entender. Então, gesticulando, ela disse: “É que, quando estávamos falando sobre onde as coisas que caem daqui poderiam parar, eu fiquei curiosa para saber onde a pedra estava, e então a encontrei, e depois a peguei… foi isso…”

    Enquanto falava, Alice fez um gesto casual de pegar algo do ar, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Mas sua explicação não só não foi compreendida por Shirley, como até o cachorro ficou confuso.

    No entanto, Duncan, que estava ao lado, franziu a testa de repente, pensando em algo instantaneamente—

    ‘O comportamento anormal de Alice ao atravessar o céu estrelado estagnado… LH-03, unidade central de navegação!’

    Sua expressão mudou ligeiramente. Ele imediatamente se abaixou e pegou outra pedra do chão. Depois de mostrá-la a Alice, ele a atirou com força na vasta escuridão fora da ilha flutuante.

    Como antes, a pedra desapareceu da vista de todos alguns metros após deixar o alcance da ilha.

    Duncan se virou e olhou nos olhos de Alice: “Você sabe para onde ela foi? Consegue pegá-la de volta?”

    Ele mal havia terminado de falar quando Alice já havia erguido a mão e lhe entregado uma pequena pedra escura, com uma expressão feliz e orgulhosa no rosto: “Aqui está, a pedra!”

    Apesar de já ter suas suspeitas, ao ver a boneca pegar a pedra com tanta simplicidade e casualidade, Duncan não pôde deixar de ficar atônito por alguns segundos. Ninguém viu como Alice a “pegou” de volta, nem mesmo ele!

    Foi como se o processo tivesse sido pulado. “Endereçamento”, “caminho” e “chegada” foram todos comprimidos em uma fenda de tempo inobservável, e apenas o “resultado” foi apresentado.

    Shirley, ao lado, finalmente não conseguiu conter seu palavrão: “… Caralho, que absurdo…”

    Cão, por sua vez, pareceu ter percebido algo na mudança de expressão do capitão. Ele virou a cabeça, confuso: “O senhor sabe como ela fez isso?”

    A expressão de Duncan era um pouco grave. Após uma breve hesitação, ele assentiu levemente: “… A outra identidade de Alice, pode se chamar ‘LH-03’.”

    Cão ficou atônito, e desta vez, em uníssono com Shirley: “… Caralho, que absurdo…”

    “… Podemos discutir isso mais tarde. Talvez obtenhamos mais respostas depois de ver o Senhor das Profundezas”, Duncan acenou com a mão, não continuando com o assunto. Em vez disso, seu olhar se fixou em Alice. “Você consegue nos levar até o ‘fundo’?”

    Alice inclinou a cabeça e, enquanto apoiava a testa, aproximou-se cuidadosamente da beira da terra despedaçada e olhou para a “luz” abaixo, parecendo se esforçar para pensar e observar algo.

    Depois de um bom tempo, ela recuou alguns passos e apontou para a vasta escuridão fora da ilha: “Aqui, há inúmeras linhas e ‘caminhos’, alguns dos quais conectam as coisas abaixo. Podemos descer.”

    Ela mal havia terminado de falar quando Duncan, ao lado, deu um passo à frente: “Deixe-me ver.”

    Enquanto falava, Duncan colocou a mão no ombro de Alice. Ao mesmo tempo, um brilho de fogo esverdeado, como uma ilusão, surgiu no fundo dos olhos de Alice—

    Uma estrutura enorme, complexa e quase assustadora surgiu na visão de Duncan.

    Ele viu o mundo através dos olhos da boneca — pelo menos, uma parte do mundo.

    Ele viu fios finos e infinitos, como cabelos, crescendo do fundo das Profundezas Abissais, conectando-se ao antigo céu estrelado estagnado acima. Ele viu inúmeras linhas se cruzando entre as estrelas, algumas mergulhando abaixo, outras desaparecendo nas profundezas do céu estrelado. Ele também viu… “estruturas tubulares” indistintas espalhadas na escuridão fora da ilha flutuante. Elas se cruzavam, se partiam, mudavam constantemente, como algum tipo de “caminho” fora de controle. Um olhar era suficiente para causar tontura, era impossível discernir qualquer padrão, muito menos ver o quadro completo.

    Duncan franziu a testa. Ele realmente viu a enorme estrutura de linhas e caminhos, mas apenas “viu”. Ele não conseguiu discernir nenhum padrão, e era impossível encontrar o início e o fim de qualquer caminho em um curto período de tempo. Este emaranhado nas Profundezas Abissais era como um “bloco de dados criptografados” para ele, como um código embaralhado.

    No entanto, através da conexão estabelecida pelo fogo, ele podia sentir vagamente o estado de Alice no momento. Ela não achava que a enorme quantidade de informação em sua visão fosse caótica.

    Tudo aos seus olhos estava em perfeita ordem. Os caminhos confusos naquele céu estrelado e a rede de linhas na escuridão poderiam enlouquecer todos os acadêmicos do mundo, mas para ela… parecia que, a qualquer momento, ela podia calcular o início e o fim de qualquer caminho.

    E mesmo naquele momento, ela estava calculando incessantemente. Uma enorme atividade de computação, que nem ela mesma conseguia perceber, estava operando ruidosamente no fundo de sua mente, sem parar.

    Duncan piscou. No fundo das inúmeras linhas que permeavam todas as Profundezas Abissais, ele viu, em transe, Alice se virar de repente. Ela sorriu levemente, sem abrir a boca, mas sua voz entrou diretamente em seus ouvidos—

    “Bem-vindo ao banco de dados de navegação da Nova Esperança. Ele armazena as características gravitacionais e os parâmetros de calibração de bilhões de estrelas, e pode deduzir em tempo real as mudanças de posição relativa de qualquer corpo celeste no espaço profundo para calibrar o mapa estelar… Nós atravessaremos as estrelas e, no fim da velocidade da luz, chegaremos ao nosso novo lar ()&()%… Nós sobreviveremos e reconstruiremos o mundo de outrora…~*&”

    A voz feminina suave, como uma transmissão de sistema, gradualmente se encheu de ruído. A voz, com atraso e desafinação, tornou-se gradualmente vaga e, em um momento imperceptível, cessou abruptamente.

    Alice ainda estava observando seriamente o espaço escuro fora da ilha flutuante. Ela claramente não havia se virado, nem havia aberto a boca.

    Duncan ergueu a mão e dissipou a chama que o conectava a Alice.

    As linhas e os caminhos tubulares vertiginosos em sua visão desapareceram instantaneamente.

    Alice se virou, sorrindo alegremente: “O senhor viu tudo, certo? Eu não estava errada, né?”

    “Eu vi, mas temo que só você possa completar a ‘navegação’ a seguir”, Duncan respirou fundo e olhou seriamente para a boneca. “Você nos leva para baixo.”

    Alice ficou atônita por um momento e disse rapidamente: “Mas eu não sei como levar as pessoas…”

    “Não se preocupe, eu sei. Nós vamos te seguir. Você só precisa confiar no seu julgamento e avançar sem hesitar. Consegue fazer isso?”

    Vendo a expressão excepcionalmente séria do capitão, Alice ficou um pouco nervosa, mas finalmente assentiu, sua expressão também se tornando séria: “Sim, eu consigo!”

    Duncan assentiu levemente e recuou meio passo, abrindo os braços.

    Uma chama esverdeada subiu aos céus, girando e subindo, e gradualmente se espalhou a partir dele, e depois em direção a Shirley, Cão e Alice.

    Ele se lembrou da experiência de se “fundir” com Ai e, em seu coração, lembrou suavemente: “Shirley, relaxe, não tenha medo.”

    “Eu… não tenho medo!”, a voz de Shirley veio imediatamente de lado. “É o Cão que está com medo!”

    Os ossos de Cão tremiam como se estivessem no modo de vibração. Enquanto tremia, ele teimava: “Não, não, não diga bobagens, eu, eu, estou relaxado, o capitão, ele, ele… ele sabe de tudo!”

    Duncan sorriu e balançou a cabeça. Nas chamas ascendentes, seu olhar se voltou para a boneca à sua frente: “Alice, vamos.”

    Alice assentiu e, sem hesitar, virou-se e caminhou em direção ao vazio sem fim fora da ilha flutuante—

    Uma bola de fogo esverdeada e crepitante desapareceu na escuridão que se aproximava.

    Ao mesmo tempo, nas profundezas da Ilha do Santuário na dimensão real, Lucretia e Morris, que guardavam vigilantemente o portão negro, ouviram simultaneamente um estrondo estranho e baixo.

    O som parecia vir das profundezas do portão, atravessando a “porta” que ondulava lentamente como mercúrio e era escura como lama, ecoando em camadas pela caverna.

    Em um momento de transe, Morris pensou ter ouvido uma série de palavras vagas, das quais só conseguiu distinguir algumas: “LH-03… reconexão…”

    “Você ouviu alguém falando?”, o velho estudioso despertou instantaneamente do transe e se virou para a “Bruxa do Mar” ao seu lado.

    “Não”, disse Lucretia imediatamente, enquanto olhava fixamente para o portão negro cuja superfície se contorcia constantemente. “Mas senti… que algo está prestes a sair daqui.”

    Quase ao mesmo tempo, Morris também sentiu as auras de malícia e loucura. Certas existências caóticas e frenéticas pareciam ter finalmente descoberto esta fenda para a dimensão real e começaram a se aproximar.

    Morris teve que suprimir temporariamente suas dúvidas e, em seguida, viu uma entidade emergir da escuridão contorcida. Um Demônio Abissal distorcido e bizarro se espremeu para fora do portão, entrando na dimensão real.

    Lucretia ergueu instantaneamente a “batuta de maestro” em sua mão, transformando-a em uma foice negra que brilhava com uma luz fria, enquanto Morris, ao ver a forma do demônio, ficou atônito por um momento.

    Foi a primeira vez que ele viu um demônio invadindo a dimensão real com aquela aparência.

    Após um momento de espanto, ele e Lucretia se entreolharam.

    “… Por que esta Ave da Morte só tem uma perna?”

    “Não sei… vamos matá-la primeiro e depois vemos.”

    “É verdade.”

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