Capítulo 738: Batidas na Porta

Um estrondo etéreo soou de repente, a tela à sua frente mergulhou em completa escuridão, e no segundo seguinte, Zhou Ming sentiu todos os sons se afastarem dele. A ventoinha do computador silenciou, o zumbido da geladeira não muito longe também cessou gradualmente, e todo o quarto mergulhou em um silêncio mortal e estranho. A atmosfera ao seu redor… estava mudando.

E tudo isso aconteceu depois que ele digitou as palavras “Singularidade Inversa” na caixa de pesquisa.

Ele piscou, empurrou a cadeira para trás e se levantou da mesa do computador.

A cadeira deslizou para trás sem fazer barulho, e seu levantar também não produziu nenhum som. Uma caneta na beira da mesa foi derrubada e caiu no chão em silêncio.

Nesses breves segundos, Zhou Ming chegou a pensar que havia perdido a audição.

Então, ele confirmou que o problema era o ambiente ao redor — o quarto estava escurecendo.

A luz desapareceu. Tudo no quarto foi gradualmente coberto por uma sombra caótica. Todas as coisas perderam suas cores no ambiente cada vez mais escuro. As cortinas com estampas florais primeiro se tornaram um bloco de cor cinza-esbranquiçada, seguidas por sua mesa, cadeira e cama. Os objetos em sua visão se tornaram cinza-esbranquiçados um por um, e então foram gradualmente engolidos pela escuridão que subia…

Como se as várias unidades de um sistema enorme estivessem sendo desligadas uma a uma, o “quarto” aos olhos de Zhou Ming se transformou em um espaço caótico e sombrio em uma dúzia de segundos. E quando as paredes ao redor também desapareceram, a verdadeira escuridão preencheu sua visão.

Zhou Ming ficou parado, olhou ao redor, e nesta escuridão que desceu de repente, ele sentiu uma… familiaridade inexplicável e uma estranha sensação de paz.

Depois de um tempo, sua “visão” pareceu se adaptar ao ambiente escuro. Nas profundezas do caos, alguns contornos indistintos atraíram sua atenção.

Zhou Ming hesitou por um momento, e então, pela posição e distância daqueles contornos, ele associou a algo e imediatamente caminhou em direção a eles.

Nas profundezas da escuridão caótica, algumas coisas apareceram em sua visão — eram vários “modelos” realistas, flutuando onde deveria ser o fundo do quarto.

O Banido, o Carvalho Branco, Pland, Geada…

E a “Árvore do Mundo”, Silantis, que flutuava no ar, girando lentamente.

Eles flutuavam neste espaço escuro e infinito, que parecia ter perdido toda a vida, como se fossem os únicos objetos restantes neste “mundo”.

Zhou Ming olhou, atônito, para essas “coleções” flutuando ao seu redor. Seus pensamentos se agitaram, e inúmeras perguntas e suposições surgiram em sua mente.

Por quê? O que isso significa? O que isso está tentando me comunicar?

Silantis, como um bonsai flutuante, girava na escuridão, como se tivesse flutuado para sua frente sem querer. Parte de seus galhos se estendeu lentamente no vazio, como se estivesse percebendo o ambiente, ou talvez apenas crescendo inconscientemente. Zhou Ming olhou para esta pequena “Árvore do Mundo”, hesitou por um momento e estendeu o dedo em sua direção.

No instante em que estendeu a mão, ele notou que seu corpo havia mudado de aparência em algum momento. A luz das estrelas havia substituído seu corpo de carne e osso. Galáxias densas e nebulosas brilhantes, como uma névoa, preenchiam seu corpo, e essas estrelas estavam estagnadas dentro dele, assim como… a ilusão do antigo céu estrelado no firmamento das Profundezas Abissais.

Mas os dois pareciam ter diferenças.

Zhou Ming olhou para seu braço, surpreso, mas antes que pudesse pensar mais, seus dedos já haviam tocado um galho daquela Árvore do Mundo.

Em um instante, uma quantidade de informação tão vasta que era impossível de ser compreendida pela mente humana inundou sua “mente”. Em meio aos fragmentos de informação que o atingiram como uma tempestade, ele sentiu como se tivesse viajado por eras e jornadas infinitas em um piscar de olhos — deuses primitivos, os primeiros seres vivos, árvores gigantes, florestas, rios, montanhas, civilizações, memórias…

Zhou Ming recuou abruptamente meio passo, e a informação tempestuosa recuou subitamente. Ele abriu os olhos na escuridão e viu que Silantis ainda girava livremente no mesmo lugar. Os galhos que se estendiam da borda de sua copa ocasionalmente batiam no Carvalho Branco, ocasionalmente em Pland, ocasionalmente em Geada…

Zhou Ming ficou atônito por vários segundos antes de voltar a si. Ele olhou para a cena à sua frente e murmurou com um tom estranho: “Silantis, não incomode seus colegas de quarto.”

Então ele ergueu a cabeça e olhou novamente para a escuridão sem fim à sua frente.

Antes que o “quarto” desaparecesse, aqui deveria ser a parede onde a estante estava, o fim de seu apartamento, a barreira que o prendia aqui — a casca do “casulo”.

Mas agora todo o quarto havia desaparecido, e a escuridão aqui parecia não ter fim.

Zhou Ming hesitou por um tempo, levantou-se lentamente e caminhou em direção àquela escuridão, tateando à sua frente. Ele andou com cautela, como se temesse bater na parede de suas memórias.

Felizmente, ele andou com muita cautela.

Porque, quase que instantaneamente, ele encontrou uma barreira invisível. Algo duro e frio o bloqueou na escuridão. Ele sentiu seu braço bater na barreira, e então empurrou com força, mas descobriu que a barreira não se movia.

O quarto havia desaparecido, mas a casca do “casulo” ainda existia. Ele ainda não conseguia sair daqui. A escuridão, que parecia não ter fim, era apenas parte da casca dura.

Zhou Ming parou diante da casca invisível. Depois de bater em vão algumas vezes, ele desistiu e se virou para olhar de onde viera.

Todos os móveis do quarto haviam desaparecido, incluindo o computador. Apenas uma porta ainda se erguia silenciosamente nas profundezas da escuridão. Era a única “saída” deste espaço.

“Alguém pode me explicar?”, após um silêncio desconhecido, Zhou Ming falou de repente. Ele perguntou à escuridão e, embora soubesse que essa “conversa consigo mesmo” poderia parecer um pouco boba, ele disse com extrema seriedade: “Isso é algum tipo de ‘resposta’?”

Ninguém na escuridão respondeu à sua voz.

Depois de um tempo, ele falou novamente: “Isso é uma explicação para a palavra-chave ‘Singularidade Inversa’? Ou é apenas algum tipo de ‘demonstração’ de significado incerto, para me ajudar a entender minha própria essência ou o que posso fazer?”

A escuridão permaneceu em silêncio.

“Alguém pode me informar em detalhes — o que diabos vocês pretendiam ao enviar uma fatia do universo de 0,002 segundos pela linha do tempo? Onde posso encontrar meu manual de instruções?”

“Vocês não têm suporte pós-venda? Uma civilização que se desenvolveu até o fim do tempo e nem sequer deixa um guia do usuário? Alô? Alô—”

“Tem alguém aí?”

Ninguém, ele estava sozinho na escuridão.

No longo vazio após o universo natal ser despedaçado pela Grande Aniquilação, a única mente remanescente ainda operava, desnorteada, neste “casulo” duro e escuro. E a única diferença em relação aos longos anos do passado era que esta mente, pela primeira vez, percebeu o quão vasto era o vazio ao seu redor.

O tempo passou por um período desconhecido. Zhou Ming sentiu que poderia ter ficado em pé, sem sentido, nesta escuridão por um século inteiro, antes de finalmente suspirar suavemente.

“Não há nada aqui…”

Ele resmungou, um pouco zombeteiro, e então se sentou no chão na escuridão, preparando-se para descansar — embora seu corpo inacreditável, cheio de luz estelar, não parecesse sentir cansaço.

E neste momento, quando ele estava prestes a se sentar, Zhou Ming vislumbrou algo com o canto do olho. Ele viu uma “borda brilhante” muito, muito fina, quase imperceptível a olho nu, passar de repente pela borda de sua visão, piscando na escuridão.

Ele arregalou os olhos.

Era uma linha fina.

No segundo seguinte, ele já havia agarrado a linha fina sem hesitar. A leve sensação de resistência em sua mão lhe disse que esta linha era real… não era uma ilusão!

Zhou Ming ergueu a mão instantaneamente e observou a linha fina de perto. Depois de um tempo, ele começou a tentar encontrar a origem desta linha.

A linha vinha de fora da barreira invisível… de fora do “casulo”.

Zhou Ming levantou-se lentamente, segurando a linha fina. Ele viu que a linha, quase imperceptível a olho nu, parecia passar sem obstáculos pela “barreira invisível” que ele não conseguia quebrar de forma alguma, flutuando levemente na escuridão infinita do lado de fora. A outra extremidade da linha desaparecia nas profundezas do vazio, sem que se pudesse ver para onde ia, nem a que estava conectada.

Zhou Ming puxou a linha em sua direção algumas vezes, sentindo apenas que ela parecia não ter fim. A leve resistência que sempre vinha do outro lado o impedia de continuar a puxar com força, temendo quebrar esta única “conexão” com o mundo exterior.

Depois de um tempo, após alguma hesitação e reflexão, ele finalmente se decidiu. Ergueu lentamente o dedo, conjurou uma pequena bola de fogo esverdeada e aproximou a chama cuidadosamente do fio.

Quase em um piscar de olhos, a pequena chama, como se puxada por uma força invisível, mergulhou completamente nas profundezas do fio.

Então, sua conexão com a chama foi interrompida.

Zhou Ming piscou, e esta situação sem precedentes o deixou um pouco atônito.

Sua conexão com a chama foi interrompida! Completa, total, sem nenhum resquício!

E antes de hoje, mesmo em um lugar como as Profundezas Abissais, separado por uma dimensão, sua conexão com a chama nunca havia sido completamente interrompida!

Seria o problema desta linha? Ou seria por causa da proteção da barreira invisível?

Zhou Ming pensou, mas só pensou por alguns segundos, e de repente sentiu sua mão ficar vazia — a linha fina havia desaparecido.

Então, antes que ele pudesse reagir, um zumbido baixo soou de todas as direções. Em seguida, todas as luzes e cores retornaram subitamente diante de seus olhos. Como se as várias unidades de um sistema brevemente desligado estivessem voltando a ficar online, com uma luz e uma sombra estonteantes, as paredes, as janelas, o teto, o chão, todos os móveis do quarto reapareceram com um estrondo!

Zhou Ming ficou um pouco atordoado com a mudança repentina. Ele instintivamente recuou alguns passos e se apoiou na prateleira ao lado. Os galhos de Silantis caíram, roçando seu braço.

“Nenhum aviso… pelo menos é a minha ‘casa’…”

Zhou Ming resmungou, balançando a cabeça enquanto olhava ao redor para confirmar as mudanças no quarto. Então, como se sentisse algo, ele de repente ergueu a cabeça e olhou para perto.

Quase ao mesmo tempo em que ele ergueu a cabeça, um som soou, ecoando no apartamento silencioso—

“Toc, toc, toc…”

Alguém estava batendo na porta.