Hora da Recomendação, leiam Fagulha das Estrelas. O autor, P.R.R Assunção, tem me ajudado com algumas coisas, então deem uma força a ele ^^ (comentem também lá, comentários ajudam muito)
Talvez passe a usar mais esse espaço para recomendar outras obras (novels ou outras coisas que eu achar interessante ^^)
Capítulo 842: Uma Alternativa Bem Ponderada
Duncan observou por um longo tempo o cubo flutuando na ponta do tentáculo do Sol Negro, observando as informações em sua superfície que pareciam ter sido transmitidas com grande esforço.
Ele imaginou. Imaginou por quais métodos, por quais processos, aquele pequeno bloco de metal foi enviado a este mundo — a esta era.
Esta era uma carta, uma carta enviada do novo mundo para o velho mundo. No entanto, todas as informações que poderiam provar isso haviam sido apagadas por alguma força. Seu criador talvez tivesse tentado inúmeros métodos para garantir que o cubo pudesse “declarar sua origem”, mas parece que nenhum desses esforços teve sucesso. No entanto, o insucesso não significava falta de sentido.
Sua própria existência era uma interpretação. Embora essa interpretação parecesse ser apenas uma conjectura extremamente audaciosa do Sol Negro, naquele momento, Duncan estava mais do que disposto a acreditar que essa conjectura era a única resposta correta.
E neste silêncio, o tremor baixo e em camadas do Sol Negro finalmente quebrou a quietude: “A tecnologia de fabricação e o modo de operação deste cubo estão além da minha compreensão — além de qualquer sistema de conhecimento que existe ou já existiu em qualquer cidade-estado, e também excede a tecnologia que eu conheço de qualquer mundo antes da Grande Aniquilação.
“Por outro lado, se considerarmos a ‘intencionalidade’, não consigo encontrar nenhuma razão para alguém fabricar e colocar este cubo na Criação do Mundo. Sem mencionar que, mesmo com o poder dos Reis Antigos, seria impossível enviar algo para dentro da Criação do Mundo. Portanto, a única explicação que consigo pensar é que este cubo veio de um mundo e uma era que não consigo conhecer.
“Eu conheço toda a história deste abrigo. A única coisa que não conheço é o futuro.
“Aquele futuro relacionado ao ‘novo mundo’.”
A coroa solar, gloriosa e ilusória, na borda do Sol Negro, expandia-se lentamente. Seus tentáculos, castigados pelas chamas, estendiam-se no mar de fogo e se enrolavam lentamente.
E seu tentáculo, que se estendia por uma longa distância até a porta da mansão, permanecia firmemente diante de Duncan, como se segurasse um tesouro, sustentando com cuidado o pequeno e despretensioso cubo de metal.
“Usurpador do Fogo, esta carta não tem destinatário. Alguém, ou algumas pessoas do novo mundo, fizeram de tudo para enviá-la a esta era, mas não puderam garantir que o cubo chegasse com precisão às mãos de alguém… mas tenho a sensação de que é para você.”
Duncan mal conseguia descrever seus sentimentos naquele momento. Ele olhou para os símbolos e padrões na superfície do cubo. Embora toda a escrita estivesse borrada e confusa, ele ainda compreendeu parte da informação que a “carta” transmitia:
Corpo humano (o eu), leis, matemática, o rabisco de uma criança e estrelas.
“Eles vivem em um mundo racional e estável… Eles podem ver as estrelas”, Duncan murmurou em voz baixa, como se falasse para si mesmo. “Eles vivem em segurança, e…”
“E eles atingiram um estágio muito avançado”, disse o Sol Negro lentamente. “A tecnologia de fabricação usada neste cubo é incrível, e os meios usados para enviá-lo ‘aqui’ são ainda mais. É algo que nunca apareceu em nenhum dos chamados ‘projetos’.”
Duncan não falou por um momento. Alice, ao lado, piscava os olhos, curiosa. A senhorita boneca olhou para o Sol Negro à distância, depois para o cubo próximo. Embora não entendesse nada sobre questões complexas e profundas como “tecnologia de fabricação”, “estágio de desenvolvimento” ou “projetos”, ela pelo menos entendia que o cubo era algo importante enviado por alguém. Isso finalmente a fez quebrar o silêncio, curiosa: “Capitão, então quem enviou esta ‘carta’?”
‘Alguém, ou um grupo de pessoas, do novo mundo.’
Essa resposta surgiu imediatamente na mente de Duncan, mas ele hesitou antes de dizê-la. Ele ponderou por um longo tempo e, finalmente, estendeu a mão com alguma hesitação em direção ao cubo fantasmagórico — um aglomerado de chamas impregnado de luz estelar dançou na ponta de seus dedos.
O tentáculo do Sol Negro recuou instintivamente quando a chama se aproximou, mas depois se estendeu lentamente. Ao mesmo tempo, ele avisou em voz baixa: “Isto é apenas sua projeção. O corpo principal do cubo não está aqui.”
“Eu sei. Só quero ver se consigo ‘ouvir’ ou ‘ver’ alguma coisa”, disse Duncan. “Projeção e corpo principal não fazem diferença para mim. Uma relação de mapeamento informacional é suficiente.”
O Sol Negro não disse mais nada, apenas ergueu ligeiramente a projeção do cubo em seu tentáculo.
A chama na ponta dos dedos de Duncan se fundiu silenciosamente com a projeção, como a chuva se dissolve na água.
Ele não falou, apenas se concentrou em sentir a informação que a chama lhe transmitia. Ele sentiu a chama se dissipar gradualmente em um vazio, mas mesmo com os olhos da “Singularidade Inversa”, ele não viu nada nas profundezas da chama.
Nenhum eco, nenhuma “memória”. Todas as informações profundas que o cubo carregava pareciam ter sido aniquiladas em sua passagem pela Criação do Mundo.
Duncan esperou pacientemente por um longo tempo, até que a última centelha de chama se dissipasse completamente nas profundezas da projeção. Nada lhe respondeu. Dentro do cubo, havia apenas o vazio.
Alice observava com os olhos arregalados, sem ousar fazer um som, com medo de atrapalhar. Só quando viu o capitão suspirar levemente é que ela se aproximou. “O senhor viu alguma coisa?”
“Não”, Duncan balançou a cabeça levemente. “Provavelmente tudo se corroeu durante a ‘transmissão’.”
Alice ficou atônita, uma expressão de desapontamento em seu rosto. “…Oh.”
Duncan também se sentiu desapontado, mas não disse mais nada. Apenas acenou com a mão e desviou o olhar do cubo de metal.
No entanto, no instante em que ele desviou o olhar, foi como se uma brisa extremamente etérea soprasse, e uma luz flutuante, como uma aparição, passou por sua mente. Em um momento quase alucinatório, ele ouviu uma voz, uma voz que parecia emergir diretamente de sua memória:
“…Farei o meu melhor para encontrá-lo novamente… Eu definitivamente encontrarei uma maneira de deixar algo para trás…”
Duncan virou-se bruscamente, encarando o pequeno cubo.
A voz daquele momento foi tão etérea e fugaz que ele nem mesmo podia ter certeza se estava relacionada ao cubo, se não era apenas uma “lembrança” que surgiu de repente em sua consciência. E a voz não apareceu mais. Tudo parecia ter sido uma alucinação auditiva.
Mas, alguns segundos depois, um leve sorriso apareceu em seu rosto.
A imagem do cretense, curvado, velho, vestindo um manto branco esfarrapado, surgiu em sua mente. O velho, de costas para a luz, acenou para ele em despedida e caminhou resolutamente para a longa noite do fim do mundo, buscando, quase sem nenhuma orientação, aquele raio de luz que originalmente nunca poderia ter brilhado sobre o velho mundo, no fim da linha do tempo.
Creta conseguiu.
Do novo mundo, ele lhe enviou notícias de que estava bem.
…E talvez não fosse apenas uma notícia de “estou bem”.
Duncan pareceu ter pensado em algo. Ele franziu a testa lentamente, mergulhando em pensamentos, sua expressão mudando constantemente. Alice, ao lado, percebeu a mudança no capitão e ficou um pouco preocupada. Depois de hesitar por um bom tempo, ela o puxou pela manga. “Capitão?”
Duncan ergueu a cabeça, mas seu rosto ainda estava sério. Ele acariciou o cabelo da senhorita boneca e ergueu a cabeça para o Sol Negro à distância. “Você disse agora há pouco que este cubo ‘veio’ da Criação do Mundo?”
“Sim”, respondeu o Sol Negro imediatamente. “Este cubo ‘emergiu’ das profundezas da Criação do Mundo. Disso, posso ter certeza absoluta.”
“Parece que você conhece bem a Criação do Mundo e sempre esteve atento à sua situação”, disse Duncan, com uma expressão um tanto séria. “Os outros ‘Reis Antigos’ não parecem saber tanto sobre ela quanto você.”
“Como você disse”, o olho assustador e enorme encarou o olhar de Duncan com franqueza, e o Sol Negro não escondeu mais nada. “Eu sei muitas coisas relacionadas à Criação do Mundo, assim como conheço todo o Mar Infinito… Lembra-se do que eu disse no início? Ao longo dos longos anos, eu sempre ‘observei’ este mundo de cima…”
Ao ouvir as palavras do Sol Negro, o rosto de Duncan mudou ligeiramente. Em seguida, ele reagiu bruscamente. “Espere, você quer dizer… que seu corpo principal está, na verdade, dentro da Criação do Mundo?!”
“Não, estou em seu ‘verso'”, disse o Sol Negro calmamente. “Ninguém pode ficar ‘dentro’ da Criação do Mundo, nem mesmo os chamados ‘Reis Antigos’. É um lugar que pode engolir e rasgar tudo, é o próprio fim do mundo. Mas, deixando isso de lado, a própria Criação do Mundo… é uma ‘barreira’ inexpugnável.
“É suficiente para separar completamente todo o Mar Infinito daqueles exilados nocivos e perigosos, para que as ‘influências’ tóxicas e corrosivas para o abrigo sejam bloqueadas do outro lado da barreira. No ‘verso’ da Criação do Mundo, é a terra fria do exílio. Por dez mil anos, eu estive aqui, bem acima de todos.”
O… verso da Criação do Mundo!
Duncan sentiu seu coração bater forte. Um fato que ele havia ignorado até então de repente se apresentou diante dele. A Criação do Mundo tinha um “verso”, e naquele “verso” inconcebível, o Sol Negro, temido por todo o mundo e considerado o “deus antigo” mais antigo e perigoso, esteve suspenso bem acima das cabeças de todos os seres mortais?!
Após um breve momento de espanto, Duncan de repente entendeu outra coisa:
Por que o cubo que “atravessou” a Criação do Mundo e foi enviado a esta era caiu nas mãos do Sol Negro — porque, neste mundo, o mais próximo da Criação do Mundo era este deus antigo “exilado” há dez mil anos!
“Usurpador do Fogo”, nesse momento, a voz do Sol Negro interrompeu os pensamentos de Duncan. “Por que de repente você se interessou pela Criação do Mundo?”
Duncan imediatamente organizou seus pensamentos caóticos. Depois de se recompor brevemente, ele ergueu a cabeça com uma expressão séria para o antigo “deus”.
“Tenho um plano bastante audacioso… pode soar um pouco louco.”
“Oh?” O Sol Negro emitiu um som curioso. “Pode me dizer? Está relacionado à Criação do Mundo?”
Duncan pensou um pouco e assentiu com uma expressão séria. “Simplificando, pretendo detoná-la.”
O Sol Negro se calou instantaneamente.
Depois de um tempo indeterminado, este “deus antigo”, distorcido e inominável, de repente emitiu uma série de tremores e borbulhas estranhas de dentro de seu corpo. Em seguida, os sons caóticos se reorganizaram em uma sílaba racional:
“…Hã?”
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