Índice de Capítulo

    Parado na frente de seu mestre, Kevyn mostrou um sorriso orgulhoso, esperando-o dizer algo.

    — Então… o que decidiu? — Daniel estava lá, tomando café, sentado sobre uma toalha de piquenique.

    O garoto se sentou e respondeu: — Eu decidi que vou usar todas as formas da Night!

    — Não dá.

    — Hm? Como assim?

    — Eu não sou um Deus das armas para saber usar todas elas.

    Um pouco decepcionado, Kevyn desviou o olhar por um momento. — Ah… claro.

    — Mas… me diz quais são, talvez eu encontre alguém que possa te treinar.

    Recuperando seu brilho por um segundo, Kevyn olhou para ele e disse animadamente: — Katana, Claymore, foice, pistolas, lança e… faca não precisa, nem kusarigami.

    — Katana e Claymore eu posso te ensinar, foice pode ser… ah… tudo bem, vou dar meu jeito. — Tomou um gole de café.

    Animado, o garoto se levantou. — Tudo bem! Eu vou matar mais slimes!

    — Ah! Calma! Quantos você matou?

    — Eh… uns 17 grupos… por aí.

    O elfo bateu sua mão sobre o pano e disse: — Vêm, sente-se um pouco, vamos tomar um café da manhã e conversar.

    Voltando a se sentar, Kevyn olhou para a cesta ao lado do homem, mas logo voltou a fazer contato visual. — Aliás, Daniel, quantos grupos de slimes você acha que tem aqui?

    Pegando uma xícara da cesta, o ferreiro pegou a garrafa de café e derramou lentamente o líquido sobre o recipiente que recém pegou. — Não é que eu ache, eu tenho certeza e plena noção de que existem um total de 160 mil grupos deles.

    — Ah! São… muitos… você fez isso para durarem por esses 5 anos, não fez?

    Levando a xícara até o garoto, ele respondeu-lhe: — Sim, mas talvez não seja o suficiente se você continuar nesse progresso.

    Aceitando o café, Kevyn sorriu. — Eu vou acabar com todos em menos de um ano! Me aguarde!

    Soltando uma leve risada, o homem tomou outro gole de café e perguntou: — Você tem um estilo de combate, Kevyn?

    — Hm… não.

    — É, eu imaginei. Deixa eu ver… sua segunda missão vai ser achar um jeito adequado de lutar. Você não parece ser o tipo de pessoa que gosta de corpo a corpo… então… por isso, seu principal treino vai ser o corpo a corpo.

    — Hmmm… tudo bem… acho que nesse caso eu prefiro dar chutes. — Tomou um gole de café.

    — Chutes? Isso me lembra a… que coincidência, viu? Hehe!

    — Hm? De quem você tá falando?

    — Da sua avó, ela gostava bastante de humilhar todos com quem ela lutava, usar chutes, rasteiras era um ponto forte dela.

    Pensativo, o garoto olhou para seu café. — Minha vó? Ela era tão forte assim?

    Daniel riu e o respondeu: — Em seu auge, ela venceria sua mãe com extrema facilidade.

    Surpreso, Kevyn encarou-o e levemente arregalou seus olhos. — Isso é… surpreendente!

    — Sim, pena que ela era muito egocêntrica e arrogante, essa foi a causa da sua morte.

    — Como assim?

    — Ela confiou demais no próprio poder e por isso morreu.

    Voltando a encarar seu café, disse: — Espero que não esteja me dizendo isso só pra me causar medo e não me tornar dependente dos meus poderes!

    — Não, mas serve de aprendizagem.

    — Hm… faz sentido. — Tomou mais um gole.

    Enfim, terminando seu café, Daniel se levantou e se espreguiçou. — Seguinte, vai lá enfrentar algo no soco, eu preciso terminar algumas espadas, então… só não morre, beleza?

    Kevyn apenas concordou com a cabeça, por estar virando sua xícara e, assim, o elfo foi para casa, deixando-o lá.

    Após terminar toda a cafeína, o garoto se levantou e correu para a planície e procurou algo para descer a porrada.

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    — Myu, você… pretende ter um filho? — perguntou Astéria.

    Kancernali ajeitou alguns papéis e os pôs todos sobre a mesa de sua amiga. — Eu não esperava que fosse me perguntar isso, mas nem tem como, e você sabe o motivo.

    — Faz sentido.

    — Aliás, você vai treinar o Kevyn? Deveria aproveitar as férias que acumulou todos esses anos.

    Astéria levemente arregalou seus olhos e respondeu: — É uma boa ideia, vou pensar sobre isso.

    — Isso, faça aquele rei vagabundo trabalhar.

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    Indo ao encontro de um ser humanoide com chifres, sem olhos, mas podendo enxergar, Kevyn observou um demônio a brincar com algumas flores.

    Ao se aproximar, o garoto tirou suas lentes. Notando uma presença forte, o indivíduo encarou-o fixamente.

    — Corpo a corpo, né? Isso vai ser difícil. — Kevyn ergueu seus punhos.

    Ao perceber que o garoto queria lutar, o demônio sorriu de maneira sádica e começou a caminhar em sua direção.

    Vendo-o se aproximar, Kevyn manteve uma postura firme, mas quando o demônio se aproximou o bastante, sem nenhuma probabilidade de reagir, o garoto levou um soco na cara.

    Sendo arremessado a vários metros, ele caiu de pé, mas fraquejou no mesmo momento. Ajoelhado, Kevyn viu o demônio apenas o encarando e sorrindo.

    O garoto então se ergueu, mas ao sentir algo escorrer de seu nariz e verificar… ele viu seu próprio sangue em sua mão.

    “Não dá pra vencer, aí… agora meu nariz tá ardendo”, Kevyn deu uma fungada, e no mesmo momento sentiu um gosto de sangue. “Isso não é bom, arh!”, pensou, indo embora.

    Vendo-o ir, o ser também deu as costas e voltou a colher suas flores com um sorriso mais leve.

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    Após um tempo, quando olhou à sua volta, Kevyn percebeu que tinha se perdido na planície.

    Podendo ver a cidade, o garoto caminhou em sua direção, na esperança de poder encontrar alguém para lhe dizer onde ficava a ferraria de Daniel.

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