Capítulo 45 — Entender sobre força.
Parado na frente de seu mestre, Kevyn mostrou um sorriso orgulhoso, esperando-o dizer algo.
— Então… o que decidiu? — Daniel estava lá, tomando café, sentado sobre uma toalha de piquenique.
O garoto se sentou e respondeu: — Eu decidi que vou usar todas as formas da Night!
— Não dá.
— Hm? Como assim?
— Eu não sou um Deus das armas para saber usar todas elas.
Um pouco decepcionado, Kevyn desviou o olhar por um momento. — Ah… claro.
— Mas… me diz quais são, talvez eu encontre alguém que possa te treinar.
Recuperando seu brilho por um segundo, Kevyn olhou para ele e disse animadamente: — Katana, Claymore, foice, pistolas, lança e… faca não precisa, nem kusarigami.
— Katana e Claymore eu posso te ensinar, foice pode ser… ah… tudo bem, vou dar meu jeito. — Tomou um gole de café.
Animado, o garoto se levantou. — Tudo bem! Eu vou matar mais slimes!
— Ah! Calma! Quantos você matou?
— Eh… uns 17 grupos… por aí.
O elfo bateu sua mão sobre o pano e disse: — Vêm, sente-se um pouco, vamos tomar um café da manhã e conversar.

Voltando a se sentar, Kevyn olhou para a cesta ao lado do homem, mas logo voltou a fazer contato visual. — Aliás, Daniel, quantos grupos de slimes você acha que tem aqui?
Pegando uma xícara da cesta, o ferreiro pegou a garrafa de café e derramou lentamente o líquido sobre o recipiente que recém pegou. — Não é que eu ache, eu tenho certeza e plena noção de que existem um total de 160 mil grupos deles.
— Ah! São… muitos… você fez isso para durarem por esses 5 anos, não fez?
Levando a xícara até o garoto, ele respondeu-lhe: — Sim, mas talvez não seja o suficiente se você continuar nesse progresso.
Aceitando o café, Kevyn sorriu. — Eu vou acabar com todos em menos de um ano! Me aguarde!
Soltando uma leve risada, o homem tomou outro gole de café e perguntou: — Você tem um estilo de combate, Kevyn?
— Hm… não.
— É, eu imaginei. Deixa eu ver… sua segunda missão vai ser achar um jeito adequado de lutar. Você não parece ser o tipo de pessoa que gosta de corpo a corpo… então… por isso, seu principal treino vai ser o corpo a corpo.
— Hmmm… tudo bem… acho que nesse caso eu prefiro dar chutes. — Tomou um gole de café.
— Chutes? Isso me lembra a… que coincidência, viu? Hehe!
— Hm? De quem você tá falando?
— Da sua avó, ela gostava bastante de humilhar todos com quem ela lutava, usar chutes, rasteiras era um ponto forte dela.
Pensativo, o garoto olhou para seu café. — Minha vó? Ela era tão forte assim?
Daniel riu e o respondeu: — Em seu auge, ela venceria sua mãe com extrema facilidade.
Surpreso, Kevyn encarou-o e levemente arregalou seus olhos. — Isso é… surpreendente!
— Sim, pena que ela era muito egocêntrica e arrogante, essa foi a causa da sua morte.
— Como assim?
— Ela confiou demais no próprio poder e por isso morreu.
Voltando a encarar seu café, disse: — Espero que não esteja me dizendo isso só pra me causar medo e não me tornar dependente dos meus poderes!
— Não, mas serve de aprendizagem.
— Hm… faz sentido. — Tomou mais um gole.
Enfim, terminando seu café, Daniel se levantou e se espreguiçou. — Seguinte, vai lá enfrentar algo no soco, eu preciso terminar algumas espadas, então… só não morre, beleza?
Kevyn apenas concordou com a cabeça, por estar virando sua xícara e, assim, o elfo foi para casa, deixando-o lá.
Após terminar toda a cafeína, o garoto se levantou e correu para a planície e procurou algo para descer a porrada.
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— Myu, você… pretende ter um filho? — perguntou Astéria.
Kancernali ajeitou alguns papéis e os pôs todos sobre a mesa de sua amiga. — Eu não esperava que fosse me perguntar isso, mas nem tem como, e você sabe o motivo.
— Faz sentido.
— Aliás, você vai treinar o Kevyn? Deveria aproveitar as férias que acumulou todos esses anos.
Astéria levemente arregalou seus olhos e respondeu: — É uma boa ideia, vou pensar sobre isso.
— Isso, faça aquele rei vagabundo trabalhar.
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Indo ao encontro de um ser humanoide com chifres, sem olhos, mas podendo enxergar, Kevyn observou um demônio a brincar com algumas flores.
Ao se aproximar, o garoto tirou suas lentes. Notando uma presença forte, o indivíduo encarou-o fixamente.
— Corpo a corpo, né? Isso vai ser difícil. — Kevyn ergueu seus punhos.
Ao perceber que o garoto queria lutar, o demônio sorriu de maneira sádica e começou a caminhar em sua direção.
Vendo-o se aproximar, Kevyn manteve uma postura firme, mas quando o demônio se aproximou o bastante, sem nenhuma probabilidade de reagir, o garoto levou um soco na cara.
Sendo arremessado a vários metros, ele caiu de pé, mas fraquejou no mesmo momento. Ajoelhado, Kevyn viu o demônio apenas o encarando e sorrindo.
O garoto então se ergueu, mas ao sentir algo escorrer de seu nariz e verificar… ele viu seu próprio sangue em sua mão.
“Não dá pra vencer, aí… agora meu nariz tá ardendo”, Kevyn deu uma fungada, e no mesmo momento sentiu um gosto de sangue. “Isso não é bom, arh!”, pensou, indo embora.
Vendo-o ir, o ser também deu as costas e voltou a colher suas flores com um sorriso mais leve.
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Após um tempo, quando olhou à sua volta, Kevyn percebeu que tinha se perdido na planície.
Podendo ver a cidade, o garoto caminhou em sua direção, na esperança de poder encontrar alguém para lhe dizer onde ficava a ferraria de Daniel.
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