Índice de Capítulo

    Ao iniciar mais um dia, dessa vez não foi Daniel quem iria acordar Kevyn, mas sim Nick, que, de frente para a cama dele, pensou: “A Kancernali me ensinou a como te acordar, agora… sofra!”, abrindo suas pálpebras, de maneira rápida, a mulher tocou seu dedo sobre a esclera do olho do garoto.

    Despertando no mesmo momento, Kevyn se sentou sobre o colchão e começou a esfregar seu olho enquanto reclamava:

    — Kan!!! Eu já disse para você não fazer isso!

    De maneira sádica, Nick sorriu e o respondeu: — Aprendi Kevyn, eu aprendi com ela.

    Ao ouvir a voz dela, com seu olho atingido fechado, ele encarou-a e, no mesmo momento, gritou: — Eu vou me vingar!!!

    A mulher se aproximou e deu um peteleco em sua testa. — A vingança não compensa, garoto.

    Antes de o atingir, o garoto rapidamente se desviou e mordeu o braço dela.

    Após segundos de silêncio, Nick percebeu que ele estava bebendo seu sangue e, chacoalhando seu braço, ela tentou soltar o garoto, entretanto, Kevyn se agarrou no braço dela.

    Após falhar, ela se sentou na cama e esperou. Kevyn logo soltou-se do braço dela e se sentou em seu colo, dizendo:

    — Nunca mais me acorde desse jeito!

    — Mas e a Kancernali? Ela você deixa?

    — Primeiro, ela nunca fez isso comigo. Segundo, meus olhos são sensíveis, isso não se faz!

    Levemente arregalando seus olhos, ela disse nervosamente: — A-ah! Faz sentido… Perdão.

    — Enfim, por que me acordou?

    Abraçando-o, ela pôs seu queixo sobre o topo da cabeça do garoto. — Lembra que eu disse que te ensinaria muito mais do que usar seus poderes? Hoje vamos começar seus primeiros treinamentos de poder.

    — Quais vão ser?

    — Vou te ensinar sobre seus olhos, a manipular o sangue e passar alguns livros de ensino superior sobre as matérias que você escolheu.

    — Então vamos.

    ❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍

    Sentados sobre a grama do quintal, o sol gradualmente subia ao horizonte. Kevyn, de maneira ansiosa, aguardou Nick que, de uma pequena mochila que trouxe com ela, retirou dois livros.

    Só de ver as apostilas, o garoto havia percebido que nelas a magia e energia fluía de maneira perpendicular, se cruzando e formando os livros que se alteravam a cada milésimo.

    — Acho que a Mind já te falou sobre os livros de Ouroboros, certo? — perguntou Nick.

    Hipnotizado pelo ciclo infindável, ele respondeu: — São livros escritos pelo clã Ourobion, mas o poder deles era…

    A mulher sorriu, ergueu um dos livros e mostrou sua capa enquanto dizia: — Ouroboros. Criação, destruição e renovação. O poder de dar uma propriedade infinita, mas em troca, você precisa destruir uma parte da sua alma.

    — Esses livros não são muito caros? — preocupado, Kevyn engoliu seco.

    — Pelo o que a Astéria disse, a família Calamith fez uma parceria com o clã Ourobion durante o quinto século, aí a dona do clã deu 7 desses livros e tals.

    — Ah! Faz sentido.

    Nick bateu seu dedo contra a capa e disse: — É só escolher o que você quer, e ler, os livros são de línguas e ensino superior.

    — Acho que vou de física, química, biologia e educação financeira.

    — Tá, mas em quais áreas? — ela perguntou e cruzou seus braços.

    Após alguns segundos em silêncio, Kevyn sorriu e a respondeu: — As principais.

    Nick pôs o livro sobre o chão e, em sua cabeça e calculou: “Administração, dois anos, ciências econômicas, quatro anos, gestão de recursos humanos, pública, comercial, hospitalar, financeira, oito anos e meio. Graduação de serviço social…”, assim ela ficou minutos pensando.

    Quieto, o garoto aguardava a fala da empregada, que quanto mais o tempo passava, mais arregalava seus olhos.

    — Nick? — De maneira preocupada, ele a chamou.

    Com sua mão sobre sua boca, a mulher olhou-o e disse: — É… talvez para um dragão, mais de 100 anos não seja tanto tempo.

    — Quê?! 100 o quê?!

    — Então… — ele disse e coçou sua bochecha enquanto continuava — os cursos que você quer seguir vão demorar uns 180 anos, isso com os cursos que sua mãe pediu para te ensinar.

    — A-ah! Entendi… isso vai ser… bem, BEM!!! Demorado. — Totalmente nervoso, Kevyn desviou seu olhar por um momento.

    — Enfim, deixando esse fardo de lado, vamos para outro. Sua mãe me passou um papel sobre seus olhos, acho que você vai gostar.

    Logo após tirar suas lentes, de maneira animada, o garoto balançou seu corpo de um lado para outro, esperando que ela continuasse.

    Retirando um papel dobrado de seu bolso, Nick bocejou por um momento, abriu a folha e, após mais alguns instantes, começou a ler:

    — Os olhos de energia… os olhos são algo complexo e extremamente poderoso. Seu poder inestimável torna o espaço-tempo imutável, em algo totalmente palpável pelo vazio. Feitos de energia pura, eles são os catalisadores para que nosso poder se torne minimamente eficiente e calamitoso.

    Sem esses glóbulos oculares feitos do puro vigor humano, o vazio não poderia ser utilizado e, caso fosse, o cérebro não comportado do indivíduo explodiria pelo karma universal causado pela ignorância de não saber o quão poderoso e perigoso é esse poder.

    Nick ficou sem ar por um momento, respirou profundamente e continuou — os olhos podem ser aprimorados. Para que esse aprimoramento seja feito, assim como eles são da energia, podem ser melhorados através dessa virtuosa força, contudo, haverá maneiras de melhorar momentaneamente e também, de maneira eterna e complacente.

    Os olhos, eles, podem melhorar a visão e compreensão da realidade, ver as forças vitais, impedem qualquer tipo de controle ou ilusão por não saberem o que é essa forma de dominação inexistente no espaço-tempo e também por não poderem ser tocados por esse tipo de poder tão solúvel e patético, fora eles também melhorarem a compreensão de seus usuários, auxiliando o hipocampo a focalizar em tudo que está a sua volta, fazendo com que quem os use possa compreender algo mais amais.

    Essa melhoria do hipocampo também funciona como uma memória a mais, fazendo com que os portadores dos olhos sejam imunes a problemas como: “Alzheimer, demência, perdas de memória, manipulações de sonhos, etc.”, mas, para isso, é de extrema importância mantê-los ativados de maneira integral. Juntamente com toda essa demonstração de poder inimaginável, eles são quase impossíveis de serem desfeitos, por mais de também poderem emitir luz e serem sensíveis ao toque.

    Melhorá-los é algo mais do que fundamental para um portador do vazio, mas também há uma certa desvantagem que é o consumo de energia. A maneira momentânea é a mais vantajosa devido ao seu consumo temporário e eficaz, mas para seres de maior força vital, a forma permanente é algo que você entenderá mais para frente, como não posso usar meus olhos pelo consumo extremo, uma certa professora te ensinará — Nick termina de ler, soltando um breve suspirar e perguntar: — Você entendeu alguma coisa?

    Após segundos quietos, ele teve seu raciocínio: “Ok! Os olhos podem ser aprimorados com energia, eles melhoram a compreensão e por isso consigo aprender melhor com eles, podem ver as energias vitais, ok, ok…” com sua conclusão, ele respondeu: — Perfeitamente!!!!

    A mulher suspirou de alívio com a confirmação do garoto e disse: — Então vamos para o segundo passo, quero que você leia até ficar com um quarto da sua energia.

    Os olhos de Kevyn exalam energia, pulsando e brilhando de maneira intensa. — Tá bom.

    Ela então pegou o livro infinito sobre línguas e entregou ao garoto, que o pegou e, por um instante, fechou suas retinas e se concentrou ao máximo.

    “Fluir mais energia para os olhos, isso é algo simples de se fazer, assim como o branco. Primeiro, eu condenso a energia, faço-a fluir, e por fim”, pensou, enquanto abria o livro e… ao abrir de seus olhos, eles estavam quase que encantados, brilhando de maneira ardente.

    — Como se sente? — perguntou Nick.

    — Eu sinto tudo… — ele respondeu, olhou para o livro e continuou — estou usando eles há 500%, me dê um segundo.

    ❍ ≫ ──── ≪ • ◦ ❍ ◦ • ≫ ──── ≪ ❍

    Depois de duas horas lendo, Kevyn se cansou e, quando se deu conta, Nick estava almoçando de novo ali, observando-o.

    — Hm? Você ainda tá aí? — Confuso, o garoto olhou para suas mãos e olhou para ela de novo.

    — Quê?

    — Eu… fiquei muito tempo lendo!

    — Sim, mas foram só duas horas.

    — Não! Fiquei… muito tempo, tipo, talvez 20 anos!

    Pensativa, a mulher lembrou de algo: — Ah! Eu entendi! Você ficou preso na própria eutimia, não é?

    — Acho que sim?

    — Quantas vezes você leu? Você tava lendo tão rápido que eu não acompanhei.

    — Eu li sobre 24 línguas, acho que aprendi todas. — Sorriu.

    Nick encheu sua colher de comida e levou até a boca. Após ouvi-lo, ela disse de boca cheia: — Awh! Enchão fala aí, aguma.

    Kevyn não se aguentou e começou a rir dela e a respondeu: — soıuo̮ɯǝp sop ɐ ıoɟ ıǝʇsoƃ sıɐɯ nǝ ǝnb ∀

    — Ligua denoníaca, esa éw liguau!

    — Ei… termina de comer, você vai acabar engasgado!

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    Ao entardecer, os dois foram para a planície. Sentados sobre a grama, eles conversavam enquanto viam alguns slimes brincando com uma poça d’água.

    — Parece até que só tem Slimes no mundo! Por que eu nunca vi outro monstro?! — reclamou Kevyn.

    — Você quer lutar contra outras coisas? Bem, os monstros são geralmente mortos pela guilda, mas se você achá-los antes deles, talvez possa os enfrentar.

    — Mas onde eu poderia achar eles?

    Pensativamente, Nick inclinou a cabeça. — Bem, florestas, cavernas, praias, oceanos… lugares assim, você não pode se juntar à guilda já que é um príncipe, se não, você até podia pegar missões.

    — É uma droga ser um príncipe.

    — É melhor do que nascer pobre.

    O garoto se levantou, encarou a empregada e levemente suspirou. Dando um passo à frente, ele se alongou e tocou o chifre dela.

    — O que fazemos, Nick?

    — Já se recuperou, é? Se você insiste tanto, vamos para o próximo passo… — Ela se levantou, sorriu e continuou — vou te ensinar a ๓คภเקยɭคçã๏ ๔є รคภﻮยє!!!

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