Notas de Aviso
Anteriormente em MNVJ: Após chegarem na casa dos pais de Aki, Victor é convidado por Shouto a experimentar algumas bebidas com ele em sua adega, enquanto os outros familiares tinham saído.
Capítulo 15: Parque de diversões
06 de outubro de 2023, sexta-feira.
— O que vocês acham?! — Natsu perguntou, empolgado.
— Eu quero! — Haru gritou quase imediatamente, com um sorriso estampado no rosto.
— Eu também quero ir! — Fuyu disse.
— É claro! Vai ser muito divertido! — Aki comentou, animada.
“Eles são tão enérgicos juntos”, Victor pensava, sentindo uma sensação de satisfação. Ele não sabia definir o porquê, mas os quatro irmãos juntos trazia uma energia agradável.
Ele sentiu que não tinha escolha. Já que todos eles iriam naquele lugar, não teria escolha.
…
— Por que o Victor é tão indiferente assim? Brincamos com ele e geralmente ganhamos umas respostas secas e grossas. Pensei que você acharia um namorado mais animado. — Natsu cochicha com Aki, enquanto os cinco caminhavam na rua.
— Não seja idiota. Não somos namorados ainda! – Aki repreende, mas fala um pouco a mais do que gostaria. Ela sente suas bochechas arderem, sabendo que não tinha como desfazer sua frase, então sentiu seu coração bater mais forte e desvia o olhar para a lateral da rua.
— “Ainda” — Natsu ri, apalpando a cabeça dela. — Você não me engana, irmãzinha.
— Ainda que o Victor seja assim, ele é uma pessoa incrível. É só uma fase que ele está passando. — Aki decide ignorar o ocorrido e prosseguir com a conversa.
“Droga! Eu falei demais. Agora o Natsu vai ficar me atormentando”, pensava Aki, imaginando alguns cenários desconfortáveis que Natsu poderia criar.
— Eu não acho que ele seja uma pessoa ruim. Estou apenas implicando para me enturmar. — Natsu se explica. — Mas sempre sou repreendido. Ele não tem senso de humor? Ele é uma máquina? — Suas palavras carregavam um tom brincalhão.
Apesar de Aki desgostar da brincadeira, era verdade. Victor não demonstrava seus sentimentos, era muito difícil tirar qualquer reação. Um dos raros momentos em que conseguia ver alguma diferença, era quando falavam sobre cozinhar.
— Tenha um pouco de paciência. Não é como se ele te odiasse. — Aki sorri para seu irmão. — Ele apenas está com um pouco de dificuldades de “ler o ambiente”.
— Boa sorte, maninha! — Ele dá um “tapinha” nas costas dela.
“O Natsu é sempre legal, embora idiota.” Aki pensa consigo mesma, rindo internamente.
— Obrigada.
Ela percebe que os outros se aproximam deles, conversando, e mudam o foco da conversa. Após uma breve caminhada, finalmente chegam ao parque de diversões Shigakure.
Mesmo sendo um dia frio, decidem visitar aquele parque, não sabiam quando poderiam voltar ali. O passeio ao Senjojiki Cirque seria no dia seguinte, e Victor voltaria para dormir no hotel mais tarde.
Tinha muitos brinquedos nesse parque, dentre eles: Carrossel, Barca, Tiro ao Alvo, Argolas, Pescaria, Montanha-Russa de dois tamanhos e Roda Gigante, além de barracas de comidas. Apesar de ser uma sexta-feira, não tinha muita gente no parque, ainda que já estivesse num horário atrativo. Eles optam por comprar o passaporte para cada um.
Haru corre para ir ao Carrossel e Aki a acompanha. Embora estivesse na pré-adolescência, Haru achava encantador esse brinquedo. Elas sobem e Victor, Fuyu e Natsu esperam do lado de fora.
Haru se diverte e os irmãos tiram várias fotos dela no brinquedo. Victor tira uma foto de Aki no carrossel sem que ela ou os irmãos percebessem. Nem ele sabia o motivo disso, foi quase um impulso.
“Por que estou fazendo isso? Eu deveria apagar?”, pensava, mas antes de se decidir, os irmãos se aproxima e ele bloqueia o seu telefone.
Em seguida, vão no Trem Fantasma. Fuyu e Natsu vão com a irmã mais nova num carrinho, que adentra a atração, e Aki ri, dizendo que Fuyu estaria, provavelmente, com mais medo que a Haru. Victor esboça um riso, imaginando o Fuyu gritando mais do que a Haru no susto.
Ainda que não tivessem combinado com os irmãos sobre isso, Aki chama Victor para eles irem também. Victor aceita e os dois entram no próximo carrinho, que, diferente de onde os irmãos foram, era de apenas dois lugares. Era um carrinho mais estreito que o anterior.
Nesse Trem Fantasma, haviam dois tipos de vagão. Um com quatro espaços e outro com dois, e eram intercalados.
— Tem certeza? Não vai ficar com medo? — Victor pergunta, deixando claro nessa última frase um tom sarcástico, extremamente raro de se ver.
“O Victor está me desafiando? É sério?” Aki pensava, empolgada. Saber que Victor estava demonstrando um mínimo de emoção a deixava completamente feliz.
Decidida a entrar no “jogo”, ela responde:
— Não seja bobo. Já sou adulta. Eu acho que vai ser divertido.
Ela expressa um sorriso, enquanto o veículo começava a se mover rumo à escuridão.
Ambos adentram o túnel da atração. Victor pensa que o carrinho é um pouco mais apertado do que imaginou, e seu braço estava bem encostado nos braços de Aki, e talvez isso a deixasse um pouco envergonhada, porém, devido à falta de luminosidade, ele não saberia, já que não conseguiria ver o seu rosto.
— Você está pronto para gritar? – Pergunta Aki, animada. Desde que Victor havia feito o comentário brincalhão, ela decidiu continuar nesse ritmo.
— Eu? Gritar? Acho que não. Vamos ver quem grita primeiro? — Victor propõe o desafio, a surpreendendo ainda mais.
“Esse não é o Victor que eu conheço, mas estou feliz que esteja se divertindo!”
— Aceito o desafio!
Sons de risadas sinistras e gritos assustadores ecoam pelo ambiente, com luzes piscantes revelando figuras e estátuas assustadoras de monstros e fantasmas. De repente, um fantasma animatrônico, uma das estátuas imóveis até poucos segundos atrás, salta, ao passarem do seu lado, com um grito agudo. Aki solta um grito de susto, agarrando o braço de Victor.
— Está tudo bem aí? – Pergunta Victor, sendo perceptível em sua voz um tom de risada, quase um deboche.
— Foi só um susto! — Responde, ríspida, tentando manter a compostura.
“O que aconteceu com o Victor?!” Aki estava com um turbilhão de pensamentos sobre aquelas atitudes. “Talvez devêssemos ir mais vezes a um parque.”, imaginava. Aquela forma de Victor conversar era quase encantadora, para ela, que se propôs a ajudá-lo. Ver aquelas reações genuínas a encantavam.
Victor estava se divertindo muito naquele momento. Não sabia o que era aqueles sentimentos há muito tempo. Sentia quase como se fosse a primeira vez. A forma como Aki tentou se comportar fez ele achar fofo. Ele desejou muito ter claridade o suficiente para ver o rosto dela.
“Será que é por estar num parque ou por estar com a Aki?”, indagava para si. Victor queria uma resposta, mas afastou os pensamentos. Sentia que talvez isso fosse um gatilho para que lembranças indesejadas para aquele momento chegassem.
Ainda no percurso, agora era um cemitério, com vários esqueletos e fantasmas, cruzes e tumbas. De repente, um dos esqueletos se mexe ao lado de Victor, fazendo dar um ligeiro pulo. Aki ri e diz: “Então você também se assustou”. Feliz pelo momento, ele responde, provocando-a: “Pelo menos não gritei.”.
Após mais alguns pequenos sustos, finalmente podem ver a luz do parque chegando cada vez mais perto, até que saem do brinquedo.
Aki ainda segurava o braço de Victor, e os irmãos os esperavam do lado de fora. Quando a garota percebe, solta rapidamente, despistando e se levantando do veículo que já tinha parado. Natsu percebeu e deu uma risada, se contendo em não falar nada ali, naquele momento.
— Foi divertido! — Exclama ela, ajeitando seu cabelo num rabo de cavalo.
— Realmente foi. — Victor olha para ela. — E acho que você gritou mais do que eu.
Victor pensou em provocá-la a ponto de ver a sua expressão que tanto desejou ver há pouco tempo, porém, em vão. Ela não demonstrou qualquer sinal de “intimidação”.
— Dessa vez eu admito minha derrota. Mas não vou perder no próximo brinquedo. — Ela pisca para Victor, que esboça um sorriso.. Eles se reúnem e continuam o passeio.
“Ela está muito bonita. Não posso ficar pensando nisso…” Victor fazia o possível para não pensar demais no assunto enquanto caminhavam para outro brinquedo. Tinha medo do rumo que seus sentimentos podiam tomar.
Aki leva Haru para brincar no grande tobogã que tinha ali, enquanto, Natsu e Fuyu chamam Victor para irem à montanha-russa que virava de cabeça para baixo. Aki não quis enfrentar esse desafio, mas Victor aceita ir com os irmãos dela.
O brinquedo deixava realmente a adrenalina nas alturas, principalmente quando girava, deixando os ocupantes do brinquedo de cabeça para baixo, além da descida bem inclinada. Durante o percurso, ouvia-se o grito de diversão e liberação de adrenalina dos passageiros, incluindo de Victor, Natsu e Fuyu.
Ao fim, Natsu ri e diz que foi muito divertido, com Victor e Fuyu concordando. Eles veem a barraca de tiro ao alvo e decidem fazer algo menos radical para descansar. Dessa vez, Natsu ganha uma caixa de bombons, e dá para Haru, que fica muito feliz, abraçando o irmão.
— Agora é minha vez. — Victor comenta, ajeitando a mira da arma pneumática. Estava concentrado em um prêmio em específico.
Após ter sido liberado, ele dispara, apertando o gatilho da arma de ar, que dispara um projétil, como uma bola de tênis, que acerta o prêmio que Victor havia mirado.
Ele comemora internamente. Ele havia ganhado um gatinho de pelúcia com olhos brilhantes.
— Como a Haru já ganhou um presente, vou dar para você. – Ele entrega para Aki, que desvia um pouco o olhar, enquanto ajustava uma mecha do seu cabelo.
Victor usou a desculpa de Haru já ter ganhado algo para entregar ela, na tentativa de não “levantar suspeitas”. Ele havia desejado dar um prêmio para Aki.
“Somos apenas amigos… Se concentre”, ele repetia mentalmente. Não queria que seus pensamentos o atrapalhassem.
— Ei, você não vai abraçá-lo como a Haru fez comigo? — Natsu provoca.
— Cala a boca. — Aki o repreende, desviando seu olhar de Victor, enquanto abraçou, instintivamente, o gatinho junto ao rosto.
Natsu e Fuyu riram, e Haru esboçou um sorriso. Victor sentiu-se levemente envergonhado, mas chamando os irmãos para irem a uma barraquinha de lanches, conseguiu afastar esse sentimento.
Aki ainda estava sentindo um misto de alegria e vergonha pelo presente, pensando em como deveria chamá-lo.
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