O trio estava de volta à casa de hóspedes. Era de manhã e a sala estava quieta como um túmulo, mesmo com todos ali. Ninguém sabia o que dizer direito. Aquele crime parecia impossível de resolver, não havia pistas, nem rastros, nada além de um cadáver brutalmente dilacerado de um animal.

    O único som que preenchia o ambiente era o tic-tac constante do grande relógio de ponteiros. Niko observou as engrenagens se moverem lentamente, como se o tempo estivesse se arrastando junto com a investigação. Foi então que resolveu quebrar o silêncio.

    — Vocês têm alguma ideia de como começar essa investigação?

    Brigitte soltou um suspiro dramático, jogando-se contra o encosto da cadeira.

    — Ahh, até que enfim alguém falou algo. Me senti sufocada nesse silêncio! — exclamou ela. — Mas, respondendo sua pergunta: a gente podia começar revendo a cena do crime ou o corpo do animal. Vai que a gente deixou escapar alguma coisa.

    — Sei não. — disse Evellyn, cruzando os braços, pensativa. — O problema é que não achamos nenhuma pista clara. Nenhuma pegada, nenhum sinal de arrombamento, nada. Seria meio inútil isso.

    — E se a gente procurasse do lado de fora? — sugeriu Niko. — Quer dizer, aquilo veio de algum lugar. Se não encontramos nada dentro do celeiro, talvez fora tenha algo.

    Brigitte então levantou o braço esquerdo, com a outra mão segurando-o , pedindo para falar algo, como um aluno ansioso querendo perguntar algo para o professor.

    — Pode falar, Brigitte. — Evellyn dando a permissão.

    — Durante a vinda para a fazenda, eu vi uma floresta aqui perto. Pode ser que tenha algo lá.

    — Tipo o covil do monstro? — sugeriu Niko.

    — Tipo isso mesmo! Ou qualquer coisa do tipo. Já que eu sou muito rápida, eu posso procurar por algo lá com uma grande eficiência. O que acham?

    Não tinha o que discordar do plano de Brigitte, ele era praticamente perfeito. Não tendo muito o que acrescentar ou questionar, Niko e Evellyn assentiram.

    — É um bom primeiro passo. — disse Niko. — Consegue procurar tudo sozinha?

    — É claro que consigo, chefe. — respondeu ela na lata. Fechando um dos olhos e estalando os dedos em direção ao garoto, terminando com um sinal de arma em ambas as mãos.

    — Enquanto isso, eu e a Evellyn podemos…

    Niko fez uma pausa, pensando no que poderiam fazer enquanto Brigitte vasculhava a floresta. Se não havia pistas no celeiro e o corpo do boi não revelava muito além de sua brutalidade, então precisavam de outra abordagem. Evellyn percebeu a hesitação dele e apoiou o queixo na mão, refletindo.

    — Tem uma vila aqui perto. Talvez devêssemos conversar com os moradores de lá.

    — Acha que eles sabem de alguma coisa?

    — Claro, alguém pode ter ouvido ou visto algo estranho à noite. — explicou a elfa.

    — Oh, isso é perfeito! Sempre tem aquele senhorzinho que jura ter visto uma coisa impossível no meio da noite! — interrompeu Brigitte, abrindo um grande sorriso.

    — Exatamente. Às vezes é exagero, mas às vezes tem um fundo de verdade.

    Niko assentiu, convencido do que o grupo iria fazer hoje.

    — Tá bom. Então é isso. Brigitte vai para a floresta, e nós vamos até a vila fazer algumas perguntas.

    Brigitte deu um salto animado, empolgada com sua missão.

    — Beleza! Eu volto antes mesmo de vocês chegarem à vila!

    Evellyn riu, pegando e vestindo o casaco.

    — Veremos.

    Niko suspirou, já prevendo o longo dia que viria pela frente.

    — Certo, então. Vamos começar logo com isso.


    Niko e Evellyn deixavam marcas na neve enquanto caminhavam em direção à vila mais próxima. O céu continuava cinzento, e uma brisa gélida soprava pelo caminho aberto. Algumas casas de madeira apareciam no horizonte, espalhadas sem muita organização, algumas com fumaça saindo de suas chaminés, junto de pequenos celeiros e cercas improvisadas que completavam a paisagem rural.

    Evellyn ajustou o cachecol ao redor do pescoço e olhou para o lado, onde Niko caminhava em silêncio, com os braços cobertos pelo manto.

    — A gente precisa decidir nossa abordagem. — disse a elfa, quebrando o silêncio.

    — Como assim?

    — A gente não pode simplesmente chegar na vila e começar a perguntar “Ei, já viu algo esquisito por aqui?” — disse Evellyn, imitando uma voz exagerada. — Isso iria ser bem suspeito, além de que deixaria as pessoas assustadas.

    — Verdade… Você quer que a gente seja mais sutil, não é?

    — Exato. — Evellyn sorriu, apontando o indicador para Niko. — As pessoas aqui provavelmente são reservadas. Se começarmos do jeito errado, elas não vão nos contar nada e podem até nos expulsar da vila.

    — Então, qual é o plano?

    — Primeiro, a gente conversa um pouco. Mostramos que somos apenas mercenários contratados pelo Sigurd, eles provavelmente conhecem ele, explicamos a situação e só depois fazemos as perguntas certas. Simples.

    Niko refletiu por um momento, pensando em algo que pudesse complementar o plano da garota. Foi quando se lembrou da missão de roubar o colar para Hyandra, quando Evellyn comprou algo de uma vendedora, ganhando parte de sua confiança e gratidão, assim sendo mais fácil de fazer perguntas.

    — Se eles tiverem algo para vender, a gente pode comprar deles para demonstrar gratidão e gentileza.

    — Uhum.

    — Mas… — Niko inclinou um pouco a cabeça para o lado. — E se não quiserem falar nada?

    — Aí a gente insiste… com educação!

    — Educação? — rindo pelo nariz.

    — Eu sei ser educada quando quero, tá bom?

    — Se você diz…

    Assim, depois de alguns minutos, os dois chegaram à vila. A vila era pequena comparada ao Velikdorf, com um pouco mais de cem casas espalhadas ao redor de uma praça central. Algumas eram feitas de madeira bruta e outras pareciam ser de pedra. Havia uma mercearia, uma ferraria e um pequeno estábulo, onde alguns cavalos estavam presos. Crianças brincavam de correr pela neve, enquanto adultos iam e vinham com baldes d’água e cestos de mantimentos.

    Niko e Evellyn seguiram até uma pequena barraca montada perto da mercearia, onde uma senhora vendia frutas e pão caseiro. Ela parecia ter uns cinquenta anos, com cabelos grisalhos presos em um coque e um avental sujo de farinha.

    — Bom dia. — Evellyn cumprimentou com um sorriso.

    A mulher olhou para os dois com certa curiosidade.

    — Bom dia. Não conheço vocês. Estão de passagem?

    — Algo assim. — Evellyn respondeu, pegando uma moeda e colocando sobre a barraca. — Vou querer um desses pães.

    — São dez cêntimos.

    Evellyn pegou uma pequena moeda prateada do mesmo valor que o pão e entregou à moça.

    — Vieram fazer negócios na vila?

    — Mais ou menos. — Niko interveio. — Somos mercenários. O Sigurd Keller nos contratou.

    A mulher arqueou uma sobrancelha, como se já estivesse familiarizada com esse nome e que ele fosse agradável para ela.

    — Ah, o senhor Keller? E que tipo de trabalho ele pediu?

    — Uma investigação. — respondeu Evellyn. — Um dos bois dele foi encontrado morto no celeiro, mas a morte foi… bem incomum.

    — Incomum como?

    Evellyn olhou para Niko, que puxou do manto um pedaço de papel enrolado. Ele o desenrolou e virou para a mulher, revelando um esboço detalhado do cadáver do boi. Os olhos dela se arregalaram ao ver a foto, junto com uma expressão de enojada.

    — Mas que desgraça…

    Ela pegou o papel pelas bordas, olhando e analisando atentamente as marcas brutais deixadas no animal.

    — O Sigurd encontrou um de seus bois nesse estado, sem sinais de arrombamento no celeiro nem marcas na neve. Alguma ideia do que pode ter causado isso? — perguntou Niko.

    A mulher hesitou por um instante, mordendo o lábio inferior com as sobrancelhas baixas.

    — Não sei ao certo… Mas vocês deviam falar com Elias. Ele mora na segunda casa depois da ferraria. Vive dizendo que vê coisas à noite.

    — Entendido. Obrigada pela ajuda.

    Após a breve conversa, os dois seguiram em direção à casa do homem, chegando lá em poucos minutos, mostrando a eles o quão pequena de fato era a vila.

    A casa de Elias parecia ser uma das mais antigas do vilarejo, com madeira gasta e uma porta um pouco torta. O telhado parecia prestes a desabar, e várias penas de galinha estavam espalhadas pelo quintal. Havia um homem velho sentado na varanda, enrolado em um cobertor, segurando um cachimbo apagado e olhando para o nada.

    O velho viu Niko e Evellyn se aproximarem de sua casa, observando-os em silêncio, aguardando por qualquer ação que fizessem.

    — Você é Elias? — perguntou Evellyn.

    — Depende. Quem quer saber?

    — Fomos contratados pelo Sigurd Keller. — disse Niko. — Ouvimos dizer que o senhor viu coisas estranhas por aqui recentemente. O que o senhor viu?

    O velho resmungou algo inaudível, depois coçou a barba desarrumada e estreitou os olhos.

    — Isso depende… O que exatamente vocês tão tentando encontrar?

    Aquela foi uma pergunta bem estranha. Como assim “Isso depende”? “O que estão tentando encontrar”? Niko suspeitou daquilo na hora, mas resolveu relevar e continuou com a conversa.

    Niko e Evellyn se entreolharam antes de o garoto puxar o papel dobrado de dentro do casaco. Ele o desenrolou e virou para o velho, mostrando a foto do cadáver do boi.

    — Sabe de algo que pode ter feito isso sem deixar nenhum rastro por onde passa?

    Os olhos do velho se arregalaram por um instante, mas logo ele se recostou na cadeira, soltando um longo suspiro.

    — Sabia que isso ia acontecer uma hora ou outra…

    — O quê? — perguntou Evellyn, inclinando-se para a frente com curiosidade.

    O velho abaixou a voz e olhou ao redor, como se estivesse checando se alguém os observava.

    — Isso é obra de um Gorgulante Noturno, hehehe.

    — Um o quê?

    Elias olhou para os dois com seriedade exagerada no olhar.

    Gorgulante Noturno. Criatura das sombras, devoradora de almas. Anda em quatro patas, mas pode se erguer como um homem! Tem olhos amarelos e um cheiro de enxofre que impregna a pele!

    — E o senhor já viu um desses? — Niko perguntou, tentando esconder o ceticismo.

    — Uma vez, quando eu era jovem! — Elias se inclinou para a frente, gesticulando com as mãos. — Meu pai me disse para nunca encarar um Gorgulante diretamente, senão ele rouba seu espírito!

    — E como tem certeza de que foi isso que matou o boi? — perguntou Evellyn.

    — Eu não tenho certeza de nada! Mas que foi um Gorgulante que fez isso foi!

    Naquele momento, os dois não estavam mais acreditando em nenhuma palavra que o velho dizia. Era somente o doido da cidade que não iria trazer nada de útil à investigação. Niko suspirou, frustrado com o tempo perdido.

    — Certo… muito obrigado pela informação.

    Os dois se despediram antes que Elias começasse a contar outra história absurda. Assim que saíram, Evellyn riu baixo.

    Gorgulante Noturno? Isso é novo.

    — Esse cara só queria atenção. — Niko balançou a cabeça. — Precisamos de outra pista, de preferência uma que nos ajude na investigação.

    Desse modo, a dupla continuou com a investigação, perguntando para todos que encontravam na vila sugestões do que teria causado o ataque. Algumas respostas foram previsíveis, outras completamente absurdas.

    — Bom, eu acho que foi um lobo dos grandes. — sugeriu um caçador. — Eles não devem ter achado comida, então foram até a fazenda.

    Aquela hipótese somente explicava o que teria feito o ataque, sem levar em conta como um lobo foi parar lá, sem contar que, pelo estado do boi, o que atacou o gado era tudo, menos um lobo. Aquilo estava cheio de furos lógicos, então Niko e Evellyn descartaram aquela possibilidade.

    — Acho que foram ladrões famintos! — disse um agricultor.

    Mesmo sendo mais provável que a última sugestão, Niko e Evellyn não conseguissem imaginar alguém precisando destroçar um animal daquele jeito para simplesmente se alimentar, não importa com quanta fome estivessem.

    — Eu tenho certeza de que foi uma maldição de algum Azrothista, o fazendeiro irritou. — sugeriu um homem na casa dos quarenta anos. — Esse tipo de coisa só pode ser obra dos caídos.

    — Foram os Gorgulantes Noturnos! — disse uma mulher mais velha.

    Os Gorgulantes Noturnos foram mencionados duas vezes por duas pessoas diferentes. Niko chegou à conclusão de que aquilo se tratava de uma lenda local.

    Foi quando os dois estavam perdendo as esperanças de conseguir algo útil, um ferreiro de meia-idade chamado Yoren mencionou algo que chamou atenção deles.

    — Olha, não sei se vocês acreditam nessas coisas, mas meu avô falava de criaturas carniceiras que devoravam tudo à sua frente, sapien ou animal. Ele os chamava de ghouls.

    Ghouls?

    — Sim. Sapiens amaldiçoados com a fome eterna, fazendo-os se tornarem feras quando então famintos. E bem, o corpo do animal estava todo dilacerado e faltando partes… isso soa exatamente como o que meu avô descrevia de um ataque de ghoul.

    Niko e Evellyn trocaram olhares, absorvendo a informação. Aquilo era algo muito fantástico, mas que mesmo assim chamava a atenção deles.

    — Esses ghouls… tem certeza de que eles existem? — perguntou Evellyn.

    — Não sei dizer. Meu avô jurava que eram reais, mas nunca vi um com meus próprios olhos. O que sei é que, se existem, não são coisas que se enfrenta de mãos vazias. Eles são rápidos, fortes e inteligentes. Se eu fosse vocês, tomaria cuidado.

    — Inteligentes? — disse Niko.

    — Sim. Mesmo agindo como feras quando estão com fome, eles são muito espertos. E se o que matou esse boi for mesmo um Ghoul, pode ter encontrado um jeito de entrar no celeiro sem ser notado.

    Evellyn cruzou os braços, refletindo sobre a informação.

    — Isso bate com o que a gente viu. O celeiro estava fechado por dentro, sem sinais de arrombamento. Não faria sentido um ataque de predador comum.

    Niko ficou em silêncio por um momento, pensando nas possibilidades. Então, foi quando pensou em algo.

    — Se esse Ghoul realmente entrou no celeiro sem deixar rastros, talvez ele tenha vindo por baixo.

    — Como assim? — Evellyn virou-se para ele.

    — Túneis. Ou algo parecido.

    — Não é impossível. Existem antigas minas abandonadas e passagens subterrâneas nessa região. Se algo estivesse se escondendo por aqui, poderia estar usando-as para se movimentar.

    Evellyn estalou os dedos, apontando para Niko.

    — Isso faz sentido! Boa ideia, Niko!

    — Precisamos voltar para a fazenda e investigar melhor. Sem contar que já está escurecendo mesmo, talvez a Brigitte tenha encontrado algo.

    Evellyn assentiu e se virou para Yoren.

    — Valeu pela informação. Isso pode ter sido a peça que faltava.

    — Só não se metam em encrenca. Se for mesmo um Ghoul, é melhor deixar isso para a polícia ou para os militares.

    Evellyn riu pelo nariz, fazendo uma cara convencida em direção ao ferreiro.

    — Tá tudo bem. Eu já fui militar, sabia?

    — E largou isso para virar mercenária?

    — Depois de tudo que aconteceu, eu preferi virar isso mesmo.


    Brigitte correu pela floresta em um ritmo confortável e bem rápido, cerca de 120 quilômetros por hora. Mesmo com a alta velocidade, ela estava de olhos atentos ao redor enquanto varria a paisagem em busca de qualquer sinal suspeito. A neve cobria o chão como um cobertor branco, deixando poucos rastros visíveis, mas ela sabia que mesmo os menores detalhes podiam entregar algo.

    As árvores eram altas e antigas, com seus galhos atrapalhando a vista do céu nublado. Aquele era um ambiente silencioso, mas o silêncio dali era diferente do da fazenda, não era apenas um silêncio físico, mas uma ausência estranha de vida. Nenhum pássaro, nenhum esquilo e nenhum farfalhar de folhas causado pelo vento. Nada.

    — Credo… esse lugar é meio sinistro. — murmurou ela para si mesma.

    Foi então que observou uma pequena clareira à frente, onde o chão estava mais irregular que o normal da floresta. Antes que ela pudesse passar pelo local suspeito, parou o passo e segurou no tronco de uma árvore, fazendo-a parar instantaneamente e dar um pequeno impulso para frente.

    A neve ali estava mais rasa, revelando terra escura e folhas secas, além do tronco caído afundado no chão, parecendo servir de banco e estranhamente sem nenhuma neve cobrindo-o. Brigitte se aproximou cautelosamente do lugar e então viu algo curioso, ela viu o que parecia ser restos de uma fogueira.

    Ela parou ao lado do círculo de cinzas e carvão queimado, analisando-o com atenção. Não era uma fogueira muito antiga, os resíduos ainda estavam relativamente frescos, e o carvão parecia ter sido apagado há apenas alguns dias. Aquilo batia com o tempo do acontecimento na fazenda.

    — Hmm… alguém passou por aqui recentemente.

    Brigitte se agachou, pegando um pequeno galho queimado entre os dedos. Esfregou o carvão contra os dedos, sentindo sua textura seca e frágil. Se estivesse ali por muito tempo, a neve teria coberto tudo, mas não foi o caso. Mais uma pista que indicava que aquilo foi algo recente.

    Ela se levantou e deu alguns passos ao redor do local, procurando por mais sinais. Foi então que percebeu pegadas e marcas no chão, parcialmente apagadas pela neve, todas em volta da fogueira.

    Brigitte engoliu seco ao ver uma marca diferente, presa no galho baixo de uma árvore próxima. Caminhou até lá e tocou o tronco. Havia pequenos riscos na madeira, como se algo leve tivesse se agarrado ali.

    — O que será que fez isso?

    Brigitte franziu a testa, observando os riscos no galho da árvore. Não pareciam naturais, nem feitos por ferramentas comuns. Ela passou os dedos por eles, tentando imaginar o que poderia ter deixado aquelas marcas, mas sua atenção foi desviada por algo mais estranho no chão próximo à fogueira.

    Havia pequenos objetos brancos espalhados pela neve, parcialmente enterrados. Ela estreitou os olhos, caminhou até os objetos e se agachou, passando a mão na neve.

    — O que é isso…?

    Brigitte pegou um dos objetos e virou na palma da mão. Era um osso pequeno, fino e completamente limpo. O formato não parecia o de um animal grande, e quanto mais ela escavava na neve ao redor, mais ossos surgiam.

    — Parecem ser ossos de galinha…

    Ela pegou outro e virou de um lado para o outro. Havia marcas nele. Pequenas marcas irregulares, como se alguém ou alguma coisa tivesse roído aquilo. A guerreira sentiu um arrepio na espinha.

    — Ok… isso definitivamente não é normal.

    Ela se levantou rapidamente, limpando a neve das mãos e olhando ao redor com mais cautela. O silêncio da floresta parecia se tornar mais pesado e ela sentia estar sendo observada por algo.

    — Tá bom, já deu. Acho que tenho informação suficiente.

    Guardou um dos ossos no bolso, como prova, e deu meia-volta, desaparecendo em um borrão roxo entre as árvores.

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