Capítulo 1957 - Lista de tarefas do feiticeiro.
Combo 83/300
Sunny passou as horas seguintes explorando vários materiais místicos que havia acumulado ao longo dos anos e pensando no que exatamente iria criar. As lembranças do Reino das Sombras continuavam a invadi-lo, mas ele as ignorou resolutamente e tentou se concentrar na tarefa em questão. Infelizmente, assim que o fez, surgiu outra distração.
Era Aiko quem queria saber de onde tinha vindo o grande buraco no chão. Lançando um olhar neutro para sua assistente perplexa, Sunny voltou-se para as prateleiras e deu de ombros, sem se comprometer.
“Ah, sabe. Acabei encontrando os Portões da Morte, por acidente, e decidi dar uma olhada rápida no que havia do outro lado. Era bem bonito, na verdade… infelizmente, minha alma continuou se desintegrando, e alguém atirou uma flecha no meu coração. Então, me ofendi e fui embora.”
Ele suspirou.
“Mas eu meio que esqueci de fechar a porta depois de voltar. Como você pode ver… perdemos um pedaço do piso por causa disso. E uma vitrine inteira! Aquela chique com incrustações prateadas e vidro temperado…”
Aiko olhou para ele por um tempo, depois abaixou a cabeça, cansada.
“Aham. Entendo.”
Seu olhar pousou naturalmente nas duas flechas pretas sobre uma mesa próxima. Ela as estudou por um instante, depois estremeceu.
“O-o que é isso?”
Sunny olhou distraidamente em sua direção.
“Ah, essas? São flechas do Reino da Morte. Aliás, você pode limpar a da esquerda? Molhei… sabe, com o sangue do meu coração.”
Então, ele coçou a nuca e acrescentou em tom duvidoso:
“Na verdade, raspe isso. Não limpe… aliás, nem toque. Está impregnado com um pouquinho da essência da morte, então quem sabe o que vai acontecer se você fizer isso?”
Sunny era um Santo, mas Aiko era apenas uma Desperta. Ele ainda se lembrava de sempre ser morto por um mero vislumbre da intenção assassina de Nether, congelado nos reflexos do Grande Rio. Então, era melhor manter aquelas flechas longe dela… só por precaução. A pequena garota lançou um olhar tenso para as flechas negras e deu um passo apressado para longe.
“H-ha! Você e suas piadas, chefe. Ha-ha!”
Mesmo assim, ela deu outro passo para trás e até flutuou um pouco. Olhando para Sunny, Aiko hesitou por um momento e então saiu apressadamente do armazém.
Ele assentiu.
“Provavelmente uma boa decisão…”
Com isso, Sunny retornou aos seus pensamentos.
Tecelagem.
Havia muitas memórias que ele queria criar.
Seu objetivo final era a espada que prometera a Nephis… uma lâmina para matar os deuses. Tanto figurativa quanto literalmente. Aquela espada deveria acompanhá-la na batalha contra os Soberanos, mas Sunny estava olhando além disso. Ele estava olhando para o que aconteceria depois que os Soberanos se fossem — para o momento em que ela se tornaria Sagrada e, então, Divina.
Além da espada, Sunny também queria criar algumas Memórias para si. Ele queria criar vários amuletos de ligação com a alma, em particular, para que a característica [Armamento do Submundo] da Armadura de Ônix pudesse finalmente ser usada novamente. Ele tinha algumas ideias, mas ainda não tinha certeza de quais seriam esses amuletos. Também não sabia quantos deles queria criar…
Um seria suficiente, mas sete seria melhor. Dessa forma, cada uma de suas encarnações seria capaz de usar um amuleto único de ligação com a alma, e todos poderiam usá-lo simultaneamente.
“Será que tenho imaginação suficiente para inventar sete amuletos adequados?”
Ele ainda estava determinado a usar Memórias apenas por conveniência ou para expressar melhor seu próprio poder, e não tomar poder emprestado das próprias Memórias. De qualquer forma, era cedo demais para pensar em criar os amuletos. Ele ainda nem havia descoberto uma maneira de vincular Memórias às almas — então, planejar forjá-las era um pouco prematuro.
E então, havia Santa. Ao contrário das outras Sombras, ela também podia usar Memórias. Mas não qualquer tipo de Memória — apenas armas e amuletos. A graciosa cavaleira de pedra tinha a habilidade de manifestar armas a partir de sua escuridão ou aprimorar armas existentes com ela. No momento, ela só fazia a primeira opção, mas usar a segunda poderia levá-la a um poder ainda maior.
E, assim como Sunny, sua armadura poderia fortalecer os encantamentos de um único amuleto.
Por fim, havia Rain. Sua irmã vinha sofrendo muito desde que chegara a Sepultura dos Deuses. Ela havia enfrentado muitas batalhas angustiantes, sobrevivendo contra todas as probabilidades quando cercada por Criaturas do Pesadelo muito mais poderosas do que ela… todos os soldados naquele lugar esquecido por Deus. Ela também havia matado inúmeras abominações, e como o Feitiço do Pesadelo não podia recompensá-la, Sunny teve que tomar seu lugar.
Essas eram provavelmente as mais fáceis de forjar devido ao seu baixo Nível. Entregar Memórias a Rain de Níveis mais altos era… uma opção, mas não muito boa. Tanto porque sua reserva de essência seria rapidamente drenada pelos encantamentos sedentos de poder, quanto porque ela não seria capaz de manejá-los com muita eficácia.
Além disso, ela aprenderia a confiar demais nas Memórias fornecidas por Sunny, o que prejudicaria seu próprio crescimento. Havia também a questão de pessoas questionando onde uma jovem Desperta sem apoio havia recebido Memórias de grande poder. Isso não só lançaria suspeitas sobre Rain, como também havia um leve perigo de que alguém decidisse tentar tirá-las dela.
A segurança dela já estava garantida pela presença dele ao seu lado, então Sunny não queria exagerar no equipamento.
“Vou começar criando algo para Rain.”
Isso seria um bom começo, assim como algo que lhe permitiria concretizar seus insights recentes.
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