Capítulo 1014 A Queda de Falcon Scott (32)

Combo 14/100

Sunny já tinha visto Onda de Sangue em sua forma bestial uma vez, de longe, mas de perto, o Santo da Noite era muito mais assustador.

A criatura em que ele havia se transformado parecia um pouco com uma baleia assassina, sua pele preta e branca, as linhas de seu corpo suaves e predatórias. No entanto, era muito, muito maior do que qualquer besta mundana tinha o direito de ser.

Havia uma colcha de retalhos de cicatrizes feias cobrindo sua pele, e uma armadura de aço envolvendo suas longas barbatanas, bordas afiadas como lâminas. Seus enormes olhos brilhavam na escuridão do oceano com luz azul, cheios de força de vontade e inteligência.

Mesmo sabendo que a baleia assassina gigante era na verdade um humano, Sunny não conseguiu deixar de se sentir tenso diante do grande predador.

Desde o início do cerco de Falcon Scott, Onda de Sangue raramente se mostrava — ele permanecia principalmente debaixo d’água, protegendo os navios ancorados e lutando contra as Criaturas do Pesadelo que tentavam atacar a cidade das profundezas.

O Comando do Exército não ousou deixar a fortaleza portuária e os navios vulneráveis ​​sem um defensor…

E, no entanto, hoje, era exatamente isso que tinha que acontecer.

Enquanto Sunny encarava o poderoso Santo, Naeve deslizou para frente e então pairou na frente do focinho da baleia assassina, mantendo-se no lugar com movimentos quase imperceptíveis de seus braços e pernas. O alto Mestre parecia minúsculo ao lado da criatura gigante.

‘Huh…’

Este conteúdo está disponível no Illusia. Se estiver lendo em outro lugar, acesse https://illusia.com.br/ para uma melhor qualidade e maior velocidade.

Sunny percebeu que não sabia como se comunicar com os outros debaixo d’água. Ele não conseguia falar, nem mesmo abrir a boca — a menos que quisesse perder a Pérola da Essência e sufocar. Provavelmente havia um sistema de sinais que alguém poderia aprender, mas ele não tinha feito isso com antecedência.

O mundo estava em silêncio.

Não, não exatamente… na verdade, o oceano estava cheio de sons. Eles eram apenas estranhos e abafados, reverberando através de seus ossos como se ele os estivesse ouvindo com seu corpo inteiro. O barulho da batalha acima era como um rugido baixo, abrangente e distante. Sunny sabia que o som deveria se propagar muito longe na água, mas não tinha ferramentas para distinguir e interpretar o que ouvia.

No entanto, os Caminhantes da Noite pareciam possuir algum método de compartilhar informações. Alguns momentos depois que Naeve se aproximou de Onda de Sangue, a baleia assassina se moveu ligeiramente, olhando para as profundezas do oceano. Suas pupilas se estreitaram.

Então, uma coisa estranha aconteceu. Os olhos do grande predador permaneceram claros e azuis, mas a água em si pareceu subitamente tingida de vermelho escuro ao redor deles. Sunny se sentiu extremamente desconfortável, como se Onda de Sangue não gostasse nem um pouco do que estava acontecendo.

Então, a sensação passou tão rapidamente quanto apareceu, e o oceano voltou ao normal.

Naeve se virou e acenou para que ele se aproximasse. Lutando contra o medo instintivo de grandes predadores, Sunny nadou em direção à monstruosa baleia assassina. Assim que chegou perto, de repente ouviu uma voz familiar em seus ouvidos:

“Meu tio concorda. Temos que matar o Terror.”

Sunny encarou o Caminhante da Noite silenciosamente. Naeve inclinou a cabeça um pouco.

“Oh… você não pode falar. Bem, não há nada para discutir, de qualquer forma — todas as informações disponíveis sobre a criatura já nos foram dadas por Tyris de Pena Branca. Só podemos atacar o Terror e fazer o nosso melhor. Como está sua resistência contra ataques mentais?”

Este conteúdo está disponível no Illusia. Se estiver lendo em outro lugar, acesse https://illusia.com.br/ para uma melhor qualidade e maior velocidade.

Sunny fechou o punho e levantou o polegar… ele duvidava que qualquer Mestre tivesse melhores defesas mentais do que ele. Além disso, ele já estava inoculado contra o feitiço do Terror.

O Caminhante da Noite assentiu.

“Bom. Levar nossos Despertos para as profundezas significaria apenas dar à criatura mais fantoches para controlar. Nós três teremos que caçar sozinhos. Quando descobrirmos o Terror, Onda de Sangue liderará o ataque, enquanto nossa tarefa será apoiá-lo… talvez até sobrevivamos, quem sabe. Você está pronto?”

Sunny deu de ombros, o que era algo estranho de se fazer debaixo d’água.

“Então siga-me.”

Naeve nadou ainda mais perto da grande besta, deslizando paralelamente às costas de Onda de Sangue. Alcançando a barbatana dorsal que se erguia alta como o mastro de um navio, ele agarrou uma pequena depressão na armadura que a envolvia e gesticulou para Sunny fazer o mesmo.

‘Ótimo… Vou montar um maldito Santo nas profundezas de um maldito oceano…’

Amaldiçoando seu destino, Sunny seguiu o exemplo do Caminhante da Noite e se agarrou à barbatana da baleia assassina como uma espécie de peixe caroneiro. Ele podia sentir um vasto e poderoso batimento cardíaco em algum lugar abaixo dele, e uma presença poderosa que estava além de todos os sentidos mundanos.

A voz de Naeve ressoou mais uma vez em seus ouvidos:

“Não solte. Bem… a menos que você sinta que a pressão é grande demais para você lidar. Eu não sei o quão fundo o Terror se esconde, e o quão fundo você pode mergulhar. Desculpe, Sunless… você terá que aprender a atravessar o abismo rápido, e por conta própria.”

Este conteúdo está disponível no Illusia. Se estiver lendo em outro lugar, acesse https://illusia.com.br/ para uma melhor qualidade e maior velocidade.

Antes que Sunny pudesse pensar em uma resposta — mesmo que não pudesse retransmiti-la — Onda de Sangue se moveu de repente. Seu grande corpo avançou com uma velocidade impressionante, e uma corrente poderosa quase jogou Sunny para fora da nadadeira. Ele agarrou-se com mais força à armadura de aço, sentindo o quão estranho era conseguir respirar livremente apesar da água corrente. Naeve estendeu a mão para apoiá-lo, mas então a trouxe de volta, vendo que não havia necessidade.

‘Isto é… isto é…’

Montar uma baleia assassina gigante nas profundezas escuras do oceano talvez não tenha sido a jornada mais estranha que Sunny já fez, mas definitivamente estava lá em cima com as mais estranhas delas, especialmente considerando que a baleia era na verdade um Santo do grande clã Noite. A situação toda teria sido comicamente surreal, se não fosse tão terrível.

Um terrível inimigo os esperava no final desta jornada.

Onda de Sangue viajou para longe da costa, submergindo cada vez mais fundo no abismo aquático. O mundo ao redor deles era implacavelmente frio e absolutamente sem luz, assustadoramente semelhante ao Céu Abaixo das Ilhas Acorrentadas… mas muito mais assustador.

Na verdade, essa não era a única semelhança. Quanto mais fundo eles iam, mais Sunny sentia como se algo o pressionasse. Era como se uma placa titânica de pedra pesasse sobre seu corpo, tornando mais difícil se mover e respirar. A sensação não era diferente da força torturante do Esmagamento, e pensar nessa analogia o deixava muito, muito desconfortável.

Afinal, o Esmagamento era capaz de matar até mesmo Santos.

Ele tentou controlar sua respiração.

‘Nenhum oceano mundano pode matar um Santo. E em termos de robustez, não estou tão longe de um…’

Eles foram descendo cada vez mais.

Este conteúdo está disponível no Illusia. Se estiver lendo em outro lugar, acesse https://illusia.com.br/ para uma melhor qualidade e maior velocidade.