Capítulo 1050 - A Queda de Falcon Scott (68)

Combo 50/100

Depois de uma noite agitada, Sunny deixou o dormitório com um humor muito melhor. O ar lá fora estava gelado com um frio de gelar os ossos, mas na verdade era agradável contra seus hematomas. Sunny seguiu na direção do quartel, assobiando uma melodia simples sob seu nariz. Enquanto ele andava, uma de suas sombras voou em direção às muralhas distantes para verificar se estava tudo bem ali.

Tirando o fato de que os soldados estavam miseráveis ​​por causa do frio hediondo, ainda mais do que o normal, a situação parecia estar sob controle. Grupos díspares de Criaturas do Pesadelo estavam se jogando contra as muralhas, algumas maiores do que as outras, mas não era nada que o exército não pudesse lidar.

‘Tudo parece bem, por enquanto…’

Sunny ainda estava todo dolorido, mas pelo menos ele era capaz de andar sem mancar agora. O quartel ficava a uma distância considerável, mas não havia pressa. Ele aproveitou muito esse raro momento de paz, estudando a cidade enquanto a atravessava.

Falcon Scott… estava muito mais vazia agora. Miraculosamente, o Primeiro Exército tinha conseguido evacuar a maioria dos duzentos milhões de refugiados. Agora, restavam menos de dois décimos desse número, nem de longe o suficiente para fazer a cidade parecer lotada. Embora inúmeras pessoas tenham lutado e se sacrificado para que isso acontecesse, Sunny não conseguia deixar de sentir que esse vazio era o resultado direto de suas ações.

Foi bom ver seu trabalho dar frutos.

Entre os heróis antigos sobre os quais Nephis às vezes gostava de falar, havia um chamado Hércules, que aparentemente havia realizado doze trabalhos. Sunny se perguntou o que aquele sujeito pensaria sobre defender esta maldita cidade.

Bem, pelas descrições, Hércules parecia não mais que um Desperto com um Aspecto físico moderadamente poderoso… talvez um Ascendente bem mediano. Ele provavelmente pensaria que Falcon Scott era um pesadelo infernal, e morreria nos primeiros dias do cerco.

‘Huh…’

Enquanto Sunny caminhava, uma sombra rápida caiu do céu, e um corvo preto pousou de repente em seu ombro. O corvo olhou para ele por um momento, e então grasnou:

“Sah-nee! Sah-nee!”

Sunny lançou-lhe um olhar sombrio.

“O que?”

O Eco agitou suas asas.

“Venha! Venha!”

Então, ele pulou do ombro dele e desapareceu na direção do complexo governamental.

Sunny franziu a testa, depois xingou baixinho e mergulhou nas sombras.

Parecia que seu bom humor não duraria muito.

Ele deslizou para frente com uma velocidade incrível, alcançando o complexo em um piscar de olhos. Emergindo da escuridão perto dos portões guardados, ele esperou alguns segundos para que os seguranças confirmassem sua identidade — uma formalidade inútil, considerando que praticamente todo mundo já sabia como ele era — e entrou no prédio.

Rapidamente encontrando seu caminho para o subterrâneo, Sunny correu para a sala de conferências onde os Irregulares geralmente se reuniam. Conforme ele se aproximava, no entanto, houve de repente um estrondo alto, e as paredes tremeram um pouco, poeira caindo do teto.

‘O que…’

Inquieto, ele entrou na sala e viu a Mestre Jet parada de costas para ele. A parede na frente dela estava deformada, uma rede de rachaduras atravessando a liga blindada do ponto onde seu punho colidiu com ela.

A Ceifadora de Almas permaneceu imóvel por um momento, então se virou para ele. Seu rosto normalmente calmo estava contorcido por uma expressão de raiva escura e fervente.

Assim que Sunny viu, seu coração pulou uma batida. Ele nunca tinha visto a Mestre Jet perder o controle de si mesma daquele jeito…

Respirando fundo, ela fechou os olhos por um momento e então disse:

“Sunny. Você está aqui… ótimo.”

Ele olhou para a parede destruída, depois para ela. Sentindo um arrepio percorrer sua espinha, Sunny se preparou e perguntou:

“O que aconteceu?”

Jet soltou um longo suspiro. Quando ela falou, sua voz era fria e sombria:

“… É Tyris. Ela finalmente perdeu uma luta.”

***

Os dois seguiram para a sede do clã Pena Branca sem perder tempo. Enquanto o elevador os levava para o térreo do complexo governamental, Sunny tentou manter a voz calma enquanto perguntava:

“O que você quer dizer com perder uma luta? Ela está viva?”

Jet cerrou os dentes.

“Não sei. Fui notificada de que algo deu errado há apenas meia hora. Roan me enviou uma mensagem pessoalmente antes de você chegar… mas ele não entrou em detalhes.”

O rosto de Sunny caiu. Se a única fonte de informação de Jet era Mestre Roan, isso significava que o Comando do Exército havia escolhido manter isso em segredo por enquanto. E se o Comando do Exército estava guardando segredos de alguém como a Ceifadora de Almas… as coisas não podiam estar boas.

Quando eles saíram do complexo subterrâneo e correram para o complexo do clã Pena Branca, Sunny estremeceu novamente e percebeu que estava ainda mais frio lá fora. Antes, ele não tinha prestado atenção ao frio, mas agora, a queda na temperatura parecia um presságio.

‘Maldito seja, maldito seja, maldito seja tudo…’

Os guardas do complexo pareciam ter recebido instruções, e quase imediatamente após Sunny e Jet chegarem, uma jovem mulher familiar apareceu para guiá-los para dentro. Ele brevemente se sentiu feliz em ver que ela havia sobrevivido à batalha com Nuvem Devoradora, mas então seus pensamentos se tornaram sombrios e tumultuados mais uma vez.

Sunny ficou… abalado.

Ele não conseguia deixar de pensar na Santa Tyris, silenciosamente desejando que ela estivesse viva. Ao mesmo tempo, ele tinha que pensar sobre o que a queda dela significaria para a evacuação… Sem ninguém para parar a Besta do Inverno, o que aconteceria com a cidade?

As duas preocupações competiam entre si, pressionando seu coração com um peso terrível.

Finalmente, eles chegaram a uma sala isolada nas profundezas do complexo. A jovem Desperta lançou um olhar angustiado para a porta, então se afastou, gesticulando para que eles entrassem.

Lá dentro, eles viram um salão vazio com alguns equipamentos médicos e uma mesa de operação solitária no centro. A mesa e o chão ao redor dela estavam manchados de sangue. Nela… Santa Tyris estava deitada, com os olhos fechados.

Sunny soltou um sinal de alívio quando viu que seu peito estava subindo e descendo lentamente. A Maré do Céu ainda estava respirando… ela ainda estava viva…

No entanto, ela parecia um cadáver.

Seu corpo inteiro estava coberto de sangue e manchado por congelamento severo. Tyris estava inconsciente, respirando superficialmente. Seu rosto estava terrivelmente pálido, e seus lábios pareciam azuis. E isso… isso foi, sem dúvida, somente depois que os curandeiros do clã Pena Branca cuidaram dela. Sunny não conseguia imaginar como a temível Santa parecia antes.

Roan estava de pé acima dela, não parecendo muito melhor. Ele havia sido gravemente ferido enquanto atraía a Nuvem Devoradora em direção à cidade — mesmo agora, o carismático Mestre ainda não havia se recuperado de seus ferimentos. Um de seus braços pendia frouxamente em uma tipoia, e seu rosto normalmente animado estava escuro e sem vida.

Quando Sunny e Jet entraram, Roan lentamente desviou o olhar da esposa e lançou-lhes um olhar sem graça.

A Ceifadora de Almas cerrou os dentes.

“Roan. O que diabos aconteceu?!”

Ele olhou para eles por alguns momentos, depois se virou novamente para a Santa Tyris.

“Não é óbvio? Ela perdeu. Na verdade, é um milagre que ela tenha conseguido segurar aquele monstro por tanto tempo. Também é um milagre que ela tenha sobrevivido.”

Ele permaneceu em silêncio por um tempo e então acrescentou calmamente:

“Mas você está fazendo a pergunta errada.”

Os olhos azuis gelados da Mestre Jet se arregalaram levemente. Ela hesitou, então perguntou friamente:

“… O que diabos vai acontecer então?”

Roan abaixou a cabeça. Então, endireitou as costas e olhou para eles mais uma vez.

“Acho que você sabe.”

Seus olhos estavam tristes e cansados.

“A Besta do Inverno está chegando, e não há ninguém para detê-la. Acabou. Talvez amanhã, ou depois de amanhã, qualquer um que ainda permanecer nesta cidade morra. Sinto muito, Ceifadora de Almas… não há mais nada que o clã possa fazer.”