Capítulo 1055 - A Queda de Falcon Scott (73)

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Depois que as coisas se resolveram… Sunny não sabia realmente o que fazer. O Professor Obel queria voltar para o dormitório, por enquanto, então Sunny pediu para Belle, Dorn e Samara levarem o velho para lá. Depois disso, eles deveriam retornar para o quartel.

Deixado sozinho, Sunny permaneceu imóvel por alguns minutos, então usou Passo das Sombras para se esgueirar a bordo do navio de Naeve. Colocar uma âncora ali não levou muito tempo. Depois que a marca invisível foi criada, ele usou o mesmo método para retornar à fortaleza do porto.

Já era noite… claro, noite e dia eram absolutamente os mesmos durante o longo inverno, aqui na Antártida. Ainda assim, isso significava que a Besta do Inverno chegaria em cerca de doze horas, no mínimo, e em não mais do que quarenta, no máximo.

Sunny lentamente voltou para os elevadores. Ninguém estava se movendo na direção oposta do porto, então ele não teve que forçar seu caminho através da multidão. Ele apenas andou lentamente, se afastando para deixar os veículos passarem de vez em quando. Os elevadores estavam subindo completamente vazios também.

Sua figura solitária assustou a multidão de pessoas esperando a plataforma chegar à estação de transferência superior. Sunny lançou-lhes um olhar pesado, então suspirou e se dissipou na sombra. Ele não tinha desejo de viajar pela multidão novamente.

Para desperdiçar o mínimo de essência possível, ele simplesmente deslizou pela escuridão e apareceu a alguma distância, na sombra da muralha da cidade. Então, usou um elevador para chegar às ameias e finalmente escapou do mar de pessoas em pânico.

Dali, ele podia ver a vasta extensão da cidade. Falcon Scott estava banhada em escuridão e inundada com uma luz artificial forte. Flocos de neve dançavam no ar gelado e, acima de tudo, a aurora fantasmagórica girava como um rio celestial de chamas fantasmagóricas. Incontáveis ​​estrelas brilhavam friamente no alto.

Sunny olhou para a cena onírica por alguns momentos e então suspirou.

‘Como é que parece tão… bonito?’

Do outro lado do muro estava o oceano. Ele podia ver o porto abaixo, a massa transbordante de pessoas dentro dele, e o navio de guerra solitário elevando-se acima das águas escuras. Sunny caminhou ao longo da muralha, mantendo os olhos na embarcação.

Havia soldados de guarda no muro. Estranhamente, nenhum deles parecia com pressa de deixar seus postos. Na verdade, ele podia sentir um clima estranho permeando o ar — a multidão de refugiados abaixo estava quase frenética, mas aqui nas ameias, os membros do Primeiro Exército estavam quase tranquilos.

Não era a tranquilidade resignada do desespero, apenas… a calma nua e crua de pessoas que passaram pelo inferno e não temiam o fim.

Logo, ele ouviu um dos soldados dizer:

“Olha! Está se movendo.”

Sunny também podia ver. O navio de guerra estava finalmente partindo. A corrente titânica chacoalhou enquanto subia, logo revelando uma âncora enorme. Então, lentamente, a embarcação gigante começou a se mover, distanciando-se do porto.

Sua partida fez com que as pessoas aglomeradas na fortaleza gritassem, e a ladainha de suas vozes voou no vento até chegar aos ouvidos dele.

Uma voz feminina rouca respondeu ao soldado:

“Coitados… ah, sinto pena deles. Está muito frio.”

A primeira voz masculina soou novamente após um momento de silêncio.

“É. Espero que alguém no porto tenha bom senso o suficiente para distribuir comida, cobertores e algo quente para beber. Falando em algo para beber… dê essa coisa aqui…”

Sunny franziu a testa.

‘Espere… essas vozes não parecem familiares?’

Ele olhou para o par de soldados falantes. Um deles era um homem com o uniforme do Primeiro Exército, o outro era uma mulher Desperta usando um lindo manto encantado. Os dois estavam passando um frasco de algo perfumado entre si enquanto observavam distraidamente a partida do navio de guerra.

Sunny inclinou a cabeça, surpreso. Eles eram o Sargento Gere e a Tenente Carin — dois oficiais que estavam sob seu comando durante a marcha infernal para Falcon Scott. Ele não os viu depois de chegar à capital do cerco.

Sunny hesitou por um momento e então disse:

“Ei, você.”

Carin se encolheu e agarrou o parapeito da ameia com as duas mãos.

“Gere… Gere, acho que bebi demais! Acabei de ouvir o Diabo me chamando.”

O soldado mundano zombou.

“Não tem como você estar mais bêbada que eu. Você não deveria ser uma Desperta estupidamente durona? Embora… huh, eu pensei ter ouvido ele também. Estranho.”

Sunny suspirou.

“É porque estou bem atrás de você.”

Ambos se viraram lentamente e o encararam por alguns momentos. Então, sorrisos sinceros apareceram de repente em seus rostos.

“Capitão!”

“Senhor! Você também está aqui?”

Ele revirou os olhos, então se aproximou e se apoiou no parapeito ao lado deles.

“Sim, eu também estou aqui.”

Depois que a caravana chegou à cidade, os soldados e os Despertos que ele havia liderado foram absorvidos de volta ao Primeiro Exército e enviados para reforçar a guarnição. Ele havia conhecido alguns aqui e ali durante o cerco, mas, em geral, Sunny não tinha ideia do que havia acontecido com eles.

Foi estranho ver Gere e Carin novamente. Ele os estudou por um tempo, então perguntou:

“… Vocês dois não embarcaram no navio?”

O Sargento Gere hesitou, depois deu de ombros relaxadamente.

“Uh… não. É só estranho, deixar todas essas pessoas para trás e fugir. Na verdade, praticamente ninguém que eu conheço foi e pegou um lugar para si. A maioria de nós, soldados do Primeiro Exército, vai ficar.”

Ele tomou um gole do frasco e riu.

“É como se todos tivéssemos feito um estranho pacto de suicídio.”

Carin tirou o frasco da mão dele e sorriu.

“Está tudo bem, no entanto. Na verdade, sinto como se eu devesse morrer no Campo de Erebus. Isso teria sido triste.”

Ela tomou um grande gole e suspirou de prazer.

“Porque todos lá morreram. Mas aqui? Nós já garantimos que cento e setenta milhões de pessoas escaparam. Amanhã, serão cento e oitenta. Isso é… muita gente! Esse é um trabalho bem feito, se você me perguntar. E se conseguirmos resistir por mais um ou dois dias… então será ainda melhor.”

Gere assentiu.

“Essa é a razão pela qual fomos enviados aqui em primeiro lugar, não é? Para garantir que essas pessoas escapem. Então, nos salvar às custas delas… parece estranho, só isso…”

Sunny os estudou por alguns momentos, permanecendo em silêncio. Então, ele suspirou.

“Acho que me sinto da mesma forma. Além disso… eu realmente odeio perder também.”

Carin e Gere olharam para ele com expressões complicadas.

“Senhor… o senhor também vai ficar?”

Sunny sorriu levemente.

“É… ah, mas não me entenda mal. Não estou planejando morrer heroicamente. Ao contrário de algumas pessoas, não desisti de dar uma boa luta àquela fera.”

Os dois soldados ficaram em silêncio por um tempo. Então, Gere riu de repente.

“Bom! Isso é bom… inferno, agora que eu sei que você também estará conosco, senhor, estou começando a sentir que talvez ainda haja uma chance. Nós já matamos um Titã, não é? O que é mais um?”

Carin demorou-se um momento, depois ofereceu o frasco a Sunny e deu um tapinha no ombro do soldado mundano.

“Claro, Gere, claro. É só um Titã Corrompido. Vamos matá-lo. Por que não?”

Sunny recebeu o frasco e tomou um gole de algo amargo, saboroso e absolutamente escaldante. Ele fez uma careta e tossiu, sentindo seus olhos ficarem molhados de lágrimas.

‘Deuses… o que diabos eles estão bebendo?!’

Depois de um tempo, quando recuperou a capacidade de falar, Sunny enxugou os olhos e passou o frasco para Carin.

Sentindo um calor agradável se espalhando por seu corpo, ele disse:

“É, você está certa. É só um Titã Corrompido…”