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    Infelizmente, tudo que era agradável teve que chegar ao fim.

    Depois de uma manhã alegre e emocionante com Tamar e Telle, Rain se despediu delas. Tamar estava de folga hoje, então voltou para a casa que sua família estava alugando em Bastion. Telle, por sua vez, teve uma reunião com o líder de um grupo de mercadores que queria iniciar uma caravana comercial para as Ilhas Acorrentadas.

    A própria Rain trocou seu lindo vestido pelo Manto do Marionetista. O vestido, os sapatos elegantes e os brincos foram para o Saco Retentor — em vez disso, saiu uma garrafa térmica cheia de café quente, e ela soltou um suspiro profundo de contentamento após tomar um gole, com as costas apoiadas na parede de um beco escondido.

    Alguns momentos depois, seu irmão emergiu das sombras e lançou-lhe um olhar curioso. Rain levantou uma sobrancelha.

    “O que?”

    Ele parou um pouco e depois balançou a cabeça.

    “Não, não é nada. Só… bom trabalho!”

    Isso só a deixou mais confusa.

    “Com o quê?”

    Ele sorriu.

    “Dar um tapa naquele idiota, é claro! Ah, você realmente deixou seu irmão mais velho orgulhoso… Acho que é verdade o que dizem, a maçã não cai longe da árvore…”

    Rain piscou algumas vezes. Será que o irmão dela conhecia aquele sujeito estranho, Tristan? Bem, olhando para trás, isso era de se esperar. O grupo de Herdeiros era bem pequeno, afinal, e o clã Aegis Rose era bem conhecido. Telle parecia estar familiarizada com pelo menos um dos dois jovens Mestres também.

    Foi um pouco preocupante, no entanto, ouvir que ela estava começando a agir como Sunny. Isso seria um problema! Somente Sunny poderia ter sucesso em ser Sunny. Pigarreando, ela lhe ofereceu a mão e sorriu.

    “De qualquer forma, estou pronto para ir.”

    Ele a puxou para as sombras e, um momento depois, eles estavam na Ilha do Marfim. A grama esmeralda balançava suavemente ao vento morno, e o sol brilhava na superfície cintilante de um pequeno lago. O belo pagode branco erguia-se no céu atrás deles, cercado pelos ossos brancos de um dragão que o envolviam.

    Não importava quantas vezes Rain visitasse a ilha pacífica, ela não conseguia deixar de sentir uma sensação de admiração. Também não conseguia deixar de se sentir deslocada ali, como se fosse uma humana que tivesse acidentalmente encontrado o caminho para o paraíso.

    Rain olhou ao redor cuidadosamente.

    “Aqui fora?”

    Suas atividades na Ilha de Marfim eram sigilosas. Por isso, seu irmão costumava levá-la diretamente para a torre para evitar olhares indiscretos.

    Ele assentiu.

    “Tivemos convidados antes, mas eles já foram embora. Então, você pode relaxar.”

    Caminharam em direção à Torre da Esperança em um ritmo tranquilo. Não demorou muito para que Rain erguesse os olhos e perguntasse de repente:

    “A propósito, sempre tive curiosidade… o que esse dragão morto está fazendo aqui?”

    A princípio, ela simplesmente pensou que tudo na Ilha de Marfim era misterioso e mágico. Mas, à medida que se familiarizava com o lugar, os ossos desbotados pelo sol da grande fera começaram a parecer estranhos.

    Seu irmão olhou para os restos antigos e sorriu.

    “Ah, ele? O nome dele era Sevras, o Lorde do Marfim. Ele era o governante de um lugar chamado Cidade do Marfim, descendente do Deus do Sol e um dos sete Santos imortais que prendiam o Demônio da Esperança1. Bem, antes de enlouquecer e morrer.”

    Rain olhou para o irmão com surpresa.

    “Sério? Espera, como você sabe de tudo isso?”

    Ele parou por um momento.

    “Ah, bem. Algumas pessoas que você conhece o encontraram no Segundo Pesadelo. Como você acha que Vento da Noite conseguiu esse título chique dele, o Assassino de Dragões?”

    Os olhos de Rain se arregalaram um pouco.

    “Santo Kai? Ele matou esse dragão gigante?”

    O irmão dela riu.

    “Claro. É claro que ele não era o Santo Kai naquela época, apenas o Desperto Kai. Aquele maluco! Ele literalmente pulou na boca do dragão para matá-lo. Vento da Noite… ele pode parecer um molenga, mas deixa eu te contar — aquele nem foi o único dragão que ele matou…”

    Ele ficou em silêncio por um momento e então acrescentou em tom surpreso:

    “Agora que penso nisso, apesar de tudo isso, ele não só parece um molenga — ele é um molenga. Um molenga assassino de dragões. Que contradição.”

    Rain deu uma risadinha e olhou de lado para o irmão.

    “Ah? Só por curiosidade, quantos dragões você matou?”

    Ele franziu a testa, ficou em silêncio por um tempo e então admitiu relutantemente:

    “Nenhum. Mas uma vez eu briguei com um dragão…”

    Ela gemeu.

    ‘Por que eu perguntei?’

    Logo chegaram a uma grande câmara em um dos andares superiores da Torre de Marfim. Lady Nephis esperava lá, olhando pela janela. Ao ouvi-los entrar, ela se virou e sorriu.

    “Rain.”

    Rain curvou-se educadamente, momentaneamente deslumbrado com sua beleza estonteante.

    “Professora.”

    Lady Nephis suspirou.

    “Eu disse para você não ser tão formal. Pode me chamar de irmã mais velha…”

    Rain ficou um pouco pálida.

    “Eu-eu não ousaria! Como posso te chamar assim, Professoa? Você é uma Soberana!”

    Seu irmão olhou para ela, boquiaberto.

    “Ei, ei… espera um segundo. Eu também sou um Soberano! Como é que você não tem problema em me chamar de Irmão Mais Velho? Assim como todo tipo de outras coisas bem menos gentis!”

    Rain e Nephis olharam para ele em silêncio. Certo. O irmão dela também era um Soberano. Ela enrugou o rosto por um momento.

    ‘Bem, a culpa é dele mesmo! Quem mandou ele agir de forma tão… insubordinada?’

    Lady Nephis, Sunny e Rain… a conexão entre os três era um pouco estranha.

    Rain sabia que seu irmão e a bela deusa da humanidade estavam juntos. Para ser sincera, ela estava mais do que um pouco orgulhosa dele nesse aspecto. Parabéns, irmão! De todos os feitos incríveis que ele havia realizado, conquistar a bela Estrela da Mudança — literalmente a mulher mais excepcional do mundo — era talvez o mais incrível.

    Ao mesmo tempo, também parecia satisfatoriamente certo. Afinal, quem mais seria bom o suficiente para o irmão dela?

    Ninguém!

    Enquanto isso, Rain e Lady Nephis também haviam compartilhado uma breve ligação no passado. Lady Nephis até parecia se lembrar dela… ela também sabia que Rain era aluna de seu parceiro. No entanto, por algum motivo, Sunny mantinha em segredo o fato de Rain ser sua irmã. Pelo menos era o que parecia… às vezes, parecia que Lady Nephis sabia que eles eram uma família, mas às vezes, parecia que não.

    Rain tentou cautelosamente mencionar isso no passado, mas sem sucesso. De qualquer forma, ela não conseguia agir de maneira casual perto de sua deslumbrante cunhada.

    “Vamos começar a aula?”

    Felizmente, Lady Nephis a poupou de ter que responder. Seu irmão suspirou e os deixou, dizendo que viria buscar Rain em algumas horas.

    A aula começou.

    Lady Nephis olhou calmamente para Rain.

    “Sua canalização se tornou suficientemente estável agora, Rain. Você está avançando muito rápido… então, a partir de hoje, vou lhe ensinar Nomes que são muito mais perigosos do que tudo o que aprendemos até agora. Esses Nomes podem destruir um Moldador se este perder o controle sobre eles, então você nunca deve hesitar ao invocá-los…”

    Rain ouviu, com os olhos brilhando de interesse ansioso.

    1. lembrem-se que eles nao tem genero[]

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