Capítulo 105: Pedra Viva
Combo 26/50
Anteriormente, Sunny havia considerado as estátuas vivas como sendo apenas isso, monumentos levados à vida por espíritos malignos. Havia muitos fantasmas como aquele que andava pelas ruas da cidade amaldiçoada.
Pegue o Cavaleiro Negro, por exemplo — Sunny tinha quase certeza de que o bastardo era, na verdade, apenas uma armadura com um fantasma vingativo aprisionado dentro dela. Ele não tinha provas de que havia um corpo real naquela fortaleza de aço em movimento.
No entanto, depois de assistir a Santa de Pedra morrer diante de seus olhos, ele não tinha mais tanta certeza de que ela e o Cavaleiro Negro eram iguais. Certamente havia semelhanças… até mesmo o design de suas armaduras era um tanto similar, como se uma tivesse se originado da outra. Mas a armadura da guerreira de pedra parecia muito mais… antiga.
E então havia o pó de rubi que fluía das feridas da criatura de pedra em vez de sangue. Desde quando as estátuas tinham sangue? Era quase como se essas criaturas estranhas tivessem sido projetadas para possuir sua estranha e própria forma de vida. Pense nisso, os guerreiros de pedra pareciam seres artificiais levados à vida por alguma magia negra muito mais obscura do que criaturas mortas-vivas.
‘Mistérios, mistérios, mistérios por toda parte!’
Talvez as runas que descreviam a Santa de Pedra lhe desse algumas respostas.
Enquanto isso, o Eco estava ganhando vida. Duas chamas magenta se acenderam em seus olhos. Sua armadura de repente brilhou com um sutil brilho metálico, a superfície lisa de sua pele de granito ficou um pouco menos rígida. Virando a cabeça para baixo, a Santa olhou para Sunny através da estreita fenda da viseira do seu capacete.
“Vamos ver…”
Ele se concentrou nas runas.
Eco: Santa de Pedra.
Nível do Eco: Desperto.
Classificação do Eco: Monstro.
Atributos do Eco: [Mestre de Batalha], [Inabalável], [Marca da Divindade].
Sunny piscou. Marca da Divindade? Era o mesmo que seu Atributo original! O que uma Criatura do Pesadelo tinha a ver com a marca de uma divindade deixada em sua alma maligna e corrompida?
E com esses outros Atributos…
Descrição do Atributo “Mestre de Batalha”: [Nascida no campo de batalha, a Santa de Pedra é proficiente em todas as formas de combate.]
Descrição do Atributo “Inabalável”: [A Santa de Pedra é altamente resistente a todas as formas de dano, além de ser totalmente imune a ataques mentais e de alma.]
Perplexo, Sunny balançou a cabeça. Não é de se espantar que esses guerreiros de pedra silenciosos fossem tão mortais. Eles eram literalmente um bando de máquinas de matar destinadas a durar o máximo e causar a maior quantidade de dano possível no campo de batalha.
Mas quem os criou?
Deixando os Atributos de lado, ele abaixou o olhar e leu a próxima linha de runas:
Descrição do Eco: [Nas profundezas dos corredores cavernosos de seu domínio sombrio, o último filho do -desconhecido- os criou da pedra, com objetivo de apagar o fogo que queimava em seu coração ressentido. No entanto, esse fogo só ficou mais quente. Projetados para trazer paz, eles nasceram em uma guerra sem fim.]
Huh… o Desconhecido novamente. Ou melhor, seus filhos. Parecia que sua teoria estava correta. A Santa de Pedra era um ser artificial ou descendente de um. Em todo caso, isso foi antes de ela ser corrompida por… bem. O que quer que tenha corrompido todas as Criaturas do Pesadelo, e especialmente aquelas na cidade amaldiçoada. Agora, nem os deuses seriam capazes de descrever o que exatamente ela era.
Não que isso importasse. Um monstro era um monstro.
Sunny estava mais interessado no fato de que Marca da Divindade que a guerreira de pedra carregava tinham que ter vindo de seu criador original, que era pelo menos parcialmente um dos Desconhecidos. O que significava que os Desconhecidos, de fato, eram intimamente relacionados aos deuses e à própria divindade.
Assim como o misterioso Weaver.
Desviando o olhar das runas, Sunny estudou o Eco imóvel com seus olhos alterados. O que ele viu o fez sorrir sombriamente.
Assim como as Memórias, a verdadeira essência do Eco foi tecida a partir de incontáveis fios de diamante que formavam um padrão infinitamente complexo. Só que, em seu caso, o padrão era ainda mais elaborado, ofuscando qualquer coisa que Sunny já tivesse visto.
Duas brasas queimavam dentro do corpo da Santa de Pedra, servindo como âncoras para as cordas sem fim. Uma delas estava situada no lugar onde deveria estar seu coração, a outra na parte inferior de seu abdômen.
Sunny fechou um olho e olhou mais de perto. E ali, por trás do padrão brilhante das cordas de diamante, ele notou outro sistema muito mais primitivo e bruto de fios de adamantina. Eles perfuravam a carne de pedra do Eco, parecendo um sistema nervoso humano.
Esses fios também eram aparentemente feitos de diamante, mas eram muito menos etéreos. Na verdade, eram inteiramente corpóreos. Sunny franziu a testa.
‘Faz sentido… faz sentido. Espera, como isso faz sentido?’
As Memórias e os Ecos foram criados pelo Feitiço. Eles eram artificiais. A Santa de Pedra também era artificial, mas em um sentido muito mais mundano. Ela foi feita por um filho do Desconhecido, assim como seu Eco foi feito pelo Feitiço.
O que significava isso? Que a técnica que tinha sido usada para criar a Santa de Pedra era assustadoramente similar à técnica que o Feitiço usava, embora parecesse extremamente primitiva em comparação.
Isso poderia significar que o próprio Feitiço veio do Desconhecido?
Sunny fez uma careta e balançou a cabeça. Não, não. Embora fosse uma teoria sólida, havia pouca informação para realmente considerá-la substanciada ou mesmo remotamente crível. Ele precisava descobrir mais, aprender mais, descobrir mais antes mesmo de começar a entender a verdadeira história que conectava o Feitiço, os deuses, o Desconhecido e sua própria vida em uma trama de pesadelo.
Mas haveria tempo para isso mais tarde.
Agora, ele tinha algo igualmente interessante ao seu alcance.
Olhando uma última vez para o gracioso monstro de pedra, Sunny engoliu em seco e lambeu os lábios. Então, ele disse timidamente:
“Vamos… vamos fazer isso.”
Dando um passo à frente, ele hesitou e então cuidadosamente colocou a mão no peitoral da armadura da Santa de Pedra, bem em frente ao local onde o nexo principal de sua Malha Mágica estava situado.
Para sua surpresa, o peitoral que parecia pedra estava quente ao toque. Era como se uma chama carmesim furiosa estivesse queimando dentro do peito da Criatura do Pesadelo.
‘Huh.’
Assim que Sunny tocou o Eco, uma nova sequência de runas apareceu no ar à sua frente.
[Transformar Eco em uma Sombra?]
Ele hesitou, mais uma vez com medo de fazer a escolha. O que ele faria se o processo tornasse a Santa mais fraca, ou até mesmo inútil?
Tentando não pensar nessa possibilidade, Sunny suspirou e se forçou a dizer:
“Sim!”
Uma mudança imperceptível aconteceu no seu Mar da Alma, como se uma rajada de vento subitamente surgisse do nada. A água escura e tranquila parecia, simultaneamente, estar parada e se movendo inquieta. Então, uma pressão repentina veio de algum lugar acima.
Erguendo a cabeça, Sunny viu dois raios de luz negros descendo das profundezas do Núcleo das Sombras. Um deles caiu sobre o Eco, enquanto o outro pousou em uma das sombras silenciosas que estavam imóveis atrás de suas costas, como se os conectassem.
Banhada pela luz escuro, a sombra da Santa de Pedra morta lentamente se dissolveu nela.
E então o Eco começou a mudar…
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