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    Depois que a Santa eviscerou implacavelmente o Centurião de Carapaça e confirmou a suspeita de Sunny de que ele não seria capaz de evoluí-la dessa forma, ele não tinha o que fazer sobre isso.

    A noite ainda era jovem, mas ele já havia alcançado seu objetivo. Agora, estava livre para fazer o que quisesse… no entanto, não havia muitas opções disponíveis na cidade amaldiçoada.

    Ele poderia continuar a caçar, deleitando-se com o poder recém-descoberto. Com a Santa de Pedra sob seu comando, Sunny seria capaz de banhar as ruínas em sangue de monstro. No entanto, não importava o quão sedutor esse pensamento fosse, ele ainda o deixava inquieto.

    Para caçar neste lugar infernal precisava paciência e preparação. Ele só sobreviveu tanto tempo explorando cuidadosamente os potenciais campos de batalha com antecedência e observando sua presa nas sombras para aprender seus pontos fortes e fracos, não se precipitando em uma luta até que tivesse certeza absoluta de que havia uma chance sólida de vitória.

    Mesmo com a Santa de Pedra, trair esses princípios ainda o mataria. E com seu estado mental, hm… levemente instável, Sunny não confiava em si mesmo para permanecer cauteloso quando as vitórias fáceis continuassem se acumulando. Ele tinha que prosseguir lentamente.

    Olhando ao redor das ruínas silenciosas, Sunny sorriu levemente. Na verdade, ele não estava tão longe da Biblioteca…

    Ele realmente havia transformado a caça de Criaturas do Pesadelo em uma espécie de profissão, mas era apenas isso: um trabalho. Como qualquer jovem bem-ajustado, ele também tinha um hobby.

    No seu tempo livre, Sunny gostava de explorar as ruínas.

    O sentimento caloroso de satisfação que ele experimentou após encontrar o ninho escondido do Repulsivo Pássaro Ladrão nunca deixou sua memória. Havia algo de emocionante em descobrir fragmentos de uma história há muito perdida e juntá-los. Talvez Sunny tivesse herdado essa paixão do Professor Julius, ou talvez ela sempre estivesse adormecida no fundo do seu coração.

    De qualquer forma, ele gostava muito de explorar a cidade antiga. Ela era cheia de todos os tipos de mistérios, grandes e pequenos. Depois que milhares de anos se passaram, a maioria dos vestígios do passado foi apagada pelo fluxo implacável do tempo. Mas, olhando nos lugares certos e exercendo o pensamento crítico com a percepção e a imaginação, era possível juntar pequenos fragmentos da verdade.

    Toda vez que as pistas aparentemente dispersas se encaixavam em uma imagem coerente, Sunny se sentia em êxtase. Curiosamente, não importava se a imagem dizia respeito a algo importante ou completamente inútil.

    Na verdade, ele gostava muito mais de aprender sobre os pequenos detalhes da vida cotidiana que os habitantes da cidade antiga levavam do que sobre as possíveis origens da catástrofe que os havia atingido — apesar de esta última estar diretamente relacionada à sua própria sobrevivência.

    Por exemplo, ele estava muito curioso para aprender mais sobre a jovem sacerdotisa cujos aposentos privados ele havia transformado em seu covil secreto. As coisas que ela havia deixado para trás lhe contaram muito sobre como as pessoas da cidade costumavam se vestir e pensar sobre o mundo, enchendo sua imaginação com imagens coloridas de ruas lotadas e catedrais solenes. Mas ainda não era o suficiente.

    Seu último projeto de exploração foram as ruínas de uma grande biblioteca. Claro, nenhum dos livros e pergaminhos havia sobrevivido aos milhares de anos na escuridão amaldiçoada. Felizmente, as pessoas que costumavam viver na cidade antes de sua queda gostavam muito de gravuras em pedra. Ele passou muito tempo estudando as esculturas de parede intactas, bem como fragmentos de afrescos sobreviventes.

    Um afresco, em particular, era especialmente grandioso e tentador, cobrindo todo o piso do salão principal da biblioteca. Infelizmente, estava quase completamente enterrado sob escombros. Sunny conseguiu limpar parte dele, mas a maioria dos pedaços do teto desabado eram pesados ​​demais para ele levantar. Talvez com a Santa ele teria mais sorte.

    Era um plano adequado, mas, por algum motivo, Sunny se sentiu estranhamente relutante em retornar à exploração da biblioteca naquela noite em particular.

    ‘Huh… o que mais posso fazer?’

    Ele pulou da coluna de pedra e se aproximou do Centurião morto para cortar um pouco de carne e pegar os Fragmentos de Alma.

    Pensando melhor… o local marcado no mapa rudimentar que ele havia encontrado no corpo do estranho líder do grupo de caça também não estava tão longe assim.

    Talvez ele pudesse dar uma olhada.

    Sunny balançou a cabeça veementemente.

    ‘Não, não… o mapa tem que ser falso de qualquer forma. Certo?’

    Tentando suprimir o fogo doentio de curiosidade queimando em seu peito, Sunny se concentrou na tarefa em questão. Porém, uma vez que a carne e os Fragmentos estavam em sua posse, o desejo persistente de seguir o mapa retornou.

    ‘E se não for falso, é ainda pior. Quem sabe que tipo de horror aqueles idiotas estavam procurando?’

    Certamente, não haveria nenhum tesouro ou segredos importantes escondidos ali. A coisa toda cheirava a nada além de perigo. Na verdade, cheirava a algo sinistro, aterrorizante e completamente maligno.

    Sunny suspirou.

    ‘Mas honestamente, qual o mal em dar uma olhadinha? É só uma olhadinha… qual a pior coisa que pode acontecer?’


    Caminhando silenciosamente pelos escombros de pedra, Sunny se aproximou cautelosamente do local marcado no mapa. Por alguma estranha razão, muito poucas Criaturas do Pesadelo pareciam escolher esta parte remota da cidade como seu campo de caça. Era como se fossem compelidas a evitar este lugar.

    Pensando bem, esse fato por si só seria o suficiente para assustar Sunny. Em circunstâncias normais. Mas com a Santa de Pedra se escondendo em sua sombra, ele se sentiu um pouco mais corajoso.

    Ele seria capaz de fugir caso algo acontecesse, pelo menos. 

    Ao se aproximar de um grande edifício que já fora magnífico, Sunny escalou o muro desabado e se viu em um pátio escuro e isolado.

    No centro do pátio, havia um poço. Sua boca redonda pairava como uma ferida aberta na pedra, preenchida com nada além de escuridão vazia. O poço estava coberto com uma estranha grade de ferro ornamentada. Devia pesar várias toneladas, pelo menos, como se alguém quisesse desesperadamente impedir que algo a tirasse daquele lugar e deixasse o poço aberto.

    Sunny engoliu em seco antes de se aproximar e olhar pela grade. O poço silencioso era tão fundo que ele não conseguia ver seu fundo.

    … Talvez não houvesse nada.

    Pegando uma pequena pedra, Sunny a deixou cair. A boca negra do poço engoliu a pedra, fazendo-a desaparecer.

    Muitos segundos se passaram, mas não houve som da pedra batendo em nada.

    Sunny estava quase pronto para tentar novamente, mas então…

    O poço falou.

    Uma voz melódica e estranhamente encantadora ressoou de suas profundezas escuras, enchendo os ouvidos de Sunny com doçura.

    “Ah, um convidado…”

    Ele cambaleou para trás, arregalando os olhos de medo.

    ‘Não. Não vou fazer isso!’

    Sunny queria se virar e fugir, mas algo o impediu de seguir seu instinto. Ele sentiu que ir embora sem descobrir mais seria uma decisão errada.

    E a voz soava tão… tão humana…

    Era como a voz de alguém que você gostaria que fosse seu amigo.

    Ele balançou a cabeça, libertando-se do devaneio.

    ‘O que aqueles idiotas estavam aprontando?! O que eles estão fazendo ali naquele maldito castelo?! Preciso avisar Nephis… não, espere… preciso descobrir mais primeiro. Tentarei entender o que está acontecendo aqui, mas se houver algum sinal de perigo, eu corro.’

    Apertando os dentes, Sunny se forçou a ficar parado.

    Um momento depois, o poço sussurrou:

    “Que maravilha. Eu não sou alimentado há muito, muito tempo …” 1

    1. KKKKKKKKKKK finalmente[]

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