Capítulo 234: Horda

Dando brevemente algumas instruções a Caster, Nephis andou até a borda da plataforma e olhou para baixo. Quando viu as inúmeras criaturas escalando o gigante de pedra, uma expressão sombria apareceu em seu rosto.

Sunny pesou o Espinho Furtivo em sua mão e perguntou:

“Então, qual é o plano?”

A Estrela da Mudança olhou para ele e sorriu sombriamente.

“O que mais? Mate o máximo que puder.”

Com isso, ela pulou e pousou suavemente no ombro do colosso. Com um suspiro, Sunny a seguiu.

“Meu deus…!”

Um momento depois, eles se separaram. Nephis correu para o lado oposto da estátua em movimento, correndo no largo caminho de pedra de seu colarinho. Ela tentaria lidar com aquelas criaturas que estavam escalando a frente e o lado esquerdo do gigante.

Sunny teria que parar aquelas que vinham da direita e de trás. Ele não tinha certeza se apenas dois deles seriam o suficiente para cobrir todo aquele espaço, mas não tinham muitas opções.

Sunny e Nephis pelo menos tinham a vantagem do terreno elevado contra o inimigo. Aqueles lutando contra o enxame de gafanhotos monstruosos, no entanto, não tinham. A coorte não podia dispensar mais ninguém para essa tarefa.

Olhando para baixo, ele finalmente conseguiu discernir a forma dos moradores do Labirinto que atacavam. Eles pareciam primatas enormes cobertos de pelo sujo e cinza. Seus braços eram fortes e musculosos, puxando facilmente seus corpos pesados ​​para cima da superfície de pedra antiga. Cada um tinha uma boca cheia de dentes afiados, com duas presas curvas saindo dela, tão longas quanto adagas.

O fato mais perturbador sobre essas feras era que havia flores carmesim crescendo de dentro das lacunas sangrentas em sua carne. Algumas até tinham caules pálidos deslizando de uma órbita ocular para outra. Com um arrepio, Sunny percebeu que essa tribo de Criaturas do Pesadelo era simplesmente parazitada por uma diferente, muito mais aterrorizante.

Os primatas não passavam de marionetes de carne para aquelas flores macabras.

‘Oh deuses…’

Invocando a Pedra Comum, Sunny envolveu seu corpo na sombra, esticou seus músculos e a jogou para baixo o mais forte que pôde. A pequena pedra mergulhou no ar e colidiu com uma das criaturas lá embaixo, atingindo-a bem na testa e partindo seu crânio podre.

Sem prestar atenção ao fato de que metade de sua cabeça estava faltando, o primata continuou subindo.

Sunny cerrou os dentes e dispensou a pedra.

‘…Exatamente como eu pensava.’

Nada poderia ser simples na Costa Esquecida. A coorte nunca seria atacada por um enxame de abominações voadoras. Tinha que haver uma horda de primatas monstruosos atacando-os do chão também! E os deuses não proibiram que essas feras poderosas fossem parasitadas por horrores ainda mais medonhos.

‘Pelo menos seus corpos não são tão resistentes devido ao seu estado parcialmente decomposto.’

Isso era algo com que ele poderia usar…

Assim que o primeiro primata subiu para o alcance do Espinho Furtivo, algo trovejou acima de Sunny, e no momento seguinte, ele estava encharcado da cabeça aos pés em sangue preto fétido. Um cadáver mutilado de um gafanhoto gigante passou voando por ele e caiu.

Sunny ficou congelado por um segundo, depois rosnou.

‘Eu sou um alvo ambulante agora, não sou? Bem… ótimo! Deixe-os vir! Quanto mais, melhor!’

***

Estendendo a corda invisível até seu comprimento máximo, Sunny mirou e arremessou a kunai para baixo. Ele a guiou puxando a corda bem de leve.

A adaga brilhou no ar e girou, desenhando um caminho curvo. Alguns momentos depois, ela cortou o pulso de um dos primatas ameaçadores, cortando sua mão de forma limpa.

Perdendo o apoio de repente, a besta caiu instantaneamente. Após despencar da altura mortal, ela atingiu os corais carmesins abaixo e praticamente explodiu em pedaços sangrentos.

Sunny ouviu o vazio, com uma expressão tensa no rosto.

Uma expressão aliviada apareceu em seu rosto. Pelo menos essas coisas não eram indestrutíveis…

Levantando a mão, ele pegou a kunai que retornava e imediatamente a jogou novamente.

Não restava muito tempo.

Incontáveis ​​bestas estavam escalando o corpo de pedra do antigo colosso, cobrindo uma distância assustadora a cada segundo. Ele tinha que matar o máximo delas que pudesse antes que alcançassem a ameia construída no ombro do gigante, ou então elas iriam despedaçá-lo.

Nos minutos seguintes, Sunny não fez nada além de controlar o Espinho Furtivo enquanto voava pelo ar, cortando carne e osso igualmente. A pesada kunai nunca ficou em sua mão por mais de um segundo, colhendo uma colheita abundante de vidas.

Mais de uma dúzia de feras — aquelas que estavam à frente da horda que se aproximava — foram jogadas da estátua e caíram para a morte, recompensando Sunny com uma quantidade invejável de Fragmentos de Sombra.

No entanto, ele ainda era muito lento. Sunny tinha que ser rápido e preciso ao lançar a adaga, para não ser arrancado do ombro oscilante do gigante. O que é pior, ele tinha que prestar atenção constantemente no céu e desviar dos gafanhotos quando eles mergulhavam de cima para devorá-lo.

A horda de feras terríveis estava se aproximando cada vez mais, e sua chegada era tão inevitável quanto fatal.

A situação piorou ainda mais quando outro grupo deles chegou às costas da estátua gigantesca. Agora, Sunny não só tinha que lidar com os monstros escalando seu lado, mas também correr de seu poleiro no ombro do colosso em constante movimento para o caminho traiçoeiro de sua ombreira para evitar que os escaladores mais rápidos alcançassem muito alto.

‘Ruim, ruim, isso é ruim…’

Coberto de sangue e com os músculos queimando, Sunny continuou a massacrar as feras horríveis o mais rápido que podia.

Mas ele não foi rápido o suficiente.

Em algum momento, Sunny percebeu que as monstruosidades escaladoras estavam agora a meros metros de distância dele. Ele podia ver cada detalhe perturbador de seus corpos apodrecidos, com flores estranhamente graciosas crescendo das lacunas sangrentas. Suas pétalas carmesim tremiam enquanto sentiam o cheiro da presa.

De repente, um dos primatas esticou suas pernas poderosas e pulou no ar, cobrindo instantaneamente a distância restante até a posição de Sunny. Antes que pudesse pousar, no entanto, o Fragmento da Meia Noite cortou a criatura em seu corpo enorme, cortando-a em pedaços.

…O que saiu da terrível ferida, no entanto, não foi sangue, mas uma vasta nuvem de pólen vermelho.

Antes que Sunny pudesse registrar o fato, ele já havia respirado profundamente.

Seus olhos se arregalaram.

‘Oh… oh não! Isso não é bom!’