O albocerno e a elfa estavam andando em uma rua pouco movimentada. Niko não sabia para onde estavam indo, mas pelo fato de estarem andando ao invés de ir à carroça significava que era um lugar perto. Além disso, Evellyn só disse para Niko levar dinheiro e nada mais, isso significava que iriam até um comércio ou algo assim. Mas que tipo de comércio poderia ser?

    Evellyn parou de frente a um estabelecimento de tijolos vermelhos com detalhes em preto nos vidros, somente alguns metros da porta de entrada. Em resposta, Niko também parou.

    — Chegamos.

    — Que lugar é esse?

    Niko leu a placa que havia em cima do lugar, “Krieger” e logo abaixo estava escrito em uma fonte menor “Lad iz Opyzhien”.

    — É uma loja de armas. 

    — E por que viemos aqui?

    — Porque um certo alguém destruiu o rifle que eu tinha comprado. — disse Evellyn com um sorriso forçado, enquanto se virava para a direção de Niko, sofrendo um leve arrepio ao perceber a indireta.

    — Então vam-

    — Você! — falou a elfa, o corrigindo.

    — T-tá. EU vou comprar a arma.

    — Ótima ideia, amigo! — disse de forma sarcástica, deixando Niko deveras aborrecido.

    Os dois entraram na loja. Logo na entrada, era possível ver sua decoração chamativa, várias espadas, martelos, lanças e alabardas nas paredes de madeira, junto de dois rifles entrecruzados em cima do balcão, onde um homem de barba longa, careca e relativamente alto estava. Um carpete vermelho cobria o chão e havia uma bandeira preta, amarela e branca, igual à da rua de antes, na parede direita.

    Além disso, armas brancas e de fogo, junto com duas armaduras, estavam em exposição em uma vidraça, sendo possíveis de ver do lado de fora da loja, claramente servindo para chamar a atenção de possíveis clientes.

    — Oi, Fran, como vai? — diz a garota, acenando ao homem.

    — Eu vou bem, obrigado, e a senhorita?

    — Não precisa falar desse jeito sério não, rapaz. A gente se conhece há anos.

    — Sei disso, só gosto de manter a formalidade de um comerciante. — disse ele, enquanto passava a mão na barba bem cuidada.

    — E quem seria esse baixinho do seu lado?

    — Ele é um carinha que eu achei todo largado e perdido enquanto estava fazendo um serviço para um cliente meu, aí decidi adotar para mim. — disse ela enquanto acariciava agressivamente a cabeça do garoto, que respondia tentando tirar suas mãos de sua cabeça. — Ah, verdade! Eu vim aqui para comprar um novo rifle. Você tem algo aí de que eu possa gostar?

    — Recentemente, eu recebi um estoque de algumas Vihor 15 aqui na loja. Quer ver?

    — Quero sim! — disse Evellyn entusiasmada.

    O comerciante entrou dentro de um cômodo ao seu lado, retornando logo depois com uma grande arma de fogo com uma lâmina na ponta e uma pequena caixa de madeira escrito “Struhukel AG” em vermelho.

    — Esse aqui é um rifle Usoniano de calibre.22 que foi lançado recentemente pela Redeemer, a mesma empresa que criou o modelo de pistola “Holt”, conhece?

    — Só de nome.

    — Enfim, o diferencial desse rifle para os outros é que, além dele atirar mais rápido e com maior precisão, ele tem um sistema de ejeção automática, isso significa que, quando você atira um projétil, os cartuchos vazios saem na mesma hora. Além disso, eu recebi um novo estoque de munição que usa cordite ao invés de pólvora. Isso faz com que a arma gere menos fumaça e aumente o alcance e precisão do disparo. — disse o homem enquanto apresentava o rifle de aparência robusta e imponente, feito de aço e madeira com uma mira ajustável, depois mostrando uma munição de cor prata.

    — Parece interessante. Posso ver?

    — Claro. Aqui está. — falou o atendente, entregando a arma à garota.

    Ao pegar o rifle, Evellyn começou sua inspeção, primeiro o lado esquerdo, depois o direito e por último a parte superior. Após fazer uma análise superficial do rifle, decidiu analisar a pegada da arma, sem colocar o dedo no gatilho. Testou a mira ajustável, alternando entre as lentes. No final, deu uma última análise da estrutura do rifle, agora o segurando de forma vertical, primeiro observando ambos os lados.

    — Aperta o gatilho, acho que você vai gostar disso.

    — Tem certeza?

    — Claro, está sem munição. — disse o homem confiante de braços cruzados.

    Evellyn ficou um pouco receosa ao puxar o gatilho da arma, afinal, aquilo era bem perigoso e só deveria se fazer isso quando quisesse atirar, mas resolveu confiar no vendedor e apertou o gatilho, mirando para o lado direito do balcão.

    No instante seguinte, uma caixa de metal foi ejetada de dentro da arma de fogo. Os olhos de Evellyn e Niko seguiram o objeto, até ele ser pego no ar por Fran.

    — Ele tem um sistema de ejetar o carregador quando acaba toda a munição. — disse o vendedor enquanto pegava a arma de Evellyn, que não demonstrou resistência — Assim, você pode colocar outro carregador sem perder muito tempo. — completou ele enquanto recolocava a caixa de metal por cima do rifle, emitindo um som de click.

    — Isso parece bem tecnológico. Então… O que achou, Evellyn? — disse o ser de chifres para a elfa.

    — É um pouco mais leve do que eu estou acostumada, mas eu gostei. Esses sistemas fazem com que a arma perca velocidade ou força no disparo? — perguntou ela para o caixa.

    — Não, inclusive o disparo é mais forte e rápido do que outras armas no mercado. Sinceramente, eu considero esse como o melhor rifle que eu tenho.

    Enquanto Evellyn estava se decidindo, o homem desmontou o rifle em dois, pegou uma maleta que estava embaixo do balcão e guardou as peças e quatro pequenas caixas de madeira nela.

    — Então, quanto vai custar a arma e a munição?

    — Ele está a um preço de quarenta Yzakels.

    — Quarenta? — perguntou Niko.

    — Exato.

    Niko pegou de seu bolso superior algumas notas que Evellyn lhe deu horas atrás, entregando duas notas de vinte Yzakel ao caixa, que em resposta entregou a maleta à garota.

    — Muito obrigado pela compra, senhores.

    — M-muito obrigado também, senhor.

    Após isso, os dois saíram da loja, retornando para a rua, agora mais movimentada que antes e com o céu tingido de vermelho.

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