Capítulo 28 - Interrogatório
O homem ruivo foi jogado contra a parede do beco com Evellyn segurando as lapelas de seu terno. Depois da ação da garota, Niko apontou a grande lamina de sua foice para o seu pescoço enquanto Mithi estava sentado em suas costas.
— Olha, se vocês vieram se vingar, saibam que eu não fiz nada! E-eu ou só a canal, o problema de vocês é com meu cliente. — suplicou Ahti, com as mãos levantadas para cima.
— É, a gente sabe muito bem disso. Nós só queremos fazer algumas perguntinhas a você, só isso. De acordo? — falou a garota enquanto Niko aproximava sua foice ao homem.
— Sim, sim, sem problemas!
— O que está acontecendo aqui?! — veio de uma voz à direita.
Niko virou sua cabeça para a orgiem da voz, enquanto Evellyn somente virou os olhos, ainda concentrada no canal. Era a recepcionista, com mais algumas funcionárias e clientes de dentro do estabelecimento. Parece que aquela confusão chamou a atenção deles e decidiram ver o que estava acontecendo ali fora.
— Só estamos cuidando de um rato que tentou matar meu amigo, nada de mais. — falou ela a medida que empurrava mais ainda Ahti na parede.
— Só por favor, não mata ele.
— Eu não garanto nada. — virando seus olhos de volta para o canal.
A fala de Evellyn assustou as pessoas na porta do bordel, fazendo ela ficarem com os olhos arregalados e suando frio.
Niko sabia que a garota estava blefando, como ela mesma disse que matava somente em autodefesa, como aquela situação ela era a agressora e não a vítima, não mataria o homem. Porem, aquelas pessoas e Ahti não sabiam disso, então em uma forma de tranquilizar o público, apontou com o polegar para Evellyn e fez um sinal de negação. As garotas pareceram entender o que Niko quis dizer com aquele gesto, ficando mais tranquilas e algumas até mesmo dando suspiros de alívio.
— Poderiam nos dar licença agora? — disse Evellyn.
— Claro, claro. — falou o público.
As garotas hesitaram por um momento, trocando olhares curiosos, mas, em seguida, todas voltaram para dentro do estabelecimento, fechando a porta e deixando eles três a sós.
Niko imaginou que o público estava bem curioso para saber do conflito no beco, então não somente iriam desistir de saber a “fofoca”, então eles deviam estar ouvindo pela porta a conversar que iriam ter com Ahti.
O garoto abaixou sua lamina, mas ainda estando atento para caso Ahti fizesse algo.
— Qual é o nome do seu cliente?
— Ele era um anônimo, não queria ser reconhecido. E-ele só usava um capuz, nem deu para ver seu rosto.
— Tem certeza disso?
— Absoluta! Juro pela minha mãe!
— Uhm…
Isso dificultava a investigação. Niko e Evellyn conseguiram encontrar bem dificilmente Ahti pelo seu nome, mas o cliente não tinha nada que pudessem usar. Ele era um completo anonimo, que contratou pessoas de outra cidade para cuidar de Niko.
Realmente, parecia que a dupla não conseguiria encontrá-lo. Porem, Niko pensou em algo, algo que pudesse os ajudar, mesmo que fosse muito pouco.
— Onde vocês se conheceram? — perguntou Niko.
— No meu escritório, eu recebo meus clientes lá. Ele falou que queria que trouxesse o corpo de um albocerno para uma localização na floresta hoje a noite, ele receberia o corpo e eu a grana. Eu fui me encontrar com a Clementine como a gente havia combinado, mas ela não apareceu e eu me encontrei com vocês bem aqui. Essa é toda a história, eu juro.
— Quanto dinheiro ele te ofereceu?
— Cinco mil Yzakels. Muita coisa não é?
— Urhe?! Cinco mil?! — falou Evellyn completamente surpresa.
Cinco mil era uma quantia enorme de dinheiro, mais que o dobro que Evellyn recebeu por capturar o lufador. Quem quer que fosse o cliente, ele era um homem com muito dinheiro e quem quer que fosse Niko antes de perder suas memórias, ele era uma pessoa estaria disposta a pagar cinco mil por sua morte.
— Teria mais alguém além de você e ele na floresta?
— N-não, só nos dois. Nem a Clementine iria participar do encontro.
— Ele comentou algo sobre a Clementine?
— Não, o cliente só falou que era para pegar o seu corpo e trazer para mim, só isso.
— A voz era masculina ou feminina?
— M-masculina… b-bem grave.
Agora Niko e Evellyn tinham uma oportunidade única de descobrir quem é o cliente, de noite no local de encontro entre Ahti e o mandante de assassinato de Niko.
— Você vai nos levar até o local de encontro.
— O quê? — falou o ruivo desesperado.
— Durante a noite, no horário que você marcou com o seu cliente, você vai nos levar junto no ponto de encontro para pegarmos ele. Algum problema com isso?
— Não, não, sem problemas.
Após dizer seu plano, Niko pensou em mais alguma coisa que pudesse falar no interrogatório. Ele pensou em algumas coisas que pudessem dizer mais do anônimo, porém, nada veio a sua mente, então o interrogatório acabou.
— Acho que acabamos. Quer perguntar mais alguma coisa para ele, Evellyn?
— Uhm… Como conheceu a Clementine? — perguntou ela à Ahti.
— Eu conheci ela há uns anos, estava procurando um trabalho como mercenária e assassina de aluguel, ouviu falar de mim e dei um emprego para ela. Ela cobrava meus clientes que não pagavam as dívidas e fazia alguns contratos bem arriscados. Por que da pergunta? Aconteceu algo com ela?
— Não é dá sua conta. — respondeu Evellyn com o rosto fechado.
— Se eu me lembro bem… ela mencionava uma elfa de cabelos brancos quando falava da guerra.
A fala do homem surpreendeu Evellyn, que esboçou uma expressão de abalada ao ouvir que Clementine falou dela ao canal.
— Você é a elfa que ela tanto falava?
A garota engoliu seco, não pretendendo responder o homem. Percebendo que a garota não iria abrir a boca, ele continuou:
— Ehe, acho que é você sim. Eu não sei se ela te falou isso, mas ela queria pedir desculpas por ter te abandonado e ter “feito que fez”. Eu não sei o que ela fez para você, mas só sei que ela sente muito por isso. Só falei isso para passar as desculpas dela para você.
Evellyn ficou com os olhos arregalados, sentindo um aperto forte no coração, emocionada pelas palavras indiretas de Clementine. Ela não achava que aquela mulher sem coração sentia algo pala morte do Nikolas, porem, Evellyn estava errada, Clementine sentia pelo que fez, e muito.
Em seguida, Evellyn soltou o homem, o fazendo cair de joelhos com as mãos apoiadas no chão. Ao olhar para cima, o canal somente viu a lamina da foice de Niko perto de sua garganta, aquilo o fez suar frio, achando que iria morrer naquele instante.
— Se você fizer qualquer coisa além do que mandarmos, eu te mato. — falou Niko, com uma seriedade feroz em seus olhos.
— P-pode deixar. Eu vou obedecer cada palavra que vocês falarem.
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