Índice de Capítulo

    Os três homens adentraram a casa de madeira. Sentaram-se à mesa no centro da sala, onde cada um recebeu uma xícara de chá fumegante. Enquanto saboreavam a bebida, iniciaram a discussão sobre a atual situação de Tiko. A conversa transcorreu com ele narrando detalhadamente seus passos desde a fuga da casa de GolbZedh até o fatídico encontro com Richard Ravens, explicando como o destino os tornara aliados.  

    — Como já disse a Tiko, não pretendo sacrificar a vida de todo o reino em prol dele. Contudo, também não sou do tipo que abandona alguém que busca ajuda… — começou Richard. — Justamente por isso, devemos ter em mente que, com as limitações estabelecidas em nosso acordo, talvez seja impossível provar a inocência de Tiko.  

    GolbZedh não conseguiu esconder sua surpresa diante daquelas palavras. Após o choque inicial, uma raiva latente começou a transparecer em suas emoções.  

    — Você sabe que ele é inocente!  

    Durante o relato anterior de Tiko, com a permissão de Richard, ele havia explicado como este descobrira sua total inocência em relação aos assassinatos pelos quais estava sendo julgado.  

    GolbZedh prosseguiu, batendo a mão com força sobre a mesa.  

    — Você poderia simplesmente dizer a todos! Seu poder não comprova isso?!  

    — Perdoe-me, mas recorde-se do que mencionei anteriormente, senhor — respondeu Richard, mantendo a postura impecavelmente séria enquanto sustentava o olhar de GolbZedh. — Não sacrificarei a proteção do reino por ele.  

    Internamente, Richard refletiu que não podia agir de forma mesquinha ou egoísta. Sua vida não lhe pertencia, nunca pertencera.  

    GolbZedh abriu a boca para contestar, mas Richard foi mais rápido em sua explicação.  

    — Meu poder é um segredo. Um segredo que não posso me dar ao luxo de revelar ao mundo. Fora Tiko… e agora você, menos de dez pessoas sabem que possuo essa habilidade. Caso ela se tornasse de conhecimento público, isso poderia acarretar sérios problemas no futuro.  

    A simples ideia de que os nobres corruptos permaneceriam passivos ao saberem da existência de alguém com a capacidade de detectar qualquer mentira dentro do reino era, no mínimo, ingênua, se não completamente irreal. O próprio pai de Richard lhe dissera certa vez que o título de “mais poderoso” era mais importante do que o real poder que ele possuía.  

    É claro, era necessário que Richard detivesse todo aquele poder para justificar tal título. Do contrário, jamais teria alcançado a posição que ocupava. Contudo, o que realmente impulsionara o reino dos elfos a um crescimento exponencial dentro da escala continental fora a reputação associada ao título que ele carregava. Que utilidade teria ser o mais forte, se todos não soubessem que ele era o mais forte? O título de Paladino, aliado aos relatos de outros reinos sobre sua força e habilidades, fizeram dele a peça central na ascensão do reino élfico.  

    Richard Ravens era, por excelência, uma espécie de curinga. 

    — Não espero que concorde comigo, mas exijo que compreenda a situação. — Richard concluiu, seu olhar implacável, sem qualquer brecha.

    — …Compreendo. — GolbZedh abaixou a cabeça, soltando um murmúrio contido.  

    — E daí?  

    Nem Richard nem GolbZedh esperavam ouvir tais palavras, ainda mais naquele tom sarcástico. O autor da provocação era justamente quem carregava o peso da represália de todo um reino. Ambos se viraram para Tiko, incapazes de compreender as palavras que haviam escapado de sua boca.  

    — Como é? — GolbZedh repetiu, ainda incrédulo.  

    — Isso mesmo. E daí? — Tiko respondeu, cerrando os dentes. Então, com o punho fechado e os olhos fervendo de raiva, fixou seu olhar em Richard. — Se for para desistir de provar minha inocência, eu desisto. Não me importa ser caçado pelo resto da minha vida miserável.  

    Era verdade. Ele havia nascido como um elfo negro. Até aquele momento, sua vida não fora miserável graças aos pais elfos benevolentes que o adotaram. Mas essa era precisamente a questão.  

    Ele sempre soubera, no fundo, que não era digno de uma vida tranquila.  

    Aquela existência dura e manchada de sofrimento parecia feita sob medida para ele e para sua raça perseguida.  

    — Droga…! Eu sou um elfo negro. Sobrevivi graças à sorte e vivi bem demais por conta das pessoas incríveis que me acolheram. Mas o mais cruel de tudo isso… — Ele queria socar a mesa, imaginando alguém, um inimigo sem rosto que representava toda sua angústia. — É que eles perderam suas vidas simplesmente por me amarem…  

    GolbZedh sentiu seu coração apertar. Doeu ainda mais porque, em tempos passados, ele mesmo tratara os elfos negros com desprezo.  

    Richard, por sua vez, foi tomado por um ódio profundo contra si mesmo ao ouvir aquelas palavras. “O mais forte.” De que adiantava o título se, no final, ele não podia fazer nada de concreto para proteger o reino ou as pessoas? Richard era uma completa fraude.  

    A sensação de pequenez envolveu Tiko. O sentimento de ser nada além de lixo descartado no mundo, um resíduo que, por algum capricho do destino, fora resgatado antes de ser destruído. Mas aqueles que ousavam estender a mão para esse lixo eram, invariavelmente, contaminados por sua podridão, apodrecendo lentamente junto com ele.  

    Uma…  

    — Maldição. — Tiko sussurrou, os punhos cerrados e trêmulos sobre a mesa. — Eu sou amaldiçoado… 

    GolbZedh levantou-se de repente, quase sem perceber que estava de pé, quando agarrou Tiko pelo colarinho. A mesa tremeu com o movimento brusco, e as xícaras de chá tombaram no chão, espalhando todo o conteúdo.  

    Richard observava a cena com um olhar carregado de significado, mas permanecia em silêncio.  

    — Nunca mais diga isso… — rosnou GolbZedh, com a voz baixa, mas cheia de fúria contida. — Nunca mais!  

    — E o que você pode me dizer?! — Tiko gritou em resposta. — O que poderia me dizer que não evidencie o quão condenado eu sou?! Nasci como parte de uma raça inferior! Tive a sorte de ser acolhido por pais extraordinários, e isso só depois de ser abandonado perto de um maldito rio!  

    GolbZedh cerrou os punhos. A vontade de socar o jovem elfo negro que despejava palavras tão cortantes contra si mesmo o dominou.  

    Mas ele se conteve.  

    Ao menos até que Tiko concluísse sua explosão emocional.  

    — Teria sido melhor se eles tivessem me deixado no rio para morrer…  

    O som seco de um impacto ecoou pela casa, e Tiko tombou no chão com o nariz sangrando.  

    Aquilo havia sido o limite para GolbZedh. Com toda a força que possuía, ele desferiu um soco contra o rapaz.  

    — Acho que é melhor vocês se acalmarem… — disse Richard, em tom moderado, embora sua expressão revelasse hesitação.  

    Apesar de não serem ligados por laços de sangue, era evidente que GolbZedh e Tiko se tratavam como família. Naquele momento, GolbZedh desempenhava o papel de um pai para o jovem, protegendo-o e tentando guiá-lo.  

    Porém, Richard, sem experiência em relacionamentos paternos, sentia-se perdido. Deveria ele intervir? Permitir que os dois resolvessem suas diferenças por meio daquela discussão e até da violência? O que seria correto fazer?  

    — Se precisarem de um momento para descan… — começou Richard, mas deixou a frase no ar, incerto do que dizer a seguir. 

    — Quem diabos é você?! — bradou GolbZedh, gesticulando com um amplo movimento da mão pelo ar, seu rosto contorcido em uma fúria repleta de desapontamento. Tiko sentiu o peso daquele olhar. Ele não estava apenas furioso — estava decepcionado.  

    — Quem eu sou…? Do que você está falando? — retrucou Tiko, confuso.  

    — Vai me dizer que seu pai te criou para sentir pena de si mesmo?  

    — O que você disse? — questionou Tiko, sua voz carregada de irritação. 

    — E depois que ele morreu e eu assumi sua criação… por acaso te ensinei a se tornar alguém tão patético? — GolbZedh o encarava como se olhasse para um inseto repulsivo. A aversão estampada em sua expressão era quase palpável, e Tiko, que observava tudo de baixo para cima, sentiu-se esmagado por aquelas palavras e pela postura do homem que o criara.  

    — Não importa o quão miserável tenha sido a sua vida, não importa o quanto você tenha sofrido ou como as pessoas te trataram quando vivia com seus pais. Você sempre se esforçou… Nunca foi do tipo que chorava ou se compadecia de si mesmo como uma criança indefesa. Você não foi criado para ser fraco!  

    O silêncio pairou na sala como uma faca suspensa no ar, cortante e incômodo.  

    Mas logo o silêncio foi quebrado por uma risada abafada.  

    A risada foi ganhando intensidade, crescendo gradualmente, até explodir em uma gargalhada desesperada, quase insana, ecoando pela sala como um reflexo do peso insuportável da situação. 

    — Hahaha! E o que você sabe, diabos?! Hein? Responda! — Tiko se levantou do chão, um sorriso distorcido no rosto. Era uma expressão confusa, uma mistura de riso e amargura que o consumia enquanto falava. — Falar é fácil pra caralho! Não foi você quem teve que passar por toda aquela merda!  

    Memórias assaltavam sua mente, memórias de um passado marcado pelo sofrimento, vividas na cidade dos elfos com seus pais adotivos.  

    — Não foi você quem, com apenas quatro anos de idade, recebia olhares de puro desprezo de pessoas que sequer te conheciam, como se você fosse portador de alguma doença contagiosa!  

    Ele recordava-se das expressões de nojo estampadas nos rostos. Muitos atravessavam a rua apenas para evitar passar por onde ele estava, enquanto outros murmuravam comentários cruéis, insinuando que ele cheirava mal ou era comparável a estrume de cavalo.  

    — Não foi você quem foi rejeitado por praticamente todos ao seu redor, forçado a aceitar a solidão porque nunca haveria alguém disposto a ficar ao seu lado!  

    As lembranças da escola eram especialmente dolorosas. As outras crianças não falavam com ele, amedrontadas pelas palavras de seus pais sobre sua raça. Algumas riam dele, outras jogavam coisas em sua direção. Havia ainda aquelas que jogavam seus materiais escolares no lixo, tornando a experiência insuportável.  

    — Não foi você quem, repetidas vezes, foi perseguido nas ruas por estranhos e arrastado para lugares isolados, onde era espancado até estar coberto de sangue!  

    As cenas invadiam sua mente. Ele estava encurralado em um beco, o chão se tornava seu único aliado, pois ao menos não o feria, diferentemente dos inúmeros elfos ao seu redor que o chutavam com brutalidade, mirando diversas partes de seu corpo enquanto ele se encolhia e tentava se proteger com as mãos.  

    — Falar… falar é fácil… Você nunca esteve na minha pele… Nunca soube como é…  

    Sorte ou azar?  

    Tiko refletia, como sempre fazia. Ele vivera um verdadeiro inferno na cidade dos elfos, tudo por conta de sua raça. Ainda assim, ele sabia, graças aos estudos, que os elfos negros que habitavam Infra enfrentavam destinos ainda mais cruéis. Muitos sucumbiam à fome ou às doenças, outros eram sequestrados e submetidos a horrores inimagináveis.  

    Comparado a eles, seria ele alguém afortunado?  

    Ele queria acreditar nisso, mas a ideia lhe parecia distante, quase inalcançável.  

    — Eu sou alguém de sorte…? — Sua voz saiu trêmula, quase inaudível, como se cada palavra exigisse um esforço descomunal para ser pronunciada. 

    Como alguém que desejava acreditar ser afortunado, Tiko fez aquela pergunta mais para si mesmo do que para GolbZedh. Ele ponderava, inquieto, sobre a disparidade entre sua própria vida e a dos outros elfos negros. Sorte? Viver o que ele viveu significava, de fato, ter sorte?  

    — Não.  

    A voz que rompeu o silêncio não foi a de GolbZedh, mas de Richard Ravens, que ainda permanecia sentado em sua cadeira, encarando o chão com uma expressão séria.  

    — Nem por um instante você foi uma pessoa sortuda, Tiko. E isso é evidente, considerando o que você teve de suportar — declarou Richard enquanto se levantava, fitando-o diretamente. — Mas concordo com GolbZedh em um ponto… alguém que enfrentou tudo o que você enfrentou… você é mais forte do que imagina. No entanto, você precisa parar de comparar sua dor com a dos outros. Nem maior, nem menor. Sua dor não é diminuída só porque você não viveu em Infra como o restante dos elfos negros. É claro que, vindo de mim, alguém que sequer pisou lá, isso pode parecer…  

    Richard hesitou, tentando encontrar as palavras certas. Interrompeu-se por um momento, ponderando, antes de decidir evitar essa parte e avançar para sua conclusão.  

    — Enfim. Tiko, você é alguém que sofreu injustiças terríveis por parte de um reino miserável e completamente mal administrado, que permite que coisas assim aconteçam. Não há justiça neste reino, e temo que nunca haverá. Mas, como alguém que quer ajudá-lo e, depois de conhecê-lo, viu quem você realmente é, eu não quero ver você desistir de si mesmo ou da sua vida. Não quero vê-lo desistir da sua felicidade. — Richard então virou o rosto lentamente em direção a GolbZedh. — E creio que as palavras dele, embora proferidas de maneira rude, também tinham o intuito de transmitir a mesma mensagem. Tiko, não desista de si mesmo.  

    Um sentimento de hipocrisia tomou conta de Richard ao terminar. Afinal, ele próprio havia desistido de si mesmo há muito tempo, moldando-se aos desejos dos outros. Essa percepção o deixou desconfortável consigo mesmo.  

    GolbZedh, percebendo que Richard havia concluído, voltou seu olhar para Tiko. Seu semblante, antes tomado por uma fúria explosiva, agora estava mais relaxado, embora ainda houvesse resquícios de raiva pelas palavras anteriores de Tiko. 

    — Não sou tão eloquente quanto Richard… mas, sim… eu também não quero vê-lo desistir de si mesmo, garoto.  

    Tiko desviou o olhar para o chão, depois para o teto, e finalmente encarou  os pés de GolbZedh.  

    — Um mundo tão injusto… o próprio Richard Ravens disse que não há justiça neste reino… e agora estão me dizendo para lutar contra a injustiça de um reino inteiro sem desistir? — Apesar de abalado, sua voz refletia mais o cansaço mental que o consumia naquele instante.  

    Carregar tanto peso por tanto tempo gerou nele uma sensação corrosiva, uma estranheza que parecia se intensificar a cada dia. Ele havia tentado preencher o vazio dentro de si com ilusões de esperança, acreditando que sozinho poderia mudar algo. Que, por um milagre, conseguiria provar sua inocência e levar à justiça aqueles que assassinaram seus pais.  

    Mas a verdade é que seu treinamento diário não passava de uma fachada.  

    Tiko se esforçava para aparentar que estava lutando por mudanças reais. Ele queria acreditar que aquele esforço cotidiano teria algum propósito e que, de alguma forma, seria útil no futuro. Contudo, no fundo, ele sabia. Sabia que o treinamento servia apenas para enganar a si mesmo, para silenciar, ainda que brevemente, o vazio da perda, a miséria de sua existência.  

    — Tudo o que fiz não significou nada… Eu não estava me esforçando de verdade para mudar minha situação… só estava preenchendo o tempo! No final, tudo me leva ao mesmo lugar… Por que eu deveria continuar tentando? Estou fazendo o possível, mesmo odiando a mim mesmo… Meus pais morreram me amando, e aqui estou eu, me lamentando…  

    Enquanto falava, suas mãos moviam-se inquietas, acompanhando o desespero refletido em seus olhos. Ele não conseguia sustentar o olhar para GolbZedh; era como se a vergonha o impedisse. Ao concluir, suas mãos cobriram o rosto, como se ele estivesse prestes a desmoronar.  

    — Este mundo injusto… é pesado demais para mim…  

    No instante em que essas palavras saíram, uma voz respondeu firme e cortante:  

    — Então busque sua justiça.  

    GolbZedh tinha um olhar penetrante, mas um sorriso caloroso em seu rosto. Aquilo fez Tiko erguer os olhos, mesmo contra o reflexo de desviar. Algo no brilho do olhar de GolbZedh era diferente.  

    — Minha… justiça?  

    O que era aquilo? Por que GolbZedh parecia brilhar tanto? Tiko se perguntava, mas não compreendia. Era apenas um sorriso.  

    — Se este mundo é injusto, destrua-o e crie um mundo verdadeiramente justo em seu lugar.  

    — Está ficando louco, velho…?  

    — Você mesmo disse que viver neste mundo injusto é difícil demais. Quantos outros, ao redor do mundo, não devem ter pensado o mesmo?  

    — Certamente muitos… — respondeu Tiko, pensativo.  

    — Mas quantos deles se moveram para transformar essa injustiça em algo diferente?  

    O brilho nos olhos de GolbZedh intensificou-se.  

    Tiko finalmente compreendeu o que era aquele brilho.  

    Era algo que ele havia perdido há muito tempo, muito antes de procurar a ajuda de GolbZedh e morar em sua casa. Algo que ele perdeu no dia em que seus pais foram mortos. No dia em que seu próprio irmão tentou assassiná-lo, acreditando que ele era o culpado.  

    Esperança.  

    A luz que GolbZedh transmitia ao jovem, cuja alma estava corroída pelo vazio, era a esperança de tentar novamente. 

    — Eu…? Acha mesmo que eu consigo enfrentar tudo isso…? Enfrentar a injustiça de um mundo inteiro?  

    — Mas é claro! — exclamou GolbZedh em um tom animado. — Ainda mais por ser você! Eu acredito plenamente nisso, Tiko!  

    GolbZedh se aproximou, pousando as mãos com firmeza sobre os ombros de Tiko. Este, por sua vez, o encarou em silêncio.  

    — Vá atrás da sua justiça.  

    — A minha justiça… — balbuciou ele, quase inaudível, para si mesmo. 

    A justiça é algo mutável. Aquele que estiver disposto a avançar, que estiver disposto a nunca desistir, talvez encontre o caminho para redefinir a “justiça” atual.  

    O mundo que Tiko enxergava como injusto ainda podia ser transformado, moldado de acordo com o ideal de justiça que ele tanto almejava. Um mundo diferente, permeado pela sua visão, imbuído de sua justiça.  

    Mas isso dependeria de sua capacidade de continuar em frente.  

    Ele precisava se tornar aquele homem.  

    Um homem que jamais recuaria, não importando o sofrimento que enfrentasse pelo caminho, não importando o quanto fosse ferido.  

    Avance…  

    Avance em direção à sua justiça.  

    — Eu vou… — murmurou Tiko, tão baixo que nem mesmo os sentidos aguçados de Richard e GolbZedh puderam captar completamente. Ele, então, respirou fundo, fechando os olhos por um instante. Quando os abriu, seu olhar era afiado como uma lâmina voltada para GolbZedh.  

    — Eu vou avançar. Sempre. Em direção à minha justiça. 

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