Capítulo 340 – Troféu 

Depois de matar o Príncipe Adolf, Abel colocou todos os itens que havia saqueado em sua caixa de armazenamento pessoal. Como o Príncipe Adolf era uma figura importante, ele não ousou examinar os itens enquanto ainda estava na Floresta da Dupla Lua. Esses itens poderiam ter um rastreador, e havia a possibilidade de que alguém descobrisse sua localização.

Abel sabia o quão assustadora o Grã-Duquesa Edwina poderia ser. Só isso já lhe dava uma ideia da força do Grão-Duque Francisco. Para ser sincero, nem o Mago Cliff poderia ser comparado a esses dois.

Por precaução, Abel havia escondido o corpo de Arvid. Não tinha certeza se isso atrasaria aqueles que estavam tentando encontrá-lo, mas se alguém fosse procurar por Arvid, provavelmente levaria uma eternidade para fazer isso.

Enquanto tentava organizar o corpo de Arvid, Abel aproveitou para examinar os itens que ele carregava. O homem tinha muitos objetos pequenos escondidos com ele. Havia uma adaga, um par de braçadeiras de nós, alguns dardos envenenados, uma garrafa de veneno, agulhas envenenadas, linhas finas, algumas ferramentas para destrancar e muitos outros utensílios capazes de matar uma pessoa. Uma pena que tenha sido um cavaleiro guardião espiritual quem o matou. Se tivesse sido um humano, talvez ele pudesse ter feito algo útil com todos esses itens que Arvid carregava.

Ao dispor os objetos no chão, Abel percebeu que algo estava faltando. Ele tinha jogado uma capa no chão, mas agora ela desapareceu.

Ele não conseguia ver a capa com os olhos, mas ao usar seu poder espiritual, percebeu que ela ainda estava lá. Quando estava sobre a grama, suas cores mudaram para se camuflar. Mas ao pegá-la, a habilidade de invisibilidade desapareceu.

A capa era cinza quando sua habilidade não estava ativada. Abel pensou que fosse um item mágico, mas logo rejeitou esse pensamento. Não havia nenhum traço de mana a ser sentido nela. Não havia padrões de runas visíveis também. Ao olhar mais de perto, ele percebeu que a capa era feita de fios finos e cinzas.

Esses fios se moviam microscopicamente, como se a capa fosse um ser vivo. Quando Abel a colocou novamente no chão, ela se fundiu à grama mais uma vez. Depois de mais alguns testes, ele concluiu que a habilidade de invisibilidade era criada pela camuflagem, algo como quando um polvo tenta se esconder de seus predadores.

Essa capa era um item místico, um item místico feito para assassinos. Abel já tinha ouvido falar sobre itens místicos antes. Não sabia muito a respeito, mas aparentemente, eram itens criados naturalmente com alguma habilidade especial. Na verdade, uma de suas lâminas de entalhe também era um item místico.

Ele não esperava que Arvid tivesse algo tão precioso com ele. Após colocar a capa de invisibilidade em seu bracelete, Abel decidiu que nada mais valia a pena ser coletado. O cartão mágico de ouro de Arvid tinha trinta e três mil moedas de ouro, mas não era como se esse dinheiro pudesse ser retirado.

Para se livrar de tudo o que não queria, Abel atirou o corpo de Arvid e os itens em direção ao Oak. Assim que fez isso, o Oak os pegou com uma de suas raízes, se livrando de toda a “evidência” indesejada.

Agora, era hora de examinar os itens do Príncipe Adolf. Na verdade, Abel já havia retirado tudo de Adolf quando o matou, deixando apenas as roupas íntimas no corpo, já que o restante provavelmente era valioso. Afinal, ele era um príncipe.

Abel não teve tempo para inspecionar quando matou Adolf. Apenas pegou tudo e colocou em sua caixa de armazenamento pessoal. Pelo que podia ver agora, havia um casaco, um par de sapatos, uma bolsa espiritual, um colar, uma faixa de cabeça, um cinto e alguns sinais pendurados no cinto.

O casaco era adornado com várias imagens de diferentes animais. Feito de couro, e com base no conhecimento de Abel sobre a cultura élfica, ele percebeu que era um traje tradicional de caça. Deveria vir acompanhado de um par de sapatos. Se ele o vendesse para elfos, provavelmente conseguiria qualquer coisa com o dinheiro que ganhasse.

Uma pena. Esse casaco agora era uma evidência do assassinato que cometeu. Depois de descartá-lo, Abel passou para a tiara.

A faixa era feita de mithril. Não tinha nenhuma função especial, mas o seu peso falava muito sobre seu valor. Havia várias gravuras nela, finas como fios de cabelo. Apenas ao segurá-la, Abel já podia sentir as ondas de mana emanando dela.

Ainda assim, ao analisá-la com seu poder espiritual, não encontrou nenhuma descrição para o item. Ele foi educado pela nobreza humana, não pela nobreza élfica. Se tivesse recebido uma educação mais adequada à cultura élfica, talvez pudesse identificar a origem daquela peça.

Ou, quem sabe, ele poderia descobrir mais sobre a faixa ao usá-la. Quando a colocou na cabeça, uma sensação refrescante se espalhou por seu corpo, especialmente no cérebro. Seus pensamentos começaram a se tornar muito mais claros.

Abel tentou interagir com a faixa usando sua própria mana, mas não obteve nenhuma reação. Como assim? Será que essa faixa era uma peça mágica projetada para aliviar o estresse? Não podia ser isso. Certamente, ela tinha mais a oferecer.

Sem desistir de sua busca, Abel tentou examinar a faixa novamente com seu poder espiritual. Desta vez, a resposta foi completamente diferente. A visão que obteve parecia ter se expandido imensamente.

Essa faixa para a cabeça era, na verdade, um item mágico que podia “expandir” o poder espiritual de Abel. Atualmente, o ponto de poder espiritual de Abel estava em 70. Com o uso da faixa, sua extensão seria ampliada para um total de 140 metros. Isso era uma excelente notícia para ele. Além de ter uma capacidade de mana suficiente, a segunda coisa mais importante para um mago era ter um poder espiritual forte o bastante.

O que significava ter uma extensão total de 140 metros com seu poder espiritual? Pegue o feitiço “telecinesia” de Abel, por exemplo. Antes, ele conseguia mover objetos e derrubar inimigos dentro de um raio de 70 metros. Agora, esse alcance foi dobrado.

¹

Além disso, quando Abel se tornasse um mago intermediário ou conseguisse um bastão mágica com o feitiço de “movimento instantâneo”, seu alcance de conjuração seria de 140 metros. Esse número dobraria, independentemente de seus pontos de mana totais. Seu mestre, o Mago Morton, só conseguia realizar o “movimento instantâneo” em um raio de 100 metros. Para magos, esse era o melhor movimento defensivo que poderiam realizar. Quanto mais longe você puder se mover em um instante, mais segura sua vida estará em uma luta.

Abel realmente queria usar essa faixa de cabeça onde quer que fosse. Ele queria muito. Mas as decorações nela claramente mostravam que pertenciam aos elfos. Se ele usasse isso na frente de qualquer pessoa, seria o mesmo que confessar que matou o Príncipe Adolf.

Mas tinha uma habilidade tão poderosa! Abel começou a se sentir triste por não poder usar a faixa. Tentou escaneá-la com seu espirito mais uma vez e, para sua satisfação, descobriu que a faixa não estava marcada com o nome de ninguém. Também não tinha rastreadores ou qualquer coisa que provasse que ela pertencia a outra pessoa.

Então, Abel teve uma ideia. Ele poderia usar a faixa de cabeça junto com sua capa de invisibilidade. Quando estivesse usando a capa, ninguém poderia vê-lo de qualquer forma. E como ele usaria a faixa de cabeça por baixo da capa, a chance de alguém perceber a faixa era quase inexistente.

Depois de pegar sua capa de invisibilidade, Abel usou suas habilidades de artesão para fixar a faixa de cabeça nela. Assim, sempre que ele usasse a capa, a faixa de cabeça seria automaticamente colocada sobre sua cabeça. Além disso, como a capa de invisibilidade faria Abel se tornar invisível ao se misturar com suas roupas, qualquer item que ele estivesse usando ficaria oculto também. Era uma maneira infalível de esconder os itens que ele carregava.

1. Pior q eu n me lembro desse feitiço, eu lembro q tem um chamado transferência de n sei o q, q na vdd faz a mesma coisa, deve ser esse[↩]