Capítulo 90 - Precisa Melhorar
A jornada da Ponto Escuro finalmente os levou ao coração do Reino Grão-Vermelho. Com a chegada, os soldados remanescentes foram conduzidos à base.. No entanto, mesmo dentro de suas muralhas imponentes, o ar estava carregado de exaustão e alívio.
Muitos repousavam nas alas médicas, seus corpos marcados pela batalha, enquanto outros simplesmente se entregavam ao descanso merecido após a provação que haviam atravessado.
Axis, como era de se esperar, desvinculou-se do grupo assim que seus pés tocaram o solo do reino. Com a mesma rapidez com que surgira, desapareceu após uma breve despedida.
Bruce, porém, não deixaria que aquele encontro se desfizesse como um sonho ao amanhecer. Havia algo na paladina que o intrigava. Antes que ela partisse, pediu-lhe que, em algum momento, visitasse a base da Ponto Escuro, para que pudesse testemunhar sua evolução como guerreiro. Axis, sem alterar sua expressão impenetrável, assentiu.
O tempo, indiferente aos desejos dos homens, transcorreu sem demora. As semanas de descanso concedidas por Douglas trouxeram fôlego aos soldados, permitindo-lhes curar ferimentos e acalmar os espíritos.
Bruce, uma vez livre da dor e da exaustão, retomou sua rotina de treinamentos diários. Os golpes, as técnicas e os movimentos eram repassados incessantemente.
Ainda haviam muitas palavras e trejeitos humanos que Bruce não compreendia por completo. Ele observava os outros, escutava conversas, lia pergaminhos e livros quando possível. A cultura humana era vasta e repleta de nuances, e ele se via forçado a uma batalha diferente: a luta para entender melhor aqueles que o cercavam.
Mas havia outro mistério que lhe roubava o sono. Durante a batalha contra o troll vermelho, algo aconteceu. Algo que Bruce não compreendia por completo, mas sabia que não podia ignorar.
Em um instante, ele e Shayax haviam trocado de lugar como se tivessem sido puxados por uma força invisível. O deslocamento fora instantâneo, um salto de posição em frações de segundo, como se suas existências tivessem sido rearranjadas no espaço. Se pudesse controlar essa estranha benção, poderia transformá-la em uma arma poderosa, uma carta oculta que poderia decidir o desfecho de uma batalha.
Os dias passaram e, em uma manhã sem aviso prévio, Axis apareceu na base. Ele não sabia se realmente esperava que ela cumprisse sua promessa, mas ali estava ela, vestida com sua armadura prateada, como um espectro de guerra que caminhava entre os vivos.
Conversaram por um tempo, mas logo Bruce percebeu algo decepcionante. Axis era o que muitos chamavam de uma guerreira instintiva. Sua força, sua habilidade, tudo vinha de algo que não podia ser descrito em palavras, mas sentido no calor da batalha. Quando ele pediu que o ensinasse, ela apenas ofereceu comandos simples, direções vagas que não continham a profundidade técnica que Bruce ansiava.
“Mova a perna assim.”
“Esquive desse jeito.”
“Você está muito exposto na frente.”
Essas eram as instruções de Axis. Eram verdadeiras, sem dúvida, mas faltava algo. Ela não ensinava com palavras; sua sabedoria era forjada no instinto, não na compreensão técnica.
Bruce sabia que precisava de algo mais estruturado, mais brutal. Então, buscou Douglas.
Diferente de Axis, Douglas sabia como ensinar. E ao ensinar, sabia como punir cada erro. Bruce passou a treinar todas as noites, e todas as noites saía do campo de treino como um homem que havia enfrentado o inferno e sobrevivido por pura teimosia. Douglas não perdoava falhas, não deixava deslizes passarem despercebidos. Para ele, a dor era uma ferramenta, e Bruce era o metal a ser forjado.
Axis podia ser uma mestra da espada, mas Douglas era um ferreiro que moldava guerreiros no fogo e no sangue. E Bruce, entre golpes e quedas, soube que, para se tornar mais forte, teria que suportar cada centelha desse processo implacável.
Bruce compreendeu, por fim, que todo instrutor tem suas falhas. Nenhum mestre é perfeito, nenhuma técnica é absoluta. Aceitar essas falhas, aprender a extrair o melhor de cada ensinamento e moldá-los para seu próprio estilo de combate tornaram-se prioridades para ele.
Antes, sua única preocupação era ser rápido o suficiente para derrotar seus oponentes. Agora, no entanto, via a importância da versatilidade, da resistência e da adaptação.
Ser veloz não bastava. Não quando uma batalha poderia se arrastar por horas, quando um inimigo mais forte poderia subjugar a velocidade com pura técnica ou quando múltiplos oponentes tornavam a movimentação ágil menos eficaz. Assim, ele se dedicou ao aprimoramento, absorvendo novos estilos de luta, estudando diferentes abordagens e fortalecendo seu corpo para suportar combates prolongados.
Seu treinamento o levou a experimentar diversas armas, refinando as habilidades que já possuía e explorando as que ainda não dominava. Lidar com lâminas, lanças e até mesmo escudos tornou-se um exercício diário, mas foi no uso de armas de longo alcance que encontrou dificuldades. Arcos e bestas eram desafios inesperados para ele.
Estranhamente, não sentia o mesmo ao arremessar adagas, um talento que já possuía. Era intrigante, mas nada que disciplina e prática não pudessem resolver.
Com o passar dos dias, Shayax se recuperou o suficiente para retomar os treinamentos ao lado de Bruce. A Ponto Escuro, no entanto, via seu contingente de homens-lagarto diminuindo. Cada missão parecia cobrar um preço mais alto de sua raça. Mas, em comparação aos humanos, as perdas ainda eram menores.
O fator decisivo para isso era a regeneração natural que os homens-lagarto possuíam, um dom que lhes permitia continuar lutando onde muitos já teriam tombado.
Durante uma tarde de treino, enquanto ele e Shayax trocavam golpes no pátio de treinamento, Bruce foi interrompido. Um soldado da companhia o chamou, informando que sua presença era requisitada em uma reunião. O anfitrião seria Berco.
Sem hesitar, Bruce largou a espada, limpou o suor da testa e seguiu até a sala de reuniões. O ambiente era austero, iluminado por lamparinas que lançavam sombras oscilantes nas paredes de pedra. Sentado à mesa, Berco o aguardava com expressão serena, mas ao seu lado estava outro humano, um que Bruce reconheceu imediatamente. Lembrava-se dele do ataque a Avat. O homem o olhava de maneira rígida, os braços cruzados, o semblante carregado de desconfiança.
— Bruce, você foi convocado para discutirmos alguns assuntos importantes — disse Berco com sua costumeira calma. — Por favor, sente-se.
Bruce assentiu e tomou seu lugar, mas não pôde ignorar o olhar severo do outro soldado. A tensão na sala era palpável. Algo estava errado. Ele franziu a testa, cruzando os braços.
— O que está acontecendo? — questionou, sua voz carregada de suspeita. — Onde está Douglas?
A ausência do comandante era notável. Em qualquer outra circunstância, ele estaria ali, presidindo a reunião.
Berco manteve sua compostura, respondendo sem hesitação:
— Douglas está ocupado com alguns assuntos urgentes. O ataque a Avat trouxe consequências inesperadas, e ele precisou se afastar temporariamente para lidar com elas. Mas não se preocupe. Ele me confiou o comando durante sua ausência. Farei o meu melhor para manter tudo sob controle.
Bruce avaliou a resposta por um momento antes de assentir lentamente. Algo ainda parecia estranho, mas por ora, não havia o que fazer além de ouvir.
— Entendo — disse, sua voz carregada de prudência.
Berco ajeitou-se na cadeira, cruzando as mãos sobre a mesa de madeira gasta.
— Então vamos começar.
Durante o ataque a Avat, Bruce recebeu a incumbência de liderar o grupo número quatro, tendo Shayax como seu vice-comandante. Sob seu comando, uma mescla de homens-lagarto e humanos marchou para o campo de batalha. Como esperado, os humanos eram maioria, pois os homens-lagarto, já em menor número antes da divisão dos pelotões, precisaram ser distribuídos de maneira equilibrada entre as unidades.
No entanto, entre os sobreviventes daquele embate sangrento, um dos soldados humanos agora se colocava diante de Bruce na sala de reuniões, trazendo uma reclamação formal contra seu comando.
Havia descontentamento e acusação em sua voz enquanto descrevia a maneira como Bruce operara durante o ataque. O homem sustentava que Bruce enxergava os humanos como se fossem homens-lagarto, lançando-os à linha de frente sem considerar suas limitações.
Para os homens-lagarto, mesmo ferimentos graves eram apenas um contratempo passageiro, pois sua capacidade regenerativa garantia que, com o tempo, voltassem à plena forma. Os humanos, por outro lado, não tinham tal luxo. Um membro perdido jamais seria recuperado, e aqueles que sobreviveram mutilados carregariam para sempre as marcas daquele dia.
Bruce ouviu a acusação em silêncio.
Seu instinto gritava contra aquela afronta, sua fúria rugia dentro de si, mas ele conteve qualquer reação intempestiva. Porque, por mais que as palavras do homem o irritassem, havia verdade nelas. Em sua mente, ele não vira distinção entre humanos e homens-lagarto durante a batalha. Todos eram guerreiros, todos tinham um papel a desempenhar.
Mas agora, ouvindo as consequências de suas ordens, começava a compreender seu erro.
Desde que aprendera sobre o fluxo e a manipulação de gama, Bruce desenvolvera uma nova perspectiva sobre os humanos. Antes, ele os via como seres fracos, inferiores em comparação aos homens-lagarto. Mas a cada derrota, a cada lição dolorosa, sua visão se transformava.
A surra que levou de Douglas foi a primeira rachadura nesse pensamento enraizado. Humanos não eram fracos. Eles tinham sua própria força, seu próprio mérito.
Contudo, havia algo que os diferenciava, algo que ele ignorara em sua lógica de combate: a capacidade de recuperação. Homens-lagarto podiam perder um braço e, em poucos dias, ter um novo crescendo em seu lugar. Humanos, não. Bruce se sentiu um tolo. Como não considerara isso? Como permitira que seu julgamento fosse obscurecido por um ideal de igualdade que não levava em conta as realidades biológicas?
A raiva que o consumia não era direcionada ao soldado que reclamava, mas a si mesmo. Sua imprudência custara vidas.
Talvez houvesse outras táticas que pudessem ter reduzido as perdas. Talvez, se tivesse sido mais criterioso, menos soldados teriam morrido, menos guerreiros teriam sido condenados a uma existência mutilada.
Quando a reunião terminou, o soldado partiu, deixando Bruce e Berco sozinhos na sala. O silêncio se instalou por alguns instantes, denso e pesado. Berco, sempre sereno, observava Bruce com olhos avaliadores.
Bruce permaneceu sentado, os punhos cerrados sobre a mesa. A fúria e a frustração eram agora um peso dentro dele. A realidade se impunha de forma cruel: ele havia falhado. E agora, precisava aprender com esse erro antes que cometesse outros ainda mais graves.
— Parece que isso realmente te afetou… — comentou Berco, observando Bruce com um olhar avaliador.
Bruce permaneceu em silêncio por um momento. Seus punhos estavam cerrados sobre a mesa, e seu olhar fixo em um ponto qualquer do chão. Por fim, soltou um suspiro pesado.
— Sim… eu… — murmurou ele. — Não sirvo para ser um comandante… deveria ter percebido isso há muito tempo.
Berco franziu o cenho, cruzando os braços.
— Você começou a comandar há quanto tempo, Bruce?
— Desde que cheguei aqui — respondeu ele sem levantar os olhos.
— Então, antes disso, nunca esteve em uma posição de comando na sua terra natal?
Bruce apenas assentiu. Berco soltou um suspiro longo e se levantou. Caminhou até uma estante de madeira escura no canto da sala e puxou uma pequena pilha de documentos. Com um movimento brusco, jogou-os sobre a mesa diante de Bruce.
— Esses são os registros das missões divulgadas ao público pela Ponto Escuro — disse ele, voltando a se sentar. — Normalmente, nossas missões não são divulgadas, mas algumas precisam ser tornadas públicas por ordem do rei.
Bruce ergueu uma sobrancelha.
— E por que está me mostrando isso?
— Apenas leia.
Sem entender completamente, Bruce pegou os papéis, os alinhou com batidas leves contra a mesa e começou a examinar o conteúdo. Seus olhos se arregalaram conforme percorria as palavras.
— Isso… são só missões fracassadas da Ponto Escuro? — sua voz carregava incredulidade.
— Não. São todas as missões que foram divulgadas — corrigiu Berco com um tom sério.
Bruce olhou para ele, confuso.
— Então está me dizendo que a Ponto Escuro fracassa mais do que tem sucesso?
Berco soltou um riso seco e balançou a cabeça.
— Depende de como vê as coisas. A Ponto Escuro recebe missões de extermínio de monstros e combates contra grupos mercenários o tempo todo. São trabalhos brutais, difíceis, e nem sempre saímos ilesos. Para que uma missão seja considerada um sucesso, precisamos cumprir dois critérios: alcançar o objetivo e manter as perdas dentro de um limite aceitável. Se perdemos mais soldados do que o estipulado, a missão é registrada como um fracasso, mesmo que tenhamos eliminado a ameaça.
Bruce franziu o cenho.
— Mas que lógica estúpida é essa? O sucesso deveria ser determinado pelo resultado, não pelo número de baixas!
— Para nós, talvez pareça assim, mas veja do ponto de vista do rei. A Ponto Escuro não tem uma grande fila de recrutas se oferecendo para entrar. Antes de sermos absorvidos pela coroa, éramos apenas uma organização de mercenários fora da lei. Agora, temos que minimizar as perdas ao máximo, pois somos responsabilizados por cada vida desperdiçada. Sempre fomos descartáveis para o reino, Bruce. Fazemos o trabalho sujo, aqueles que ninguém quer se sujar fazendo. Por isso, se não conseguimos cumprir uma missão sem perder mais soldados do que o aceitável, sofremos as consequências. Nosso salário é cortado.
Bruce passou os olhos pelas páginas mais uma vez, assimilando o que havia lido. Depois de um momento, murmurou:
— Então foi por isso que quiseram trazer homens-lagartos para a Ponto Escuro…
Berco assentiu.
— Exato. Queríamos ao menos cem homens-lagartos. Seria uma força valiosa, e, como você deve ter percebido, durante as batalhas, morreram muito menos homens-lagartos do que humanos. Vocês são naturalmente mais resistentes, e sua regeneração é uma dádiva invejável. Nós, humanos, por mais fortes que possamos ser, ainda somos frágeis. Se perdermos um membro, é para sempre. Se tomarmos um golpe fatal, não há segunda chance.
Bruce permaneceu em silêncio. As palavras do soldado que o acusara mais cedo ecoaram em sua mente. Ele havia tratado os humanos como iguais no campo de batalha, sem levar em conta as diferenças biológicas entre eles e os homens-lagartos. Havia cometido um erro grave… um erro que custou vidas.
— Você disse que não serve para ser um comandante — a voz de Berco interrompeu seus pensamentos. — Mas está enganado.
Bruce ergueu os olhos para ele.
— Todas essas missões fracassadas — Berco apontou para os documentos — foram comandadas por Douglas e por mim, com ele como líder e eu como vice-comandante. Mesmo com anos de experiência, ainda cometemos erros, ainda perdemos homens. O que estou tentando dizer é: não importa quem esteja no comando, é impossível ser perfeito sempre.
O silêncio se instalou na sala por um momento. Bruce sentiu um peso esmagador sobre os ombros. Quantas vidas haviam sido perdidas por decisões erradas? Quantos soldados haviam marchado para a morte confiando em suas ordens?
— Ser um comandante significa carregar o peso das vidas que se perdem sob seu comando — continuou Berco, sua voz mais baixa agora. — Estamos vivos… mas pisamos sobre os cadáveres daqueles que morreram obedecendo nossas ordens.
Ele desviou o olhar para o chão, seu semblante carregado. Parecia perdido em memórias que preferia esquecer. Bruce não precisou perguntar para saber que Berco carregava sua própria cota de culpa. Ele sentia o mesmo.
Bruce fechou os olhos e soltou um longo suspiro. Não havia mais nada a ser dito. Apenas a dura realidade da guerra.
O silêncio na sala era pesado, quebrado apenas pelo farfalhar dos papéis entre os dedos de Bruce. Berco permaneceu sentado, os olhos fixos nele, esperando que suas palavras encontrassem um caminho até o coração do jovem comandante.
— O que podemos fazer… — começou Berco, sua voz firme, mas carregada de uma melancolia que só os veteranos conheciam. — É continuar seguindo em frente. Mesmo que cometamos erros pelo caminho, não podemos deixar que isso nos abale mais do que o necessário. São com esses erros que aprendemos, que nos tornamos melhores, que conseguimos evitar tragédias futuras.
Bruce permaneceu calado, seus punhos cerrando levemente os papéis. Cada nome que ali estava representava uma vida perdida sob seu comando, um peso que lhe esmagava o peito.
— Lembra daquela missão de emergência? — continuou Berco, inclinando-se levemente para frente, apoiando os cotovelos na mesa. — Aquela contra o grupo mercenário que atacou o vilarejo? Quando eu e Douglas avaliamos a situação, estipulamos um limite de baixas aceitáveis, já que não recebemos um da coroa. Fizemos isso baseados na nossa experiência, na nossa intuição. Quando retornamos, descobrimos que a coroa tinha chegado a um número parecido com o nosso. E o melhor de tudo… conseguimos concluir a missão com sucesso.
Bruce assentiu levemente, ainda olhando para os papéis, mas sua mente já estava naquele dia. Lembrava-se do cheiro da fumaça, do brilho das lâminas, dos gritos de guerra. Sim, foi um sucesso. Comparado a outras missões, as perdas foram mínimas, algo raro na Ponto Escuro.
— Realmente… — murmurou ele. — Naquela missão, a quantidade de mortos foi menor do que o esperado…
— Exato. — Berco sorriu levemente. — Então leve isso em consideração também. Fracassos e sucessos andam lado a lado. Se alguém lhe deu um puxão de orelha, aceite isso como parte do aprendizado. O importante é crescer com cada batalha. Um comandante não nasce pronto, Bruce. Ele se molda a cada decisão tomada no calor do combate.
Bruce respirou fundo.
As palavras de Berco tinham peso, a experiência do veterano vazando por cada uma delas. Aos poucos, a raiva consigo mesmo se dissipava, dando lugar a uma determinação silenciosa.
Ele não era perfeito. Nunca seria. Mas talvez, só talvez, ainda houvesse espaço para se tornar um líder digno daqueles que lutavam ao seu lado.
Regras dos Comentários:
Para receber notificações por e-mail quando seu comentário for respondido, ative o sininho ao lado do botão de Publicar Comentário.