Capítulo 113 - Sangue de Ritual

Dentro da floresta onde a princesa Maria estava sendo protegida por Douglas, Berco, Bruce e Sven. Os pecadores atacaram todos ao mesmo tempo indo para cima de Berco e Douglas que estava na linha de frente protegendo a princesa com tudo o que tinham. 

Enquanto lutavam, Sven o guarda pessoal da princesa pegou no colo e a levou para dentro da carruagem, mas antes de chegar, alguns pecadores entraram na frente deles, bloqueando o caminho.

— Deram a volta… — murmurou Sven. 

— Parece que agora as coisas estão ficando complicadas… — balbuciou Bruce, sacando uma espada curta ao invés de suas duas adagas que normalmente usa para lutar. — Proteja a princesa, vou abrir caminho para você a colocar dentro da carruagem. 

— Certo. — Sven balançou a cabeça e então colocou a princesa no chão que ficou de pé encarando a situação assustada. 

Maria olhou para trás e observou Douglas e Berco lutando contra vários pecadores ao mesmo tempo. Era incrível, um show para os olhos como apenas dois membros da Ponto Escuro conseguiam segurar e lutar tranquilamente contra vários inimigos de uma só vez. 

— Eles são incríveis… — murmurou Maria.

Bruce deu um sorrisinho de canto.

— Claro que são! Afinal, Douglas é o nosso líder e Berco o seu braço direito! Agora, vocês aí, sai da frente da carruagem ou morram.

Os pecadores não falaram nada, apenas balançaram as espadas longas onduladas que seguram em ambos os braços. 

— Certo, vamos começar. — disse Bruce animado. 

Bruce pegou com a calda uma das suas duas adagas e arremessou ela precisamente no rosto de um dos pecadores, foi tão rapido quanto o balançar de um chicote, o pecador nem teve tempo de reação e caiu duro no chão morto. Logo quando os outros pecadores olharam para seu aliado caido, ele foi para cima deles com o fluxo já ativado, com a espada, conseguiu cortar a cabeça de um fora com um golpe certeiro e então saltou num giro e chutou o outro que foi enviado alguns metros longes até quicar no chão. 

Quando levantou sentiu algo gelado na garganta e começou a se engasgar com o proprio sangue, Bruce havia jogando outra adaga na direção do pescoço dele, o golpe foi certeiro. 

— Acabou. — disse Bruce, recuperando suas adagas e as guardando. 

Esse era um novo estilo que ele mesmo tinha criado apartir de muito treino, por mais que não fosse tão bom com uma espada curta do que segurando duas adagas para um combate mano a mano, quando se lutava com vários inimigos de uma só vez, usar sua calda que tem um movimento de saque e arremesso bem mais rapido do que seus braços o deu uma boa vantagem. Ele conseguia ao menos diminuir rapidamente o número de inimigos que teria que lidar. 

Este foi o novo estilo de combate para lutar contra vários inimigos que Bruce inventou, ele criou isso com base na luta que teve com Sigurd e seu irmão antes deles se juntarem a Ponto Escuro. 

— Coloque a princesa dentro da carruagem! Vamos proteger ela até que tudo esteja seguro. — disse Bruce. 

— Certo! — Gritou Sven com um sorriso de alegria, ele não imaginava que daria para confiar tanto em um homem-lagarto.

Logo a princesa estava dentro da carruage. 

— Por favor… tomem muito cuidado! — disse Maria. 

— Pode deixar princesa! Iremos tomar bastante cuidado! — exclamou Sven. 

A porta da carruagem foi fechada e eles travaram ela para que não andasse. Sven e Bruce estavam na frente da carruagem de guarda encarando Douglas e Berco lutando com tudo o que tinha contra os pecadores. O número de pecadores caía rapidamente, aqueles dois eram como profissionais enfrentando crianças que se jogavam nos ataques tentando acertar um golpe. 

Chegando pelo canto, Turk o elfo se juntou a eles ao lado da carruagem.

— Não cansa de ficar escondido? — perguntou Sven. 

— Está tudo fácil demais… — murmurou ele. 

— Como? 

— Está tudo muito fácil. Vocês estão enfrentando os pecadores, lembra? Esses caras não são do tipo que perdem com tanta facilidade assim… — resmungou Turk com raiva nos olhos. 

Douglas e Berco já haviam diminuído o número deles consideravelmente, agora restavam apenas seis pecadores contando com o outro que parecia ser o líder do grupo. 

— Tá cansado? — Douglas perguntou para Berco. 

— Um pouco, mas acho que dá pra finalizar esses ai. — respondeu Berco.

— Ótimo, então vamos com tudo. Certo? 

— Recuar. — a voz do pecador saiu, Douglas e Berco ficaram surpresos, o homem tinha mandado seus aliados recuarem e então foi isso que eles fizeram, retornando para floresta. 

— Isso é algum tipo de estratégia meia boca? — perguntou Berco.

— A estratégia já foi feita, mas parece que vocês tolos não perceberam, né? — disse o lider com um sorriso malicioso. — De antemão, eu tinha dois planos, tentar acabar com vocês com nossos números foi o primeiro, achei que conseguiríamos realizar este, mas me parece que não deu tão certo assim… dos quarenta homens que eu trouxe, vocês mataram trinta e seis.

— Então você tem outra ideia? Vai nos enfrentar sozinho? — perguntou Douglas se posicionando para atacar a qualquer momento. 

O pecador lider chamado Impuro puxou uma lamina, essa lamina era diferente de outras, era vermelha e parecia estar pulsando, como se fosse um coração bombeando. Tinha veias saltando nelas também, veias bem grossas. 

— Vou chamar um adversário a altura de vocês. — disse Impuro, e então fez um corte profundo na palma de sua mão. — Ahhh…. isso doeu…

— Hm…? O que ele tá fazendo? — perguntou Berco. 

— Coisa boa que não é… — respondeu Douglas. 

O sangue do ferimento de Impuro começou a escorrer e a cair no chão, era uma quantidade muito maior do que normalmente iria sair de um corte naquela região, o sangue começou a formar uma poça, e então poça de sangue começou a mexer freneticamente, como se estivesse viva. 

— O que… quer merda é essa?! — gritou Berco.

— Se afaste, eu… acho que sei o que é isso… — Douglas murmurou e recebeu um olhar de dúvida e ansiedade de Berco. — Uma invocação de sangue… 

— Invocação… não pode ser… 

— Hahahaha! Nunca viram uma antes de perto, né?! Agora as coisas vão ficar interessantes realmente! Vamos ver como vocês conseguem se sair com uma criatura que não é nem do nosso mundo! — gritou Impuro enquanto o sangue que saia do seu corpo formavam rapidamente um corpo distorcido, caótico e medonho de uma criatura vermelha com garras afiadas. 

A criatura humanoide vermelha e deformada começou a se contorcer na frente deles, aquilo era um monstro. 

— Chame o Sven. — disse Douglas para Berco. — Vamos precisar da ajuda dele para essa luta…