Capítulo 124 - A Aposta de um Reino Inteiro
Assim que o grupo se acomodou, Turk afastou-se sem demora. Sua tarefa ali estava cumprida, mas ainda restava um último dever a ser cumprido. Disse-lhes que deveria apresentar-se ao conselheiro-chefe, seu senhor e patrão, para levar-lhe pessoalmente a notícia da chegada da princesa—mesmo que já fosse certo que Kiel já tinha conhecimento disso.
Sem mais demora, Turk tomou o caminho até o quartel-general dos Cavaleiros Sagrados. Cruzou seus portões como quem não tem pressa, mas com o peito ereto e os passos firmes. Os olhares sobre ele foram imediatos—os cavaleiros sagrados que ali serviam não tinham grande apreço por sua presença. Mas isso pouco lhe importava. Afinal, ele próprio não possuía qualquer respeito por tolos sem inteligência como aqueles.
Subiu os amplos degraus que conduziam aos andares superiores e, ao chegar diante da sala do conselheiro-chefe, bateu à porta, solicitando permissão para entrar.
A resposta veio quase que imediatamente.
Quando adentrou o recinto, esperava encontrar apenas o conselheiro-chefe, mas, para sua surpresa, havia ali outro homem.
Diante da grande mesa onde Riez se encontrava sentado, um visitante mantinha-se de pé. Reconheceu-o no mesmo instante.
O elfo que se apresentara como Musie durante a escolta da princesa não era ninguém menos que Número Um, o líder dos Numerous, uma unidade secreta criada por Riez para conduzir missões que jamais deveriam vir à tona perante o público.
Turk inclinou levemente a cabeça em respeito.
— Senhor Riez. Número Um. — cumprimentou com formalidade. Em seguida, deu alguns passos e ficou ao lado de Número Um, de frente para o conselheiro.
Riez ficou em silêncio por alguns segundos, observando Turk com aquele olhar frio e difícil de decifrar.
— Parece que tudo correu… bem. — disse enfim, com uma leve hesitação na voz, como se não tivesse total certeza.
— Tivemos alguns contratempos, mas no fim deu tudo certo. — respondeu Turk. — A princesa chegou, e a reunião pode começar assim que os outros reis aparecerem.
Riez assentiu devagar.
— Ótimo. Já deixei algumas providências em andamento.
Então se virou para Número Um.
— Mova os Numerous. É agora ou nunca. Precisamos estabilizar o reino… começando por aquele lugar imundo.
Número Um se endireitou ainda mais, como um soldado recebendo ordens.
— Infra? — perguntou, com voz firme.
— Exato. Estou enviando você para Infra. Vai assumir o controle de lá. Quero que localize e domine cada homem, facção e rua. Use toda a força necessária.
Os olhos de Riez se estreitaram.
— Máscaras. — ordenou, num tom calmo, mas cortante. — Não precisamos nos preocupar com rumores, mas ninguém pode reconhecer o seu rosto.
Número Um fez uma reverência firme.
— Sim, senhor. Já identificamos nossos alvos.
— Então vá.
Sem dizer mais nada, Número Um saiu da sala.
Assim que a porta se fechou, Turk cruzou os braços.
— O senhor acha certo expor tanto os Numerous assim?
Riez virou-se para ele com um olhar gelado.
— Se não entende o que estou fazendo, por que pergunta?
O tom ríspido fez Turk dar um leve sorriso, como se já esperasse por isso.
— O senhor esqueceu de tomar seu remédio de novo, não foi?
Riez lançou-lhe um olhar duro, com o maxilar tenso.
— Se tentar me enganar outra vez só para ver se tomei os remédios, vou tirar seu cargo.
— Com todo respeito, foi o senhor quem me deu essa ordem.
Riez ficou em silêncio por alguns segundos. Odiava quando jogavam suas palavras contra ele.
— Hm…
Preferiu não continuar com aquela discussão inútil.
— Faça seu relatório.
— Como desejar, senhor.
Turk pegou um pedaço de pergaminho sobre a mesa e preparou-se para escrever. Mas, antes mesmo de molhar a pena no tinteiro, Riez falou de novo:
— Turk.
O escriba levantou os olhos.
O rosto de Riez parecia ainda mais sério que o normal. Quando falou, sua voz soou pesada, quase como um aviso.
— O que estou prestes a fazer pode levar o reino à ruína. Tudo vai depender das nossas habilidades… e das peças que reunimos até agora. — Ele fez uma breve pausa. — Perder Richard foi uma grande lástima… — murmurou. Mas logo ergueu o olhar com uma expressão firme, determinada. — Para salvar este reino, vamos apostar o próprio reino.
POSFÁCIO
Saudações, Pedro Henrique aqui. Foram quantos meses desde o termino do volume 1 para a conclusão do volume 2? Caramba! Brincadeiras a parte, este volume foi bem maior em comparação ao primeiro, isso porque o primeiro em si foi bastante reduzido em algumas partes para não ficarmos muito tempo em um único local. Entretanto, este segundo volume, que teve como seu personagem central Bruce o guerreiro homem-lagarto, fez tanto o personagem principal quanto aqueles que o cercam irem para vários locais diferentes, tornando a narrativa muito mais dinâmica e interessante! Foi por conta disso que este volume tranquilamente passou de 350 páginas!
Tenho certeza que alguns dos próximos volumes também pegarão quase o mesmo número de página que este, pois ainda tenho muitas histórias para contar a vocês sobre esse mundo! Bruce trouxe para nós a experiência de um ser criado para batalhar e que foi levado para batalhas, o que gostei mais ao escrever este volume, foi juntamente com Bruce explicar como funciona o começo do sistema de habilidades deste mundo. Foi uma decisão que fiquei encucado em tomar no começo, pois no volume 1, apenas foram jogadas com explicações bem rasas como funcionava algumas coisas, e as vezes nem tinham explicações.
Mas neste volume, como um personagem que também estava aprendendo sobre os poderes, Bruce nos ajudou a entrar de cabeça nos aprendizados! O próximo volume, o volume 3 de Ascensão do Lorde, terá como protagonista um aventureiro bastante destemido! Faltam mais dois volumes para todos os protagonistas terem aparecido até então. Eu fico por aqui e agradeço você novamente por estar acompanhando meu livro!
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