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    Vendo aquela cena espetacular, muitos do exército dos Leões Dourados sentiram seus corações acelerarem. Esse era o poder de um Cavaleiro, um único homem poderia mudar toda a maré da batalha.

    “Mesmo estando adoentado e idoso, Sir Ferman ainda é tão poderoso.” Um dos Tenentes disse, boquiaberto.

    De repente, Boris, o Capitão da cavalaria de Lagartos Tarki ajoelhou-se.

    “Major, permita que meu batalhão móvel tome a liderança no ataque, nós iremos abrir um caminho para a infantaria.”

    Dimitri ficou surpreso, mesmo sendo de tropas emprestadas o sujeito estava disposto a ser a vanguarda. Mas ele conseguia entendê-lo, depois de ver a cena de antes, mesmo ele sentiu a adrenalina correr por suas veias. 

    Apesar disso, não tinha planos de usá-los como vanguarda, uma cavalaria era muito preciosa no campo de batalha e deveria ser usada em momento cruciais.

    “Ouçam minhas ordens.” Dimitri gritou alto.

    “Senhor!” Todos responderam.

    “Iremos nos dividir em três frentes, do Primeiro ao Quarto Batalhão formarão a ala esquerda, do Quinto ao Nono Batalhão junto às Tropas do Salão da Recepção formarão o núcleo, do Décimo ao Décimo Terceiro Batalhão formarão a ala direita. Quanto a Cavalaria de Lagartos Tarki, eles ficarão na retaguarda e fornecerão apoio as três frentes de batalha.” Dimitri disse, então depois de pensar por um segundo continuou. “O Tenente Ícarus será o Comandante da ala esquerda e o Tenente Raul será o Comandante da ala direita.”

    Quando ouviram a disposição das tropas e quem seriam os comandantes das alas, todos ficaram estupefatos. Nomear Ícarus, Tenente do Primeiro Batalhão como comandante da ala esquerda e Raul, Tenente do Décimo Terceiro Batalhão para a ala direita era algo surpreendente. 

    Nenhum dos dois homens era um dos Tenentes que ele trouxe consigo do Salão da Recepção, o que causou certa estranheza.

    “Sim, senhor!” Apesar de alguns estarem confusos com as ordens, rapidamente saíram para organizar o exército.

    Recebendo as ordens do alto comando, os Batalhões logo começaram a se dispersar, três exércitos logo se formaram. A ala esquerda com cerca de 2.000 homens, a ala direita com também 2.000 e o núcleo central, o corpo do exército com quase 5.000 homens. Além destes, a Cavalaria Tarki ficou na retaguarda, pronta para apoiar qualquer ala.

    No exercício direito, Fernando estava junto ao Pelotão Zero, ele ficou surpreso ao saber que Raul iria liderar. Essa era uma notícia boa e ruim ao mesmo tempo. 

    O lado bom era que o Tenente teria controle sob quatro Batalhões. A ruim é que com Raul se tornando o Comandante ele não iria entrar na luta diretamente, o Sargento Túlio é quem iria comandar o Décimo Terceiro Batalhão.

    Observando a multidão de Orcs no horizonte, todos os soldados tremeram. Apenas metade das tropas inimigas haviam se separado do ataque a cidade e focado neles, mas mesmo assim era um número assustador.

    Vendo os humanos se dispersarem, um grande Orc, com mais de 2,5 metros de altura, não pareceu surpreso. Pelo contrário, um sorriso de deboche surgiu em seu rosto, cheio de malícia. Ele era Baek, Mestre do Clã Gazuru, da Tribo dos Dobats. Um orgulhoso e poderoso guerreiro que já havia enfrentado humanos dezenas de vezes.

    Já acostumado às estratagemas dos humanos, Baek levantou seu machado de guerra e gritou.

    “Ord!!”

    Ouvindo seu comando, 15.000 Orcs começaram a avançar.

    Tum! Tum! Tum!

    Sob o poderoso avanço de milhares de Orcs, o chão tremeu.

    Dimitri, que estava à frente do exército central, tinha uma expressão calma, então levantou a mão.

    Sob seu comando centenas de magos avançaram, atrás deles mais algumas centenas de arqueiros. Todos prontos para disparar assim que entrassem em sua zona de alcance.

    Raul e Ícarus fizeram o mesmo nas alas direita e esquerda, respectivamente, criando uma formação de magos e arqueiros. Seu objetivo era evidente, enfraquecer o inimigo o máximo possível. Quanto menores os seus números, mais chances eles teriam quando entrassem num combate corpo-a-corpo.

    Do grande exército de 15.000 Orcs, cerca de 2.000 do lado esquerdo se separou, indo em direção a ala direita. Do lado direito, 2.000 também se deslocou, rumando a ala esquerda.

    Ao ver isso, todas as patentes mais altas ficaram abismadas. O objetivo de dividir os exército em alas era fragmentar o inimigo em proporções iguais, assim criando a oportunidade de realizar manobras militares. 

    Enquanto as alas segurassem uma grande quantidade de inimigos, o exército central poderia empurrar o oponente e flanquear-los em uma das alas, obtendo assim alguma vantagem.

    Porém, nem todas as estratégias funcionariam como previsto. Os Orcs enviaram apenas 2.000 para enfrentar cada ala, números proporcionais às tropas humanas, o que significava que o exército central teria que lidar com 11.000 inimigos. Mais que o dobro!

    Não só eles teriam que lutar numa proporção de dois Orcs para cada homem, como a estratégia com base no exército central havia sido arruinada.

    Suspiro

    Vendo isso, Dimitri suspirou consigo mesmo. Como eram Orcs Dobats ele havia os subestimado, mas pela forma como o inimigo os comandou, era claramente um líder inteligente e experiente.

    Olhando para as Alas Direita e Esquerda, um olhar solene preencheu seu rosto.

    “O resultado dessa batalha vai depender desses dois.” disse, sentindo-se impotente.

    Tanto Raul, quanto Ícarus tinham expressões complexas. Ao ver a movimentação do exército inimigo, estava claro que qualquer iniciativa que tivessem teria que partir das alas, ou eles seriam aniquilados.

    Logo os Orcs entraram no alcance dos magos e arqueiros.

    “Disparar!!”

    Swish! Swish! Zum!

    Milhares de flechas e magias foram disparadas dos três exércitos.

    Fernando e os demais que viram essa cena ficaram estarrecidos, todo o céu acendeu-se com uma grande luminosidade. Era como se estivessem em uma tempestade, as magias eram como trovões e as flechas como pingos de chuva.

    Perfura! Boom! Bang!

    Os primeiros Orcs foram atingidos fortemente, dezenas morreram instantaneamente, seja pelas dúzias e dúzias de flechas, ou pelas magias que açoitaram o campo de batalha. Alguns foram explodidos em pedaços, outros tiveram partes do corpo congelados, enquanto outros morreram eletrocutados.

    Apesar das inúmeras mortes dos seus, os Orcs pareciam indiferentes quanto a isso. Aqueles que não foram mortos, seguiram em frente, pisando sobre os corpos dos que caiam, formando uma lama sangrenta.

    As pernas de muitos soldados tremeram ao ver a cena, muitos sentindo que tinham que fugir dali. Um soldado que estava na vanguarda, não suportando mais a cena, virou e correu.

    Ploft!

    O soldado que antes corria, abrandou lentamente, então caiu de joelhos. Agora ele não era nada mais que um corpo sem cabeça.

    Um Subtenente tinha uma expressão sanguinária, enquanto balançava sua espada, numa tentativa de secar o sangue.

    Vendo isso, muitos daqueles que tinham o pensamento de fugir, desistiram. Se eles tentassem desertar, seriam mortos pelas tropas de trás. Sua unica chance era enfrentar os Orcs e torcer para sobreviverem.

    Apesar do bombardeio incessante dos magos e arqueiros, os Orcs avançaram sem medo.

    Na ala direita, Raul tinha uma expressão calma. Com seu Cubo Comunicador em mãos passou suas ordens.

    “Décimo e Décimo Primeiro Batalhão, em frente. Formação, Ponta de Lança.”

    Ouvindo o comando, os Subtenentes dos respectivos batalhões franziram a testa. Pelas ordens do Comandante, eles seriam a vanguarda, essa era a pior posição possível. Apesar de insatisfeitos, obedeceram.

    Logo os homens avançaram, parte dos soldados levantou escudos, enquanto outra parte tirou lanças de suas Pulseiras de Armazenamento e as levantou, apoiando-as sob o ombros de seus companheiros. 

    Formação Ponta de Lança, era uma das formações padrões treinadas desde que eram recrutas. Seu objetivo era quebrar a carga do inimigo, usando-a contra eles mesmos.

    Vendo os Décimo e Décimo Primeiro Batalhões sendo jogados na linha de frente, Fernando entendeu. Eram batalhões formados principalmente por ex-recrutas que mal tinham terminado seus treinamentos, bem como soldados mais fracos ocupando posições distintas.

    Um Batalhão inútil como esse, na visão de qualquer comandante, não seria nada além de bucha de canhão. Fernando sabia disso, e apesar de não gostar do método, estava agradecido de não ser ele e seus homens na vanguarda.

    O Décimo Segundo Batalhão, apesar de ser mais fraco que o Décimo Terceiro, era muito melhor que os outros dois, então Raul os fez ficarem recuados, para usar ambos no momento mais adequado.

    Bam! Bang! Ting! Zim!

    Orcs e homens se chocaram brutalmente, gritos de dor e desespero soaram, mas foram abafados pelo som de metal contra metal e urros de guerra.

    Muitos Orcs foram empalados pelas lanças, ficando presos na Formação Ponta de Lança, outros saltaram sob seus cadáveres e avançaram, pisando sobre os homens. Logo, todo o campo de batalha virou uma confusão total.

    Vendo muitos Orcs tentando quebrar a formação, empurrando os soldados. Os Cabos e Sargentos avançaram, incitando seus homens e lutando contra os Orcs que passavam.

    “Mate!!” Um dos Cabos gritou, perfurando a barriga de um inimigo.

    O Orc perfurado urrou de dor, então estendeu a mão, segurando o pescoço do Cabo e puxou ferozmente, arrancando seu pomo-de-adão. O homem queria gritar, mas não conseguia, tudo que pôde fazer foi morrer em silêncio e agonia.

    Vendo aquela cena assustadora, Fernando mantinha uma expressão calma, mas seu corpo arrepiou-se, com um calafrio.

    Então isso é guerra.

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