Índice de Capítulo

    [ Minutos antes do desfecho do duelo de Mayumi. ]

    Caído sentado, Akemi estava cercado. Seus pulmões pareciam pequenos demais para o ar que puxava, enquanto o coração, martelava no peito com uma batida mais forte que a anterior.

    Os olhos azuis das kunoichis brilhavam com ameaça, as lâminas refletiam a luz do templo ao passo que fechavam o cerco ao seu redor.

    O encurralado queria se mover, fugir, fazer qualquer coisa que o tirasse daquela situação, mas suas pernas não paravam de tremer, o medo era uma âncora que o puxava para o chão. “Ai, caramba! O que eu faço?! Se eu for atacado… já era!”

    Se ele pudesse não ter medo, se ele pudesse enfrentá-las e até derrotá-las… Com certeza era seu sonho. Mas a vida real? Sempre diferente. Quando a situação era de vida ou morte, o mundo áurico não estava para brincadeiras com os fracos.

    Em algum momento, seria preciso lutar. 

    Entretanto, antes que Akemi sequer escolhesse entre correr ou congelar de pânico… Crshhh! A cabeça de uma das estátuas ninja explodiu em estilhaços sob o impacto esmagador de um punho vindo por trás. Era Minoru, que sem perder o ritmo, desferiu um chute devastador no intuito de alinhar três inimigas no caminho da destruição. Crssshhhhh! O impacto brutal reduziu os corpos gélidos em pedacinhos que voaram por todas as direções, faiscando sob a luz do sol fictício.

    De boca entreaberta, Akemi arregalou os olhos, alívio e assombro estamparam em seu rosto.

    Outra kunoichi tentou fugir… Má ideia.

    — Ah, você não vai a lugar nenhum! — exclamou Minoru quando percebeu a intenção e aplicou um chute voador pelas costas da ninja fugitiva, desintegrando-a no mesmo instante.

    O silêncio momentâneo deu espaço para os cacos de gelo alcançarem o chão.

    Ao retornar os passos, Minoru estendeu a mão para o companheiro caído, que hesitou por um segundo antes de aceitar a ajuda, ainda assimilando o que acabara de presenciar.

    — O-obrigado! — Akemi levantou meio atordoado.

    — Ah, sim, foi moleza — Minoru deu um sorriso convencido — mas agora é a sua vez de começar a lutar, senão não só vai me dar mais trabalho. Precisamos ajudar as outras do grupo.

    “L-lutar?!”

    — Ah-Ahaha, é… Então… Esse é um caso complicado — Akemi tentou descontrair, mas sua mão na nuca e risada nervosa não foram convincentes.

    Minoru não prestava atenção no comentário, todo o foco era na batalha. Seus olhos castanhos-claros acharam Mayumi, que bloqueava um golpe de katana com sua lâmina improvisada. A estátua de Kenshi era colossal, e a força por trás dos ataques era, sem sombras de dúvidas, descomunal para uma jovem daquele tamanho.

    “Ela foi mesmo sozinha contra aquela escultura? Aliás, como diabos essa garota consegue bloquear e aguentar a força daquilo sem ser esmagada?! Mas bem, parece que ela não precisa de ajuda, só posso desejá-la sorte.”

    Desviando o olhar mais uma vez, avistou-se Nikko no meio da multidão de kunoichis. Diferente da seriedade de Mayumi, ela parecia se divertir genuinamente com a luta.

    O sorriso e olhar de animação… chegava a ser macabro.

    — He hi-hiii! Ah-ha hihiii! — O bastão de gelo em suas mãos girava e atacava em um turbilhão de vento, isolando as ninjas inimigas com uma facilidade absurda.

    A vista fez Minoru cruzar os braços. “Humpf, queria também poder usar a minha aura, ver aquela maluca lutar daquele jeito e gosto chega a me dar inveja. Mas por mais que ela esteja eliminando dezenas ao mesmo tempo, o número daquelas ninjas tá longe de acabar… Estranho.”

    O que antes pareciam cem, transformavam-se em centenas, e talvez, até milhares. Mas nada demonstrava problema.

    — He hiii! Podem vir na quantidade que quiserem! — Mais kunoichis foram lançadas e despedaçadas. — Meras esculturas não são páreas para o poder de uma Ichikawa!

    Mais inimigas se aproximavam, e era preciso continuar lutando.

    Minoru novamente assumiu a posição de combate. — Tem mais vindo. Akemi, fica atrás de mim, se aparecer algo perto demais e eu não puder ajudar, faça alguma coisa.

    — Alguma coisa?!

    — Sei lá, grita, cospe, dá tapa, só não fica parado igual um pamonha, tá legal?

    — Certo! — Akemi engoliu seco e assentiu. “Argh, se a minha aura fosse treinada o suficiente para ativar à vontade, talvez eu poderia ajudar de verdade, mas, por enquanto, só posso torcer para aguentarmos esse caos e chegarmos ao último andar.”

    E pelo jeito, o caos estava só começando.

    Os passos ágeis das kunoichis ressoavam. Minoru estreitou os olhos e contou mentalmente quantas vinham. “Dez? Quinze? Não interessa, elas já estão aqui.”

    — Caiam pra dentro!

    Uma kunoichi saltou de katana em punho mirando a cabeça do mais confiante.

    O primeiro ataque que deu início a todo esse embate já tinha sido tentado por cima, então, não era naquele momento que iria funcionar.

    O jovem desviou para o lado no último instante e, em resposta ao golpe que passou de raspão, seguiu com chute giratório pelas costas.

    Não havia tempo para comemorar, outras duas vieram ao mesmo tempo.

    Poff! Poff! Ambas despedaçaram no ato…

    Enquanto isso, Akemi continuava exatamente do jeito que estava: completamente desconcertado. “Ah, droga, droga, droga! Eu deveria fazer alguma coisa! Mas o quê?!”

    Sorrateiramente, passos ágeis e silenciosos avançaram como um fantasma: uma kunoichi surgiu e parou os olhos frios no alvo desengonçado. Num piscar de olhos, suas mãos foram às bainhas nas costas e arrancaram duas wakizashi.

    O pânico explodiu no peito de Akemi, seus olhos arregalaram.

    Aquela estátua era diferente das outras, em vez da representação congelada de tecidos simples, seu vestuário continha resistências adicionais: entre as juntas, toques de armaduras reluziam lampejos metálicos, já a boca e nariz estavam sob uma máscara oni de rosto fino, tão medonha quanto a usada pela escultura viva de Kenshi.

    Era a destaque, talvez, a líder das shinobi.

    — Essa é com você, cara, divirta-se! — encorajou Minoru, derrotando suas oponentes.

    As wakizashi giraram, prontas para o golpe derradeiro. 

    Naquele momento sem escapatória, só havia uma saída: defender-se.

    Durante o avanço reto da ponta das lâminas, o garoto desesperado travou os dentes, ergueu a mão direita e-

    Tap!

    Segundos se arrastaram.

    A kunoichi parou e colocou uma das mãos armadas na bochecha, seu cérebro esculpido em gelo processava o que diabos acabara de acontecer.

    Minoru viu a cena que quase tirou sua concentração. — Você acabou de dar um tapa nela?! — indagou ele, enquanto batalhava contra lâminas e bastões.

    De olho na estátua confusa, Akemi deu de ombros. — Você quem deu a dica!

    — Eu falei zoando, ô imbecil! Isso que você fez foi misógino!

    — A-ah! E-então desculpa…! Mas peraí, e você lá está em posição de dizer isso?! Olha só pra você!

    — Isso não vem ao caso, concentre-se!

    Como no despertar de um transe, a estátua líder sacudiu a cabeça e atacou outra vez. Um golpe diagonal de lâminas paralelas mostrou-se imbloqueável para um rapaz sem experiência em combate e coração disparado.

    Mas logo notou-se irregularidades.

    No início, as espadas moviam-se como um borrão prateado, mas à medida que se aproximavam, o tempo perdia a pressa.

    O coração jovem deu um salto. “Ela está… lenta?!” A visão o fez recordar um momento recente. “Na verdade, é como daquela vez…” Assim como quando Hikaru passara por ele a uma velocidade impossível, tudo parecia igual.

    Naquele momento, ele percebeu um detalhe importante, algo que escapara até então: aquele calor, aquele mesmo calor de quando sofreu seu acidente e passou por outros apuros, voltou a crescer em seu corpo. Talvez fosse adrenalina, talvez nervosismo, certo era o longo período em que não sentiu aquela energia. Desde que pisou nas profundezas do castelo de gelo, seu corpo esteve dominado pelo frio constante, um congelamento interno que tornava suas sensações áuricas mais distantes.

    Mas a dúvida era: depois de tantos perigos, qual o motivo dessa energia ter voltado justamente naquele momento?

    “De novo… Aquela sensação… Só que… Por quê não apareceu antes?!”

    Não era hora de procurar respostas.

    “Eu corri de monstruosidades, passei por miragens, mas isso quer me ajudar logo agora?!”

    As wakizashi estavam prestes a acertar.

    “Que se dane o porquê!”

    Akemi, num ímpeto, deu um único passo para trás.

    Sshh!

    O golpe mortal não causou nem um arranhão.

    “Deu certo?!”

    Outro ataque vinha em sequência, novamente, as lâminas tentavam cortes; mas o mesmo acontecia: o movimento diminuía à medida que o toque se aproximava.

    Outro passo para trás.

    Shhh!

    O golpe errou outra vez.

    A kunoichi congelada atacava mais e mais, frustrada pela sequência de erros; mas Akemi via os ataques lentos, cada passo para trás, um corte evitado, e seu corpo, cada vez mais quente. — Incrível… — murmurou ele, perplexo — eu deveria estar mal, mas… já passei por tantas coisas… me sinto protegido.

    Daquela vez, não era um simples caso de sorte, nem reflexo, era como se uma força invisível drenasse a velocidade do golpe pouco antes do impacto. As comparações poderiam ser muitas, mas o real porquê era a verdadeira indagação.

    Akemi sentia o calor aumentar e irradiar de seu peito para os braços, algo interno reagia à presença da ameaça. A sensação era estranha, porém, familiar, como uma corrente elétrica percorrendo suas veias. — Minha aura… está realmente me ajudando — a voz escapou de seus lábios.

    Suas mãos suavam, a respiração tornava-se irregular; apesar dele se safar de cada investida, sua energia estava sendo usada.

    A kunoichi de gelo não parava. As lâminas vinham uma após a outra, mortais, mas nunca velozes ao ponto de atingir um garoto que, sem movimentos mirabolantes, saltos grandiosos ou esquivas dignas de um artista marcial, escapava da morte com apenas passos para trás.

    Cada ataque passava em vão…

    Com olhos confusos e impressionados, Minoru pôde observar o colega. “Aquele desengonçado tá desviando?!” Não só desviando, estava enxergando os golpes chegando antes mesmo de serem finalizados. Era uma evolução absurda para alguém que até minutos atrás mal sabia como levantar os punhos para se proteger.

    — Isso aí, você tá indo bem! Agora aproveita e finaliza essa desgraçada!

    — O quê?! — Akemi quase tropeçou no próprio pé. — Finalizar? Ela?! Nem em sonho! 

    — É impossível parar ela de outro jeito, você tem que tentar!

    Akemi sempre quis ser um shihai, já se imaginou confrontando criminosos, salvando cidadãos de desastres, porém, desde que se entendia por gente, nunca havia pensado o quão poderia ser difícil enfrentar algo literalmente sem vida. Mas como dito, não havia outra forma de parar a kunoichi.

    “Tá de brincadeira…”

    A estátua não cessava as wakizashi, cada golpe era potencialmente letal.

    Por quanto tempo Akemi conseguiria manter aquele ritmo recuando? “Tenho que me concentrar…” Ele respirou fundo. “Energia… preciso da minha energia…” A eletricidade que pulsava em seu interior aumentava a cada esquiva. “Eu sei o que preciso fazer, mas… Quando? Onde? Como contra-atacar sem ser perfurado?” Seu cérebro trabalhava em sobrecarga na tentativa de encontrar um plano. “Qual o momento certo? O ângulo correto? Se eu errar, as consequências podem ser desastrosas…! Mas…” Seus olhos focaram na inimiga, no padrão dos ataques, no espaço entre os golpes; se movesse um segundo mais cedo ou tarde demais, acabaria retalhado… Mas se acertasse…  “Tenho que agir!”

    As wakizashi vinham em mais uma investida dupla, rápidas como um relâmpago.

    Concentrado, Akemi deu um passo para trás.

    Outra esquiva perfeita.

    A eletricidade fluiu pelos braços, um impulso percorreu suas veias, a energia acumulada chegou ao ponto máximo implorando para que as mãos fossem estendidas e liberassem tudo.

    Dito e feito.

    “… Agora!”

    Fzzt! Zzzzzz…

    A eletricidade saltou de seus dedos como uma rede distorcida e brilhante, um emaranhado de correntes faiscantes que serpenteavam pelo ar em direção à kunoichi. A luz amarelada refletiu no gelo da máscara oni, a descarga se espalhava como uma teia de raios selvagens prestes a consumi-la.

    Por um segundo, Akemi estava convencido. Ver em câmera lenta a trajetória daqueles estalos e zumbidos era magnífico. A vitória estava quase ao seu alcance.

    Mas óbvio que não seria fácil assim.

    Deixando resquícios de um vulto, a kunoichi desapareceu de vista.

    Akemi piscou ao ver a rede de raios se esvair ao encontrar o nada. Mas onde parou a kunoichi? Para onde ela foi? Como ela pôde desaparecer assim?

    O instinto do jovem gritava; um arrepio percorreu seu corpo inteiro, eriçando cada fio de cabelo. A energia em seu corpo murchou, e antes que pudesse sequer analisar, uma sombra surgiu às suas costas. O terror o engoliu num instante, seus músculos travaram, a lâmina gelada já estava a centímetros de seu pescoço.

    O tempo desacelerou, mas não como antes; não daquela forma onde os movimentos inimigos eram previsíveis e cada ataque parecia evitável. Naquele momento, era diferente. Paralisia absoluta.

    Em Akemi, algo além do medo arrancou sua capacidade de reagir, sua própria mente via-se presa no limbo entre querer fugir e simplesmente aceitar o inevitável.

    E então, num milagre instintivo, conseguiu um desvio.

    O reflexo foi puro desespero de toda a força que seus músculos permitiam, tombando para o lado de qualquer jeito. A lâmina passou rente à pele, fria como a própria morte.

    A lâmina da kunoichi varou o espaço onde exatamente a cabeça do alvo deveria estar, mas suas ações não acabaram: no mesmo instante, com uma das mãos ainda armadas, atirou uma pequena esfera contra o chão.

    Uma fumaça explodiu.

    Um véu espesso, claro e brilhante, tão fino quanto um nevoeiro e tão límpido quanto gelo recém-formado, reluzia partículas como cristais suspensos no ar.

    Do lado de fora, não era possível ver nada do que acontecia por lá.

    — Akemi! — Minoru gritou ao fundo, vendo apenas a muralha translúcida crescer.

    Mas então, alguém saiu da névoa.

    Akemi apareceu recuando em tropeços, de olhos arregalados e peito arfando. Na caça dele, a kunoichi continuava se movendo.

    — Tá tudo bem aí, cara?! — Minoru tentava se aproximar mais, mas as kunoichis atrapalhavam.

    Akemi não respondeu, suas pupilas tremendo em pânico absoluto estavam fixas na inimiga.  “Não, eu não posso pedir ajuda agora! Contaram comigo contra um único oponente! Eu não posso recuar!”

    A kunoichi não era mais lenta. Cada movimento era um lampejo azul claro. As lâminas atacavam sem piedade. Se antes os ataques chegando eram perceptíveis, naquele momento, tudo voltava ao normal.

    Ou pior.

    A velocidade dela parecia ainda maior.

    Frsh!

    Um corte rasgou o torso do uniforme de Akemi, um risco de raspão que por sorte não feriu a pele, mas mostrou-se capaz de causar belos estragos. “… Não dá”, por fim, o desespero genuíno.

    Minoru notava o problema agravando. — Essas espadas cortam um uniforme de tecido áurico titanizado? A coisa tá ficando séria.

    Akemi sentia os pés e as respirações falharem. Esquivar-se ficava cada vez mais difícil. O desespero aumentava. Já não se via saída. “Eu vou morrer aqui? Assim?!” Seu coração batia contra as costelas.

    O que estava acontecendo? Por que não conseguia mais enxergar? Onde foi parar aquela estranha habilidade que lhe permitia escapar? Seu corpo queimava de nervosismo, mas não era esse calor que trazia a energia. Sua mente não conseguia encontrar nada.

    Qualquer erro seria o fim…

    Minoru esforçava-se contra os inimigos, tentando abrir caminho. — Ei, me escuta, seu idiota! Sai daí! — Nenhuma resposta. “Caramba, esse cara não me escuta!” Ele analisava os arredores, Nikko havia sumido entre o bando de assassinas, e Mayumi era apenas uma mancha voando aos céus após ser empurrada pelo adversário imponente.

    Não tinha escolha, era Minoru quem precisava alcançar o companheiro…

    A kunoichi de olhar impassível acima da máscara oni exalava algo pior do que ódio: frieza.

    Akemi tentou dar mais um passo atrás.

    O pé virou.

    O mundo inclinou.

    Ele quase caiu, mas o instinto o puxou de volta à estabilidade.

    Todavia, o erro já estava cometido.

    A rival não perdoou.

    As lâminas, que antes desciam em cortes diagonais, mudaram repentinamente: a espada na mão esquerda partiu em linha reta, com a ponta virada na horizontal preparada para a estocada fatal. O alvo? O centro da testa.

    Minoru via tudo de longe, seu sangue congelou. “O corpo dele não vai conseguir reagir!”

    Os olhos de Akemi captaram o brilho gélido da lâmina vindo em sua direção. A morte tornava-se algo concreto. Não havia mais ilusões de que poderia escapar. Seu corpo não era rápido como antes.

    Era o fim.

    “Não… não pode ser…” As pálpebras se fecharam, o mundo apagou-se em negro, e em seu íntimo, algo gritou de desespero absoluto. “Alguém… me salva!”

    Vrash!

    O impacto foi seco, um som grotesco de carne sendo perfurada.

    Mas Akemi não sentiu dor.

    Seus olhos se abriram, e diante dele, um vulto familiar estava entre ele e a assassina.

    Minoru Suzumura.

    Sua mão na guarda da espada seguravam o avanço da kunoichi, mas não foi o bastante…

    A wakizashi atravessou o centro de seu peito, de um lado ao outro.

    Sangue escorria pela lâmina, pingando no chão, quente e vermelho contra o frio do gelo.

    Akemi ficou sem ar, seu corpo inteiro se enrijeceu, um vazio abriu na mente. — Mi-Mino…

    Minoru tossiu, um rastro rubro manchou seus lábios. — Tsc… sabia que ia dar nisso… — Os dentes vermelhos em seu sorriso torto provaram a gravidade da lesão interna. Usando as forças que lhe restaram, ele estendeu uma das mãos para agarrar o rosto da estátua imóvel, e subitamente… Crsshh! O gelo cedeu sob a força, traçando veios brilhantes como raios numa tempestade de inverno antes da desfragmentação final.

    O corpo da kunoichi desapareceu, assim como as wakizashi. Tudo o que sobrou foi o buraco sangrento no peito.

    O ferido olhou para trás. — Era óbvio que você congelaria na hora errada, né? — O sentimento não era raiva, muito menos desdém, havia ali um alívio disfarçado, como se, por mais frustrado que estivesse, encontrasse a felicidade de ver seu companheiro ainda inteiro. Mas isso não impediu suas pernas de cederem. Ele caiu de joelhos.

    Akemi não conteve o tremor nos olhos marejados; um nó se formou na garganta.

    Era possível que, por causa dele, Minoru estivesse morrendo…

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