Capítulo 112 de 07 – Eu sou seu inimigo natural!
Max observou a conversa o tempo todo, embora não pudesse ouvir nada. Quando as duas se abraçaram, Izumi sorriu momentos depois. Percebendo a expressão, notou algo incomum e questionou a razão por trás daquele sorriso.
— Quê?
Max surpreendeu-se com a cena e, sem hesitar, gritou: cuidado. As garotas, distraídas, olharam na direção da voz sem entender o que ocorria. Logo perceberam que o terreno ao redor havia mudado, enquanto a energia negativa diminuía gradativamente.
Os outros notaram a alteração e assumiram posição. O solo parecia retornar ao normal, mas a escuridão restante deslocava-se na direção onde o grupo se encontrava.
Alarmado, Max agarrou Dam e saltou. O mestiço seguiu o exemplo, mas, no instante em que a energia se contraiu por completo, disparou como um cilindro em alta velocidade, alcançou-o e arrastou-o para baixo.
Todos se surpreenderam ao ver Izumi atingido em cheio. Max e Ui, alarmados, gritaram seu nome. Ele caiu com força, quebrando parte do terreno com o impacto. Sem hesitar, desembainhou as espadas, enquanto o cilindro encolhia gradativamente até ficar na sua altura.
Aos olhos dos outros, parecia estar preso naquela energia. Max colocou Dam no chão e atacou o cilindro, mas as balas explosivas o atravessaram sem efeito.
— Não ataquem! — gritou Izumi.
Ui, que vinha correndo, parou de repente e trocou um olhar com Max, concordando em esperar. Enquanto isso, o mestiço, ainda preso, sentia a energia infiltrando-se em seu corpo e tentou dominá-lo. Sua pele escurecia gradativamente, e até o cabelo assumia um tom negro.
Preocupada, Ui avançou, mas Max a impediu. Izumi, sem demonstrar reação, lutava contra a incerteza, enquanto uma leve dor se instalava em sua cabeça. O cilindro, antes visível, havia se fundido por completo ao seu corpo.
Eu não sei se vai funcionar, mas…
Determinado, ativou sua Intenção Assassina junto à sua habilidade mais poderosa. Acostumado a expulsar energia negativa de outros, jamais imaginou o efeito que isso teria em seu próprio corpo.
— Suma!
Ao declarar sua vontade, a energia começou a borbulhar em agonia. Mesmo sem emitir sons, ele sentia que aquela força negativa sofria. Ele então sorriu e, com firmeza, gritou novamente:
— Morra sua praga!!!
A energia borbulhava intensamente, enquanto todos ao redor sentiam seus corpos paralisarem a cada segundo. O corpo de Izumi tornava-se indistinguível, oculto pela massa fervilhante de energia negativa. Quanto mais ele declarava sua vontade, mais aquela força se contorcia em sofrimento.
Incapaz de suportar a dor, a entidade abandonou o corpo e se espalhou pelo terreno, retomando sua forma original. Ele então observou suas mãos e pensou:
Evolui novamente!
Logo, todos se aproximaram, ansiosos para entender o que havia ocorrido, mas Izumi não respondeu. Em silêncio, ele colocou a mão no chão, ativou sua Intenção Assassina junto à sua habilidade mais poderosa e com determinação, declarou:
— Sofra!!!
A energia negativa no chão começou a borbulhar novamente, e o terreno tremia com força. O ambiente ficou ainda mais tenso, deixando todos os presentes cada vez mais preocupados.
— Eu deveria ter dado um nome para esse conjunto de ataques… — disse, pensativo. — Acho que vou chamar de Dark Purge!
Izumi persistiu em atacar, e à medida que ela borbulhava, sua forma diminuía. De repente, a energia se comprimiu a ponto de desaparecer por completo, deixando apenas silêncio no ar.
— Morreu? — perguntou Max, com um tom de preocupação.
— Não.
No instante seguinte, três tiros ecoaram no ar, mas nenhum deles acertou Izumi. Ele virou para Dam, um sorriso enigmático se formando em seu rosto.
— Como essa é uma variação diferente, acho que vou chamar de Deadlock!
O corpo do atirador ficou imediatamente paralisado, imóvel. Izumi olhou para ele novamente e com firmeza, disse:
— Dark Purge! Essa habilidade não só paralisa todos ao redor, como também anula qualquer energia negativa inimiga… Mas, algo não está certo.
Dam, tentava entender o que aconteceu, perguntou, incrédulo:
— O que aconteceu comigo?
Todos estavam perplexos, assim como ele, mas logo perceberam que Dam não era mais o mesmo. A suspeita de que aquela energia havia se infiltrado em seu corpo e o dominado os deixou ainda mais apavorados. A pergunta pairava no ar: quem seria o próximo?
— Certo, entendi. Dark Purge vai servir para extinguir energia negativa, enquanto Deadlock vai ser para paralisar todos. E aquele que faz os dois… já sei! Vou chamar de Zero Field!
Enquanto Izumi refletia sobre o nome de suas habilidades, o terreno voltou a ficar negro. De repente, uma parte do solo se moveu e, sem aviso, atacou com violência.
— Cuidado, Idalme! — gritou Max, a preocupação evidente em sua voz.
Idalme sentiu que a morte se aproximava, pensou, desesperada.
Não vou conseguir…
Mas, em um movimento quase impossível de seguir com os olhos, Max a alcançou com sua velocidade impressionante, salvando-a antes que a ameaça a atingisse. Nos braços do suposto amado, Idalme ouviu sua voz suave:
— Tudo bem? — Max sorriu, tentando acalmá-la, mas ela desviou o olhar.
— Me coloque no chão — pediu.
— Certo.
— Eu não consigo usar Dark Purge sem paralisar todo mundo… Então, vou selar esse nome até conseguir usá-lo sem esse efeito. Por enquanto, vamos de Zero Field!
O terreno, que quase atingiu Ui e Dam, desapareceu novamente, mas agora se erguia como uma onda ameaçadora. Dominada, Ui atacou rapidamente Dam, que conseguiu reagir a tempo. Izumi, observando, não hesitou e ativou seu “Zero Field” mais uma vez, fazendo com que a energia negativa sofresse danos e desaparecesse.
Enquanto isso, Max, que já havia colocado Idalme no chão, foi atingido por uma faca na barriga e arremessado para longe com um chute. Peitos caídos, agora dominada, abriu a boca, seu rosto refletia frustração enquanto olhava fixamente para seu inimigo, que a encarava insensivelmente.
— Porra, droga, que porra de demônio você é?!
— O que eu sou? Lhialhialhia! Eu sou o seu pior pesadelo!
Ela rapidamente sacou uma de suas flechas e a disparou, mas algo estava diferente: em vez das chamas vermelhas habituais, elas agora eram negras e muito mais destrutivas. No entanto, Izumi, que se aproximava a uma velocidade impressionante, cortou o projétil ao meio com precisão.
Sem perder tempo, disparou outra flecha, que se multiplicou em várias, mas, novamente, não teve efeito. Ele defendia com maestria, bloqueando e destruiu tudo o que ela tentava lançar.
— Não a mate!!! — gritou Max.
Izumi, com a espada quase tocando o pescoço dela, sorriu ainda mais, antes de chutá-la para longe. Com um grito de “Zero Field”, a energia negativa foi contida de novo. Em seguida, ele se defendeu habilidosamente de alguns tiros, e Ui, correndo rapidamente, socou diversas vezes, mas seus ataques não tiveram efeito algum.
— Isso é muito divertido! Venham todos!
Guardou suas espadas e passou a lutar mano a mano, exceto Max, que ainda não estava sendo dominado. Ele cansava seus inimigos, e após dez segundos, usou “Zero Field” novamente. O demônio, então, foi expulso de seus corpos e recobrou o controle do terreno, começando a atacar com ondas, avalanches e tiros de pedras.
Ele sacou suas espadas novamente e cortou tudo que surgia à sua frente. Mais dez segundos se passaram, e ele ativou “Zero Field” mais uma vez, mas dessa vez algo era diferente. Ele manteve a habilidade ativa, e o demônio começou a sofrer cada vez mais. Veias surgiam pelo corpo dele, mas isso não o impedia de continuar sorrindo.
Sangue começou a escorrer de sua boca e nariz, mas, após dez segundos de esforço intenso, ele parou. Seu corpo começou a voltar ao normal, e ele utilizou a habilidade “Super Cure Iz”, recuperando-se rapidamente.
No entanto, o demônio ainda não havia sido destruído completamente, e Izumi sabia exatamente onde ele estava. Ao ativar sua habilidade “Super Speed Iz”, ele correu até um local distante e agarrou um dos demônios presentes naquele local pelo pescoço. Olhando fixamente para ele, Izumi disse:
— Finalmente consumiu um demônio!
Quando ele começou a absorver toda a energia do demônio, o ser agonizou em sofrimento, enquanto observava seu inimigo lentamente lhe tirando a vida. No seu último suspiro, o demônio, com a voz fraca, perguntou:
— Quem… é… você?
— Quem sou eu? Lhialhialhia! — ele sorriu perturbadoramente, mas logo sua expressão se endureceu. — Eu sou o seu inimigo natural!
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