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    Renier observava atentamente o mapa do labirinto em sua interface, sua máscara refletindo a luz tênue que vinha das profundezas do corredor.

    O local à frente era imenso, e algo peculiar estava acontecendo no centro daquela vastidão. Ele conseguia sentir uma assinatura de calor se formando ali, como se algo de grande poder estivesse prestes a se manifestar.

    Mila, ao seu lado, estava com a expressão concentrada, a armadura escura ainda pesando sobre seus ombros. Luna, com seu olhar atento e sempre alerta, parecia entender o que se passava com mais clareza.

    O trio se encontrou diante de uma entrada enorme, coberta por um véu negro denso, que impedia qualquer um de ver o que estava além da sala.

    O som de barulhos abafados ecoava de dentro, como se uma grande batalha ou um monstro estivesse se preparando para atacar.

    Renier, usando a máscara, conseguiu visualizar o que havia além do véu negro.

    — Pelo que vejo, a sala está centralizada em torno de uma fonte de energia, parece ser algo imenso. O calor é crescente, está se concentrando no centro. — ele falou, em tom baixo, mas firme.

    Luna, ao ouvir as palavras de Renier, confirmou imediatamente a observação.

    — É um núcleo. Formado no coração do labirinto, provavelmente alimentando a energia de todo o local.

    Mila olhou para eles, surpresa.

    — Então, nós… passamos o tempo todo indo de baixo para cima, mas agora estamos próximos do chefe do labirinto? — ela perguntou, um pouco incrédula.

    Renier simplesmente deu de ombros, sem parecer se importar muito com a revelação.

    — Não importa. O som lá dentro já diz o suficiente. — disse ele, indicando os barulhos abafados, que continuavam a ressoar da sala à frente.

    Luna parecia saber muito mais sobre aquele lugar do que Renier, e ele não pôde deixar de pensar em como isso era vantajoso. Sem a O.S.N., ela era a única fonte de informações sobre aquele mundo estranho, e Renier sentia que poderia aprender muito com ela.

    — Luna, se destruirmos o núcleo ou se pegarmos ele… o que aconteceria com o labirinto? — Renier perguntou, analisando a situação de forma estratégica.

    Luna olhou para ele com seriedade e acenou com a cabeça, confirmando o que sabia.

    — O núcleo é vital. Se ele for destruído, todo o labirinto irá colapsar. A melhor opção seria impedir a energia dele de continuar se expandindo, mas para isso, precisaremos derrotar o mestre do labirinto, a criatura que provavelmente o controla. — Luna pausou antes de acrescentar com uma expressão grave: — Mas cuidado, se tocarmos no núcleo ou tentarmos destruí-lo com todos dentro, tudo aqui vai cair. Todos nós morreremos.

    Renier franziu a testa, já imaginando as consequências de uma falha. Um colapso total não seria nada bom.

    — Entendi. Não podemos arriscar a vida de todos. — Ele respirou fundo antes de formular seu plano. — O objetivo principal agora é lidar com o monstro que está guardando a câmara. Nossa prioridade é a vida de vocês duas. Não podemos salvar ninguém se estivermos mortos, isso é o mais importante.

    Luna concordou com a cabeça, sua voz grave.

    — Sim. Tentar salvar quem está preso aqui seria como tentar ressuscitar os mortos. Se não dermos prioridade ao que importa, todos nós vamos para o mesmo fim.

    Mila, ainda um pouco relutante com a dureza das palavras, assentiu, compreendendo a lógica, embora a dureza da situação a incomodasse.

    — Então, o objetivo é derrotar o chefe e depois tentar salvar os outros, mas… se algo der errado… a prioridade é sair correndo, certo? — ela perguntou, sua voz carregando um toque de nervosismo, mas também de determinação.

    Renier olhou diretamente para ela, seu olhar implacável, mas também cheio de uma calma calculista.

    — Sim. Pode parecer frio, mas não podemos carregar quem não consegue seguir em frente. Nosso objetivo é sair desse labirinto e impedir a Calamidade de ser invocada. Não podemos nos dar ao luxo de perder tempo com aqueles que podem nos atrasar, ou pior, nos matar. — Ele fez uma pausa, seus olhos se fixando no véu negro à frente. — Vamos nos concentrar no que é mais importante.

    Com isso, os três se prepararam para o que estava por vir, cientes de que as escolhas que tomariam nos próximos minutos poderiam decidir não apenas suas vidas, mas o destino de todos que estavam presos naquele labirinto mortal.

    Os três suspiraram, sentindo o peso da decisão enquanto davam um passo à frente, sendo consumidos pelo véu negro que os envolvia como um manto.

    O ambiente à sua volta parecia se distorcer enquanto eram tragados pela escuridão, e por um momento, tudo o que podiam perceber era a opacidade do lugar.

    Mas, assim que seus olhos se ajustaram, o cenário diante deles foi algo muito diferente do que poderiam esperar.

    O local era imenso, uma vastidão que parecia não ter fim. A luz era escassa, e teias de aranhas enormes cobriam o ambiente, fazendo com que o ar ficasse pesado, imerso em uma sensação de opressão.

    Casulos brancos estavam espalhados por todo o lugar, pendurados nas paredes, no teto, como um exército de prisioneiros esperando para serem consumidos por algo maior e mais perigoso.

    Luna e Mila estavam prestes a dar mais um passo, mas Renier estendeu o braço, impedindo-as de avançar.

    — Esperem. — sua voz soou baixa, mas autoritária, com um tom carregado de cautela. — Sinto vários sinais hostis aqui.

    Ele olhou ao redor, seus olhos afiados vasculhando o ambiente, em busca de qualquer movimento. As teias estavam por todo lado, formando uma rede densa e intrincada que cobria cada canto da sala.

    — Esse lugar… — Renier continuou, o tom de sua voz ficando ainda mais sombrio. — Uma aranha que constrói casulos e prende suas presas. Se algo tocar em suas teias, ela irá sentir e saber exatamente onde estamos.

    As palavras de Renier gelaram o sangue de Mila e Luna, que imediatamente pararam e olharam ao redor, sentindo os arrepios subir pela espinha.

    A ameaça estava por trás de cada fio, de cada casulo. O medo parecia fazer parte do ar que respiravam.

    Renier observava as teias com mais atenção, seus olhos se ajustavam à escuridão.

    Usando sua máscara de kitsune, ele ativou a interface, conseguindo ver o status de cada casulo. O que ele encontrou fez sua expressão se tornar ainda mais impassível.

    No fundo da sala, um grande casulo se destacava entre os outros. Mas o que realmente chamou sua atenção foram quatro casulos em particular.

    Três deles eram humanos. Ainda vivos. Ele podia sentir suas energias pulsando fracas dentro daquelas cápsulas, como se fossem meros espectros presos na espera de um destino fatal.

    O quarto, porém, era diferente. A energia emanava de uma forma que Renier não reconhecia de imediato. Algo alienígena, de uma raça que não parecia se encaixar nas formas que ele já tinha encontrado.

    Seus olhos correram pela sala, e ele se inclinou ligeiramente para observar o que mais poderia estar por ali.

    Foi então que ele olhou para cima, para a escuridão que parecia engolir o teto. Ali, em meio ao breu, um brilho intenso se destacou.

    Quatro olhos vermelhos, perfeitamente visíveis, em contraste com a escuridão que os cercava. Uma presença silenciosa, cuidadosa e predatória, observando-os.

    Renier sentiu o ar ao seu redor se congelar por um momento. Ele sabia que não estava mais sozinho.

    Continua…

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