Capítulo 562: Dentro do Templo
Combo 40/50
A corrente balançava levemente enquanto Sunny e Cassie a atravessavam, chacoalhando alto de vez em quando. Como a ilha que eles tinham acabado de deixar estava subindo, a da frente deles estava abaixo e totalmente visível.
A Ilha do Norte não era muito grande, talvez dois quilômetros de diâmetro. Sua superfície era uma vasta planície nivelada e coberta inteiramente por um lindo campo de flores violetas, como se estivessem envoltas em um manto de seda. Apesar do sol estar alto no céu, os botões das delicadas flores se fechavam.
Pelo que Cassie havia lhe contado, Sunny sabia que elas só se abririam à noite, emanando uma luz misteriosa e bela. Ele gostaria de ter testemunhado aquela visão estranha e mágica, mas agora, havia coisas muito mais importantes para eles fazerem.
Sem mencionar que, no momento, a atenção de Sunny nem estava na ilha em si.
Em vez disso, ele estava olhando além dela, para os picos draconianos das Montanhas Ocas que se erguiam acima da ilha, submergindo-a em sua vasta e profunda sombra.
Eles estavam envoltos em névoa branca que fluía lentamente pelas encostas escuras e caía no abismo negro do Céu Abaixo como uma parede infinita de nuvens brancas e rodopiantes. A imagem disso era magnífica e assustadora.
Era como se o próprio céu estivesse sendo lentamente devorado pelo vazio sem luz… ou talvez o invadindo.
Olhando para as montanhas terríveis, Sunny não pôde deixar de se perguntar se Nephis estava atualmente perdida em algum lugar lá fora, na névoa branca. Ou ela não ousou entrar e, em vez disso, escolheu uma das outras direções?
Não havia como saber.
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Com um suspiro, ele olhou para baixo e se concentrou em colocar um pé na frente do outro.
Logo, eles alcançaram a ilha do Norte e voaram para cima — Sunny com a ajuda do Espinho Furtivo e da Asa Negra, Cassie desembainhando a Dançarina Quieta, pulando e segurando firmemente o punho enquanto o florete voador a puxava para o ar.
Os dois pousaram suavemente em meio às flores delicadas e olharam ao redor. Sem precisar dizer nada, Sunny permitiu que a garota cega assumisse a liderança e a seguiu enquanto caminhavam em direção ao único ponto de referência na ilha — as ruínas da antiga fortaleza que se erguia precariamente em sua extremidade norte. Era muito semelhante à fortaleza em ruínas onde ele conheceu Effie e Kai.
Tentando não perturbar as flores, eles cruzaram a ilha e entraram na fortaleza. Nada os atacou no caminho, e não havia sons, exceto o assobio do vento e o de seus passos. A ilha do Norte era linda, silenciosa e estranhamente pacífica.
Olhando através do portão quebrado da antiga fortaleza, Sunny estudou a corrente colossal que ancorava as Ilhas às Montanhas Ocas. A névoa rodopiante fluía de ambos os lados, obscurecendo o ponto onde a corrente afundava na pedra escura.
Ele permaneceu imóvel por alguns momentos, então estremeceu e desviou o olhar.
Bem no canto da plataforma que ficava além do portão, quase imperceptível, um estreito conjunto de escadas descia, cortado de rocha desgastada. O caminho serpenteava ao redor da encosta saliente, agarrando-se à superfície de pedra enquanto levava ao lado escuro da ilha.
Cassie colocou uma mão nas pedras e, traçando os dedos sobre elas, pisou cautelosamente nas escadas. Sunny seguiu, olhando para baixo com uma expressão sombria.
O caminho que levava ao Templo da Noite era longo e estreito. Mal havia espaço suficiente para duas pessoas andarem lado a lado. À sua direita estava o muro de pedra da ilha, e à sua esquerda estava o abismo escuro e sem fundo do Céu Abaixo. Um passo descuidado poderia significar a ruína de uma pessoa.
A colocação das escadas também não foi acidental. Se uma força atacante tentasse liderar um ataque pelo caminho, eles teriam que lutar contra os defensores um de cada vez, com os movimentos da mão direita do lutador sendo restringidos pela inclinação. Ataques à distância também não ajudariam muito devido à curvatura do muro.
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Em um lugar como aquele, um guerreiro poderia parar um exército inteiro.
Eles desceram cada vez mais, finalmente alcançando o lado escuro depois de um longo tempo.
No ponto em que a encosta se tornou quase completamente horizontal, as escadas se transformaram em uma estranha ponte suspensa que estava presa à superfície de pedra acima por correntes enferrujadas. Ela balançava precariamente acima do abismo escuro do Céu Abaixo, levando até o centro da ilha… até o Templo da Noite.
Sunny congelou, assustado pelo som triste de um sino alto que de repente rolou pela escuridão.
À sua frente, a alguma distância, uma estrutura magnífica se projetava da parte inferior da ilha flutuante. Feita de pedra preta, parecia uma catedral alta e sombria que de alguma forma foi construída de cabeça para baixo e pairava sobre o abismo da escuridão impenetrável. A fundação era seu ponto mais alto, e seus sete campanários desciam para as profundezas do vazio negro, cada um terminando com uma corrente curta que segurava um sino enorme fundido em cobre verde manchado.
Como o Templo da Noite estava localizado sob a ilha, a luz do sol nunca o alcançava. Em vez disso, a catedral estava envolta em sombras eternas, com apenas o brilho pálido das chamas divinas distantes acariciando suas paredes negras.
Em uma estranha reversão, a escuridão aveludada do abismo e a dispersão de estrelas falsas em suas profundezas pareciam um vasto céu noturno pairando sobre ele.
Enquanto Sunny observava, um segundo sino tocou. Ele se mexeu um pouco e voltou sua atenção para o caminho estreito, traçando seus degraus traiçoeiros até os enormes portões de ferro da catedral.
Cassie se virou para ele, demorou-se um momento e disse:
“Vamos. Eles nos viram.”
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Sunny assentiu e deu um passo à frente.
O Templo da Noite esperava à frente, seus portões abertos como uma boca faminta.
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