Capítulo 721: Ameaça Terrível

Combo 21/300

Sunny cortou a tripulação do navio de abordagem, não deixando ninguém vivo. Sua figura imponente se movia entre os inimigos com incrível velocidade e graça, como se estivesse realizando uma dança macabra de morte.

Seu estilo de batalha era tão disforme e imprevisível quanto o próprio diabo, alternando sem esforço de defesa sólida para ataque explosivo, para ferocidade monstruosa que apenas uma Criatura do Pesadelo poderia possuir. Ele lutou com suas quatro mãos, com suas presas e chifres, até mesmo com sua cauda blindada. À medida que mais e mais inimigos caíam, cortados pelas lâminas em chamas, uma névoa escaldante de sangue evaporando o cercava como um manto carmesim.

Aqui e ali, os dois navios conectados já estavam pegando fogo, suas velas queimando na escuridão vermelha do céu noturno como piras funerárias para os guerreiros morrendo por suas mãos.

… E então, de repente, não havia mais ninguém para ele matar.

Dispensando o Juramento Quebrado, Sunny gemeu e se apoiou pesadamente na Visão Cruel. Sua respiração era difícil e áspera, e o Manto do Submundo estava coberto por inúmeros arranhões. Sob a armadura de ônix, seu corpo estava machucado e maltratado, com vários ferimentos superficiais escorrendo sangue onde as lâminas inimigas ou as Habilidades de Aspecto encontraram seu caminho através das rachaduras.

Sunny cerrou os dentes.

‘Quantos navios eu derrubei? Três… quatro? Não… cinco…’

Ele olhou ao redor, tentando verificar a situação.

Os outros também se saíram bem. Junto com as gárgulas, a coorte conseguiu destruir…

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Seus olhos se arregalaram.

…Quase metade da frota inimiga havia desaparecido. Dezenas de navios foram destruídos, milhares de bravos guerreiros mortos. A maior parte disso foi feita por Cassie e os bonecos, assim como as gárgulas, mas ainda assim…

Sunny respirou fundo.

‘Quando… quando nos tornamos tão assustadores?’

O pensamento de ser a grande ameaça terrível, pela primeira vez, era revigorante… e ainda assim, sua excitação durou pouco.

Não importa o quão poderosa a coorte tivesse se tornado e quão bem eles tivessem planejado a batalha, ainda não era o suficiente.

A essa altura, a maré já estava mudando, seu sucesso temporário diminuindo a cada segundo.

Sunny, Effie e Kai haviam exaurido a maior parte de sua essência. A Serpente da Alma estava a meros momentos de perder sua habilidade de assumir a forma de outras sombras. Santa e Pesadelo estavam se saindo melhor do que o resto deles, mas também pareciam estar diminuindo o ritmo, mais e mais ferimentos se acumulando no corpo negro do temível corcel, sua taciturna cavaleira se movendo com visível esforço.

Muito pior do que isso, o navio do feiticeiro estava brincando de gato e rato mortal com o Príncipe do Sol. Guiado pela mão de Cassie, o navio ainda estava inteiro, mas não estava claro por quanto tempo ela seria capaz de fugir da morte. Sem sua presença no campo de batalha, a taxa em que os navios inimigos estavam sendo destruídos diminuiu drasticamente, e cada um tinha mais liberdade para se mover e atacar.

E as gárgulas… não existiam mais.

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A maioria delas foi destruída pelo colosso de aço, algumas foram dominadas e despedaçadas pelos guerreiros Ascendentes da frota defensora. As poucas que restaram estavam lutando, presas em redes de correntes encantadas e a momentos de serem obliterados.

A lua de sangue ainda brilhava com radiância carmesim, como se o eclipse não tivesse intenção de acabar, e não houvesse sinal de Noctis. Não havia sinal de Solvane também, o que significava que o feiticeiro ainda estava vivo, pelo menos.

A única indicação de que os dois Transcendentes imortais estavam lá fora, em algum lugar, travados em uma luta cruel, eram o barulho alto das correntes celestiais e os terremotos repentinos que atravessam uma ilha após a outra. As ilhas balançavam enquanto pedaços delas desmoronavam no Céu Abaixo.

Esperar que Noctis chegasse e salvasse a todos como um deus era inútil. Esperar por qualquer coisa era inútil… eles estavam aqui para libertar Esperança de suas algemas, afinal, e não o contrário.

A situação estava prestes a ficar muito, muito ruim para o grupo, e não havia como Sunny pensar em mudar isso.

‘Não… sem problemas. Eu vou destruir mais cinco navios… de alguma forma. E depois mais cinco…’

Caindo, ele mergulhou nas sombras e passou por elas, desperdiçando um pouco de sua última essência para aparecer em um navio diferente.

Sunny pode estar cansado, mas a batalha continuou. O mundo não se importava com sua exaustão.

Ele só se importava com uma coisa…

Sunny tinha que lutar, ou morrer.

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***

Em uma embarcação diferente, Effie olhou para os restos quebrados da lança rúnica em sua mão por um breve momento, então soltou um grito enfurecido e golpeou o inimigo atacante com o que restava de sua haste, usando-a como uma clava para quebrar sua perna.

O Fragmento do Crepúsculo estava ficando pesado em sua mão, e ela não tinha mais essência para ativar o encantamento [Indomável] e mudar seu peso. Por causa disso, Effie foi uma fração de segundo lenta demais, e uma lâmina afiada passou por baixo do escudo para cortá-la no ombro.

… Dessa vez, a lâmina não ricocheteou na pele da garota, e em vez disso a cortou. Gotas de sangue caíram no convés escorregadio.

Bem acima, Kai mal desviou de uma flecha inimiga e estendeu a mão para sua aljava, apenas para encontrá-la vazia. Rangendo os dentes, ele correu para o lado, pegou outra flecha no ar, então imediatamente encaixou a sua na corda do arco e a lançou de volta para o arqueiro, atingindo o homem no olho.

Sua essência estava quase acabada também, e ele já havia perdido muito sangue para a Flecha de Sangue. As mundanas eram tudo o que ele podia usar… e agora, ele não tinha mais nenhuma.

Alguns momentos depois, o homem com uma máscara de madeira carbonizada caiu no convés do navio a alguns passos de Effie e girou, invocando um sabre afiado. Ele estava preparado para cobrir as costas da jovem até seu último suspiro, se necessário.

… E a alguma distância, Cassie finalmente falhou em desviar completamente de um dos dardos monstruosos. Ele atravessou o convés do gracioso navio, transformando o enorme mecanismo de cerco em sua proa em uma nuvem de estilhaços, arrancando uma parte do casco e destruindo uma dúzia de bonecos junto com ele.

A jovem empalideceu com os sons da carnificina, então hesitou por alguns longos momentos.

Então, uma expressão resoluta apareceu em seu lindo rosto.

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Com uma mão firme, ela empurrou um dos remos para baixo.

Seguindo seu comando, a embarcação antiga abandonou a fronteira entre os dois céus e começou a subir.

Mais alto, mais alto e então mais alto ainda.

Como se tentasse alcançar a própria lua carmesim.