Capítulo 112: Duelo de Monstros

Combo 33/50

Assim como na batalha contra as duas Bestas Caídas, a Santa de Pedra atacou primeiro. Golpeando sua espada contra a borda do escudo duas vezes, ela avançou sem medo ou hesitação.

Claro, Sunny não tinha certeza se as Sombras eram capazes de sentir medo.

O Centurião de Carapaça reagiu rápido e selvagemente, investindo contra ela em um ataque furioso de lâminas irregulares. Diante dessa criatura imponente, a Santa parecia magra e fraca.

Os dois Monstros colidiram no meio da rua, uma pequena onda de choque se espalhou para fora do ponto de impacto. Poeira e pequenos pedaços de cascalho foram lançados voando pelo ar.

Sunny observou a batalha com os olhos atentos.

Ele suspeitava que essas duas Criaturas do Pesadelo eram um tanto quanto iguais em termos de poder. O Centurião era muito maior e mais pesado, a carapaça impenetrável o tornava um adversário especialmente mortal. Todas as criaturas com carapaça eram anormalmente resistentes e fortes. Ele também tinha a vantagem do alcance.

A Santa de Pedra era igualmente resiliente devido à sua armadura pesada e natureza pétrea. Apesar de sua pequena estrutura, a graciosa cavaleira possuía uma quantidade impressionante de força. Sunny também teve que continuar se lembrando de que ela não era realmente humana e, como um ser feito de pedra, pesava muito mais do que um humano pesaria.

A desvantagem de seu tamanho era compensada pela consciência corporal e habilidade de batalha, tornando o resultado da luta imprevisível.

No entanto, isso só era verdade se ele falhasse em levar em conta o abraço escuro de sua sombra. Com seu reforço, a Santa era inimaginavelmente mais poderosa.

Sunny tinha certeza de que o Centurião não teria chance.

Enquanto isso, os dois Monstros estavam entrelaçados em uma batalha feroz. A Santa resistiu ao ataque das foices de osso, golpeando uma com seu escudo e desviando da outra. Sem perder o ímpeto, ela abaixou o escudo e bateu sua ponta na carapaça do Centurião, fazendo a criatura desajeitada cambalear.

O impacto foi tão forte que provocou rachaduras na carapaça inexpugnável. Sunny se maravilhou com a visão, parabenizando-se pela decisão de não testar a força aumentada do Monstro em si mesmo.

Usando a abertura que ela havia criado, a Santa de Pedra torceu seu torso e desferiu um golpe de revés com o centro do escudo, atingindo o mesmo ponto novamente. A placa de quitina já danificada se estilhaçou, revelando a carne macia por baixo.

Um momento depois, ela já estava se movendo para escapar da feroz retaliação da selvagem criatura de carapaça. A graciosa cavaleira era mesquinha em seus movimentos, desviando de cada golpe com precisão medida.

Embora Sunny fosse apenas um novato na arte do combate, ele havia aprendido o suficiente para ser capaz de reconhecer indícios de um estilo de batalha distinto na forma como a Santa de Pedra lutava.

Toda a sua técnica era baseada na simplicidade e economia de movimento, cada ação era calculada e eficiente. Combinando fortes bloqueios, esquivas e desvios com trabalho de pés firme e ripostes bem cronometrados, a Sombra era capaz de criar um contraste gritante entre defesa e ataque, o primeiro sendo sólido e indomável, enquanto o último era abrupto e inevitável.

Era muito diferente do estilo fluido e imprevisível que Nephis usava, e que ele próprio havia aprendido. Só agora Sunny percebeu que os katas e formas básicas que ele havia praticado eram, de fato, muito únicos e incomuns.

De onde veio seu estilo de luta?

Havia muito a considerar aqui, tanto em termos de como melhorar sua técnica atual quanto de como incorporar novos elementos a ela. No entanto, essa era uma tarefa para o futuro. 

Agora, ele estava mais interessado no resultado da luta.

A Santa de Pedra já estava suprimindo seu inimigo monstruoso. Algumas pernas do Centurião estavam quebradas ou decepadas, e os jatos de sangue azul fluíram dos ferimentos terríveis. No entanto, ele ainda estava resistindo furiosamente.

Mas não importava o quão enfurecido ele ficasse, a postura silenciosa e ameaçadora da graciosa cavaleira das sombras era muito mais aterrorizante.

Exatamente naquele momento, a Santa de Pedra desviou de um golpe descendente de uma das foices do Centurião e então a prendeu sob seu braço. Usando seu peso para imobilizar a arma do inimigo, ela desferiu um golpe violento com a borda de seu escudo e quebrou a lâmina de osso em pedaços.

O monstro da carapaça gritou, atordoado pela perda de sua foice, e imediatamente tentou eviscerar o pequeno e repugnante demônio com a que restava. No entanto, ele chegou uma fração de segundo atrasado. Com um lado do corpo indefeso, a Santa de Pedra agora tinha muito mais espaço para atacar.

Desviando a foice com o escudo, ela avançou e atacou com um golpe ascendente, cortando-o perto da articulação. Continuando o movimento, ela então atravessou a chuva de sangue azul e cravou impiedosamente sua espada na abertura na armadura do Centurião que havia sido criada por ela no início da luta.

A lâmina de pedra perfurou a carne do monstro e devastou sua espinha. A força do golpe foi tão imensa que a ponta da espada rompeu a quitina nas costas do Centurião.

Tirando a espada do corpo da criatura moribunda com um movimento brusco, a Santa sacudiu o sangue da lâmina. Então, deu um passo para trás indiferentemente e congelou, aparentemente se transformando em uma escultura escura e imóvel. Apenas o fogo carmesim ainda queimava em seus olhos de rubi, revelando que a Sombra estava viva.

Sunny prendeu a respiração, esperando que o Feitiço falasse. Logo, ele ouviu sua voz levemente familiar:

Um pouco decepcionado, ele invocou as runas e verificou o número de Fragmentos de Sombra em sua posse.

“Faltam noventa e três para quatrocentos”, pensou automaticamente.

Então, só para ter certeza, Sunny deu uma olhada na descrição da Santa de Pedra.

Então… assim como o Eco, as mortes realizadas pela Sombra beneficiaram seu mestre em vez do próprio monstro. Parecia que consumir Memórias era realmente a única maneira de alimentar a Santa de Pedra.

Sunny franziu a testa.

“Bem. Isso complica as coisas…”