Capítulo 250: O Cerco à Cidade Sagrada (1)

Tradução: Nimsay

Depois de passar pelo quinquagésimo quinto andar, Qlqr1 não afrouxou as rédeas. No dia seguinte, seguimos para o quinquagésimo sexto andar. 

O Grupo Um assumiu a liderança nesta seção, limpando facilmente os subestágios focados em caça e exploração enquanto coletavam informações sobre o sextagésimo andar.

‘Que provavelmente será um cerco na cidade sagrada, Delhive.’

Localizada no ponto mais ao sul do continente Taoni, esta cidade enorme também era o solo sagrado da Igreja de Tel e Ikar, a maior organização religiosa com influência em todo o império. Capturar este lugar significava cortar a linha de vida da igreja que atormentou os heróis por tanto tempo.

No quinquagésimo nono andar, entrei em contato com Yoshu e reuni um esboço básico do cerco à Cidade Santa e três informações cruciais se destacaram.

Primeiro, a própria Delhive era uma cidade fortaleza com defesas que rivalizavam com as da capital imperial. Segundo, todas as tropas da igreja se reúnem lá, incluindo as Santas e Paladinos. Serão quase dez mil inimigos, incluindo os monstros que se juntaram às tropas da igreja.

Eles têm defesas formidáveis ​​e um vasto exército. Até mesmo o exército da princesa imperial, que havia dominado facilmente as tropas da igreja até então, acharia essas condições desafiadoras.

Por fim, a líder da Igreja Tel e Ikar, a Santa Cega Lianne¹, possuía um poder misterioso.

Isso era algo com o qual eu estava muito familiarizado. Afinal, eu tinha enfrentado isso pessoalmente no quinquagésimo andar. Seu olho esquerdo assolava os céus e seu olho direito devorava a terra, com habilidades para selar habilidades, gravuras e sentidos. Ela era mais do que problemática.

‘Mas não vai funcionar comigo duas vezes.’

Depois de dominar o Sangue do Dragão Negro, minhas habilidades cresceram exponencialmente. Além disso, preparei contramedidas para o caso. Se a santa ousasse usar os mesmos truques, ela teria que se preparar para sua própria morte.

Na sala de estratégia no quarto andar da área de espera, Roderick olhou para o mapa na mesa e murmurou: — Então, estamos trabalhando com o exército da princesa imperial.

Roderick, antigo herói aposentado e líder do campo de treinamento, retornou para liderar o grupo dois após a morte de Edis.

— Qual é o nosso papel?

— Ataques aéreos em pontos-chave usando dirigíveis.

Apontei para o centro do mapa. Ele retrata uma cidade circular cercada por cinco grossas camadas de muros. No meio da cidade, havia um templo enorme que lembrava um arranha-céu imponente.

Era uma visão panorâmica da cidade fortaleza, Delhive.

— As tropas da princesa imperial tomarão o ataque terrestre. Assim que a operação começar, a equipe de ataque de Taoni romperá as defesas aéreas e se infiltrará dentro dos muros da cidade. De lá, causaremos o caos, destruindo-os de dentro para fora.

Fiz um gesto em direção às muralhas, e Roderick, com uma expressão sombria, olhou para mim.

— E você?

— Vamos nos mover separadamente e nos concentrar no centro disso tudo. — Apontei para o templo no centro da cidade. — É lá que os figurões da igreja estarão. Nós vamos eliminá-los.

— …Entendido. — Roderick deu um sorriso amargo. — Não esperava estar de volta ao campo de batalha. Será que ainda consigo fazer minha parte?

Com toda a honestidade, esse homem não poderia preencher o legado de Edis, só algumas brechas. O resto a Mestra teria que resolver.

Já tínhamos passado dos dias de torcer com bastões. Era hora de esperar mais dela.

— Bem, então, vou informar aos líderes dos grupos. Obrigado por tudo que já fez.

— Não foi nada.

Roderick saiu da sala de estratégia. Eu fiquei sentado, olhando para o mapa.

‘A missão vai acontecer amanhã.’

Já é tarde da noite. Qlqr1 já saiu do jogo, após completar seus preparativos finais. E eu acabei de terminar minhas tarefas.

Um raio vermelho escuro brilhou da minha mão direita. Quando cerrei meu punho, o relâmpago desapareceu como se estivesse se desintegrando.

Sempre que tinha tempo, treinava com Halkion no meu mundo mental. Mais de um ano se passou nesse período. No começo, esse poder parecia estranho, mas agora posso empunhá-lo como se fosse meu.

— …Yurnet — murmurei baixinho. O ar à minha frente se distorceu quando uma névoa em forma de uma pessoa apareceu.

< Sim, Mestre. >

— Como vai a investigação?

< Está nos estágios finais. Quando você retornar do sextagésimo andar, deverá estar completa. >

— Isso é um alívio. Eu pensei que levaria anos.

< É uma ordem sua, Mestre. Eu não poderia me dar ao luxo de negligenciá-la. >

Yurnet riu, cobrindo a boca. Ela ainda estava investigando o incidente de El Cid. Do começo ao fim, havia muitos pontos obscuros no caso. Era suspeito demais para deixar assim.

< A propósito, Mestre, notei que você evoluiu sua gravura. >

— Eu fiz.

A Sombra de Yurnet se aproximou.

< Eu sempre dou boas-vindas ao seu crescimento, Mestre. No entanto, esta gravura parece… menos que ideal. Talvez você devesse reconsiderar. >

— Reconsiderar? O que você quer dizer?

< Pode ser sensato procurar outra gravura. O risco representado pela sua gravura é muito grande, especialmente se algo inesperado acontecer e o império de Taoni cair. Um exemplo é se a sua mestra desistir. >

— Eu já fiz o contrato. Como eu poderia mudar agora? Isso não faz sentido.

< Se você comandar… >

— Mesmo que seja possível, eu não farei isso. Vou ficar com Taoni até o fim. É tarde demais para desistir agora.

< Mas… >

— Sem mas. Não traga isso à tona novamente. Essa é minha decisão.

Yurnet ficou em silêncio. Em troca do poder de Halkion, eu tinha concordado em finalizar a torre de Taoni. Mesmo que o contrato perdesse sua força vinculativa, eu pretendia mantê-lo.

— Não se preocupe, eu posso cuidar de mim mesmo. Não posso continuar dependendo de vocês para sempre.

< …Mestre. >

— Entrarei em contato com você quando voltar.

A neblina se dispersou.

‘Eu sou diferente daquela mulher.’

Eu não quebro promessas. Não importa qual seja o resultado, eu vou até o fim.

Agarrei o punho da minha espada e a lâmina de Bifrost raspou contra a bainha com um som metálico.

Na noite seguinte, Qlqr1 organizou uma equipe para o ataque ao sextagésimo andar.

Quatro embarcações aéreas seriam usadas para a operação. Três delas foram designadas para o esquadrão de ataque, liderado pelo Grupo Dois, enquanto a última era para o nosso Grupo Um.

Quando a mensagem de aviso apareceu, Isel estendeu a mão e um espelho enorme apareceu da fenda dimensional.

O comando de lançamento já havia sido dado. O espelho gigante começou a brilhar e o dirigível que liderava subiu lentamente no ar.

Nossa embarcação aérea, Lucette, começou a se mover em direção ao espelho. Eu me inclinei contra o corrimão e estendi minha mão direita.

— Isel.

[ Presente! ]

Isel apareceu, elegantemente vestida com um terno preto e ajeitando seus óculos escuros enquanto se aproximava de mim.

[ O que você gostaria desta vez, senhor? ]

— Algo limpo e sólido.

[ Vou providenciar! ]

Isel girou sua mão direita, soltando muita poeira estelar, revelando um objeto envolto em pano branco. Passei minha mão sobre ele.

‘Essa textura…’

— Modelo cento e trinta e sete?

[ Sim! Madeira de ébano com aço sólido por dentro. Limpo e sólido, exatamente como você pediu! ]

— Boa escolha.

Sorri e devolvi o objeto para Isel, que fez uma reverência e desapareceu.

Naquele momento, Kishasha inclinou a cabeça.           

— O que você está fazendo?

— É só uma pequena recarga de energia cavalar.

— Energia cavalar?

Ela me lançou um olhar estranho.

Essa era minha maneira de clarear a cabeça antes da missão. Cruzei os braços e olhei para frente. A luz do espelho engolfou Lucette.

Antes mesmo que a luz se apagasse, uma mensagem de aviso triplo apareceu, indicando o alto nível de dificuldade. Isso não seria tão fácil quanto o quinquagésimo quinto andar.

A janela de objetivos apareceu.

Um vento frio roçou minhas bochechas. Eu estreitei os olhos quando a Lucette parou centenas de metros acima do solo. Abaixo de nós, a vasta cidade de Delhive se estendia, com um templo enorme em seu centro e muros altos e grossos ao redor. Soldados enxameavam no topo dos muros.

Yoshu não estava exagerando sobre o grande número de forças reunidas.

< …Há Tantos. >

Ouvi o suspiro de Roderick.

— Temos muitas pessoas também — respondi pelo comunicador, olhando para baixo.

A planície inteira estava cheia de soldados, um exército enorme que nem cabia no campo aberto. Eles carregavam estandartes mercenários, gritando enquanto avançavam em direção à fortaleza. Máquinas de cerco como escadas, catapultas e aríetes seguiam atrás deles.

Uma seta vermelha apareceu no céu, marcando a formação tática de Qlqr1.

< …Han. >

Uma voz familiar sussurrou em meu ouvido. Era Pria, enviando uma comunicação mágica após nos avistar.

Eu sorri e murmurei de volta.

— Nós resolveremos isso depois da luta.

< Certo. Depois da batalha, então. >

Desliguei as comunicações e olhei para frente. As outras embarcações aéreas estavam se movendo em direção à fortaleza, seguindo as ordens de Qlqr1.

— Nós também vamos? — Jenna perguntou, olhando para mim. 

Balancei a cabeça negativamente.

— Vocês vão na frente.

— Huh? Por quê?

— Parece que eles precisam de ajuda lá embaixo.

Desviei meu olhar para o portão da cidade.

Cavaleiros de armadura negra empunhando espadas grandes estavam massacrando mercenários indiscriminadamente. Apesar de serem apenas uma dúzia ou mais, eles estavam retardando severamente o avanço.

— Não podemos simplesmente ignorá-los? O portão será violado de qualquer maneira.

— Precisamos minimizar as baixas se quisermos usá-los mais tarde. Encontre-me em frente ao templo.

Pisei no corrimão.

— Espere, estamos no céu…!

E pulei do dirigível.

O vento uivava enquanto batia em meu corpo.

‘O chão está a cerca de… duzentos metros.’

As planícies ficavam cada vez maiores à medida que eu descia.

— Halkion.

< Me chamando tão cedo! >

Estalei os dedos.

Zzzzzzz! Um relâmpago vermelho escuro surgiu em meu corpo e logo aterrissei silenciosamente. Mesmo estando a duzentos metros de altura, toquei o chão sem sentir nenhum impacto.

— Que diabos é essa coisa?!

— Aaaah!

Pof. Uma perna humana decepada caiu aos meus pés, com sangue jorrando, manchando de vermelho o chão próximo.

‘Eles nem têm chance contra mim.’

Os cavaleiros negros gritavam enquanto balançavam suas grandes espadas no meio da planície. Já havia uma centena de cadáveres espalhados ao redor deles.

— Quem… quem é você?! Como você veio do céu…?

— Saia.

Empurrei para o lado o homem que bloqueou meu caminho.

< Irmãozão. >

— Yoshu?

< Sim. Eu sabia que você viria. Estou me comunicando por magia. >

— Quem são esses caras?

< Eles são os soldados de elite da igreja que mencionei. Eles retardaram drasticamente nosso avanço. >

Isso é bem notável. Eles estão balançando suas espadas grandes de cem quilos como se não fossem nada mais do que galhos. Nenhum humano normal poderia pará-los.

Armaduras quebradas, armas despedaçadas e corpos desmembrados estavam espalhados pelo chão.

< Ugh… >

Um dos cavaleiros negros, olhando-me nos olhos, aproximou-se.

< Você… é um cão da deusa… >

— Cão da Deusa?

< Traidor… TRAIDOOOOOR! AAAAAAH! >

O cavaleiro negro abaixou sua espada larga.

< Hmph, inseto inútil. >

Halkion murmurou friamente.

Levantei minha mão direita e um relâmpago carmesim escuro envolveu o corpo do cavaleiro negro. Naquele instante, eu cerrei minha mão.

‘Compressão.’

Com um ruído forte, sangue e carne espalharam-se por todo o lado. Quando cerrei totalmente o punho, o cavaleiro negro, agora encolhido como uma boneca quebrada, caiu no chão.

— Chamar-me de traidor… isso é um pouco maldoso, você não acha?

< … >

< Mate logo isso… >

Não havia necessidade nem de sacar minha espada. Eu chutei o chão e toquei levemente os cavaleiros negros que se aproximavam.

< …Traido… >

Então balancei minha mão para baixo.

Trat! Como se tivessem sido esmagados por uma enorme pressão, os doze cavaleiros negros foram achatados no chão.

1. De novo o nome dessa criatura mudou. Misericórdia google tradutor, escolhe um nome! qqq[↩]