Índice de Capítulo

    Tradução: Nimsay1


    Três dias depois, no início da noite, estávamos sentados nos assentos de espera na praça do primeiro andar. O céu estava aceso e à direita na tela do jogo, Qlqr1 manipulava como sempre a Sala de Espera.

    — Já faz um tempo desde que subimos a torre. — Jenna respirou nervosamente. — Não vamos deixar ninguém morrer desta vez. Vou confiar em você, irmãozão.

    — Não coloque sua confiança em mim. É um fardo.

    — Eu também confiarei.

    — Eu disse para não fazer isso. Se vocês se machucarem, não será minha culpa.

    Deixei de lado as palavras de Jenna e Kishasha e olhei para o lado.

    No canto do banco, Velkist estava sentado com uma expressão taciturna e as pernas cruzadas. Ele estava assim desde que Neryssa foi embora. Ao menos não estava causando problemas.

    — A manutenção do dirigível terminou?

    — Está perfeito. Podemos usá-lo a qualquer momento — Kátio explicou enquanto assentia.

    E assim, esperamos em meio ao silêncio.

    ‘Neryssa deve estar ocupada.’

    Ela não teria tempo para descansar. Apesar de ter várias secretárias, a carga de trabalho estava além da imaginação.

    Assim que a fundação foi estabelecida, Qlqr1 invocou dezenas de heróis de uma só vez. Para enviar o relatório de cada herói ao Mestre a tempo, ela não teria tempo de descanso. Eu tentei ajudar, mas ela deixou claro para não mexer em nada e focar na missão.

    Portanto, com esse tempo livre, reorganizei um pouco a formação do primeiro grupo e acompanhei nosso ritmo em um andar inferior.

    Uma coisa que pude sentir foi a excelência de Kishasha. Ela não apenas é excelente em batalhas um contra um, mas também é incomparável em combate corpo a corpo. Valeu a pena tê-la no grupo.

    ‘O treinamento pessoal também valeu a pena.’

    Após Exceder, agora poderia usar a Espada da Alma Perdida ao menos uma vez. Mas somente quando a utilizava no mínimo. 

    Contudo, ao contrário de antes, não fui prejudicado logo após usá-la. Eu poderia manter cerca de cinquenta por cento do meu poder de combate. É claro que, se usada com força total, eu seria nocauteado instantaneamente.

    — Espero que tenhamos uma missão normal desta vez — disse Jenna.

    O trabalho de Qlqr1 também estava quase concluído.

    — No trigésimo andar era no deserto, no trigésimo quinto andar era no oceano. Não tenho ideia do que vai sair no quadragésimo andar.

    — Aconteça o que acontecer, basta fazer o que temos que fazer.

    Prendi firmemente a bainha da minha adaga no cinto.

    — Preparem-se.

    Qlqr1 abriu a janela de entrada.

    [Abra, Fenda no Espaço-Tempo!]

    Isel apareceu no ar e apontou para o portão, que se abriu para os dois lados.

    [Han, desta vez é o trigésimo sexto andar. Boa sorte na missão!]

    — Obrigado.

    Passei por Isel e entrei na Fenda. Um por um, os membros do primeiro grupo me seguiram.

    【Suba a torre e salve o mundo!】

    Masmorra Principal: Andar Atual – 35

    ‘Vamos para o trigésimo sexto andar. Um subpalco para o quadragésimo andar.’

    Esperei pela entrada enquanto conversava com Jenna. Não é algo que estamos vivenciando pela primeira ou segunda vez.

    ‘O sentido familiar desapareceu.’

    Já foram dois membros. Suprimindo a sensação estranha2, aceitei a luz que me envolvia.

    A sensação de flutuar me envolveu.

    ‘É uma planície.’

    Fomos convocados para uma planície desconhecida.

    — Estamos bem?

    Os olhos de Jenna se arregalaram.

    Não era um deserto, oceano ou labirinto. Era um cenário normal para variar. Uma planície em plena luz do dia, com uma brisa fresca que descia da colina.

    ‘É um pouco difícil respirar, mas não é tão ruim.’

    Bem, é uma pequena diferença.

    Olhei para a esquerda.

    【36º Andar】

    Tipo de Missão – Ataque.

    Objetivo – Roubar os suprimentos designados!

    ‘Huh?’

    Eu fiz uma careta. Um tipo diferente de missão apareceu.

    — Roubar? O que está acontecendo?

    — Deve ser exatamente o que está sendo dito.

    Eu olhei em volta. A planície era ampla, com grama e pedras espaçadas. Porém, devido às muitas colinas, o horizonte não era visível.

    Devemos estar abaixo de uma colina.

    — Irmãozão, devo explorar adiante?

    — Não há necessidade. Podemos ver tudo quando subirmos a colina.

    Comecei a subir a encosta. Um por um, os membros me seguiram.

    — Han, ouvi algo estranho. — As orelhas de Kishasha se mexeram e ela começou a fungar. — E tem um cheiro específico.

    — Que tipo de cheiro?

    — Ferro e sangue!

    Kishasha deu uma cambalhota e começou a correr colina acima em ritmo acelerado.

    Não havia como impedi-la, então a segui lentamente. Kishasha estava olhando para o outro lado do topo da colina.

    — …Ali. — Os olhos de Kishasha brilharam. — Há uma porrada de humanos. O suficiente para não conseguir contar.

    — Sim, há muitos mesmo.

    Eu estreitei meus olhos.

    No sopé da colina, na vasta planície, inúmeros humanos estavam reunidos. 

    Podiamos estimar facilmente que haviam milhares. Numerosas bandeiras tremulavam ao vento. Os sons fracos de gritos e choques de espadas atingiram meus ouvidos.

    — É uma guerra — Velkist falou suavemente.

    O campo de batalha na vasta planície ficava a centenas de metros de distância. Deixando-o ainda mais visível. 

    Os dois lados do exército entraram em confronto, oprimindo-se mutuamente. Soldados trajados com armaduras e armados com espadas, as brandiam contra seus inimigos. A cavalaria atropelou a infantaria na vanguarda e as flechas dos arqueiros cravaram-se nas cabeças dos cavalos. Do alto, um feitiços de fogo e gelo assolavam, colorindo o céu.

    Os sons de gritos e berros vindos do campo de batalha ecoaram fracamente.

    — Onde estamos?

    — Não sei. Alguém sabe?

    Olhei para trás, mas não havia alguém que soubesse. Neryssa talvez pudesse ter dado algumas respostas com seu amplo conhecimento.

    Olhei para o exército que estava ganhando vantagem.

    Eles tinham um fundo prateado com um emblema de cruz alada em sua bandeira militar. Estavam esmagadoramente empurrando os adversários com seus números superiores.

    ‘Eles têm muito mais homens.’

    Eu sabia o que o emblema significava, o vi durante a missão de resgate de Priasis no décimo quinto andar.

    ‘Eles são da Igreja das Deusas3?’

    O grupo que tentou freneticamente matar Pria, chamando-a de bruxa, entre outras coisas.

    Depois dela escapar da cidade, eles colocaram uma enorme recompensa por sua cabeça. 

    ‘Falando nisso… Ela escapou com segurança?’

    Ela estava no meio do mar, não havia barco para ir ao continente. 

    Bem, ela deve ter encontrado um meio.

    Mudei meu foco. O importante é o que está diante de mim.

    — O caminho parece estar bloqueado.

    Kátio abaixou a mão estendida. Ele parecia ter escaneado colina abaixo com ondas mágicas.

    — O caminho está bloqueado… É aquela parede invisível de antes?

    — Sim, uma zona proibida.

    Enquanto Kátio e eu conversávamos, a guerra continuava.

    Eles já estavam recuando. A formação da direita tentou recuar, mas a formação da esquerda do exército do Culto os cercou como asas abertas, devorando-os no processo.

    Dezenas de pessoas morriam a cada momento.

    Se estivessem um pouco mais perto, seria um espetáculo de sangue e entranhas.

    — Que horrível — Jenna comentou brevemente.

    Os olhos de Kishasha se estreitaram.

    — Não há nada aqui para fazer. Vamos voltar.

    Virei meu olhar, não viemos aqui para assistir. Vamos ver o que mais há.

    ‘Lá está.’

    Numa estrada lateral que leva à parte de trás do campo de batalha, um grupo de soldados caminhava pela estrada, conduzindo várias carruagens.

    Soldado do Exército da Igreja Nv.21】x 87

    Cavaleiro do Exército da Igreja Nv.23】x 5

    Mago do Exército da Igreja Nv.25】

    Uma tela, indicando o que eram, flutuava acima de suas cabeças. Sua cor era vermelha, indicando claramente que eram inimigos.

    Os outros membros do grupo pareciam ter notado as carruagens também.

    — Acredito… — Pausei um momento. — … Que nosso objetivo é se envolver nessa guerra.

    — Então…?

    — Eles precisam ganhar, não é?

    — Existem muitos inimigos — Velkist cruzou os braços. — Não estou falando daqueles ali. Estou falando do campo de batalha lá trás.

    — Eu sei. Há milhares.

    O campo de batalha era apenas um pano de fundo por enquanto. Mas à medida que subimos os andares, isso mudará.

    — Então, você está com medo?

    — Que besteira. Eu gosto disso. Temos feito missões triviais de subjugação até agora.

    — Bom. Me siga. Precisamos agir rápido.

    Desci o morro, enquanto os soldados e cavaleiros da igreja atravessavam a planície.

    — Ei, sabem o que vamos fazer, certo?

    — Matá-los.

    — Bom trabalho Kishasha.

    — É estranho, no entanto — Jenna suspirou, esticando a corda do arco.

    Bem, não há nenhum tolo aqui que hesitaria só porque são humanos.

    — Vamos emboscá-los. Não hesitem. Antes que eles entrem em formação, derrubem-os. E há um mago entre eles.

    — Eu cuidarei dele — disse Kátio.

    — Bom.

    Coloquei minha mão direita na bainha da espada e a esquerda na bainha da adaga.

    Desci dezenas de metros de colina de uma só vez. Atravessando os arbustos, persegui a parte de trás da carruagem.

    — …Hum?

    Um soldado que estava conversando nos fundos fez contato visual comigo. Ele nem teve tempo de gritar, agarrando a garganta e desmaiando.

    Uma flecha estava alojada nele.

    — Huh!

    O soldado ao lado dele engasgou. Minha adaga lançada ficou presa em sua testa.

    Sreung. Saquei minha espada. Eles nos notaram depois disso.

    — É uma emboscada!

    — Não entrem em pânico! Armem-se e contra-ataquem! Quantos são?

    — Cin-cinco!

    — O que?

    Ding, ding, ding, ding! O sino de emergência soou.

    Mas isso não importa.

    — Kuaah!

    Kishasha saltou vários metros de altura, pousando na carruagem. Suas garras se estenderam completamente.

    — Ei, ela é uma…

    Os olhos de Kishasha estavam dilatados verticalmente4.

    Descendo pelo teto da carruagem como uma cobra, a mão de Kishasha se contorceu. A parte superior do corpo de dois soldados voou, espirrando sangue.

    ‘Eu gostaria que Eolka estivesse aqui.’

    Em tal batalha, não há ninguém como ela.

    Tsk tsk. Eu estalei minha língua e balancei minha espada. Um soldado atordoado foi cortado em pedaços.

    — Hmph — Velkist mergulhou no meio dos inimigos.

    Sua espada se moveu como uma cobra5, espetando três pessoas.

    — Em formação!

    Zing! Um comandante com um capacete esplêndido desembainhou sua espada, mas uma flecha imediatamente se alojou em seu peito.

    Jenna subiu na carruagem, atirando em alvos importantes. Primeiro nos oficiais, depois nos arqueiros.

    — Quem são vocês? São mercenários?

    — Não importa.

    Eu balancei minha espada para baixo, enquanto o soldado ergueu o escudo de ferro. Mas quando a espada o tocou, o escudo amassou-se como papel. O impacto também quebrou os ossos da perna do soldado.

    — Aaaaaaaa, Ah!

    Com um único golpe, acabei com sua dor.

    ‘Eles não são páreo contra nós.’

    Nenhum deles conseguiu resistir a um único ataque, pois as espadas e os escudos quebravam. Era como quebrar galhos.

    Em pouco tempo, mais de dez cadáveres se amontoaram ao meu lado. Nenhum deles tinha os membros intactos.

    — Monstros!

    — Não entre em pânico, lute! A Deusa está conosco… Ugh!

    — Caramba! — À distância, um jovem cavaleiro de armadura prateada apareceu. — Eu, o Paladino de Prata, Kyle von Strauss, representando a ira da Deusa, cheguei! Se ficarem no caminho da Deusa, minha feroz esgrima irá derrubá-los!

    — …

    — Você! — O cavaleiro arregalou os olhos quando me viu. Ele hesitou por um momento, depois sorriu triunfante. — Hahaha! Finalmente, nos encontramos.

    — Hum?

    Soltei o soldado que segurava pelo pescoço. O soldado caiu como se estivesse enfeitiçado e não se levantou.

    — Não se lembra? A grande batalha nas escadas. O duelo sagrado que tivemos! Finalmente, depois de cinco anos. Eu, Kyle, o herdeiro da família Strauss, o Paladino Prateado! Eu nunca esqueci!6

    — …Do que está falando?

    — Huh, vou fazer você se lembrar. Você não sente dor por causa da ferida daquela época? Desta vez não será fácil. Vou te mostrar minha técnica secreta. Chama-se Corte de Ondas de Calor…!

    Com um som alto, o cavaleiro foi lançado voando pelo soco de Kishasha. Depois de ser atingido na cabeça, o cavaleiro contorceu-se no chão antes de parar.

    — Você conhece aquele cara? — Velkist perguntou enquanto sacudia o sangue de sua espada.

    — Não.

    ‘Eu conheci esse cara?’

    Foi no décimo quinto andar? Não me lembro disso. Bem, isso não importa.

    Desviei minha atenção dele e procurei outros alvos.

    A batalha já estava chegando ao fim, não houve necessidade de entrar em formação. Dezenas de soldados foram espancados sem conseguir um contra-ataque adequado.

    — Huh!

    — Demônios, são demônios!

    Um velho, que deve ser o mago, estava deitado de bruços. Sangue escorria de seu nariz, olhos e ouvidos. Anti-Feitiço. Uma das especialidades dos magos.

    Reverter a magia do oponente para causar uma reação negativa em sua mana. Este velho provavelmente desmaiou sem lançar um único feitiço decente.

    — Não importa o quanto lutem… — Um cavaleiro com o braço decepado riu fracamente. — A vitória é nossa. A maré não vai mudar! Oh Deusa, por favor, cuide de nós!

    Cortei sua garganta de uma só vez.

    Esse era o último.

    — Uma batalha trivial.

    Velkist embainhou sua espada.

    — Eles eram muito fracos. Não era assim antes.

    — Talvez estejamos muito fortes. Excessivamente fortes.

    — Excessivamente?

    — Somos quase armas humanas, apesar de não me sentir uma. — Jenna tocou sua bochecha timidamente.

    Bem, de qualquer maneira.

    ‘Uma guerra.’

    Sentei-me na guia da carruagem. Ao meu redor estavam inúmeros cadáveres de soldados e cavaleiros.

    Eu parecia ter uma ideia aproximada do conceito desta missão. Não é um ataque, é uma batalha em grande escala.

    E estamos claramente do lado desfavorecido.

    ‘É um Brasil contra a Alemanha na copa do mundo?7


    1. O Título pode mudar no decorrer da tradução.
    2. Homi, você precisa de um terapeuta. Ou de alguém para conversar. Suprimir só vai fazer isso virar uma bola de neve.
    3. Às vezes eu posso deixar ‘deusa’, porque Tel está meio que no comando do mundo aparentemente, mas no início foi dito que a igreja seguia as deusas gêmeas. Portanto, caso pensem que é um erro, avisem!
    4. Nem faz sentido essa frase, porque a pupila dos olhos dela sempre são verticais.
    5. O autor estava com cobra na cabeça, segunda vez que ele usa o mesmo adjetivo.
    6. No 15º andar, quando Han estava indo em direção a Priasis adolescente, ele jogou um monte de treco num cara em uma escada. Esse era o cara. Essa foi a grande batalha.
    7. Aqui é usado uma referência a um ‘jogo’ muito desfavorável. Nem preciso explicar qual referência eu usei…

    O objetivo é roubar, mas eles estão vendo uma guerra. Será que eles vão ter que lutar quando todos morrerem na colina? Tantas teorias…

    Enfim, não se esqueçam de ir ao Discord da Illusia caso encontrem um erro, queiram apoiar os autores/tradutores ou conversar com outros leitores!

    Até a próxima~~

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