Capítulo 41: Tipo de Missão: Defesa (6) (Parte 2)

Trammm-tam!

Um barulho alto anunciou o colapso do portão.

O ogro líder começou a entrar na cidade. Jenna desceu rapidamente da muralha da cidade.

‘Eu quero me dividir em dois.’

Acima de tudo, a prioridade era defender a estátua das deusas.

Se o portão externo desmoronasse, eles teriam que recuar imediatamente para o centro da cidade e construir barricadas dentro do portão. Se eles utilizassem a experiência do quinto andar, deveriam conseguir aguentar por muito tempo.

Decidi desligar minha mente por enquanto.

Não importava quanto tempo eles pudessem aguentar ali.

A verdadeira questão era a rapidez com que eu conseguia lidar com o sacerdote.

O cavalo de guerra pisoteou e esmagou os cadáveres enquanto corríamos em direção à floresta. Antes que percebesse, o calor da floresta em chamas pôde ser sentido na minha pele. Desmontei do cavalo.

— Vá.

Hee-heeg!

O cavalo levantou os cascos dianteiros e desapareceu nas planícies ocidentais.

Atrás de mim havia uma horda de cadáveres tentando banquetear-se com minha carne, e à frente estava as chamas.

O fogo ardia ferozmente como se tentasse engolir toda a floresta.

As árvores perto das planícies estavam carbonizadas, e logo após podia-se ouvir o som de folhas e galhos queimando e balançando, enquanto eram envoltos em chamas.

— …

Os cadáveres cambalearam em minha direção, apesar do fogo estar bem na frente deles.

Destampei uma poção de saúde e bebi de uma só vez, depois espalhei o líquido restante sobre minha cabeça. Então entrei nas chamas.

— Kiiiaa!

Assim que entrei, um cadáver de goblin tentou me acertar com todo o corpo em chamas.

Virei meu corpo para o lado e ele caiu, ainda queimando, e parou de se mover.

Abaixei a parte superior do corpo para evitar inalar muita fumaça. Mesmo assim, meus passos foram rápidos. O calor era escaldante e o ar era escasso.

Eu posso suportar isso.

Não demorou muito para chegar à borda do mapa.

Uma parede transparente intransponível. O fogo continuou a se espalhar além dele, mas eu não consegui ir mais longe.

— Eu sei que você está aqui.

O fato de eu não ter conseguido atravessar a parede significa que o inimigo também não pode.

Como não vi os inimigos saindo da floresta, significa que estão confinados neste pequeno espaço.

Ignorando a notificação de aumento de nível de habilidade que apareceu no meu campo de visão, desembainhei minha espada.

Eu só preciso matar uma pessoa. Apenas uma pessoa.

Foram os dois que se juntaram ao meu grupo e ao do Edis no último momento.

‘Eles estão chegando perto do limite.’

Mudei as mensagens para o canto da minha visão.

Uma sombra negra saiu das cinzas.

Agarrei minha espada com força e saltei em direção a ela. Uma flecha carmesim disparou entre os galhos em chamas e eu a bloqueei com meu escudo.

— …!

O projétil perfurou meu escudo de ferro como se fosse manteiga e penetrou em meu braço esquerdo.

Embora fraco em termos de poder de combate, o sacerdote ainda é um monstro de nível intermediário.

E como estamos num andar inferior, é um pouco diferente.

A segunda flecha mágica veio voando. Desta vez, está direcionado ao meu peito direito.

Tentei me esquivar, mas não havia onde me esconder. Mordi minha língua com força, tirando sangue.

Zin-ting!

O choque da espada e da flecha mágica ressoou. A flecha giratória atingiu a espada e arrancou um pedaço de carne do meu ombro antes de desaparecer. Eu imediatamente pulei para frente e caí no chão. A terceira flecha passou por cima da minha cabeça.

‘Se eu não tivesse a habilidade de defesa contra projéteis, eu estaria perdido.’

A situação não é favorável.

Independentemente da resistência ao fogo e de tudo mais, meu entorno está em chamas. Cada vez que respiro, uma fumaça acre se mistura ao ar e entra em meus pulmões. O sangue começou a escorrer tardiamente pelo buraco no meu braço esquerdo.

Não há tempo.

Antes que minha mente fique nublada.

Antes que a  batalha acabe.

— Eu, que, ro, fa, lar, co-om, vo, cê.

Uma voz estranha ecoou de dentro da floresta.

— Falar? Você quer falar comigo?

— Vo, cê, é, di, fe, re-en, te, dos, ou, tros…

Levantei-me abruptamente e joguei minha espada na direção da voz.

— Vaí-te só!

Saquei minha segunda arma, a adaga, enquanto continuava correndo.

Kiiiiing!

Uma flecha preta voou em minha direção. Estendi meu braço esquerdo para bloqueá-la. Meu braço esquerdo foi completamente arrancado e voou para longe. Minha visão ficou vermelha.

Agarrei a adaga ao contrário e apontei para o rosto da figura encapuzada.

A segunda flecha preta perfurou minha caixa torácica do lado direito.

Tung!

A adaga foi enfiada do capuz.

Eu puxei-a para fora e empurrei-a novamente.

Sem me importar, continuei esfaqueando.

O Sacerdote Obscuro, que estava se contorcendo e tremendo, finalmente parou de se mover.

— …blugr.

Sangue jorrou de sua boca.

‘A missão acabou?’

Arrastei meu braço direito e me encostei no tronco da árvore.

‘Ainda não?’

Se for esse o caso, é o fim.

Eu não sei mais o que fazer.

Provavelmente morrerei antes que a estátua da deusa se quebre.

Caramba.

Não há morte pior do que esta.

Ser arrastado para um lugar desconhecido, sofrer como um condenado e depois morrer.

Quando eu estava prestes a perder o controle da minha sanidade, uma mensagem apareceu.

Uma luz começou a envolver todo o meu corpo.

Fechei meus olhos silenciosamente.