Capítulo 265: Como Matar Insetos (5)
Tradução: Nimsay
A assassina, habilidosa com sua foice, encontrou uma morte inútil.
Se ela pudesse usar suas Gravuras, o resultado poderia ter sido diferente. Limpei o sangue da minha espada enquanto Jenna, com o rosto pálido, tossiu pesadamente.
— Você está bem?
— De alguma forma… parece que… eu não morri. Cof!
— Isso é tudo que importa.
Eu a ajudei a se levantar.
— Uhh… Eu realmente pensei que não tinha escapatória — disse Jenna, cambaleando para ficar de pé.
No vagão da frente do trem, o som de aço colidindo continuava intenso.
Duas sombras colidiram esporadicamente, com faíscas de azuis irrompendo entre elas. Com um barulho alto, as duas figuras se separaram.
— Você ficou terrivelmente quieta. Nada mais a dizer? — Velkist limpou o corte na bochecha com o braço.
Não era um ferimento pequeno. Sua manga estava encharcada de sangue. Em contraste, Spira estava ilesa. Ela girou sua kukri escura e então olhou para nós.
— Heh, eu te ensinei a não baixar a guarda. Acho que a reserva não conseguiu evitar.
Embora sua companheira tivesse morrido, não havia um pingo de perturbação em seu comportamento. Em vez disso, o sorriso em seus lábios ficou ainda mais largo.
Deixei Jenna onde ela estava e me juntei a Velkist. Agora eram dois contra uma.
— Bem, eu poderia acabar com vocês dois aqui… — Os olhos de Spira se moveram para os dois helicópteros, armados até os dentes, que aproximavam-se ao lado do trem em alta velocidade. — Mas não posso usar minhas técnicas de assassinato aqui, e parece que também não tenho tempo.
< Aos infratores que atualmente ocupam o trem: Abaixem suas armas e parem o trem imediatamente. Se recusarem, iremos atirar! >
— Sempre latindo ordens como uma matilha de cães.
O canhão da arma Vulcan, montado no helicóptero, foi apontado em nossa direção.
Spira lambeu os lábios com a língua.
— Fique escondido o máximo que puder. Se você sair daqui, morrerá instantaneamente… Ah, e a propósito, minha irmã mais velha vai se mover em breve, então aproveite seus últimos momentos enquanto ainda pode.
Spira sorriu largamente enquanto guardava sua kukri de volta na manga.
— Esten, vamos.
< …Atirem. >
— Vejo você em breve — Spira piscou para mim.
Tututututututut! Bum!
Houve uma leve explosão na frente do trem, me fazendo pular para trás rapidamente.
Nhuuuuuuummm! A explosão fez com que o trem descarrilasse parcialmente dos trilhos. Apesar das faíscas voando das rodas, o trem continuou avançando.
‘Claro… ela tinha mais aliados.’
Isso foi só o começo. A julgar pelo seu comportamento calmo, eles preparam um plano B caso a emboscada falhasse.
‘Que chato.’
Justo quando estávamos prestes a prosseguir com nossa missão, esses incômodos apareceram. Embainhei minha espada.
Vencer uma luta ou duas não poria fim a isso.
— Ela é mais forte do que eu esperava — Velkist cuspiu, limpando o sangue dos lábios. — Até mesmo Velkist, que foi fortalecido por inúmeras batalhas e exercícios, passou por momentos difíceis. — Nunca pensei que seria empurrado dessa forma por alguém que não fosse o veterano.
— Bom, ela é uma Ranqueada.
Foi uma sorte estarmos lutando aqui. Se estivéssemos lá fora, a situação teria sido muito pior sem nossas gravuras.
Dadas as circunstâncias, foi um alívio podermos até mesmo entrar em combate corpo a corpo.
— A propósito, vamos ficar parados assim? — Jenna coçou a bochecha. — Porque, vocês sabem, parece que o trem está prestes a cair.
Velkist e eu nos encaramos ao mesmo tempo. O trem, agora meio fora dos trilhos, estava para despencar em direção aos prédios abaixo.
— …
Depois de escapar do trem, fomos submetidos a um longo interrogatório pelos funcionários da empresa.
Jenna, com as veias saltando no pescoço, discutiu apaixonadamente nosso caso. Ela insistiu que eles tinham provocado a briga primeiro e que nós não éramos os culpados.
E honestamente, ela não estava errada. Os outros, diferentemente de Jenna, não receberam o antídoto.
Fiel às alegações sobre o veneno especial, antídotos comuns não tiveram efeito. A maioria estava em estado crítico. O chefe de segurança até veio para emitir um severo aviso de que os líderes desse ataque terrorista pagariam o preço apropriado.
— Qual é o plano a partir daqui?
— Quem sabe? — Estávamos de volta ao convés do Lucette, nosso dirigível. Deitei-me, com um pé apoiado no corrimão. — O que acham que deveríamos fazer?
— É óbvio que devemos persegui-los! Ficarmos aqui sentados não vai resolver nada. Fazer alguma coisa é melhor do que nada.
— Há momentos em que fazer nada é a melhor atitude.
O teste para ascensão para seis estrelas foi cancelado. A maioria dos participantes já havia sido eliminada, então não havia como prosseguir como planejado.
Retornamos ao Lucette na plataforma de atracação para discutir nosso próximo passo.
— Acho que Vel está certo. Temos que fazer alguma coisa! Preciso retribuir o que fizeram comigo! — Jenna arregaçou as mangas.
— …
Olhei para o céu.
Poderíamos nos mover agora mesmo. Mas e se eles estivessem à espreita lá fora?
‘Será que prolongar isso realmente seria uma vantagem para nós?’
Eles descobriram que Niflheimr e eu estávamos conectados. Não havia como aqueles assassinos atacarem cegamente sem nenhum plano. Não importava o quão confiantes estivessem em suas habilidades, a verdade continua. Assassinos são inerentemente fracos em combate aberto. Se Spira não fosse uma assassina, essa luta teria acontecido de forma muito diferente.
‘Hmmm.’
Voltei meu olhar para meu dedo anelar esquerdo. Costumava haver um anel ali, um presente de Yurnet.
Era chamado de Prova de Niflheimr1, um símbolo da minha posição como governante de Niflheimr. Sem isso, era difícil manter contato com ela. Se eu pudesse me comunicar com ela, a situação seria muito mais fácil…
< Mestre, você pode me ouvir? >
Engoli em seco quando a voz familiar ecoou na minha cabeça.
< Por favor, responda se puder. Sou eu, Yurnet. >
— Licença, vou sair e volto em dez minutos.
Levantei-me, entrei na embarcação, indo em direção ao depósito, e tranquei a porta.
< Desculpe me. Parece que você estava em perigo enquanto eu estava fora. >
— Como você está me contatando? Eu nem tenho o anel.
< O anel é apenas uma ferramenta para facilitar a comunicação. Se eu quiser, posso contatá-lo sempre que precisar. >
— Então por que você não me contatou por uma semana…?
< Eu estava investigando… >
‘Investigando.’
Estreitei os olhos.
Não precisei perguntar do que se tratava. Depois do relatório fracassado, Yurnet provavelmente estava investigando o caso El Cid. Mas isso já era um assunto encerrado para mim.
Ela sabe que eu fiz contato com um membro de alto escalão da Mobius? E agora, do nada, ela está entrando em contato comigo…
— Você encontrou alguma coisa?
< …Sim. >
Após um breve silêncio, Yurnet respondeu.
— Você disse que hackear não funcionaria, que havia problemas com permissões. O que você fez?
< Você descobrirá em breve. >
Eu franzi a testa. Suas palavras eram estranhamente misteriosas.
— Eu irei?
Balancei a cabeça. Havia outra coisa com a qual eu precisava lidar primeiro.
< Não se preocupe com esse assunto. Nós resolveremos isso rapidamente da nossa parte. >
— Eles provavelmente vão dar problemas, então não há necessidade de pressa. Eu cuido disso do meu lado.
< Não, Mestre. Por favor, concentre-se em sua missão2. >
Encostei-me à parede. Isso não é nada típico dela.
— Yurnet, o que está acontecendo?
Ela desapareceu por quase dez dias sem dizer uma única palavra. A antiga ela não faria tal coisa. No passado, mesmo quando estava ocupada como minha professora de atuação, ela ainda encontrava tempo para me contatar regularmente.
< Mestre, você pode não se lembrar, mas… >
Yurnet falou com uma voz monótona.
< Quando nos conhecemos, pedi que você ficasse conosco. >
Lembro-me vividamente daquele momento.
Ela me mostrou os andares mais altos do castelo de obsidiana de Niflheimr e implorou para que eu permanecesse lá. Na época, eu só tinha uma coisa em mente, retornar ao planeta Terra. Então eu a recusei.
— Por que trazer isso à tona agora?
< Peço desculpas. Foi um erro da minha parte. >
— …
< Mestre, viemos de planetas diferentes. Meu egoísmo me cegou, e eu fiz um pedido impróprio. Por isso, peço desculpas mais uma vez3. >
Sua voz estava cheia de tristeza.
— O que você está dizendo, Yurnet? Por que o repentino…
< Mestre, eu… eu queria… >
Subitamente, a comunicação foi cortada.
Fiquei ali, olhando fixamente para o nada por um momento.
— …
Ela disse que havia concluído a investigação do caso El Cid. Então, continuou falando algo incompreensível antes de encerrar a conversa abruptamente.
Nada disso fazia sentido. A Yurnet que eu conheço nunca agiria de forma tão irracional.
Saí correndo da cabine. Jenna e Velkist, que estavam conversando, viraram os olhos para mim.
— Preparem o dirigível.
Percebendo algo pela minha expressão, Jenna correu rapidamente para a sala de controle. O rosto de Velkist ficou sério.
— O que está acontecendo?
— Tenho algo urgente para confirmar.
A Lucette começou a zumbir enquanto decolava da plataforma. Dezenas de outras embarcações aéreas estavam começando a decolar, passando pelo vórtice dimensional.
O emblema da Mobius Corporation estava estampado na lateral dos dirigíveis. Eles faziam parte da equipe de supressão interna, despachada para subjugar os mestres desonestos envolvidos nos atos terroristas não autorizados.
— Onde devo colocar as coordenadas? Essa coisa está no piloto automático…
— Para Taoni.
Por enquanto, eu precisava confirmar as coisas na Sala de Espera.
‘Então, a investigação sobre El Cid está completa?’
Desculpe, mas já terminei minha própria investigação. A fase de Escolha-me estava incompleta, e o cerne do jogo, o ‘Capítulo Restauração do Mundo’ havia sido perdido.
O Alpha Zero me deu uma escolha, depois de completar minha missão, eu poderia retornar à Terra ou ficar e resolver o erro deste lugar.
‘O que poderia sobrar?’
Se ainda houvesse algo a ser revelado, teria que ser a causa exata do erro e sua solução.
O erro estava ligado à origem de Mobius e não poderia ser revelado até que eu chegasse ao Servidor Um. Eu tinha adiado tomar qualquer decisão até retornar à Sala de Espera. Então por que Yurnet disse que a investigação havia acabado?
— Tá bom, vou colocá-lo no piloto automático agora!
Jenna saiu rapidamente da sala de controle e voltou para o convés. A Lucette inclinou-se para o lado, afastando-se do vórtice dimensional.
Aquela sensação familiar de ausência de peso me envolveu enquanto a luz envolvia todo o meu corpo. Quando abri meus olhos novamente, me vi em pé no meio de um inferno sem fim.
Fooooosh!
As chamas rugiam, ameaçando consumir o convés. Se a Lucette não tivesse tomado uma atitude evasiva, Jenna teria sido queimada viva pelo calor extremo.
— …
O céu inteiro estava em chamas com um brilho vermelho profundo e ameaçador. Era quase como se o sol tivesse nascido bem na nossa frente.
— O que…? Que caralhos está acontecendo?!
— Jenna, entre!
Jenna correu de volta para a cabine.
Enquanto isso, os pilares de metal no convés começaram a brilhar em brasa.
Se eu não tivesse as Escamas de Dragão, já teria sido cozido vivo.
— Velkist, você está bem?
— …Por muito pouco.
Os braços de Velkist, que ele usava para cobrir o rosto, estavam emitindo fumaça branca.
Bzzt! A barreira mágica na Lucette finalmente foi ativada, amortecendo o calor avassalador. Só então consegui absorver o que estava ao meu redor.
— …
A primeira coisa que chamou minha atenção foram os destroços de embarcações aéreas espalhados pelo campo.
Os cascos, feitos de metais especiais, estavam despedaçados e brilhavam em brasa, deformando-se como doces derretidos sob o calor intenso. Entre os destroços, reconheci vários emblemas de Makramda de Tteokbaeghibang.
‘Aquilo devia ser uma emboscada.’
Eles estavam esperando para atacar no momento em que deixássemos o vórtice. A julgar pelos destroços, não eram apenas alguns navios. Pelo menos dez estavam nessa frota.
Mas agora, só restavam resquícios.
Olhei para o lado.
A frota de segurança interna da companhia Mobius que havia saído da cidade dimensional também estava sofrendo o mesmo destino. Incontáveis embarcações aéreas foram engolidas pelas chamas, e suas carcaças expeliam fumaça.
‘Eles nem tiveram a chance de resistir.’
Contra esse fogo do inferno, qualquer forma de defesa era totalmente inútil. Se o inimigo quisesse, teríamos o mesmo destino daqueles outros navios.
Afinal, eu a trouxe aqui4.
Esse era o método de investigação de Yurnet.
Hackear não funcionou. As permissões necessárias eram impossíveis de acessar por meios comuns. A única opção restante era clara. Ela deve ter perguntado à pessoa que tinha a informação.
Alguém próximo de Yurnet, que provavelmente conhecia os segredos escondidos desse jogo.
Poderia ter sido Ridgion? Não, ele passa o dia todo treinando. Muden? Também é improvável, pelo mesmo motivo. Nihaku? Não é muito habilidosa em guerra de informação.
Isso deixou apenas uma candidata. Alguém que estava investigando algo desde que cheguei em Niflheimr.
Virei meu olhar para frente. Em meio às chamas imponentes, uma figura escura balançava.
< Você fez contato com Alpha Zero. >
Uma voz fria como gelo, apesar do fogo abrasador que envolvia a figura, perfurou o ar.
< O que aquele desgraçado te disse? >
— …
< Ele pediu para você salvar Mobius? Para vir ao Servidor Um? >
As chamas que cobriam seu corpo não combinavam em nada com o tom gélido de sua voz.
Engoli em seco, nervoso.
< Mestre, volte para o planeta Terra. Este lugar não é mais para você. >
RECEBAAAAM! A sub-mestra de Niflheimr, a dona da porra toda e o simbolo de obsessão do Alpha Zero… Serisssssss!!!!
Enfim, não se esqueçam de ir ao Discord da Illusia caso encontrem um erro, queiram apoiar os autores/tradutores ou conversar com outros leitores!
Até a próxima~~
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