Índice de Capítulo

    Tradução: Nimsay


    Em um pequeno e anônimo café em um beco, que vende café e pão, há um jovem proprietário limpando uma xícara de café no balcão. Música clássica toca nos alto-falantes, e alunos do ensino médio conversam baixinho ao ritmo da melodia.

    — Então, você sabia…?

    — Oh, sério?

    Os rostos jovens dos adolescentes irradiavam sorrisos brilhantes.

    O lugar não tinha muitos clientes regulares, a maioria das pessoas preferia cafeterias de redes famosas. Em um dia normal, havia apenas um ou dois clientes regulares. Óbviamente, ela é uma dessas poucas clientes.

    — Irmã mais velha.

    — Hum?

    — Você está me ouvindo?

    Ela, que estava perdida em pensamentos, olhou para frente. Em frente a ela estava sentado um jovem que parecia ainda ser adolescente. Era seu primo, Jinho. Ele havia concluído o ensino médio e entrado em uma universidade de prestígio com notas excelentes.

    — O que você estava dizendo? — Ela falou sem muita convicção.

    — Nossa! Você está em outro mundo de novo. — Jinho suspirou. — A tia quer que você vá a um encontro às cegas.

    — Um encontro às cegas?

    — Sim, da última vez você rejeitou um cirurgião plástico ou algo assim. Não gostou do rosto dele?

    — Não, não foi isso… — Ela olhou para baixo.

    — Da última vez, você rejeitou um juiz, depois um funcionário de uma grande empresa, um advogado e um atleta. Você continua rejeitando todo mundo. A tia está cada vez mais preocupada.

    — …

    — Irmã mais velha, você não quer se casar? — Ela ficou em silêncio, olhando para baixo. — Se você não quiser, diga a ela claramente.

    — Não é que eu não queira…

    — Então você tem alguém em mente? — Ele falou com um tom sugestivo.

    — Não, isso também não.

    — Então, você precisa de um príncipe bilionário ou o quê?

    — Também não é isso.

    Jinho franziu a testa e falou baixinho: — Você ainda está pensando naquele jogo?

    — …

    — Acabou há um ano. Cem jogos novos já foram lançados.

    ‘Podiam lançar cem ou mil jogos, mas nenhum seria como aquele.’

    Ela pensou tristemente.

    — Isso é frustrante. — O jovem mordeu os lábios.

    — Desculpa.

    — Faça o que quiser. Não posso te forçar a fazer algo que você não gosta.

    — Desculpa. — Ela repetiu. 

    — Vou para o meu trabalho.

    Jinho deixou a loja, ele parecia ocupado com seu trabalho de tutor.

    E ela estava sozinha novamente.

    ‘Que tempos eram aqueles.’

    Ela olhou para os estudantes do ensino médio conversando animadamente.

    Ela já foi assim. Acreditava que o mundo seria sua porta de entrada e seu palco. Essa ilusão se desfez assim que ela se tornou adulta e encarou a realidade.

    ‘Foram só ilusões infantis.’

    Ela repetiu em sua mente.

    Como ela poderia descrever o que vivenciou no jogo?

    Já faz um ano que o jogo Escolha-me! Gacha Infinito havia sido esquecido. Quatro estações haviam mudado, ela havia sido promovida no trabalho e o cabelo de sua mãe estava com mais fios grisalhos.

    — … Ah — ela suspirou.

    Han Israt. O homem era um personagem do jogo.

    Se ela não tivesse cometido um erro, o homem teria morrido em uma síntese sem sentido. Mas, por causa do erro dela, o homem não morreu e continuou lutando à sua maneira.

    Quando as coisas não iam bem, ela se lembrava do que havia passado. Alguns disseram que era um jogo estragado, outros o chamaram de lixo, mas para ela, foi uma experiência mais valiosa do que qualquer outra viagem.

    Parecia que eles estavam vivos. Eles lutaram contra inimigos para sobreviver, lamentaram a morte de seus companheiros e seguiram em frente apesar das adversidades.

    No entanto, ninguém acreditou nessa história. Claro, quem acreditaria que os personagens do jogo estavam vivos? Seria uma sorte se não achassem que ela era louca.

    Ela abriu o álbum de imagens em seu smartphone. As capturas de tela de Han em ação estavam organizadas.

    Han pendurado em uma grande estátua com sua espada cravada nela. Han emergindo de um túnel em explosão. Han lamentando a morte de um companheiro. Han treinando diligentemente. Cada foto tinha um bilhete escrito por ela.

    ‘Sou uma idiota?’

    Um ano se passou e ela ainda não havia esquecido. Ela provavelmente nunca o fará, nem mesmo até o dia em que morrer.

    ‘Era só um jogo.’

    Os gráficos não eram impressionantes e as batalhas não eram particularmente divertidas.

    O incentivo para gastar dinheiro era excessivo e, na fase final do serviço, o jogo travava com frequência. Ela chegou a ser banida injustamente por usar um macro que nunca usou.

    Mesmo assim, ela não conseguia esquecer.

    Durante um ano, ela jogou todos os jogos possíveis para celular. Mas ela nunca conseguiu se sentir da mesma forma que quando tocava Escolha-me! Gacha Infinito.

    Aquela sensação de se comunicar diretamente com personagens de outro mundo.

    Ela acariciou o envelope no bolso e sentiu a textura do papel com os dedos. Dentro do envelope estava o contrato de transferência de ativos que um advogado havia lhe dado um ano atrás.

    Ela ainda não tinha aberto, pois deveria ser entregue ao seu verdadeiro dono algum dia.

    Sem que ela percebesse o dia terminou. 

    Ela olhou para fora da loja e o beco, antes tranquilo, agora está cheio de pessoas. Já era hora de os funcionários do escritório irem embora. Não havia muitos clientes no café, mas as vozes dos transeuntes enchiam o interior da loja.

    Trssshh! Em meio à agitação, um barulho estranho chegou aos seus ouvidos.

    — O que diabos esse louco está fazendo?!

    — Ahhh!

    — Droga, quem traz um carro para esse beco?!

    Baaaam! Trssssssh! Era possível escutar sons de algo colidindo violentamente.

    Os alunos do ensino médio pararam de conversar e começaram a questionar a origem dos barulhos.

    — O que é que foi isso?

    — Parece que algo aconteceu.

    Um dos alunos se levantou.

    — Aaaaaaaah!

    Bum! Um carro esportivo preto bateu na janela do café.

    Fragmentos de mesas e cadeiras voaram. As elegantes xícaras de café na prateleira se estilhaçaram. O carro esportivo, que havia destruído tudo em seu caminho, finalmente parou no centro do café.

    Ela se levantou lentamente, pois o carro parou bem na frente dela1

    A carroceria do carro preto estava coberta de arranhões. 

    O homem sentado no banco do motorista abaixou um pouco os óculos de sol. — Procurei você em casa e no escritório, e descobri que estava aqui, jogando tempo fora.

    — Quem é você…? — Ela perguntou confusa.

    — Entra. — A porta se abriu para cima e o homem a sentou no banco do passageiro.

    Enquanto isso acontecia, os murmúrios dos adolescentes corriam soltos.

    — Isto é um filme?

    — Ele parece um ator…

    — Ele é um criminoso?

    A dona apenas olhou consternada para sua loja destruída.

    — Me desculpe. Faz tempo que não dirijo. Você pode usar este cartão para cobrir os danos. — O homem deixou um cartão dourado na mesa.

    Gzzzzz! O carro esportivo com os dois a bordo virou e saiu do beco, que já estava vazio.

    < Sr. Loki. >

    Uma voz feminina veio do navegador à direita do painel.

    < Esta é uma área onde o trânsito de veículos não é permitido. Você sabe disso? >

    — Todos os lugares parecem iguais. Eu simplesmente continuei e as pessoas se afastaram. — Ele falou em tom monótono.

    < Eles não estavam se afastando. Eles estavam fugindo. >

    — É a mesma coisa, Yurnet. — O homem sorriu e pisou no acelerador. Vrum! O carro esportivo acelerou em direção à avenida. — É a primeira vez que nos encontramos assim — o homem disse enquanto girava o volante. — Por que você não atendeu o telefone? Por que não estava no escritório? Não deveria estar trabalhando?

    Ela pegou seu smartphone. Na lista de chamadas havia um número desconhecido.

    — Bem… pedi permissão para sair mais cedo…

    — Você não parece doente. Deve estar cabulando. Se não quer ser demitida, faça direito. — Ele admoestou.

    O vento batia em seu rosto, mas não parecia real. De repente, um homem chegou de carro e a sequestrou, levando-a para um lugar desconhecido.

    — Ou peça demissão. Você pode viver como um mendigo com o dinheiro que te mandei. — Gzzz! O carro esportivo virou à direita em um cruzamento.

    O semáforo estava vermelho.

    < Várias viaturas estão se aproximando. >

    — Por que eles estão nos perseguindo?

    < Será que Loki invadiu a delegacia assim que chegou? >

    — Eu fiz isso? — O homem falou com irritação. — De qualquer forma, planejei ir a algum lugar sem pessoas.

    — Ok, espera um pouco… — Ela falou confusa. Ela podia ouvir as sirenes da polícia. E finalmente, percebeu o que estava de errado. O carro em que ela estava com o homem estranho estava na contramão em uma estrada de quatro pistas. — Quem é você?

    — Han Israt — o homem respondeu.

    — Han… Israt…?

    ‘Não pode ser.’

    Ela abriu a boca, espantada. 

    Ele parecia o herói dela. Cabelos pretos e um olhar confiante. Até a expressão era a mesma. Mas Han Israt era um personagem de um jogo.

    ‘Não pode ser ele…’

    — Eu não planejava vir, mas vendo seu estado, mudei de ideia. Não pensei que você seria tão tola a ponto de não aproveitar o que eu lhe dei. — O homem mudou de assunto.

    Ggggggzzzz! O carro esportivo saiu da estrada no meio do caminho e bateu de raspão em uma árvore. Fragmentos de madeira quebrada caíram no assento.

    < Se continuarmos assim, eles vão nos pegar. >

    — O passeio deveria terminar aqui?

    < Você pode usar seu poder para escapar. >

    — Não quero usar meu poder levianamente. 

    O carro esportivo fez a curva e entrou em um beco estreito. Antes de bater no beco sem saída, o carro parou completamente.

    — Parece que… — O homem sorriu. — Precisamos ir a algum lugar seguro para conversar.

    — …

    — Você decide. Não me importo se você fugir dizendo que um louco te sequestrou.

    O homem se levantou do banco do motorista,  saindo do carro e ela permaneceu sentada no banco do passageiro.

    Milhares de pensamentos e imaginações giravam em sua mente.

    ‘Han Israt.’

    Ela olhou para o homem que era exatamente como ela imaginava. Só que ele usava um traje luxuoso em vez de uma armadura de couro.

    — Isso é…?

    — É real. — O homem afirmou. — Faz um tempo, Qlqr1.

    — …Han.

    — Vim retribuir o favor. — O homem tirou algo do bolso e jogou.

    Ela pegou sem pensar a pequena estátua de cavalo. Finalmente, ela teve certeza.

    — … — Ela saiu do banco do passageiro e foi para o do motorista. O homem a observou e sentou-se no banco do passageiro.

    < Me desculpa, Mestra Qlqr1. >

    O navegador falava em coreano perfeito.

    < Este encontro não interferirá na sua vida diária. >

    Ela colocou as mãos no volante.

    — É hora de ir. — O homem ajustou seus óculos de sol.

    Pouco antes de pisar no acelerador, ela se lembrou de que não tinha carteira de motorista.

    Mas isso não a impediu de pisar fundo.

    Estrelinhas
    Obrigada por amar Escolha-me! Gacha Infinito! por tanto tempo!


    1. Que sangue frio, eu teria provavelmente perdido a capacidade de andar depois dessa.[]

    Sim, essa história com tanto potencial teve um final chocho e capenga.

    O safado das costas oca do autor fez um final bem chato… Talvez as histórias paralelas tenham um final melhor.

    Espero que tenham votado na enquete do discord!

    Até a próxima, estrelinhas! <3

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