Capítulo 329: Interlúdio (2)

Tradução: Nimsay

— Eu sei! Eu sei! — Um beco escuro na cidade, Eolka gritou com voz rouca enquanto acendia uma fogueira. — É diferente daquela época!

A cidade de repente ficou escura.

Na fronteira, não havia distinção entre dia e noite, mas por alguma magia misteriosa, o sol e a lua começaram a aparecer.

— Ah, não sei!

Glup, glup. Ela bebeu o conteúdo do copo. Era cerveja, o líquido dourado.

— Irmã, você está bem?

— Ah, se alguém me ver, vai pensar que sou maluca. Mas estou bem, estou bem. — Eolka limpou a espuma da boca.

A cerveja é incrivelmente cara em Valhalla. Ela teve que esgotar seu fundo de emergência para consegui-las.

— Você pode ficar em uma pousada se tem dinheiro para gastar com bebida. — Jenna falou tentando apaziguar a situação.

— Ah, para de falar! Você também pode beber. Vamos gastar tudo, tuddddooooo!

— Ela está bêbada. Vamos dormir ao relento hoje também? — Velkist bufou.

— Eu acho que sim. A irmã está com o coração partido.

— Eu sei… — Eolka falou  com um suspiro.

Havia uma enorme multidão de pessoas reunidas na praça principal. Ele não teria sido capaz de fingir abertamente que sabia na frente dos outros.

‘Mas, aqueles olhos…’

Era como um completo estranho.

Eolka sentiu como se seu estômago estivesse fervendo.

‘É diferente de antes.’

Quando éramos Taoni, éramos companheiros que cruzaram o campo de batalha juntos, mas agora é diferente. Ela é uma escória que não consegue se destacar em Valhalla e ele é elogiado como rei e tudo mais.

‘Eu não vim aqui para acabar assim.’

Durante o tempo como maga da corte, eles elogiaram seu talento. Nobres proeminentes se curvaram diante dela para tomar emprestado seu poder mágico. Mas aqui, ela era o fundo do fundo do poço.

‘O que deveria ser esse lugar?’

Este lugar é estranho. Todos os jogadores fortes da Mobius estão se reunindo. São todas pessoas elogiadas como gênios e gênios em suas cidades natais.

‘Meu talento não é o suficiente?’

Ela estremeceu com um arrepio. 

‘Eu nem quero imaginar. Não. Isso não pode ser possível. A situação é estranha. Um mundo que não lhe dá oportunidades é uma coisa ruim!’

— Isso mesmo! Se você quer se exibir como rei, precisa construir bem este lugar! Um mundo onde só quem chega primeiro é bem tratado e próspero! Corredores posteriores como eu são chutados das escadas, rolando aleatoriamente!

‘Por favor, me dê uma chance também!’

Eolka esvaziou a cerveja e agitou os braços e as pernas.

— Maga, você não parece bem. — Velkist falou com tom preocupado.

— Hmph, o mesmo vale para você. Todos dizem isso da gente. Gentalha! Serviçais! Insetos! Somos comparados a lixo!

A barra do vestido estava visível. Tinha sido tratada magicamente, por isso estava em perfeitas condições, não importa o que acontecesse. Mas estava extremamente suja. 

Eolka sentiu como se estivesse chorando, como se estivesse vendo sua própria situação.

— De qualquer forma, vai vir… — Jenna coçou a bochecha.

— O que está vindo? Huh!? Um futuro sombrio!? Você agora é uma pedinte que mendiga nas ruas! Eu não gosto disso, eu não gosto disso! — Eolka gritou irritada.

— Você está bêbada?

— Ei! Cof! — Ela é uma péssima bebedora de álcool e começou a tossir por muito tempo. Uma energia picante de raiva surgiu. — Droga, ele me olhou de forma engraçada. Não vai continuar assim. Provarei meu talento de forma brilhante…

— Eu gostaria que você fizesse isso.

— Hmph, farei isso de qualquer maneira. Quem sou eu? Eu sou…

— Mas fique sóbria antes disso.

— O quê, você está me ignorando? Dizem que as ressacas podem ser eliminadas instantaneamente com magia. Eu sou… hum? — Eolka abriu os olhos hesitantemente e olhou para o lado. Alguém está parado através de sua visão turva.

O dono da voz cobria todo o corpo com uma longa capa preta.

— Ah, olha, o irmãozão veio! — Jenna acenou para o moço encapuzado.

— Está atrasado, veterano. Olhe para a maga, ela podia estar melhor.

— Huh?

— Tudo bem. Eu não esperava por isso. — A pessoa murmurou misteriosamente.

‘O que você não esperava?’

Eolka piscou, confusa. 

A pessoa tirou a capa das costas e seus olhos únicos e cabelos pretos foram revelados.

— Pffff! — Eolka cuspiu o resto da cerveja que estava dentro de sua boca. — Você…

— O que?

— Como…!? — Eolka estava abismada.

Han Israt estalou a língua. — Você bebeu um pouco antes da hora da reunião?

— Hora da reunião? Não, do que você está falando…? — Eolka de repente olhou para Jenna, que sorriu calmamente.

— Ah, esqueci de avisar.

— Huh?

— Você saiu primeiro e não soube, né? Após o evento, um rapaz de recados veio, avisando que ele iria nos encontrar mais tarde à noite.

— …

— Ah, eu ia dizer isso, mas não foi fácil encontrar o momento certo… — Todos ficaram em silêncio depois que Jenna falou.

— Hum — Eolka pigarreou algumas vezes e largou o copo de cerveja. Depois de sacudir a poeira do vestido, ela levantou-se, examinando se suas roupas tinham alguma parte amassada.

— O que você está fazendo? — Velkist inclinou a cabeça.

Eolka arrumou os cabelos desgrenhados, tirou um leque dos braços, cobriu a boca e riu. — Ah, ho ho ho… — Foi uma risada extremamente estranha.

Han olhou para Eolka e riu. — Já faz um tempo, Eolka.

— Bom, faz mesmo.

— Eu não sabia que você viria até aqui.

— Bem, eu faço o que eu quiser! Sou esse tipo de pessoa.

— Isso mesmo. Faça o que fizer, depende de você. — Em vez do uniforme chamativo do meio-dia, Han usava roupas escuras e casuais. — Tenho algo que quero dizer.

— O que é?

— Eu me culpei muito naquela época. — Os olhos dela estavam tão arregalados que pareciam saltar. — Foi um erro meu você ter perdido a vida lá. Sempre quis me desculpar pelo que aconteceu naquela época.

— Ah, ah…

‘Se desculpar? Essa pessoa?’

Eolka franziu os lábios como uma carpa.

— Então, qual sua resposta?

— Ah?

— Se alguém pede desculpa, gostaria de ser aceito. — Ele falou com um tom calmo.

— Hein?

— Mana! — Jenna deu uma cotovelada na lateral de Eolka.

Eolka de repente voltou a si. Vra! Ela abriu o leque e sorriu. — Hehe, hehe! ótimo. Você é muito educado. Aceitarei seu pedido de desculpas.

— Ok, então esse é o fim da história.

— Fim? Esse é o fim?

— Eu pedi desculpas e você aceitou. Então acabou.

— Só isso?

— Sim.

Ela se sentiu como se tivesse perdida e congelou com o leque aberto.

— Então, irmãozão, há quanto tempo! Como você está?

— Estou bem.

— Você está se divertindo ou não?

— Não sei. — Jenna e Han trocaram cumprimentos. Em termos de tempo, já fazia muito tempo que não nos víamos, mas não havia nenhum constrangimento ou hesitação entre os dois.

— Eu sabia que você viria aqui. — Velkist disse de repente. Os olhos de Han se voltaram para ele. — Desculpe. Eu não consegui suprir as expectativas do veterano.

— Hum. — Han fechou os olhos. — Não vou aceitar essa desculpa. Vocês já estão fazendo isso aqui.

— Eu sei, irmão.

— Você só precisa saber. Você aprendeu a tal ponto que ficou chato, certo? O jeito Taoni.

— Se você se sentir injustiçado, seja forte — Velkist respondeu com um sorriso.

Han abriu os olhos. — No entanto, parece haver um problema com a justiça de oportunidades. — Han colocou a mão no queixo como se estivesse pensando em alguma coisa. — Certamente, a resposta aos retardatários foi inadequada. A água estagnada tende a apodrecer. Acho que deveríamos aproveitar esta oportunidade para revisar o sistema mais uma vez.

— Então, há uma chance para nós? — Velkist perguntou.

— Isso vai acontecer. Nessa ocasião, vou convidá-los primeiro.

— Podemos nos tornar mais fortes também? — Os olhos de Jenna brilharam.

Han sorriu. — Siga o que vocês fazem. Mas… os dias de me seguir como antes acabaram. Eu não vou estar lá. Vocês tem que se sair bem.

— Eu sei, irmãozão. Só precisamos fazer o nosso melhor juntos!

— Isso — Han disse. — Então, esta é a primeira e última vez que me encontro informalmente com vocês.

— Esta é a última vez? — Eolka ficou surpresa e perguntou. — Por que? Não, isso ser a última vez é um pouco…

— Bom, o jeito que estamos agora não parece ser uma coisa muito casual? Tipo, uma reunião entre amigos… — Jenna adicionou uma explicação. — O que aconteceu hoje é que meu irmãozão se esforçou demais. Não é fácil fugir, né? Se você é uma pessoa muito importante, então cada pessoa que você conhece se torna extremamente importante.

Cada pessoa que você conhece se torna importante.

Em outras palavras, se o Rei de Valhalla encontrar heróis de escalão inferior que não tenham poder ou habilidade, isso por si só pode levar a controvérsias sobre justiça.

— É isso que estou dizendo. Esta será a última vez que nos encontraremos informalmente. — Han suspirou acenando para Jenna.

— Então…

— Vou lhes dar uma chance. — Han disse, olhando para as três pessoas, uma de cada vez. — Cheguem logo até onde estou. Tanto que nem precisamos nos encontrar informalmente. Você terão uma chance em breve.

— Rá, você se atrasa às vezes. Por que está apenas começando agora? — Velkist falou sorrindo.

— Estou muito ocupado com o trabalho.

— Ok, agora é o recomeço! — Jenna gritou animada.

As duas pessoas uniram forças. E Eolka estava olhando fixamente para as três pessoas a sua frente.

— Mana, irmã?

— … ?

— Sua resposta…?

Eolka estremeceu. — Uau, hehe! Ok. Oportunidade, recomeço. Eu estava esperando. Um campo de batalha para provar meu talento!

Todas as dificuldades até agora estavam apenas esperando por isso. As mãos de Eolka se apertaram.

— Mas ele não está lá. — Velkist olhou para Han.

— Você está falando do Aaron?

— Exatamente. Não temos a mesma origem? Achei que vocês viriam juntos.

— Oh, agora que penso nisso, Aaron não está aqui e fizemos a primeira reunião da comunidade de Taoni! 

— Ou você está completamente conectado a Niflheim? — Velkist perguntou.

— Você não pode fazer isso! Essas pessoas são nossos rivais! — Jenna falou surpresa.

— Rivais?

Eolka arregalou os olhos. Durante a cerimônia de vitória, os heróis que estavam lado a lado atrás de Han vieram à mente.

Os cinco cavaleiros da prestigiada Valhalla. Exceto um, todos eles eram de Niflheim.

Em outras palavras, são os ossos sagrados dos ossos sagrados.

— Essas pessoas… são nossos rivais?

— Isso mesmo, irmã. Estamos indo de encontro a ele, né? Porque eles tiraram o irmãozão de nós.

— Eles tiraram?

— Isso mesmo! — Jenna cerrou os punhos. — Nós nos tornaremos mais fortes e recuperaremos o irmãozão daquelas pessoas!

— Bem, isso é possível?

— Claro!

Han riu. — Se puderem, façam. Eu não vou impedi-los.

— Uhuhu, espere e veja. Então, e Aaron?

— Aquele cara… perdeu alguma coisa. Ele precisa de algum tempo.

— Ele perdeu? O que?

— Não se preocupe muito. Vou recuperá-lo em breve. Sim, certifique-se de que Aaron participe da próxima reunião ‘formal’.

Reunião formal.

Jenna abriu os olhos.

Quando você se torna forte o suficiente para que ninguém possa ignorá-lo, você pode formar oficialmente um grupo com pessoas do mesmo clã, como Taoni, e ninguém pode dizer nada.

— Entendo, como esperado. — Velkist riu sombriamente. — É melhor receber algo do que ter algo tirado de você.

— Vamos ocupar as posições dessas pessoas desagradáveis! O assento ao seu lado é nosso!

— Huh? — Por alguma razão, as coisas pareciam prosseguir sem a opinião de Eolka.

‘Tá bom?’

Se isso acontecer, vai ser como antes. Poderemos lutar lado a lado.

— Mas, se isso acontecer, Aaron se torna mais importante? Aaron tem que vir aqui para termos o número certo de pessoas. Serão quatro contra quatro.

— Esse homem decidirá por si mesmo. Você só precisa se tornar mais forte.

— … Ok. — Eolka murmurou inexpressivamente. Logo, os movimentos das mãos para segurar o leque tornaram-se mais poderosos. Em pouco tempo, sua expressão e seus olhos retornaram à confiança habitual. — As pessoas aqui têm medo do meu talento, então não me deram uma chance até agora, certo? Uhuhu, isso é muito mesquinho! — Eolka tinha um sorriso no rosto. — Ok, deixe-me mostrar a você. Minhas verdadeiras habilidades!

— É tão fácil de manipular…

— O que disse?

— Nada.

Eolka bufou com as palavras de Velkist e apontou para Han com um leque dobrado. — Basta esperar e ver. Eu vou fazer você se arrepender!

— Do que você está me fazendo arrepender?

— Uh, isso é… Ah, de qualquer maneira! Eu vou fazer você se arrepender!

É uma declaração. Uma declaração de guerra. Uma vingança contra aquele homem que não reconheceu o seu valor e a deixou.

‘Se eu tiver uma chance, posso provar isso.

Só agora ela percebeu porque veio para Valhalla, foi para provar seu valor. 

‘Eu sou a maga mais forte do universo! Não adianta se gabar de ser membro da equipe de seleção.’

Em qualquer caso, a diferença de talento não pode ser revertida.

Hehehe. Eolka sorriu maldosamente.

— Então, eu já vou.

— Ah, você já vai?

— Eu disse tudo o que tinha a dizer, certo?

— Ah, isso mesmo.

Han vestiu a capa novamente e sua figura começou a derreter na escuridão da noite. Antes de sumir completamente, ele disse: — Ei, não me deixem esperando.

Os três não puderam deixar de arregalar os olhos.

— Uau! — Jenna tremia toda, como se estivesse arrepiada.

— Eles enfraqueceram o veterano. — Os olhos de Velkist ficaram frios.

— … ? — Eolka não pensou.

De qualquer forma, após o incidente, houve novamente silêncio no beco.

Trat, trat. A luz da fogueira apagou as sombras.

‘Estou sóbria.’

A ressaca desapareceu como se tivesse sido lavada. Apenas um pensamento iluminou minha mente.

— Começamos amanhã!

— Não, começamos agora. Eu vou indo primeiro. — Velkist desapareceu no beco.

Acho que se trata de encontrar um local de treinamento adequado.

— O que você acha, irmã?

— Hum?

As duas se aconchegaram, aproveitando o calor da fogueira.

O rosto de Jenna ficou vermelho no fogo.

— Você acha que vir aqui foi uma coisa boa? Minha mana era uma maga da corte. Se eu estivesse lá, teria comido bem e vivido bem.

— Eu te disse. Não é divertido lá.

Um gênio, claro, se destaca nos momentos difíceis. Dizem que nenhum herói pode emergir de um mundo tão pacífico.

Eolka pensou consigo mesma.

‘De fato… eu me arrependo de ter vindo para cá?’

— Eu não me arrependo, não mesmo.

— Sério?

— Hehehe! Você disse que havia uma maga entre esses subordinados, certo? Quão bom ela é? Quão genial? Vou pular só para te exibir. Não fique para trás também.

— Eu vou! — As duas se entreolharam e riram. — Vou deixar claro para todos aqui quem eu sou!

— Então acho que deveríamos lembrar do Velkist também!

— Você não precisa lembrar daquele homem sem tato!

— Ora, sinto pena de Vell.

— De qualquer forma! Hohohoho, que maravilhoso! Vamos começar amanhã! — Eolka riu alto.

Jenna olhou para ela.

‘Felicidade.’

Jenna lembrou-se do que seu pai havia dito há muito tempo.

“Felicidade é viver cada dia da melhor maneira possível. Se você vive assim, poderá encontrar luz em qualquer lugar.”

‘Começa amanhã.’

O real começo em Valhalla.

A arqueira recuperou a compostura.

‘Se preparem, por que vamos ir com tudo para alcançá-lo.’

A resolução das três pessoas começou silenciosamente.

Pegue-me! História paralela – História de interlúdio> Conclusão

<Pegue-me! Continua em — Biografia de Aaron