Índice de Capítulo

    Tradução: Nimsay


    Quando finalmente subi ao convés, Priasis recuperou a corda que estava pendurada na amurada.

    Seus lábios estavam firmemente selados em linha reta. Seus olhos brilhavam com uma mistura de surpresa e confusão. Seu cabelo prateado havia crescido um pouco mais e ela usava um vestido simples.

    Olhei ao redor do navio.

    Era um grande veleiro, mas quase não havia pessoas à vista. Apenas um homem brincando com a vela na popa do navio.

    — Vocês com certeza sabem como me surpreender — Priasis falou com voz fraca.

    Jenna riu sem jeito.

    — Oi, como você está?

    — O que há com ela? Por que ela está falando assim… Ugh!

    — Vamos entrar para descansar.

    Neryssa arrastou Kátio para dentro do navio.

    — Você vem comigo.

    — Eu deveria sair também, certo?

    — Sim, seria um fardo para a princesa se ficassemos aglomerando ao redor dela, né?

    Os outros dois também entraram.

    No convés, apenas Priasis e eu permanecemos.

    Enquanto o silêncio persistia, eu o quebrei.

    — Devo entrar também? Eu gostaria de dormir.

    Priasis estufou as bochechas.

    — Mas eu tenho uma montanha de perguntas! Como você acabou naquele pequeno barco, como você encontrou a localização do navio e qual é o seu objetivo desta vez…!?

    — É uma missão.

    Priasis olhou para mim, exigindo uma explicação detalhada. Mas eu não tinha todas essas respostas.

    Como eu iria saber? Aconteceu assim enquanto cumpria a missão. 

    Enquanto permaneci em silêncio, Priasis suspirou profundamente.

    — Achei que não iria me envolver com você desta vez…

    — Quando nos conhecemos, você me pediu para ajudar. Por que a mudança?

    — Naquela época… Eu não sabia que seria tão perigoso. Vários de seus companheiros morreram, não foi?

    — Eu disse para você não se culpar.

    — Não é tão fácil quanto parece.

    Priasis baixou a cabeça.

    ‘De fato.’

    Ela se sente culpada pelo que houve. Eu havia dito para ela esquecer esse assunto, já que não estávamos fazendo isso por ela, mas conhecendo sua personalidade, não seria fácil.

    — Então, onde estamos?

    — Você nem sabe onde está?

    Priasis olhou para mim como se isso fosse ridículo. Mais uma vez, não tive como responder.

    — Estamos nos mares do sudeste do continente, conhecido como Mar Infinito…

    — Entendi. Diga-me o que você está procurando. É novamente uma chave?

    Depois de um momento de hesitação, ela respondeu.

    — …Sim.

    — O primeiro foi no deserto, agora no mar. Uma grande mudança de ambiente.

    Priasis explicou os acontecimentos após o trigésimo andar.

    Após derrotar a estátua, retornar com a chave e ter sua autenticidade reconhecida pela família Asinis, ela conseguiu receber apoio para suas posteriores atividades de busca.

    — Este navio foi emprestado por eles, assim como os marinheiros.

    O homem que ajustava a vela olhou para cá antes de continuar seu trabalho.

    — Também recebemos subsídio. Pretendo contratar mercenários em uma ilha próxima. Com isso, devo ser capaz de encontrar a chave sem a sua ajuda.

    — E se um monstro como antes aparecer?

    Priasis tossiu sem jeito.

    — Bem, de qualquer forma, vamos devolver o navio ao porto…

    — Não há necessidade de mercenários. Chame mais ninguém. A não ser que queira aumentar a contagem de corpos.

    — Mas…

    — Apenas nos mostre o caminho. Nós cuidaremos do resto.

    A situação era semelhante à do trigésimo andar. A única diferença foi uma mudança nos membros.

    — Ainda tão teimoso.

    Priasis deu um sorriso amargo.

    — Desculpe, mas não podemos recusar nossa missão, seja ela qual for.

    — E o que você faria se a missão for me matar?

    — Eu teria que fazer isso. A menos que eu queira morrer.

    Eu me arrependeria muito, mas já estava preparado para tudo. Não há garantia de que a missão será sempre ajudar os outros ou derrotar monstros.

    — Tudo bem.

    Priasis vasculhou seus pertences e pegou uma pequena bolsa de couro. Moedas de ouro brilhavam pela abertura.

    — Esta é toda a minha riqueza. Vou contratar vocês como mercenários. Eu não sou sem caráter.

    — Não precisamos disso.

    — Não me faça sentir vergonha.

    Então não vou recusar. Aceitei as moedas de ouro.

    Negociação bem-sucedida!

    > Han (★★★) adquiriu 10.000 ouros da NPC especial Priasis.

    ‘Dez mil ouros.’

    Em Escolha-me! isso não é uma grande quantia de dinheiro. com isso só se podia comprar duas estátuas de cavalos.

    Mesmo assim, decidi aceitar.

    — …Estou contando com você novamente.

    Priasis estendeu a mão em um gesto um pouco estranho. Quando eu a agarrei, sua mão balançou para cima e para baixo.

    — Como você me chamou…?

    — Garota?

    — Me chame de Pria. Vou te chamar pelo seu nome também.

    — Pria.

    — É um apelido. Prefiro que você me chame assim, Han.

    Priasis sorriu fracamente.

    ‘Hum.’

    Bem, isso não importa.

    Posteriormente, Priasis compartilhou mais detalhes sobre seu tempo no mar.

    Inicialmente, eles planejavam parar em uma ilha pirata repleta de mercenários para complementar sua tripulação, mas com a nossa adesão, não houve necessidade1. Eles decidiram ir direto para o local da chave.

    — E tem mais uma coisa que preciso falar sobre a chave.

    — Diga.

    — Se conseguirmos reuni-las… Poderemos abrir uma porta para uma dimensão superior.

    Eu congelei com essa declaração inesperada. Vendo minha reação inesperada, Priasis ficou levemente confusa.

    — Qual é o sentido de fazer isso?

    — É óbvio, não é? Para salvar o continente…

    — O que uma dimensão superior tem a ver com o continente?

    — Bem…

    A própria Priasis parecia insegura.

    Isso é tão frustrante que franzi a testa. Mesmo que eu não queira pensar muito sobre isso, há muitos aspectos incompreensíveis nessa missão.

    — O sonho…

    — Qualquer coisa pode ser um sonho. Isso não é muito conveniente?

    No sonho, Priasis nos viu lutando. E também viu um futuro de destruição e decidiu salvar o continente. As chaves eram necessárias para abrir uma porta para uma dimensão superior.

    Pensando nisso, quase todas as missões estavam ligadas a ela.

    Nós a encontramos diretamente no décimo quinto, vigésimo, vigésimo quinto e trigésimo andar. E no vigésimo andar era uma missão para subjugar o líder de um grupo profundamente envolvido em sua perseguição.

    ‘Como isso vai salvar o continente?’

    O quinto e o décimo andar, onde evitamos o ataque dos goblins, eram os únicos um pouco parecidos.

    No convés ventoso, só restamos Priasis e eu.

    O homem que ajustava a vela havia desaparecido.

    — Você está com raiva…?

    — Não, só pensando.

    Fiquei em silêncio. É como se estivesse prestes a entender algo, mas não ocorre.

    ‘Preciso de mais informações.’

    Olhei para Priasis, que estava parada sem expressão.

    — Esse sonho, fale mais sobre…

    【Missão concluída!】

    > Velkist (★★★) e Kátio (★★★★) subiram de nível!

    [Recompensa – 170.000G, Guelras de Tubarão (Grau Inferior) X 3]

    【MVP – Kátio (★★★★)

    A luz começou a me envolver.

    ‘Que coincidência…’

    Eu sorri amargamente.

    Os olhos de Priasis brilharam enquanto me observavam.

    — Essa luz…

    — Estou voltando ao meu lugar original. O contrato não acabou, então não se preocupe.

    — Você não ia perguntar uma coisa?

    — Não se preocupe. Eu mudei de ideia.

    De qualquer maneira, não tenho motivação para salvar este lugar. Se nada de incomum acontecer, não há problema em prosseguir como está.

    — Até a próxima.

    — Ah, tá.

    Com a resposta perplexa de Priasis, voltei para a Fenda.

    Primeiro olhei para cima. A Mestra havia desconectado. Dada a natureza demorada da missão, ela não poderia assistir.

    Já era tarde da noite na sala de espera.

    ‘Mas…’

    Os registros sobre as ações de Kátio permaneceram. Eu também poderia rever a gravação da missão.

    — Estou satisfeito.

    Velkist estava sorrindo, olhando para Kátio.

    — Ah, o que? Você está me assustando.

    — Esse garoto participará do nosso treinamento amanhã? Acho que precisamos de uma formação diferente.

    O olhar de Velkist se voltou para mim. Eu assenti.

    — Venha para o saguão amanhã às sete horas da manhã.

    — Tenho que fazer a manutenção do dirigível pela manhã…

    — Faça isso à noite — Velkist falou como se não fosse nada.

    — Então isso seria hora extra! Isso é diferente do contrato!

    — Os contratos sempre mudam antes e depois de serem assinados.

    — Ei, não vou aceitar esse abuso!

    Suspirei.

    — Isso complica o cronograma.

    Uma mensagem não identificada apareceu na janela de operação de Qlqr1.

    Mestra, você pode usar um dirigível no 33º andar! ✦ 

    > Use um herói da classe Mago, selecione a Guia de Invocação e toque no Dirigível!

    Contudo, a embarcação aérea deve estar em estado invocável.

    ‘Uma embarcação aérea.’

    Um grande veleiro apareceu na última parte da missão. Isso significava que os navios poderiam ser substituídos por dirigíveis. Voar pode não ser possível devido às características do cenário.

    E a manutenção do dirigível ainda não havia terminado.

    No entanto, uma vez ingressado no grupo um, a prática da formação é essencial. Mas nenhum dos dois pode ser excluído.

    — Hum. — Limpei a garganta e continuei. — Você terá que trabalhar um pouco mais.

    — Droga.

    — Gostaria de lhe dar um descanso, mas não há escolha devido ao horário.

    — Eu sabia.

    Kátio deixou cair os ombros.

    — Quando o cronograma terminar, darei uma folga em dobro. Eu prometo.

    — Tá, tá. Amanhã de manhã às sete. Estarei lá.

    Kátio saiu da Fenda no Espaço-Tempo com uma expressão cansada.

    Os outros membros também saíram gradualmente da sala. Olhei para a mensagem no espelho acima da praça que dizia ‘Salve o Mundo!’ antes de ir para a praça.

    E então encontrei uma pessoa inesperada.

    — Como foi com aquele mago?

    Eolka ficou ali, enrolada em um lenço e casaco dados pela Mestra, em vez de seu vestido habitual.

    — De acordo com Vel, ele desempenhou um papel significativo.

    — Por quê você está aqui? Por que não está no terceiro andar?

    — Vim dar um passeio e pensei em passar por aqui.

    — Uma caminhada até o primeiro andar?

    — Isso! Enfim, como foi? Afinal eu não pude ir na missão…

    Eolka abriu as palmas das mãos. Uma brisa passou por eles.

    — Eu consegui de alguma forma. Me dê apenas um mês…

    — Isel.

    [Estou aqui!]

    Isel apareceu em meio a uma poeira estelar brilhante.

    Perguntei, enquanto ela estava me olhando atentamente.

    — Quantas pedras de reprodução sobraram?

    [Hmm, cerca de sete.]

    — Dê um para ela. Deixe registrado que fui eu que peguei.

    Pouco depois, Isel trouxe do armazém uma pedra negra brilhante.

    — O que é isso?

    — Uma pedra de reprodução. Ela permite que você veja a gravação da missão.

    Coloquei a pedra na mão de Eolka. Aproveitando a deixa, Isel abriu a Fenda no Espaço-Tempo.

    — Você saberá tudo o que precisa sobre ele quando assistir.

    — É a gravação de quando eu não estava lá?

    — Sim.

    — Ok, vamos dar uma olhada.

    Eolka respirou fundo e entrou na Fenda no Espaço-Tempo. O portão se fechou.

    > Eolka (★★★) começa a visualizar o registro!

    O trigésimo segundo andar é longo, mas o espectador pode avançar se desejar.

    Você deve ser capaz de obter uma estimativa da missão em algumas horas. Acomodei-me em um banco próximo.

    Isel bateu as asas próximas a mim.

    [Você não vai dormir? Está tarde.]

    — Vou descansar um pouco.

    [Você está preocupado com a maga de fogo? Não vejo porquê! Ela é realmente poderosa, mas inútil de outra forma. Eu acho que o pequeno bruxo é muito melhor.]

    Eu não respondi.

    [Aquela mulher, sempre agindo de forma superior. Bem feito para ela, rá!]

    Isel riu sinistramente e desapareceu em um flash de luz.

    Sentei-me no banco e cruzei os braços. Ocasionalmente, heróis do primeiro andar apareciam e passavam, olhando fixamente para mim.

    E quando o amanhecer se aprofundava, o portão da Fenda se abriu com um baque surdo.

    — Assistiu tudo?

    — Você está aqui?

    — Eu não consegui dormir.

    — Por que me esperou? — Eolka, visivelmente desgastada, sentou-se ao meu lado. — Ele foi impressionante.

    — Ele é um mago.

    — O mundo é injusto. Em tão tenra idade… Naquela época, eu nem tinha começado meu treinamento.

    — Os magos não podem ser julgados pela aparência, podem?

    — É óbvio que ele é jovem — Eolka suspirou profundamente. — Se eu soubesse que isso iria acontecer, teria estudado mais.

    — Se quiser, pode entrar em outro grupo…

    — Eu não quero estar em nenhum lugar além daqui — Eolka falou com determinação. — Eu não desisti.

    — …

    — Estarei aí amanhã às sete, tá? Também sou um possível membro do grupo um, então deve haver uma oportunidade. Até mais.

    Eolka encerrou a conversa como quis, riu e levantou-se. Ela subiu as escadas e desapareceu.

    ‘Nossa.’

    Aaron fez a mesma coisa. Não entendo por que são tão teimosos.

    Seria mais fácil usar essa oportunidade para ser uma pesquisadora. A Mestra pode não gostar disso, mas eu estava disposto a ajudá-la. Eu havia preparado alguns motivos.

    Acho que entendo, mas, novamente, talvez não.

    Balancei a cabeça e segui em direção às escadas.


    1. Se eu disser que isso pode ter um efeito borboleta, vocês acreditariam?[]
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