Índice de Capítulo

    Tradução: Nimsay


    Nheeeec. Enquanto eu descia as escadas até o fim, uma parte do corredor de aço balançou, fazendo um som desconfortável.

    Acalmei minha respiração, ocultando minha presença, e comecei a andar furtivamente pelo corredor.

    ‘Vamos organizar meus pensamentos.’

    Às duas da manhã, uma reunião dos executivos será realizada no último andar do cruzeiro. Durante essa reunião, haverá uma exibição do final de Dorado. Se eu puder descobrir qual é esse final, isso daria uma pista crucial sobre El Cid.

    Claro, houve alguns problemas. A segurança é incrivelmente rigorosa e preciso de um cartão de acesso para entrar no último andar.

    De alguma forma, consegui evitar os guardas, mas a porta para o último andar não abria sem que eu passasse o cartão.

    ‘O cartão de acesso…’

    Lembrei-me do relógio que vi no salão de banquetes.

    Eram vinte e uma e quarenta e cinco. Faltam cerca de quatro horas para as duas da manhã.

    Embora não houvesse muita margem de manobra, atrasar demais levaria ao fracasso. Eu não tenho certeza se terei outra chance. Tenho que aproveitar essa oportunidade para ter uma pista, não importa o que acontecesse.

    — Quem é você?

    Desviei meu olhar. No final do corredor externo, um guarda com colete à prova de balas colocou a mão no coldre da arma.

    Ele não baixou a guarda enquanto falava.

    — Não chegue mais perto. Esta área é restrita.

    — …Hum.

    Eu segui aquele cara arrogante até aqui.

    Parece que este não era um lugar onde qualquer um poderia entrar.

    — Estou perdido. Que lugar é esse?

    — Esta é a sala VIP.

    — VIP?

    Ele pode realmente compartilhar esse tipo de informação? Sorri levemente.

    Se eu causasse comoção aqui, a notícia se espalharia rapidamente. Ele deve se sentir confiante.

    — Vá embora, ou chamarei reforços se fizer algo suspeito.

    — …

    Não seria um problema derrubá-lo, mas se agisse precipitadamente e Mobius descobrisse, as coisas ficariam problemáticas.

    Soltei um suspiro e levantei as mãos.

    — Vire-se e ande devagar. Você encontrará o elevador do salão de banquetes se subir as escadas.

    A distância entre nós era de cerca de trinta metros.

    Seus movimentos eram bem praticados. Levaria cerca de cem milissegundos para ele sacar e atirar.

    Mesmo que se errasse a mira, se o tiro soasse, fará tudo ser em vão.

    — Tudo bem, tudo bem. Estou indo embora.

    — Se você chegar mais perto, eu atiro.

    O Guarda sacou a arma e apontou para mim.

    Virei-lhe as costas, levantei as mãos e caminhei em direção à saída.

    Enquanto caminhava, estalei levemente o dedo indicador da minha mão direita.

    Zzzzz. Um buraco negro se abriu atrás do guarda.

    — …?!

    Tof! A Bainha de Bifrost atingiu a parte de trás de sua cabeça.

    Com um jorro de sangue, ele desmaiou. Eu lentamente me aproximei do guarda deitado na passagem.

    ‘Agora, vamos ver o que temos aqui. Uma arma, um rádio… Esta peça cilíndrica é um silenciador1?’

    Peguei alguns dos seus pertences e joguei o homem da embarcação, que afundou no mar escuro.

    ‘Nem precisarei usar minha espada.’

    Eu nunca tinha disparado uma arma antes, mas sabia como usá-la. Basta apontar o cano e puxar o gatilho.

    Zzzzzz. Eu estalei meu dedo novamente e BIfrost desapareceu de volta para onde estava.

    Coloquei o silenciador na arma e abri a porta.

    — Hum? — Meus olhos encontraram os de um guarda parado no corredor. — Quem é você…?

    Bang! Atirei entre os olhos dele. Ele caiu sem gritar, seu corpo esparramado no corredor.

    Que decepção. Se esse é o nível de segurança aqui, parece que a patente desse cara também não é tão alta.

    Saindo do corredor estreito, entrei em um grande salão.

    Não havia guardas aqui. No entanto, câmeras de segurança cobriam o salão de todos os ângulos.

    ‘…’

    Dei um chute na parede ao lado da porta do corredor e saltei. Meus pés aderiram ao teto enquanto comecei a andar de cabeça para baixo pela superfície do teto.

    Embora não houvesse pontos cegos abaixo, havia pontos cegos acima.

    Passei facilmente.

    Encontrei mais alguns guardas, mas atirei em cada um deles quando os encontrei. Depois de esvaziar um pente inteiro, cheguei a uma porta ricamente decorada.

    De dentro, uma leve risada podia ser ouvida.

    Abri a porta com um estrondo e entrei. Dentro do luxuoso salão, um jovem loiro bebia.

    — …?

    Um homem estava parado bem ao lado da porta.

    Bang. Sem virar a cabeça, atirei mantendo o cano apontado para o lado.

    À esquerda do salão, havia mais três pessoas na piscina. Um cara estava jogando xadrez na mesa. Outro guarda estava observando as telas das câmeras de segurança. Outro ainda estava apontando uma arma para mim.

    Bang, bang, bang, bang2. Atirei indiscriminadamente, limpando o lado esquerdo do salão. O recuo da pistola não me afetou em nada.

    — Seu louco desgraçado

    Ting, ting, ting! Um deles disparou um rifle bem na minha cara.

    > O herói é imune a danos físicos! <

    > O herói é imune a danos físicos! <

    > O herói é imune a danos físicos! <

    > O herói é imune…

    Bang. Esse foi o último. Joguei a arma de lado e me aproximei do jovem loiro, que tremia atrás do sofá.

    — V-você… como caralhos…?

    — Cadê seu cartão de acesso?

    — E os guardas…?

    — Eu perguntei, onde está seu cartão de acesso?

    — Seu desgraçado, você acha que vai se safar dessa? Eu sou um funcionário de tempo integral da Mobius! Você, um Mestre humilde, não conhece seu lugar! Como ousa causar esse tipo de bagunça nas instalações da empresa? Você pode ter conquistado o favor do CEO, mas não vai se safar dessa! Os executores vão te encontrar e te despedaçar!

    — Isso não importa muito, né? — falei com uma voz sem emoção.

    — Não importa? Como não importa?! Você ousa causar essa bagunça em um evento somente para convidados…!

    — O CEO disse que me faria seu braço direito, não foi? Ele provavelmente deixará isso passar.

    Se esse cara fosse realmente alguém importante, teria guarda-costas pessoais com ele.

    Como o Alpha Zero. Só de olhar para a secretária daquele homem de meia idade, Sizel, poderia dizer que ela era uma oponente formidável.

    — Eu vou inventar alguma coisa e eles vão deixar passar. Você não acha?

    — …?

    — Bem, e você?

    Chutei sua canela com força. Com o som de um osso quebrando, sua perna dobrou para trás.

    — Aaargh!

    — Sim, eu pensei que sim.

    Eu ri enquanto vasculhava os bolsos do seu terno. Não demorou muito para encontrar o cartão de acesso.

    — Ugh! Ughhhhh! Bm! Bmmmf!

    O Jovem estava rolando no chão, chorando e ofegando, seu rosto contorcido em agonia. Mesmo enquanto gritava, me olhava com ódio.

    — Seu… seu desgraçado! Como se destruir minha Lamborghini de edição limitada durante o evento não fosse o suficiente3…!?

    Trat. Pisei no rosto dele com o calcanhar.

    Ele convulsionou por um momento e depois ficou mole.

    ‘Ainda preciso limpar essa bagunça.’

    Concentrei minha energia na minha mão.

    Tzzzzzrr! Um relampago vermelho saiu das pontas dos meus dedos e um buraco negro se abriu.

    Subespaço, uma habilidade que dominei conforme minha proficiência com poderes gravitacionais aumentou.

    Vuuuurr. Tudo espalhado pelo salão foi sugado para o subespaço. Sangue, armas, corpos, tudo.

    Refazendo meus passos, tomei cuidado para não deixar passar nenhum outro corpo e os suguei também.

    Lá fora, parado junto ao corrimão do corredor externo, abri minha mão fechada. Um buraco negro se abriu novamente e o lixo começou a ser despejado no mar.

    ‘Não haverá evidências.’

    Coloquei o cartão de acesso no bolso e subi as escadas correndo.

    A segurança nos andares superiores do cruzeiro ainda era rigorosa, mas evitei a atenção deles e me esgueirei pelas brechas. Por fim, cheguei à entrada no sétimo andar e passei o cartão de acesso no scanner.

    Bip. A luz vermelha no scanner ficou verde. Abri a porta e entrei no sétimo andar do cruzeiro.

    ‘Já é uma da manhã.’

    Dei uma olhada no mapa do navio que roubei de um guarda e continuei caminhando pelo interior. Fiz contato visual com um dos funcionários, mas ele passou direto sem nenhum sinal de suspeita.

    Claro, eu tinha trocado de uniforme para um de guarda e colocado o quepe azul escuro.

    Lá dentro, a segurança era inesperadamente frouxa. Sem muita resistência, consegui entrar na sala de conferências.

    A mesa redonda se estendia, mas a sala estava vazia. Ainda não é a hora da reunião.

    Olhei ao redor da espaçosa sala de conferências.

    Um projetor para exibir vídeos estava sobre a mesa redonda. Na frente dele, havia uma tela longa. Deve ser onde eles planejam exibir o final de Dorado.

    Examinei cuidadosamente a sala de conferências novamente.

    Além do projetor e da tela, era uma sala de conferências comum. Mas havia um duto de ventilação no canto.

    Pulei e abri a tampa. Está um pouco sujo, mas provavelmente consigo entrar. O ângulo entre o duto de ventilação e a tela era perfeito. Se eu me esconder aqui e fechar a tampa, posso assistir à tela por uma pequena fresta sem ser notado.

    ‘Eu realmente preciso ir tão longe?’

    Por um momento, senti uma sensação de futilidade, mas tendo chegado até aqui, não havia como voltar atrás.

    Eu me espremi no duto de ventilação. Poeira e um cheiro de mofo enchiam o ar ao meu redor, mas consegui entrar. O ângulo entre o duto e a tela era perfeito, permitindo que eu observasse o que aconteceria abaixo por uma abertura estreita.

    Olhei para o relógio na sala de conferências e decidi esperar até que as pessoas começassem a se reunir.

    Às uma e cinquenta e cinco da manhã, cinco minutos antes do horário marcado para o início da reunião, quase dez pessoas entraram na sala e sentaram-se ao redor da mesa, murmurando entre si.

    Parece que a maioria deles tinha se reunido, exceto pelo assento na cabeceira da mesa e o da esquerda. O assento da cabeceira estava obviamente reservado para Alpha Zero, e o assento do lado esquerdo… provavelmente pertence ao cara que eu tinha acabado de matar.

    — Eles ainda estão falando sobre El Cid? Esse assunto já não foi resolvido? Estou cansado de ouvir sobre isso — resmungou um homem de meia-idade com uma barriga saliente.

    Vários outros executivos da Mobius ecoaram suas reclamações, resmungando e expressando suas frustrações.

    A conversa diminuiu quando a porta lateral da sala de conferências se abriu.

    ‘Aquela pessoa…’

    Era Sizel, a secretária pessoal do Diretor.

    Com passos firmes e confiantes, Sizel se aproximou da cabeceira da mesa.

    — Onde está o Diretor? A reunião está prestes a começar — perguntou um dos executivos.

    — Ele sofreu uma deterioração repentina em sua saúde e atualmente está descansando.

    — E a reunião?

    Sizel balançou a cabeça.

    — Teremos que adiar. Peço desculpas pelo inconveniente. Por favor, aproveitem o resto do seu tempo no cruzeiro.

    — Isso tudo foi em vão?

    — Ele sofreu um surto bastante repentino…

    Sizel baixou os olhos, desculpando-se. Os executivos estalaram a língua em frustração enquanto começavam a sair da sala.

    ‘…Espera aí.’

    Isso significa que tudo o que fiz foi em vão.

    Enquanto a sala esvaziava, apenas Sizel permaneceu, organizando silenciosamente os documentos sobre a mesa.

    Tuk. De repente, Sizel trancou a porta da sala de conferências e baixou as persianas.

    — Saia daí, Loki.

    Ela falou em voz baixa e calma.

    ‘…’

    Tum. Chutei a tampa de ventilação e pulei para o chão, tirando a poeira das minhas roupas enquanto aterrissava.

    — Quando você percebeu?

    — Desde o começo. — Sizel suspirou profundamente. — Você realmente causou uma grande confusão. Matando o segundo em comando da Equipe de Gestão neste cruzeiro… Você realmente achou que ninguém notaria? Cada movimento que você faz aqui está sob a vigilância do Alpha Zero. Ninguém pode escapar do seu olhar, nem mesmo a CEO.

    Sizel colocou os documentos que havia organizado em um triturador ao lado da mesa.

    Shhhrrrkkk. Os papéis foram picados em pedaços minúsculos e caíram em uma pequena lixeira abaixo.

    ‘Então eles sabiam o tempo todo.’

    Bom, que ótimo.

    Cocei a nuca.

    — Bem, tecnicamente falando, aquele homem me insultou. De qualquer forma, ele seria demitido em breve — Sizel riu suavemente.

    Ela foi até o bebedouro, encheu um copo de papel e me entregou.

    Engoli tudo de uma vez.

    — Então, qual foi a razão pela qual aquele cara me convidou? — Joguei o copo vazio no lixo. — Não tem como ele ter me convidado para comemorar, não é?

    — …

    — Ele não teria me feito passar por todo esse problema sem uma razão, né? O que é que ele, você, quer de mim?

    Sizel olhou para mim brevemente e então começou a tatear a parede atrás da tela.

    Vrrrrrr. Houve uma leve vibração quando a parede à nossa frente começou a girar, revelando uma passagem escondida atrás dela.

    — …Me siga.

    Sizel entrou confiantemente na passagem secreta.

    ‘Isso tudo foi algum tipo de teste?’

    Se eu não tivesse conseguido entrar na sala de conferências, tudo isso teria sido cancelado? Ou eu apenas desperdicei meu tempo à toa? Não sei qual a resposta correta.

    Apenas dei de ombros e a segui.

    A passagem estreita e mal iluminada se estendia por alguma distância. E então, de repente, chegamos ao fim.

    A sala que se abriu diante de mim era iluminada e espaçosa.

    Estava cheia de computadores complexos, monitores e fileiras de fios correndo pelas paredes. Vários dispositivos estranhos, cujas funções eu não conseguia discernir, estavam espalhados pela sala.

    — É aqui que ele trabalha agora. Desde que ele deixou a sede principal, ele tem operado daqui — explicou Sizel.

    — …

    — Ele estará aqui em breve.

    Rrrrrmm. O som de rodas de cadeira de rodas velhas rangendo ecoou pela sala.

    Eu me virei para olhar um homem de meia-idade em uma cadeira de rodas se aproximando lentamente.

    Ele usava um pijama rosa tão velho e gasto que parecia puído, e o pijama tinha um pequeno personagem estilo ‘2D’ estampado nele.

    ‘Essa personagem é…’

    Uma mulher com cabelos loiros brilhantes e olhos verdes, vestida com armadura prateada e segurando uma espada flamejante. Seris.

    Cobri meu rosto com a mão.

    — …Loki — o homem murmurou meu nome enquanto fazíamos contato visual. Sizel foi para trás dele, segurando gentilmente as alças de sua cadeira de rodas. — O decote… da Seris-chan…

    — …

    — Eu quero lamber!

    — Ele disse que é um prazer conhecê-lo — Sizel murmurou sem emoção.


    1. Crianças, aprendam com titia. Silenciador da vida real não deixa o tiro silencioso, só diminui um pouco do estopim da explosão. Ou seja, só serve pra não doer no seu ouvido e vai ser barulhento do mesmo jeito.[]
    2. Ele já não estava com o pente da arma vazio?[]
    3. Pera, era dele? Caramba, que azar…[]

    … Eis que finalmente eles vão conversar a sério. Façam suas teorias!

    Enfim, não se esqueçam de ir ao Discord da Illusia caso encontrem um erro, queiram apoiar os autores/tradutores ou conversar com outros leitores!

    Até a próxima~~

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