Capítulo 27: Cinco Invocações Pagas Consecutivas (2) (Parte 1)

Acontece que eles chegaram ainda mais tarde do que o esperado, para surpresa de todos.

Se dependesse de mim, eu os teria recrutado para o grupo antes de subir ao quinto andar. Dessa forma, não perderíamos pessoas desde o início.

Porém, com base nas mensagens que recebemos, todos os cinco são personagens de três estrelas.

Mas além disso, havia uma mensagem incomum que chamou minha atenção.

Este conceito de conexão é muito raro e especial.

Uma conexão era um tipo de efeito para um conjunto de pessoas, concedendo um bônus de poder de combate quando os membros estão reunidos no mesmo grupo. É uma ocorrência bastante incomum, mesmo em convocações consecutivas.

Descobriremos se a sorte de Qlqr1 está do lado bom ou ruim assim que os conhecermos pessoalmente.

— Então, onde estão essas pessoas agora?

— Eles disseram que estão explorando e apreciando a paisagem.

— Você pode voltar para a cozinha.

— Mas, eles…

— Não se preocupe, eles não vão te machucar. Eles são apenas um grupo excêntrico.

Chloe assentiu e voltou para o dormitório.

— Você acha que é parecido com eles, irmão mais velho?

— Eu sou diferente.

Embainhei minha espada e pendurei o escudo nas costas.

— Nosso grupo permanece intacto, a chegada deles, sendo únicos ou não, não mudará nada. Continuaremos como estamos.

— Obrigado pelo seu trabalho duro!

Aaron e Dica se curvaram respeitosamente antes de entrarem no campo de treinamento.

O relógio da praça mostrava que era tarde da noite. Eles eram indivíduos trabalhadores, de fato.

— Você está planejando verificar essas pessoas, irmãozão?

— Por enquanto, sim.

— Eu gostaria de me juntar a você. Estou curiosa de qualquer maneira.

Dentro da sala de espera, tínhamos um dormitório, um campo de treinamento, um arsenal e uma oficina de equipamentos. Estas eram as quatro instalações disponíveis.

Decidimos começar visitando o dormitório, que era o mais próximo.

Quando entramos no saguão, lá estava uma mulher que nunca tínhamos visto antes.

— Olá! — Jenna gritou enquanto se aproximava, irradiando alegria.

Assustada, a mulher, que estava olhando para a lareira, hesitou antes de responder.

— Hm, olá….

— Eu sou Jenna Shirai! Qual é o seu nome, irmã mais velha?

— Eu sou Edis Callen.

— Prazer em conhecê-la!

Jenna estendeu a mão.

Edis hesitou por um momento, mas finalmente apertou a mão de Jenna.

— E esse lindo irmãozão aqui é o Han. Ele pode parecer durão, mas no fundo é um cara de bom coração.

— Cala boca. — Eu casualmente me sentei no sofá do saguão — Então, Edis, certo? Eu gostaria de bater um papo com você. Você tem algum tempo?

Enquanto eu falava, meu olhar caiu sobre Edis, examinando-a meticulosamente.

Ela possuía olhos castanhos e um cabelo preto longo com cachos que caía em cascata pelas costas.

Vestida com uma elegante armadura de couro preta, ela adornava seu cinto com duas adagas brilhantes e um arco curto e compacto.

‘Janela de status.’

Fiel à sua classificação de três estrelas, ela emergiu com uma profissão de Ladina.

Como era típico dessa função, sua agilidade era muito boa, mas sua força e resistência eram relativamente modestas.

Entre seu repertório de habilidades estavam maestria de adaga de baixo nível, tiro com arco e reflexos rápidos.

Embora semelhante a Jenna, seu foco parecia estar mais sintonizado com a arte de empunhar a adaga do que com o arco e flecha.

Jenna voltou com dois copos d’água, estendendo graciosamente um deles para Edis.

— Por enquanto, sente-se — ela sugeriu gentilmente.

Sem dizer uma palavra, Edis sentou-se no sofá oposto, os olhos brilhando de curiosidade enquanto tomava um gole.

Então, ela perguntou: — Você tem algum conhecimento sobre este lugar?

— Possuo fragmentos de informações, mas ainda há coisas das quais não compreendo. E você? Quanto você sabe? Você consegue se lembrar de como chegou aqui?

Edis meditou pensativamente, estreitando os olhos como se tentasse recuperar suas memórias. Gradualmente, ela falou: — Não tenho conhecimento das circunstâncias exatas… apenas sinto que fui chamada para lutar.

— Chamada para lutar?

— Sim, é como uma necessidade inata a ser cumprida.

Com a curiosidade despertada, investiguei mais profundamente: — Você sabe a razão subjacente a essa compulsão?

— Sempre que tento surge uma dor de cabeça intensa, embaralhando minhas memórias…

Um suspiro pesado escapou dos meus lábios enquanto eu contemplava as implicações.

— Você está familiarizada com o conceito de síntese?

— Síntese… — Edis repetiu, franzindo as sobrancelhas.

— Estou falando sobre ganhar força através do sacrifício dos outros.

— Sim, eu sei sobre isso.

Continuando minha linha de questionamento, procurei avaliar o conhecimento dela sobre a existência do mestre.

Após um longo período de introspecção, Edis perguntou se era a pessoa que detinha o domínio sobre este reino. 

Embora ela parecesse entender o conceito, as complexidades da invocação, e sua mecânica, permanecem um tanto confusas para ela.

Enquanto eu refletia sobre nossa conversa, lembrei-me das primeiras impressões de cada pessoa convocada, desde Shay até Edis.

Jenna, Aaron e os outros indivíduos de uma estrela chegaram aqui sem saber por que foram convocados ou o que precisavam fazer. Quanto a Shay, que tinha quatro estrelas, parecia saber o porquê da necessidade de lutar.

E na minha frente, Edis, embora não soubesse o motivo de ser convocada, sabia exatamente o que tinha que fazer. Ela tinha uma compreensão do conceito do Mestre e até entendia a síntese.

‘A lacuna de informação varia de acordo com a classificação da pessoa convocada.’

— Antes de acabar aqui, suponho que você era uma mercenária? — Perguntei.

— Eu pertencia ao grupo mercenário Lobo Guará.

— Lobo Guará? Esse nome tem um certo charme — comentou Jenna, sentando-se ao meu lado com um sorriso brincalhão.

— Lembro-me vagamente de trabalhar como mercenária em Halsea, mas quando recuperei a razão, estava aqui.

Edis começou a explicar detalhadamente como o grupo mercenário Lobo Guará foi formado e quais tarefas realizavam.

Pelo que percebi, pareciam ser um grupo de alto escalão dentro dos mercenários. Havia uma diferença significativa entre eles e Mormont, que tinha duas estrelas e também era um mercenário.

— Isso é impressionante! Parece até algo saído de uma lenda — falou Jenna.

— Ah, é mesmo? — Edis corou e pigarreou discretamente antes de suspirar profundamente.

— No entanto, no momento…

— No momento? — Perguntei.

— Não é nada.

Bem, se não for nada, então não fale coisas desnecessárias.

— Por que sua reação é assim, irmãozão? Histórias do passado de uma mulher são tesouros que não se podem obter nem com uma fortuna — brincou Jenna.

— Se você diz.

— Você é realmente estúpido — ela comentou.

Levantei-me do sofá.

Achei que haveria mais para ouvir, mas aparentemente não.

Pelo menos, pude ouvir a história sobre como eles foram invocados.

Pensei que talvez pudesse obter alguma pista sobre a pessoa que nos aprisionou neste lugar se ouvisse a sua história.

— Eu preciso descansar um pouco. Cuide dela, Jenna.

— É claro, afinal só nós, mulheres…

[Avant, Zacken, Weyf, Benjamin, Edis!]

A voz de Isel ecoou pela praça.

Parei de andar quando estava prestes a ir para o dormitório.

‘Ainda não consigo dormir.’

Como era o primeiro grupo de heróis avançados obtidos desde o tutorial, o Mestre queria fazer um teste.

Na entrada do refeitório apareceu alguém inesperado.

— Quem está aí? Quem está chamando meu nome?

Um homem mais alto, com ombros largos, apareceu.

Vestido com uma armadura de couro semelhante à de Edis, ele carregava um enorme machado nas costas.

Ao examinar a janela de status, um nome familiar surgiu em minha mente, Zacken. Ele era uma classe guerreira, especializada em força e resistência.

Apenas pela sua aparência, já dava para perceber isso.

— Parece que o Mestre está nos convocando — comentou Edis, levantando-se do sofá.

— Já faz um tempo que não como carne. Eu não me importaria de dar uma olhada naquele rosto nobre! — Zacken exclamou.

Zacken, com uma perna de veado assada na mão, e Edis partiram juntos para a praça.

Eles não olharam para Jenna e para mim.

— Isso deveria ser compartilhado com todos! — Chloe saiu correndo do refeitório.

Perguntei a Chloe: — O que aconteceu?

— Ele disse que queria a carne e saiu com a perna inteira. Com cozimento adequado, poderia alimentar todos nós cinco…

— Então vamos pedir a ele para devolver! — Jenna cerrou o punho e se levantou.

— Espere.

— Por que?

— Vamos primeiro para a praça.

Saímos para a praça.

Uma visão rara se desdobrou diante de nós.

1. É sério, esse é realmente o nome do grupo.[↩]