Capítulo 31: Distribuidor de Dano (1) (Parte 1)

O dia seguinte chegou. ¹ 

Depois de limpar diligentemente a masmorra semanal, Qlqr1 liderou o grupo dois, com Edis no comando, até o quarto andar. No entanto, quando tentamos nos aventurar no sexto andar com o nosso trio, a masmorra recusou-se a abrir as portas.

‘Eu avisei para você não perder o foco, ‘Mestre’.’

Uma vez que o ‘fluxo’ é iniciado, entrar novamente na masmorra afiliada torna-se uma impossibilidade. Poderia ser alcançável com habilidades especializadas, mas dadas as circunstâncias, era simplesmente impossível.

Jenna coçou a nuca, expressando sua frustração.

— Por que o mestre não está nos dando instruções?

— Apenas seja paciente.

Depois de ponderar por um breve momento, Qlqr1 tomou uma decisão.

— Vamos para o sétimo andar. Preparem-se.

— Irmão, temos menos membros em nosso grupo…

— Temos o suficiente.

Reentrar no quarto andar tornou-se inútil devido aos nossos níveis mais elevados, resultando em ganhos de experiência diminuídos.

O quinto andar está fora dos limites e entrar novamente no estágio do chefe também é impossível.

O caminho para o sexto andar está obstruído, deixando-nos apenas duas opções: retornar à praça ou realizar o desafio no sétimo andar.

Eu ansiava por testar minha habilidade, Frenesi, e, felizmente, um estágio apropriado se apresentou. Uma luz radiante envolveu a estrutura da Fenda no Espaço-Tempo e fomos transportados para um reino desconhecido.

‘O local parece uma planície, mas há algo peculiar.’

Plic-plac.

Fortes gotas de chuva estavam caindo, encharcando-nos sem piedade.

Jenna, tremendo, não pôde deixar de reclamar.

— Mas que raios está acontecendo?

— Parece refrescante, não?

Tirando minha espada da bainha, fiquei maravilhado com a forma como as gotas de chuva se espalhavam ao longo do caminho da minha lâmina.

E lá estavam eles, nossos oponentes.

Através da chuva torrencial, seus olhos vermelhos brilhavam com malevolência.

Grandes goblins, vestindo armaduras e empunhando armas, gritavam em fúria. Aaron brandiu sua lança com confiança.

— Estou feliz, irmão mais velho! Podemos lidar com esse desafio!

Rapidamente, entramos em nossa formação de batalha. Nosso grupo consistia de três membros: um espadachim, um lanceiro e uma arqueira. A composição era perfeitamente adequada para manter o equilíbrio em combate. Tínhamos praticado formações ao ponto do tédio.

Eu me posicionei na vanguarda, com Aaron na fileira intermediária e Jenna, a arqueira habilidosa, ocupando seu lugar na retaguarda.

— Kiyaaa!

Os goblins também assumiram as posições designadas, dividindo-se estrategicamente dependendo das armas que empunhavam.

Na chuva torrencial, tanto o nosso grupo quanto o inimigo se dividiram em duas facções.

Nenhuma palavra foi necessária. O combate começou com uma rajada de flechas de ambos os lados, sinalizando o início da batalha. Usei meu escudo para desviar das flechas que iam em direção a Jenna. Agachando-se o máximo o possível, Jenna disparou outra saraivada de flechas.

Os ataques frontais diretos eram arriscados contra inimigos armados com escudos, por isso ela mirou nas partes inferiores. Uma das flechas de Jenna perfurou a perna do líder goblin.

Aproveitando a distração momentânea, a minha espada, e a lança de Aaron, ceifaram as vidas de vários inimigos.

‘Ativar.’

Quando acertei o rosto de um goblin com meu escudo, lembrei da sensação que tive naquele momento.

Minha espada quebrou o escudo do goblin, partindo a criatura ao meio, começando pela cabeça. Um jato de sangue misturado com chuva se dispersou em todas as direções.

O massacre e a carnificina continuaram a ocorrer.

Uma onda de excitação tomou conta de mim. Com cada golpe da minha espada, os goblins eram despedaçados. O gosto metálico de sangue encheu minha boca. A chuva, infiltrando-se pelas frestas da minha armadura, não conseguiu extinguir o calor do meu corpo.

Antes que eu percebesse, estava no meio de uma pilha de cadáveres de goblins.

Restava apenas um inimigo: uma figura solitária brandindo uma espada quebrada. Jenna mirou com seu arco.

Eu levantei minha mão, gesticulando para Jenna parar de atirar.

— Espere, não atire!

— Por que? Estou encharcada e quero encerrar isso rapidamente.

A batalha chegou ao fim.

Se fosse esse o caso, era o momento perfeito para avaliar esta fase. Considerando que a missão anterior era uma exploração, havia uma grande chance de que esta missão fizesse parte de uma missão interligada. Eu examinei nossos arredores.

Primeiro detalhe notável.

A chuva continuou a cair implacavelmente.

Segundo detalhe.

Um rio corria próximo.

— Kiiiak!

Um goblin, empunhando uma espada quebrada, balançou-a vigorosamente, avançando em minha direção. Eu rapidamente bati na bochecha da criatura com meu escudo.

— Yyyaaang!

Passando pelo goblin caído, me aproximei da margem do rio.

Chuuuu-áa.

O rio, cortando a planície, subiu e transbordou devido ao aguaceiro incessante. Atravessá-lo parecia impossível. Mesmo um pequeno passo em falso me levaria em um instante, me afogando facilmente.

Aproximei-me da margem do rio, com a curiosidade despertada.

‘A barragem rompeu?’

Avistei os restos espalhados de rochas e solo perto da beira da água. Uma rápida varredura nos arredores não revelou nada particularmente atraente. Com precisão, enfiei minha espada nas costas do goblin caído, desferindo o golpe final.

Quando acabei com o inimigo, uma sensação sutil de estrondo reverberou pelo chão, fazendo-o tremer levemente.

Voltamos para a fenda no espaço-tempo.

Nossos corpos encharcados pareciam ser reconhecidos como objetos que precisavam de restauração, já que a chuva havia praticamente evaporado. Jenna semicerrou os olhos e passou os dedos pelos cabelos ruivos.

Assim que cessaram os tremores que sinalizavam nossa subida ao próximo andar, saímos para a movimentada praça.

No coração da praça, Edis se reuniu com os membros do grupo perto da fonte, conversando seriamente. Parecia que eles estavam analisando a batalha anterior. Jenna acenou com a mão com entusiasmo.

— Irmã!

— Oh, vocês conseguiram também.

— Irmãozão, a programação de hoje está completa? Posso ir agora?

— Sinta-se à vontade.

— Yay!

Virei-me para Aaron e perguntei: — E o que vai fazer? Está ficando tarde.

— Pretendo ir para o campo de treinamento.

— Vá com calma. Não se esforce demais.

Caminhei em direção ao dormitório. Não havia necessidade de permanecer desnecessariamente. Tal como fizemos no sexto andar, foi crucial documentar as informações que recolhemos desta vez. A preparação para as batalhas não envolvia apenas um treinamento incansável.

Entrei em nossa confortável residência pelo portão da praça.

Lançando um olhar fugaz para trás, percebi que o portão da Estação de Invocação permanecia entreaberto.

— …

Voltei para fora. Aaron já havia preparado sua lança, pronto para ir para o campo de treinamento.

— Aaron, espere, não vá.

— Sim? Qual é o problema?

Olhei para cima, cativado pelo brilho deslumbrante que banhava o céu.

Em pouco tempo, um painel de controle se materializou em minha mente.

Essa era a terceira transação de Qlqr1.

Eu rapidamente olhei em volta e vi Jenna absorta em uma conversa com Edis.

— Então, você sabe, quando irmãozão está dormindo, ele fala enquanto dorme e…

— Jenna!

— Huh? Você ainda está aqui?

— Pare de falar. Traga-me aquela coisa que está no meu quarto. Deve estar em cima da mesa. Aquele que usamos da última vez.

— Que irritante… — Resmungando, Jenna dirigiu-se para o dormitório.

Edis perguntou com curiosidade: — O que está acontecendo?

— Acho que estamos recebendo novos recrutas. Pessoas como você.

1. O título original é Striker, que pode significar Atacante ou DPS, dano por segundo. Como sou adepta ao “Traduzo tudo para português brasileiro e dois beijos”, é óbvio que não deixaria de traduzir essa parte. Me digam o que acharam desse título e se eu deveria mudar para outro termo que conhecem.⤶