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    A boca de Aaron ficou boquiaberta de espanto.

    — Que porra é aquilo?

    — Nunca viu um monstro desse antes?

    Verdade seja dita, esta também foi a minha primeira vez vendo um pessoalmente.

    Passei minha lâmina pelo escudo e o chiado penetrante do metal quebrou o silêncio.

    — Não tenham medo! É apenas mais um ser vivo, que tem cérebro e coração. E se tem coração, pode morrer. Continuem empunhando suas armas e ele cairá.

    — Bem, é melhor do que enfrentar um enxame de goblins!

    Zing!

    Em um movimento rápido e gracioso, Jenna disparou uma flecha.

    A flecha, girando no ar, encontrou seu alvo bem no fundo da barriga do ogro.

    — Gaaaah!

    O ogro rugiu,com baba voando de sua boca, mas continuou se aproximando com firmeza. Cada passo pesado fazendo o chão tremer.

    Jenna, sorrindo, coçou a bochecha com indiferença.

    — Ou talvez enfrentar goblins seja melhor?

    — Descobriremos quando este cair.

    Lancei um olhar por cima do ombro.

    Meu grupo estava tenso com a incerteza, mas seus rostos não revelavam medo.

    Era promissor. Se cada um se mantivesse firme, a vitória estaria ao nosso alcance.

    — Controlem-se! Estamos dividindo responsabilidades. Eolka, você deve criar uma parede de fogo perto da represa.

    — Uma parede de fogo?

    — Para impedir que os goblins avancem até que cheguem os reforços.

    — Eu posso fazer isso, mas e aquele monstro?

    — Eu cuido disso. Aaron, seu trabalho é proteger Eolka. Jenna, dependendo de como as coisas se desenrolam, ajude Aaron ou eu. Confio no seu julgamento.

    — Entendido.

    — Tudo bem!

    — Para suas posições.

    Enquanto Eolka corria em direção à margem do rio em frente à represa, ela começou a lançar seu feitiço.

    Aaron a seguiu com passos rápidos, afastando qualquer projétil que mirasse na maga.

    Jenna, encarregada da posição central, observou o cenário que se desenrolava, com sua flecha pronta para atacar.

    Atirei uma pedra da margem do rio direto no rosto do ogro.

    O monstro fez uma careta diante da surpresa desagradável e avançou em minha direção.

    Eu me preparei, desembainhando minha espada e erguendo meu escudo.

    — Oooooo-ey!

    Com um grito ensurdecedor, o ogro balançou seu formidável martelo de ferro.

    Eu agilmente rolei para o lado para fugir. O chão tremeu sob a força poderosa do martelo, jogando terra e lama para o alto.

    ‘Se sou atingindo por isso, morro na hora.’

    Um escudo é tão bom quanto sua capacidade de suportar a força que deve desviar.

    Recuei, evitando habilmente o arco errático do martelo em queda livre.

    Zing!

    A segunda flecha de Jenna perfurou o ombro direito do ogro.

    — Kiiiaaa!

    Ao mesmo tempo, os Goblins começaram a avançar em direção à represa em uma corrida frenética.

    【Scintillae!】

    O fogo abriu um caminho entre os goblins e a margem do rio. A parede de chamas ameaçadora fez com que os goblins vacilassem momentaneamente, uma pausa que Aaron aproveitou para perfurar o crânio de um goblin com uma precisão mortal.

    Eolka, com os olhos fechados, continuou a recitar seu feitiço.

    Seu propósito não era disparar um feitiço, mas sim sustentá-lo. Mesmo sob a chuva implacável, as chamas crepitavam, com a fúria inalterada.

    O ogro, depois de recuperar o martelo de ferro, balançou os ombros com indiferença. A flecha alojada em seu músculo saiu suavemente. 

    Jenna, que estava preparando sua terceira flecha, resmungou uma maldição: — Maldito musculoso.

    — Não vai funcionar a menos que sejam pontos vitais. Não podemos desperdiçar flechas.

    — E onde diabos estão esses pontos vitais?

    — Você vai descobrir!

    Como se estivesse prestes a saltar, rolei para frente. O lugar onde eu estava foi demolido pelo martelo de ferro. Eu me levantei e balancei minha espada em um amplo arco, causando um jato de sangue no braço direito do ogro.

    O ogro, inalterado, balançou o martelo para o meu lado. Eu desviei por pouco.

    ‘Cortar fundo é difícil sem uma postura adequada.’

    Dei uma olhada de lado.

    Aaron estava dando tudo de si, mas não havia garantia de quanto tempo ele conseguiria proteger Eolka. Os goblins, tendo avaliado a situação, passaram do combate corpo a corpo para ataques de longo alcance. Eles disparavam flechas e, os que não tinham bestas, recorreram ao arremesso de pedras. Seja uma flecha ou uma pedra, um único golpe poderia perturbar a concentração de Eolka.

    ‘Devo correr o risco.’

    O ogro levantou seu martelo e o derrubou com estrondo.

    Dobrei meus joelhos e me aproximei do ogro. Quando a ponta do martelo ameaçou quebrar meu crânio, puxei minha mão esquerda para trás, levantando meu escudo em um bloqueio desviante.

    Ka-ka-kak!

    A força do impacto deformou e sacudiu os ossos da minha mão esquerda. Encolhi a dor e, com um movimento escorregadio, deslizei sob os pés do ogro e apertei ainda mais o punho da espada.

    Com a mão direita, enfiei a ponta da espada na virilha do ogro com todas as minhas forças.

    Pude sentir algo sendo perfurado entre as pernas do monstro.

    ‘Ai, ele é macho.’

    O sangue jorrou entre suas pernas quando eu puxei a espada e rapidamente recuei.

    — Guuuooohhh!

    O ogro uivou, brandindo seu martelo a esmo em um frenesi descontrolado, um ato desesperado para anular sua agonia.

    Estabeleci uma distância segura entre mim e a fera gigantesca, garantindo que estava a apenas alguns metros de distância.

    Uma pontada agonizante surgiu das profundezas do meu braço esquerdo quando tentei movê-lo, uma sensação semelhante a um osso quebrado. Mesmo assim, não estava incapacitado e, com algum esforço, permaneceu funcional.

    — Guoo, Kaaaa! — rugiu o ogro, batendo seu martelo de ferro com força bruta, pintando um quadro horrível enquanto um punhado de goblins era esmagado até virar uma polpa sangrenta.

    Em um momento eletrizante, uma flecha da aljava de Jenna atingiu o alvo, perfurando o olho esquerdo do ogro com precisão mortal.

    O ogro perdeu o controle, largou o martelo e se debateu descontroladamente, pulando e girando caoticamente.

    Respirando rapidamente para me preparar, parti para o ataque. Desviei, dobrando  meu corpo para trás, e vi o punho em forma de tronco de árvore passar a poucos centímetros do meu nariz. Mergulhei de volta na briga, notando as costas do ogro arqueando. A armadura do ogro, cobrindo o peito esquerdo, mostrava uma brecha visível.

    Com um aperto firme no punho da minha arma, lancei-me, mirando diretamente no coração da fera. O peito musculoso do ogro ofereceu uma resistência feroz contra minha espada. Torci minha lâmina, mergulhando-a mais profundamente, até sentir a batida pulsante de seu coração através da minha arma.

    Com um puxão rápido, retirei-a. Sangue, espesso e vermelho, irrompeu da abertura na placa torácica do ogro.

    Com um baque pesado, o corpo do gigante caiu de cara na lama.

    A chuva, agora contaminada com o sangue do ogro, espirrou violentamente, encharcando-me até a cintura.

    Atordoados com o espetáculo, os goblins restantes hesitaram, com a confiança abalada.

    Cuspindo a água da chuva que escorregou pelos meus lábios, segui em direção aos goblins petrificados. O primeiro nem sequer reagiu à minha lâmina, e quando eu estava prestes a enfrentar outro, a voz urgente de Jenna soou.

    — Irmãozão!

    — O que?

    — Acho que há outro!


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